Previdência Privada Complementar ou Seleção Pessoal de Carteira de Ativos. Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP

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Transcrição:

Previdência Privada Complementar ou Seleção Pessoal de Carteira de Ativos Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-UNICAMP

Estrutura da Apresentação Entidades Fechadas de Previdência Complementar Entidades Abertas de Previdência Complementar Concentração da Riqueza Financeira Planejamento de Aposentadoria 2

Entidades Fechadas de Previdência Complementar

Teto do INSS O teto do salário benefício dos previdenciários do Instituto Nacional de Previdência Social, em 2015, passou para R$ 5.531,31 (equivale a 5,9 salários mínimos). Por ser corrigido, anualmente, apenas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor INPC, ele não equivale mais a 10 salários mínimos, como era no ponto-de-partida. Segundo o Ministério da Previdência, de cerca de 19,2 milhões pessoas recebiam aposentadorias, cujos valores médios eram: urbana R$ 1.443,46 e rural R$ 843,54. Entre os 33,8 milhões de beneficiários, 84% recebiam até 2 salários mínimos; acima de 5 salários mínimos, só 240 mil pessoas.

Limite da Previdência Social Para obter o teto da aposentadoria, é necessário uma combinação de uma idade mais elevada, na faixa além dos 60 anos, e com tempo de contribuição também mais elevado, além de 40 anos. Então, é preciso trabalhar por mais tempo e ter um salário alto que permita a contribuição máxima durante o maior período possível.

entidades fechadas de previdência complementar As entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) são também chamadas de fundos de pensão. É nome consagrado pela prática, embora não conste da lei, e que resultou da versão imperfeita da expressão inglesa pension funds. A versão mais adequada teria sido fundos de previdência, já que pensão, no Brasil, é termo mais associado a um tipo específico de benefício previdenciário, pago a cônjuge sobrevivente e filhos menores de um segurado em regime previdenciário, e não à previdência em sentido amplo, que abrange, além das pensões, benefícios por doença, invalidez, aposentadoria, etc. 6

Objetivo principal O sucesso no objetivo principal do fundo de pensão (pagar benefícios) depende do êxito na aplicação dos recursos de terceiros que ele arrecada e que, na qualidade de administrador, investe. As EFPC são investidores institucionais com grande volume de funding, capazes de interferir na condução da política econômica do País. Isto ocorre devido a sua capacidade de impulsionar ou retrair atividades econômicas específicas, pelo aumento ou retração dos investimentos que fazem em determinados setores da economia. 7

Aspectos fundamentais dos investimentos dos fundos de pensão 1. são recursos de terceiros, e portanto devem ser geridos com a prudência que esta situação exige, principalmente porque sua finalidade é pagar benefícios quando há perda da capacidade laborativa do participante (morte, invalidez); 2. são recursos de vulto, porque são resultado da reunião da aplicação previdenciária de várias pessoas, para ser investida coletivamente; 3. são recursos disponíveis por longo prazo, porque, em geral, a relação de um participante com seu plano de previdência administrado por fundo de pensão dura décadas; 4. são recursos destinados a se tornarem líquidos, porque em algum momento deverão ser convertidos em dinheiro para pagamento de benefícios previdenciários (renda mensal, pecúlio, etc.). 8

Fundo de pensão: adequar a atividade-meio (investir) à atividade-fim (pagar benefícios) Ao fundo de pensão, na qualidade de administrador de recursos de terceiros acumulados em planos de previdência, cabe pensar em tudo isto quando for investir o capital gerido: 1. a segurança do investimento, 2. o balanceamento entre: a parcela de recursos que pode ser investida no longo prazo, provavelmente alcançando maior rentabilidade, e a parcela que deve ser mantida com a devida liquidez, para fazer frente aos compromissos de curto prazo (despesas administrativas, benefícios já concedidos). 9

Atividade privada sujeita à regulação Ainda que as EFPC sejam pessoas jurídicas de direito privado, que gerem recursos de terceiros igualmente privados (as pessoas físicas participantes dos planos de previdência), a sua atividade é disciplinada pelo Poder Público. O Estado regula a atuação dos fundos de pensão porque ela resulta na formação de funding previdenciário de grandes proporções que: 1. tem origem em esforço coletivo de diversas pessoas físicas e jurídicas, 2. conta com incentivos fiscais por parte do Estado e 3. tem a finalidade social de pagar benefícios. 10

EFPC e Mercado de Capitais Pela vocação natural para o alongamento do perfil das suas aplicações, os recursos das EFPC podem representar fonte estável de funding de longo prazo que possibilite o desenvolvimento do mercado de capitais por meio de condições de financiamento às empresas essenciais ao desenvolvimento estratégico nacional.

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EFPC - Fundos de Pensão Fechados

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R$ 367 bilhões = 49% 442 mil particip. = 17% 17

Seleção de Carteira de Ativos Financeiros por conta própria ou por terceiros (gestores PGBL/VGBL)? 18

Previdência Complementar Há Fundos de Previdência Aberta ou Privada (Plano Gerador de Benefício Livre PGBL). Mas seus regimes de capitalização com contribuição definida e benefícios incertos também preocupam seus participantes. Investidores qualificados, supostamente com Educação Financeira suficiente, constituem uma minoria ou a elite financeira. A riqueza domiciliar média no país triplicou de US$ 7.900 por adulto em 2000 para US$ 23,4 mil por adulto em 2014. Havia no país 225 mil indivíduos com patrimônio acima de US$ 1 milhão (R$ 2,39 milhões), em 2014.

Riqueza e Renda Uma pessoa precisa de um patrimônio de US$ 3.650, descontadas as dívidas (e o valor da residência), para estar na metade mais rica do mundo; para estar entre os 10%, são US$ 77 mil; para estar no 1% mais rico, é preciso ter US$ 798 mil. Para fazer parte do 1% mais rico, em São Paulo, é preciso ter uma renda individual mensal de ao menos R$ 15 mil; essa fatia acomoda pouco mais de 100 mil pessoas, entre empresários, altos executivos, profissionais liberais e gestores do próprio patrimônio.

Estoque de Riqueza Financeira Número de Investidores > R$ 300.000 644.003 > R$ 700.000 221.194 > R$ 1.000.000 130.861 > R$ 3.000.000 57.705 > R$ 10.000.000 8.842 > R$ 20.000.000 3.902 Tipo Número de Investidores Tesouro Direto 378.267 CBLC (ações) 571.963 Fundos de Pensão Fechados 2.276.000 Fundos de Pensão Abertos 13.400.000 Fundos de Investimentos - Varejo 7.554.562 Depositantes de Poupança 97.984.000 Fonte: Anbima / FGC / Abrapp / Fenaprevi / Bovespa-BMF - 2014 ¾ < R$ 1.000 21

Obs.: (1) EFPC Emp. Públicas, EFPC Emp. Privadas, Seguradoras, EAPC, RPPS, Capitalização, Fundos de Investimento; (2) Corporate, Middle Market; (3) Varejo, Varejo Alta Renda. EFPC = Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão). EAPC = fundos de pensão abertos (PGBL/VGBL). 22

EAPC = fundos de pensão abertos (PGBL/VGBL) já possuem o maior percentual do Patrimônio Líquido (PL) entre os Investidores Institucionais. 23

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Fundos de Investimentos Financeiros para Carregamento de Títulos da Dívida Pública Gráfico II - Evolução por Ativos %

ANBIMA» Fundos de Investimento Rankings Ranking Global de Administração de Recursos de Terceiros AuM por Clientes Dados em R$ milhões Abr/17 Ordem Administrador Participação Participação Total de Clientes Percentual em Valor Percentual em Clientes (sem dupla contagem) 1 BB DTVM S.A 803.510,0 23% 20% 2.077.774 2 ITAU UNIBANCO SA 606.378,0 17% 22% 2.315.945 3 BRADESCO 552.991,3 73% 16% 90% 30% 3.086.796 4 CAIXA 305.728,8 9% 10% 1.040.193 5 BANCO SANTANDER (BRASIL) SA 265.979,6 8% 8% 815.556 6 BEM 204.215,0 6% 0% 41.234 7 INTRAG 156.777,6 5% 0% 32.553 8 BNY MELLON SERVICOS FINANCEIROS DTVM SA 103.305,4 3% 3% 300.107 9 CREDIT SUISSE HEDGING GRIFFO COR VAL S.A 95.868,4 3% 0% 17.196 10 J SAFRA ASSET MANAGEMENT 83.433,1 2% 1% 56.692 11 BTG PACTUAL 77.475,5 2% 0% 45.259 12 CITIBANK 51.728,2 1% 0% 47.892 13 VOTORANTIM ASSET 39.916,4 1% 0% (893) 14 BNP PARIBAS 33.970,4 1% 0% 5.580 15 WESTERN ASSET 31.583,8 1% 1% 64.916 16 SUL AMERICA INVESTIMENTOS 23.596,2 1% 0% 7.461 14 OUTROS 41.832,6 1% 4% 416.221,0 Total 3.478.290,3 100% 100% 10.370.482 *Medido pelo valor dos ativos em portfolio (exceto cotas de fundos de investimento) Total Global de Ativos (*)

Ranking Global de Administração de Recursos de Terceiros AuM por Investidor Dados em R$ milhões Ordem Administrador (a) (b) (c) (d) Total Global de Ativos (*) EFPC EFPC Seguradora EAPC Emp.Públicas Emp. Privadas 1 BB DTVM S.A 803.510,0 101.642,1 8.260,6 19.082,7 211.892,9 2 ITAU UNIBANCO SA 606.378,0 758,3 53.533,8 15.265,1 148.911,0 3 BRADESCO 552.991,3 5.344,3 22.430,2 26.534,5 212.929,8 4 CAIXA 305.728,8 46.859,2 5.156,3 3.363,3 40.641,2 5 BANCO SANTANDER (BRASIL) SA 265.979,6 4.709,0 52.502,3 6.237,3 35.658,9 Total 3.478.290,3 220.855,9 302.675,3 113.427,5 684.280,8 (e) (f) (g) (h) (i) (j) Capitalização Corporate Middle Market Private Varejo Alta Renda Varejo 10.524,7 37.116,5 18.076,7 35.199,4 59.249,1 104.278,6 1.750,2 67.175,5 37.275,6 130.268,3 105.042,1 36.016,2 8.120,8 118.321,4 22.086,6 31.521,7 47.797,0 43.019,2 917,8 40.266,0 6.164,9 12.929,4 31.263,7 30.765,9 1.981,0 25.020,2 30,5 38.071,4 49.341,8 14.678,8 25.732,1 366.196,9 92.631,9 516.012,8 328.832,1 256.141,8 Fonte: ANBIMA abril de 2017

Ranking Global de Administração de Recursos de Terceiros AuM por Investidor Dados em R$ milhões Ordem Administrador (a) (b) (c) (d) Total Global de EFPC EFPC Ativos (*) Seguradora EAPC Emp.Públicas Emp. Privadas 1 BB DTVM S.A 100% 13% 1% 2% 26% 2 ITAU UNIBANCO SA 100% 0% 9% 3% 25% 3 BRADESCO 100% 1% 4% 5% 39% 4 CAIXA 100% 15% 2% 1% 13% 5 BANCO SANTANDER (BRASIL) SA 100% 2% 20% 2% 13% Total 100% 6% 9% 3% 20% *Medido pelo valor dos ativos em portfolio (exceto cotas de fundos de investimento) Ordem Administrador (h) (i) (j) Private Varejo Alta Renda Varejo 1 BB DTVM S.A 4% 7% 13% 2 ITAU UNIBANCO SA 21% 17% 6% 3 BRADESCO 6% 9% 8% 4 CAIXA 4% 10% 10% 5 BANCO SANTANDER (BRASIL) SA 14% 19% 6% Total 15% 9% 7% (e) (f) (g) Ordem Administrador Middle Capitalização Corporate Market 1 BB DTVM S.A 1% 5% 2% 2 ITAU UNIBANCO SA 0% 11% 6% 3 BRADESCO 1% 21% 4% 4 CAIXA 0% 13% 2% 5 BANCO SANTANDER (BRASIL) SA 1% 9% 0% Total 1% 11% 3% (k) (l) (m) (n) (o) Ordem Administrador Fundos de Poder Público RPPS Investimento Estrangeiros Outros 1 BB DTVM S.A 17% 6% 0% 1% 0% 2 ITAU UNIBANCO SA 1% 1% 0% 0% 0% 3 BRADESCO 0% 1% 1% 0% 0% 4 CAIXA 10% 19% 0% 0% 0% 5 BANCO SANTANDER (BRASIL) SA 4% 0% 2% 8% 0% Total 6% 4% 3% 3% 2%

PJ (pessoas jurídicas: Capitalização, Corporate e Middle Market):15%. Fundos de pensão fechados (EFPC) detinham 15% do patrimônio líquido total; seguradoras: 3%; fundos de pensão abertos (EAPC): 20% Patrimônio líquido dos fundos: R$ 3,478.290 trilhões PF (pessoas físicas: Private, Varejo Alta Renda e Varejo): 31%. Esses investidores institucionais acumulavam 38% da "indústria de fundos. Poder Público, RPPS, FIF, Estrangeiros e Outros: 18%.

Gráfico IV - Evolução por Investidor % Obs.: Institucional: EFPC Emp. Públicas, EFPC Emp. Privadas, Seguradoras, EAPC, Capitalização, Fundos de Investimento Corporate: Corporate, Middle Market Varejo: Varejo, Varejo Alta Renda Outros: Outros, Estrangeiros Poder Público: Poder Público, RPPS Private: Private

Patrimônio Líquido por Classe ANBIMA x Segmento de Investidor Dados em R$ milhões referente ao ano Março de 2017 EFPC Emp. EFPC Emp. Classe ANBIMA Públicas Privadas Seguradora Renda Fixa 124.802,5 178.475,1 67.168,5 27.776,9 Ações 48.482,1 17.812,5 460,0 106,1 Multimercados 37.618,6 103.391,0 4.679,6 692,1 Cambial 14,3 4,1 124,3 1,8 Previdência - 164,1 15.265,3 629.607,8 ETF - 1.772,2 - - FIDC 163,1 468,7 121,1 6,4 FIP 4.526,2 5.452,9 65,6 4,8 FII 313,5 344,1 38,5 2,0 R$ 523.804,8 Off-Shore - - - - Total 215.920,3 307.884,5 87.922,8 658.198,0 Dados em R$ milhões referente ao ano Classe ANBIMA Capitalização Corporate Middle Market Private Varejo Alta Renda Varejo Renda Fixa 13.699,6 290.293,7 84.458,0 151.508,3 285.737,7 232.114,3 Ações 81,8 884,8 590,3 39.217,5 8.588,3 10.380,5 Multimercados 122,2 79.341,2 2.847,1 317.914,8 25.759,3 19.798,3 Cambial - 914,4 210,5 565,8 538,6 288,6 Previdência - - - - - 607,2 ETF - 0,0-2,5 62,6 0,5 FIDC 13,0 48.896,8 1.529,8 6.958,3 1.317,9 752,0 FIP - 20.410,5 895,0 42.632,7 1.954,6 344,1 FII 23,4 9.607,7 474,6 15.138,5 4.118,0 4.100,3 Off-Shore - - - - - - Total 13.940,1 450.349,1 91.005,4 573.938,4 328.077,0 268.385,9 EAPC

Em 2015, o PIB caiu -3,8%, as EAPC aumentaram reservas em 22%. Em 2016, o PIB caiu -3,4%, as EAPC aumentaram reservas em 24%. Em março de 2017, o patrimônio das EAPC ultrapassou R$ 690 bilhões. Em novembro de 2016, foram contabilizadas 12.937.359 pessoas com planos contratados. Deste total, 9.768.081 são pessoas com planos individuais e 3.159.278 com planos empresariais. Planos Previdenciário Abertos em julho de 2014 tinham carteira de investimentos de R$ 405,1 bilhões. Na análise por tipo de produto, a carteira de investimentos do VGBL era de R$ 270,6 bilhões (67%) e a carteira do PGBL R$ 85,7 bilhões (21%). 32 A carteira dos planos tradicionais, por sua vez, registrou R$ 48,6 bilhões (12%).

Previdência Complementar Privada: fundos de pensão fechados ou abertos?

Concentração de Riqueza 34

fortuna dos bilionários brasileiros: R$ 850,76 bilhões Em 2004, ano da fusão da Ambev com a belga Interbrew, o empresário suíço-brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, em 26 de agosto de 1939, Jorge Paulo Lemann apareceu, pela primeira vez, em uma lista de bilionários de FORBES. Então com fortuna de 1,1 bilhão de dólares, o hoje homem mais rico do Brasil figurava na posição 514 da lista global, empatado com outros 38 endinheirados do mundo. Bastaram 12 anos para que sua fortuna se multiplicasse por 30 (US$ 38,7 bilhões) e o inscrevesse entre os 20 mais abastados do mundo, na frente de mitos do dinheiro como o investidor George Soros. Em reais, Lemann rompeu a marca dos R$ 100 bilhões. Isolado na primeira colocação da versão 2016 da lista de FORBES Brasil, detinha sozinho 12% da soma dos patrimônios de todos os 165 brasileiros listados, cuja fortuna alcançou R$ 850,76 bilhões, o equivalente a quase 15% do PIB do país em 2015.

A soma das fortunas dos 37 bilionários brasileiros atingia US$ 154,5 bilhões, em março 2012. Para comparar, o total dos ativos dos fundos de pensão fechados no País alcançava, em junho de 2012, cerca de US$ 306,7 bilhões ou R$ 620 bilhões, quase o dobro da fortuna dessas pessoas físicas. Em dezembro de 2011, os participantes ativos dos fundos de pensão eram 2.187.036 e os dependentes, 3.568.416. 5 maiores fundos de pensão (PREVI, PETROS, FUNCEF, FUNCESP, VALIA): 50% do investimento; 16% dos participantes ativos. Na Era Social- Desenvolvimentista, o capital de base trabalhista, quando agregado, superava o capital dos maiores capitalistas.

A soma das fortunas dos 165 bilionários brasileiros atingia R$ 850,76 bilhões, em março 2017. Para comparar, o total dos ativos dos fundos de pensão fechados no País alcançava, em dezembro de 2016, cerca de R$ 755 bilhões, menos do que a fortuna somada desses bilionários. Em dezembro de 2016, os participantes ativos dos 256 fundos de pensão eram 2.542.055 e os dependentes, 3.908.049. Fundos de pensão abertos: 12.927.259 planos contratados (9.768.081 pessoas com planos individuais e 3.159.278 com planos empresariais) em novembro de 2016. Antes, o capital de base trabalhista, quando agregado, superava o capital dos maiores capitalistas, agora não...

HNWI: High Net Worth Individual Indivíduos com Elevado Patrimônio Líquido

Pico em 2013: 172.200 pessoas milionárias em dólares

Pico em 2010: US$ 4,074 trilhões; queda para US$ 3,723 trilhões em 2015.

Investimentos imobiliários (21,9%), liquidez (21,7%), renda fixa (20,3%), alternativos (18,9%) e ações (17,1%).

Os dados de patrimônio disponível para investimento incluem: o valor de posições em empresas de capital fechado apresentadas pelo valor contábil, ações cotadas em Bolsas de Valores, títulos de investimentos, fundos mútuos e depósitos em dinheiro. Os dados de patrimônio disponível para investimento não incluem: artigos de coleção, produtos de consumo, bens de consumo duráveis e imóveis usados como residência principal.

Renda do Trabalho (13º. Salário) > Rendimentos de Aplicações Financeiras

Isenções da Renda do Capital

636.702 milionários em B&D per capita com RT + TE acima de 30 sm (R$ 23.640 em 2015)

749.571 milionários em B&D per capita com RT + TE acima de 40 sm (R$ 31.520 em 2015)

Se agregarmos todos os Bens e Direitos que constituem ativos imobiliários, seu percentual no portfólio agregado soma 40%. Segundo a PNAD 2011, o numero estimado de domicílios particulares permanentes foi de 61,3 milhões; desse total, 45,8 milhões (74,8%) eram domicílios próprios. Os outros Bens e Direitos (- 8% de automotores) representariam ativos financeiros com o valor de 52% de R$ 4,464 trilhões, ou seja, pessoas físicas detinham estoque de riqueza financeira de R$ 2,321 trilhões (77% de R$ 3 trilhões que era o total de Haveres Financeiros no País, detidos tanto por PF quanto por PJ em dez/2010). Este valor dos ativos financeiros era o saldo em fim do ano de 2010, enquanto o valor total dos imóveis era histórico.

Classe Rica - A (1%): 275.188 declarantes Classe Média Alta - B (9%): 2,477 milhões Classe Média Média - C (40%): 11 milhões Classe Média Baixa - D (50%): 13,759 milhões Classe E de não-declarantes: 61,5 milhões da PO 50

Renda e Riqueza Per Capita das Castas Brasileiras 4.111 mil (15%) Renda: R$ 148 mil Riqueza: R$ 504 mil Comerciantes Ex.: se a sociedade brasileira fosse igualitária na distribuição de renda entre as castas, o rendimento de cada declarante seria R$ 6.483,48 / mês (~ 10 SM 2013) => classe média alta. 983 mil (4%) Renda: R$ 148 mil Riqueza: R$ 440 mil Sábios-Tecnocratas 2.951 mil (11%) Renda: 76 mil Riqueza: R$ 272 mil Sábios-Universitários Renda 3 X Riqueza 6 X 2,289 mil (9%) Renda: R$ 50 mil Riqueza: 226 mil Sábios-Pregadores 838 mil (3,2%) Renda: R$ 80 mil Riqueza: 188 mil Guerreiros 6.495 mil (25%) Renda: R$ 44 mil Riqueza: R$ 81 mil Trabalhadores Fonte: DIRPF 2014-13 Obs.: entre 26,5 milhões de declarantes, 8,8 milhões eram inválidos e

13.665 Procuradores R$ 1.185 mil 318.203 Médicos R$ 676 mil 6.166 Operadores BV R$ 672 mil Ranking das 10 > Riquezas Per Capita por Ocupação 9.340 Titulares de Cartório R$ 1.135 mil 2.655 Diplomata R$ 794 mil 358.203 Fazendeiros R$ 658 mil 20.330 Poder Judiciário R$ 1.132 mil 5.893 Atletas R$ 816 mil 4.759 Atores e Diretores R$ 633 mil 2.793.325 Empresários R$ 622 mil 52

9.340 Titulares de Cartório R$ 983 mil 27.178 AGU R$ 204 mil 12.056 Pilotos R$ 175 mil Ranking dos 10 > Rendimentos Anuais Per Capita por Ocupação 13.665 Procuradore s R$ 313 mil 68.160 SRF R$ 205 mil 318.203 Médicos R$ 170 mil 44.768 Poder Legislativo R$ 127 mil 20.330 Poder Judiciário R$ 300 mil 5.423 BCB/CVM R$ 206 mil 5.893 Atletas R$ 149 mil 2.655 Diplomatas R$ 127 mil 53

Faixas Salariais em 2015

Estratificação Social em Classes de Riqueza Financeira Concentração Riqueza financeira per capita: CMA = 3,5 CMB; PB = 151 CMB; PB = 42,5 CMA

Concentração de Riqueza Financeira nos Ricaços A riqueza financeira de 112 mil clientes sob gestão de patrimônio especial dos bancos em sete anos multiplicou em quase três vezes (2,86) seu valor nominal, acumulando mais R$ 540 bilhões ou mais de ½ trilhão de reais! dez09- dez16 = 9% do PIB de 2016: (R$ 6.267,0 bilhões) > déficit nominal. Obs.: Riqueza média de cada família dos 54.100 grupos econômicos em dezembro de 2016: R$ 15.371.414,58

Consolidado da Indústria (R$ Milhões) e Número de Clientes por Produto Mar/17 VALORES CONTAS Per Capita VALORES CONTAS TOTAL (Varejo Trad. + Varejo Alta Renda) 1.583.631,44 67.097.142 23.602,07 100% 100% 1. FUNDOS DE INVESTIMENTO 555 / FMP 442.109,27 4.804.328 92.023,12 28% 7% 2. FUNDOS ESTRUTURADOS / ETF 8.724,41 79.502 109.738,30 1% 0% 3. TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS 528.228,39 5.427.517 97.324,13 33% 8% SUBTOTAL (FIF + TVM) 979.062,07 10.311.347 94.949,97 62% 15% 4. POUPANÇA (> R$ 100,00) 604.569,37 56.785.795 10.646,49 38% 85% Fundos de Ações - 157 839,68 3.151.160 266,47 Poupança (Saldo <= R$ 100,00) 1.146,29 77.904.647 14,71 VAREJO TRADICIONAL 857.243,29 61.336.682 13.976,03 SUBTOTAL (FIF + TVM) 331.102,75 6.657.690 49.732,38 18% 64% 4. POUPANÇA (> R$ 100,00) 526.140,55 54.678.992 9.622,35 VAREJO ALTA RENDA 726.388,15 5.760.460 126.098,98 SUBTOTAL (FIF + TVM) 647.959,33 3.653.657 177.345,42 35% 35% 4. POUPANÇA (> R$ 100,00) 78.428,82 2.106.803 37.226,46 POSIÇÃO DE AuM DO PRIVATE BANKING 877.594,40 114.802 7.644.417,33 47% 1% TOTAL (SEM DEPÓSITOS DE POUPANÇA) 1.856.656,47 10.426.149 100% 100% TOTAL (COM DEPÓSITOS DE POUPANÇA) 2.461.225,84 67.211.944

Planejamento de Aposentadoria

miopia Na fase de acumulação de recursos e planejamento de sua aposentadoria, os investidores em geral acham que serão capazes de ter aposentadoria confortável, mas não sabem responder quanto vão precisar aplicar, periodicamente, para alcançar esse conforto esperado. Como não conseguem saber de quanto vão precisar, mas confiam que vão conseguir, em geral, aplicam menos do que necessitariam. Esse fenômeno é chamado de miopia, pois faz com 63 que os investidores não consigam enxergar o problema que estão criando para seu próprio futuro.

economizar e investir A falta de recursos para o futuro é consequência da falta de planejamento e controle dos investidores. As necessidades presentes de consumo têm mais força do que a necessidade de investir para o futuro longínquo. As pessoas sentem a necessidade de satisfazer 64 seus desejos em curto prazo (consumo) e apenas pensam em satisfazer aplicação e ao consumo.

ganho extraordinário versus ordenado ordinário Os recebimentos concentrados em pagamento único, como bônus anuais, em geral são facilmente aplicados, porém, aumentos nos rendimentos mensais tendem a aumentar o consumo do indivíduo. Aumento anual de, p.ex., R$ 12.000,00 pode ser mais facilmente aplicado (ou não), dependendo de como é pago. Ao receber de uma vez essa quantia, o investidor tenderá a investi-la, porém, se receber R$ 1.000,00 por mês em seu salário, provavelmente aumentará seu consumo mensal 65 e o aumento da renda não aumentará em nada seu conforto na aposentadoria.

aversão à perda com foco no curto prazo No momento de alocar os recursos destinados à aposentadoria, os investidores são excessivamente conservadores para suas necessidades. Por quê? Simplesmente porque os investidores focam suas decisões com a costumeira aversão à perda no curto prazo e, assim, carregam mais renda fixa do que ações, em suas carteiras, para a aposentadoria. Esse excesso de conservadorismo proveniente do foco nos resultados de curto prazo de carteiras que deveriam ser analisadas no longo prazo pode ser amenizado ou potencializado pelas experiências passadas do indivíduo em questão, pois investidores que experimentaram maus investimentos tendem a ser mais pessimistas e, portanto, mais conservadores do que aqueles que experimentaram retornos excepcionais. 66

rotina de aplicações Artifício bastante utilizado por investidores e assessores financeiros nas alocações de ativos com risco é o preço médio. Quando o investidor pretende alocar muitos recursos, em mercados de risco, ele não aplica tudo de uma vez, para evitar os malefícios de fenômenos psicológicos como arrependimento e aversão à perda. A disciplina de investir quantias fixas todos os meses, não importando como o mercado se encontra, no momento, minimiza os efeitos desses fenômenos e faz com que o investidor se sinta bem com a rotina da sua vida financeira, não deixando, assim, que movimentos de curto prazo do mercado atrapalhem sua alocação planejada em risco. 67

fases de acumulação e de consumo de reservas Há mudança de hábito dos investidores quando eles passam da fase de acumulação de reservas para a aposentadoria para a fase de consumo dessas reservas. Na fase de acumulação, as necessidades imediatas são muito mais importantes e presentes para os investidores do que as necessidades futuras. Porém, quando esses investidores têm que vender alguma ação com prejuízo, em sua fase de aposentados, para consumir, preferem não fazê-lo, se dispondo, inclusive, a sacrificar seu nível de consumo por tempo suficiente até que o preço da ação se valorize, ou seja, pensam então no futuro! 68

regra de aposentados Essa postura conservadora justifica a preferência pelas ações que pagam dividendos, pois esses últimos são vistos como renda e juntam-se aos juros pagos pelos títulos de renda fixa e aos proventos nas contas mentais dos investidores. A regra que domina os investidores, a partir da entrada na aposentadoria, é que, se para consumir é necessário se utilizar de capital, não se consome! Essa regra comportamental é muito diferente da atitude adotada nos tempos de acumulação. 69

investidores ajustam consumo na aposentadoria Aqueles indivíduos que foram capazes de planejar sua aposentadoria, investindo em ativos que geram renda, p.ex., aluguéis de imóveis, mantiveram seus níveis de consumo intactos. Já aqueles indivíduos que não souberam planejar sua aposentadoria, ou não souberam extrair renda de seus ativos, p.ex., ações, apresentaram quedas importantes em seus hábitos de consumo, reduzindo assim drasticamente seu padrão de vida. 70

conselhos de assessor financeiro Tarefas aparentemente racionais, como 1. selecionar carteira de investimentos, 2. tomar contato e seguir ou não os conselhos de assessor financeiro ou mesmo 3. planejar a aposentadoria, sujeitam os investidores a diversos fenômenos comportamentais que faz com que eles falhem nessas tarefas. Como se não bastassem todas as armadilhas que a natureza humana dos investidores arma, eles tendem a aconselhar-se com assessores financeiros que, claro, são mais treinados e acostumados ao dia a dia do mercado, mas que, antes de mais nada, são humanos e, portanto, estão também sujeitos a diversos fenômenos comportamentais. 71

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