CONDIÇÕES DE OFERTA DE GÁS NATURAL PARA O SETOR TÉRMICO

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Transcrição:

CONDIÇÕES DE OFERTA DE GÁS NATURAL PARA O SETOR TÉRMICO Prof. Marcelo Colomer Campinas Julho de 2013

Matriz Termelétrica Importância crescente do gás natural na matriz térmica brasileira chama a atenção da importância das condições futuras de oferta 2

10 3 Toneladas Geração a Carvão Razoáveis reservas de carvão de baixa qualidade; Crescimento recente do consumo de carvão na geração termelétrica; Consumo de Carvão na Geração de Eletricidade O desenvolvimento das tecnologias de Clean Coal tende a aumentar o espaço para o carvão. Restrição na Oferta de Gás: Pode contribuir para o crescimento da demanda de carvão; As questões ambientais são a principal barreira a expansão da participação do carvão; Fonte: BEN 2013 3

Geração Nuclear Envolve uma decisão de Estado; Brasil possui reservas de urânio e detém tecnologia de enriquecimento de urânio; A manutenção do programa nuclear tem importância estratégica para Brasil; Não implica em emissões de gases do efeito estufa. Tecnologia cara, sem perspectiva de barateamento substancial e que envolve um temor ambiental que foi acirrado pelo acidente de Fukushima; 4

Fontes Atuais de Suprimento de Gás Natural Atualmente o suprimento de gás natural depende da importação É possível manter o desenvolvimento térmico a gás com base nesse perfil? Fonte: MME, 2013 5

Alternativas de Suprimento de Gás Natural GNL Bolívia Térmica Produção Offshore Argentina Produção onshore 6

Oferta Argentina Forte crescimento da demanda sustentada por preços internos baixos; Política de preços não estimula o investimento em produção; Política Energética orientada para o mercado interno Fonte: Brandt, 2013 7

Alternativas de Suprimento de Gás Natural GNL Bolívia Produção onshore Térmica x Argentina Produção Offshore 8

Oferta Boliviana (I) Novo ambiente regulatório e institucional reduziu os investimentos e E&P; Forte crescimento da demanda interna sustentada por preços domésticos reduzidos (14% a.a); Política Energética orientada para o mercado interno FONTE: Elaboração Própria 9

Oferta Boliviana (II) No cenário de oferta restringida não é possível cumprir com os contratos de exportação de gás para o Brasil e Argentina; No cenário de oferta negociada seria possível atender à demanda dos contratos atuais. FONTE: Elaboração Própria 10

Alternativas de Suprimento de Gás Natural x Bolívia GNL Térmica Produção onshore x Argentina Produção Offshore 11

GNL (I) Segundo Barroso e Bezerra (2012), considerando um nível de inflexibilidade de 40% o preço do gás deve se situar abaixo de U$8,5/Mmbtu para viabilizar projetos termelétricos considerando o preço teto do leilão A-3 de 2012. 12

GNL (II) FONTE: WEO 2012 13

Projeção Custo GNL Brasil (us/mbtu) Henry Hub Liquefação Frete Brasil Regas Brasil Gasoduto Brasil Preço Internalizado 2012 5,32 3,0 0,4 0,71 0,35 9,78 2013 5,47 3,0 0,4 0,71 0,35 9,93 2014 5,49 3,0 0,4 0,71 0,35 9,95 2015 5,63 3,0 0,4 0,71 0,35 10,09 2016 5,76 3,0 0,4 0,71 0,35 10,22 2017 5,83 3,0 0,4 0,71 0,35 10,29 2018 5,9 3,0 0,4 0,71 0,35 10,36 2019 5,99 3,0 0,4 0,71 0,35 10,45 2020 6,23 3,0 0,4 0,71 0,35 10,69 2021 6,48 3,0 0,4 0,71 0,35 10,94 FONTE: Elaboração Própria a partir de dados da EPE Um novo perfil de despacho térmico pode permitir melhores negociações... Mas, mesmo nesses casos não deve-se esperar preços baixos no médio e longo prazo; 14

Alternativas de Suprimento de Gás Natural x Bolívia? GNL Térmica Produção onshore x Argentina Produção Offshore 15

FONTE: USGS, ANP, EIA, RYSTAD, IEA DATABASES AND ANALYSIS. Produção Offshore BCM Reservas Recursos Produção acumulada Recusrsos % remanescente de Provadas 2012 Recuperáveis até 2012 Remanescentes recursos disponíveis Bacia de Campos 102 2.359 84 2.275 96 Bacia de Santos 223 6.357 16 6.341 100 Outras áreas offshore 65 2.419 76 2.342 97 TotalOffshore 390 11.135 176 10.958 - Capacidade de Produção Pré-Sal Legal MMm3/d 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Produção Bruta Pré-sal (R. Descobertas) 41,3 47,9 55,3 64,5 85,6 103,8 113,9 120,1 124,2 Queima (5%) 2,1 2,4 2,8 3,2 4,3 5,2 5,7 6,0 6,2 Consumo E&P (20%) 8,3 9,6 11,1 12,9 17,1 20,8 22,8 24,0 24,8 Reijeção (50%) 20,7 24,0 27,7 32,3 42,8 51,9 56,9 60,1 62,1 Oferta Líquida 10,3 12,0 13,8 16,1 21,4 25,9 28,5 30,0 31,1 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da EPE 16

Capacidade de Escoamento de Gás Natural Fonte: Petrobras 17

Alternativas de Suprimento de Gás Natural x Bolívia? GNL Térmica Produção onshore x Argentina ok Produção Offshore 18

Produção Onshore Reservas provadas em terra de 72 BCM; Produção em terra de 16 MMm3/d; Excetuando Urucu, o índice de aproveitamento em terra é de 86% Grande número de agentes; Áreas afastadas da malha de transporte. Fonte: Petrobras 19

Grande Potencial em Bacias Terrestres (I) Operadores: HRT, BR, Petra Operadores: OGX, BP, BR Fonte: ANP 20

Grande Potencial em Bacias Terrestres (II) Operadores: BR, Shell, IMETAME, Cisco, Orteng, Petra Fonte: ANP 21

Produção Onshore 22

FONTE: Elaboração Própria a partir de dados da ANP, operadores e EIA 23

Áreas potencias da 12ª Rodada de Licitação 24

Alternativas de Suprimento de Gás Natural x Bolívia? GNL Térmica ok Produção onshore x Argentina ok Produção Offshore 25

Desafios do Gás Não Convencional no Brasil (I) Importante reconhecer que o modelo americano não pode ser copiado ou replicado! Mas o modelo atual brasileiro pode ser alterado de forma a criar um ambiente regulatório e econômico mais favorável ao gás não-convencional 26

Desafios do Gás Não Convencional no Brasil (II) Desafio da regulação do upstream; Reduzir barreiras à entrada Viabilizar a rápida produção das descobertas Desafio da regulação ambiental; Desafios do acesso ao mercado; Escoamento/transporte Comercialização -> Importante papel das térmicas Desafios do financiamento 27

Obrigado!!! Contato: marcelo.colomer@ie.ufrj.br 28