INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE FINANCIAMENTO DE PROJETOS DE BIOGÁS DE ATERROS SANITÁRIOS



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Transcrição:

INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE FINANCIAMENTO DE PROJETOS DE BIOGÁS DE ATERROS SANITÁRIOS LMOP Treinamento de Operação de Aterros Ribeirao Preto, 17 de Setembro de 2010

Custos de Projeto que podem se beneficiar do financiamento Custos de desenvolvimento Estudos Viabilidade, Interconexão, meio ambiente, geotécnico e licenciamento Infra-estrutura Projeto de redução de GEE Sistema de coleta de gás, equipamentos de monitoramento Projeto de eletricidade Interconexão (rede elétrica), Gensets, tratamento do gás, equilíbrio da planta Projeto de uso direto Tubulação, tratamento do gás, modificações nos equipamentos do usuário final Operação Expansões, garantias/ títulos de desempenho 2

Financiamento de Projetos Estruturas Típicas Financiamento tradicional da dívida O empreendedor do projeto pega dinheiro emprestado da entidade financeira com recurso (corporativo) ou sem recurso (financiamento do projeto). Financiamento de Carbono O empreendedor assina um Contrato de Compra de Reduções de Emissões (ERPA); A entidade financiadora fica com o direito parcial ou total dos créditos de GEE por um período em troca do pagamento adiantado para implantação do projeto. Concessão ou Capital de Terceiros O aterro/ proprietário dos direitos do biogás assina acordo com uma terceira entidade para desenvolver & implantar o projeto em troca de royalty Parceria Público Privada (i.e. BOT Constrói-Opera-Transfere) Financiamento do Patrimônio Entidade financiadora provê capital para o empreendedor em troca de direitos por determinado período para obter créditos de GEE, RECs, créditos de impostos, fluxo de receitas...etc. 3

Fontes de Financiamento/ Fundos no Brasil Fontes Potenciais no Brasil Bancos de Desenvolvimento BNDES Caixa Econômico Federal Programas Governamentais ou Bancos Estaduais de Desenvolvimento com Programas para Resíduos Sólidos ou Energia Renovável Programas de Aterros Sanitários novos ou regionais podem ter fundos para sistemas de coleta de biogás Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Nossa Caixa de Desenvolvimento (São Paolo) BDMG Programa SOMMA Bancos Comerciais Brasileiros Mercado de Capitais Brasileiro (pode ser possível ) 4

Fontes de financiamento Bancos Internacionais Dominado por banco majoritários Fortis, Mizuho, TD Banknorth, Santander, HSBC, Dexia, Espirito Santo Atual limite no apetite devido às incertezas do mercado de carbono Tipicamente em carteira de projetos de energia renovável com o GEE como potencializador de receitas Financiamento de equipamentos (i.e. Caterpillar Financial, GE Capital) Bancos de exportação / importação internacionais US, Canadá, Japão, China, maior parte dos países europeus Entidades multilaterais Setor público Banco mundial (IBRD), banco interamericano de desenvolvimento (IDB) Empréstimos ao setor privado International Finance Corp (IFC), Interamerican Investment Corp (IIC) 5

Fontes de financiamento Investidores e empreendedores Foco em energia renovável: HazTec/Estre, Biogas, Econergy, AES, Clean Energy, E.ON, Iberdrola, RWe, ENEL Foco em GEE MGM, Bionersis, Veolia, GreenGas, Endesa Carbono, Solvi e companhias de resíduos sólidos regionais com direitos sobre o biogás (i.e. Loga, Ecourbis, Haztec/Estre) Fundos de Carbono World Bank Carbon Funds, Nordic Environment Investment Corp (NEFCO); KfW, Gazprom Fundos de capital privado One Equity, MIG, Arclight, BBWP, Marathon 6

Fontes de Incentivos/ Receitas Há diferenças entre fontes de incentivos e fontes de financiamento Créditos de redução de emissões de GEE UNFCCC s Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) Vendas de energia MWh venda de eletricidade MMBtu venda de biogás ou energia térmica (i.e. uso direto) Incentivos Energia Renovável (RECs) Tarifas de energias renováveis Outras tarifas Tarifa de iluminação pública municipal Fundos perdidos ou financiamentos para assistência técnica/suporte para desenvolver o projeto M2M, USTDA, USAID 7

Comercialização de Energia Crise energética de 2001 Novo modelo do setor elétrico brasileiro, anunciado em 2003, estabeleceu dois tipos de mercados Ambiente de Contratação Regulada (ACR): Contrato entre agentes de geração e distribuição de energia elétrica com preço fixo (estipulados por leilões) Ambiente de Contratação Livre (ACL): Contrato entre agentes de geração, comercialização, importadores e exportadores de energia, e consumidores livres (demanda mínima de 3MW) 8

Energia Renovável PROEOLICA em 2002 PROINFA em 2002 1 a Fase: Contratação de 3.300 MW de energia renovável no Sistema Interligado Nacional (SIN) por 20 anos 2ª Fase: Assegurar que 10% da demanda energética venha de fontes renováveis, leilões de energia 9

Energia Renovável Consumidores Especiais (demanda mínima de 500 kw) passaram a ter direito de adquirir energia a partir de fontes alternativas dentro do ACL Empreendimentos com potência instalada <= 1.000 kw Fontes renováveis (PCHs, eólica, biomassa ou solar) com potência instalada <= 50.000 kw 10

Energia Renovável 50% de redução da tarifa de uso dos sistemas de transmissão e distribuição para determinadas fontes de energia renovável 100% de redução da tarifa de uso dos sistemas de transmissão e distribuição quando 50% ou mais do insumo energético for resíduos sólidos urbanos e/ou biogás de aterro sanitário Usina perde desconto se comprar energia convencional em montante superior a 49% de sua Garantia Física 11

Opções de Venda de Eletricidade 1. Venda no Mercado Spot (à vista) 2. Contrato com distribuidor de energia elétrica leilões (ACR) 3. Contrato com consumidor livre (ACL) 4. Leilões de energia renovável 12

Preço da Energia Elétrica (CCEE) Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) - preço pelo qual é valorada a energia comercializada no Mercado de Curto Prazo (Spot) 13

Preço da Energia Renovável 1º Leilão Energia Renovável em 2007, geração para 2010 1º Leilão Eólica em 2009 - contratação de 1.805,7 MW a um preço médio de venda de R$ 148,39/MWh. 14

Tarifas Médias por Classe de Consumo e Região (R$/MWh) Novembro 2009 (ANEEL) 15

Perguntas Jim Michelsen jmichelsen@scsengineers.com 16