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Transcrição:

Educação básica: avanços e retrocessos Por Bruno Costa Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal O legado dos governos Lula e Dilma na área da educação se expressa através de inúmeras políticas, marcos legais, programas e iniciativas que, vistos globalmente, revolucionaram a vida de milhões de brasileiros. Nada teria sido possível sem uma decisão política preliminar: ampliar o investimento em educação. Entre 2002 e 2015, o orçamento do Ministério da Educação foi elevado de R$ 18,01 bilhões para R$ 126,14 bilhões (2015). Evolução orçamentária do MEC (bilhões) Valores empenhados 62,46 50,98 25,2 30,06 35,35 40,82 22,68 19,8 18,01 74,42 126,14 90,56 101,9 116,07 0 20 40 60 80 100 120 140 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 Gráfico: Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal / Fonte de dados: SIMEC-MEC Investimento público em educação em relação ao PIB (%) 12 10 8 6 4 2 0 4,8 4,6 4,5 4,5 5 5,1 5,5 5,7 5,8 6,1 6,4 6,6 7 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 10 2009 2010 2011 2012 2013 Meta 2019 Meta 2024 Gráfico: Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal / Fonte de dados: SIMEC-MEC

A seguir, destacamos as principais iniciativas dos governos liderados pelo PT para ampliar o acesso à educação básica, valorizar os profissionais da educação e melhorar a qualidade do ensino. FUNDEF FUNDEB O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação foi criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1998 a 2006. Somente a partir do FUNDEB que passa a englobar educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos ocorre a expansão dos recursos transferidos pela União a estados e municípios. A transição do FUNDEF para o FUNDEB significou uma ampliação significativa dos recursos repassados pela União a estados e municípios, vinculados às matrículas da educação básica: Transição do FUNDEF ao FUNDEB 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 R$832 R$692 R$492 R$2.012 R$3.174 R$5.070 R$5.353 R$9.328 R$10.372 R$9.271 R$10.859 R$13.287 R$13.674 R$0 R$2.000 R$4.000 R$6.000 R$8.000 R$10.000 R$12.000 R$14.000 R$16.000 FUNDEF (1998-2006) - FUNDEB (2007-2020) (milhões) Gráfico: Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal / Fonte de dados: FNDE Trata-se de um instrumento tão importante para o financiamento da educação básica que se discute no Congresso Nacional a transformação do FUNDEB em política de Estado, uma vez que sua vigência se encerra em 2020. Piso Salarial A Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, instituiu o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, um marco legal extremamente importante para a valorização dos profissionais da educação básica.

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o número de professores na educação básica aumentou de 2,5 milhões para 3,3 milhões entre 2002 e 2013 (32,9%), particularmente a partir da implementação do FUNDEB; e a remuneração média dos professores das redes estaduais e municipais no trabalho principal cresceu 41,1% em termos reais, em virtude do FUNDEB, da Lei do Piso e das lutas da categoria. Evolução do número de professores da educação básica por setor e área de atuação Total Rede Pública Municipal Rede Pública Estadual Rede Privada 2013 2011 2006 2002 3.337.222 1.553.312 925.173 829.736 3.107.348 1.370.317 897.068 799.226 2.590.586 1.086.396 815.114 650.514 2.510.305 969.099 856.206 655.947 0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 4.000.000 Gráfico: Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal / Fonte de dados: DIEESE Remuneração média dos professores das redes estaduais e municipais no trabalho principal cresceu 41,1% em termos reais 2.000,00 1.800,00 1.600,00 1.400,00 1.200,00 1.000,00 800,00 600,00 400,00 200,00 0,00 1.249,22 2002 2013 1.762,23 Remuneração Média Gráfico: Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal / Fonte de dados: DIEESE

Alimentação Escolar A Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, fortaleceu o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), tendo como diretriz a universalidade do atendimento aos estudantes matriculados na rede pública de educação básica. A Lei também estabeleceu que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo FNDE no âmbito do PNAE sejam utilizados na aquisição de alimentos da agricultura familiar. A Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, além de estabelecer como dever do Estado a oferta de educação básica obrigatória e gratuita dos 04 aos 17 anos de idade, também estabeleceu como dever do Estado o atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático, transporte, assistência à saúde e alimentação. Até 2002, o PNAE atendia apenas os estudantes do ensino fundamental. A partir de 2003, passa a atender também os estudantes da educação infantil. Com a Lei 11.947/2009 e a Emenda Constitucional 59/2009, o atendimento passa a ser gradativamente universalizado para todos os estudantes matriculados na rede pública de educação básica. Abaixo, a evolução do número de estudantes atendidos pelo PNAE (2002-2015). Merece destaque a ampliação do atendimento a partir de 2009: Número de estudantes atendidos pelo PNAE 41.305.889 42.236.234 43.047.725 43.101.224 44.483.155 45.201.434 46.086.199 34.526.709 35.608.872 35.507.151 35.753.818 36.323.493 36.831.213 36.366.978 0 10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 50.000.000 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 Gráfico: Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal / Fonte de dados: SIMEC-MEC Caminho da Escola O Programa Caminho da Escola foi criado pela Resolução nº 3, de 28 de março de 2007, com o objetivo de garantir transporte seguro e de qualidade aos estudantes matriculados na educação básica da zona rural. Somente entre 2008 e 2015 foram investidos R$ 7,5 bilhões para a aquisição de aproximadamente 40 mil ônibus escolares, que beneficiaram estudantes de 5.492 municípios brasileiros.

Ônibus adquiridos pelo Programa Caminho da Escola por Região (2008-2015) 5.927 4.137 9.144 16.533 4.180 Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Gráfico: Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal / Fonte de dados: SIMEC-MEC Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) A partir do governo Lula, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que atendia apenas os estudantes matriculados nas escolas públicas do ensino fundamental, foi progressivamente ampliado para os estudantes do ensino médio e da educação de jovens e adultos. Com a Lei nº 11.684, de 2 de junho de 2008, que incluiu Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio, os estudantes do EM passaram a receber também obras didáticas de Filosofia e Sociologia. Entre 2007 e 2015, foram distribuídos mais de 781 milhões de livros para 159.705 escolas que ofertam o ensino fundamental; mais de 339 milhões de livros para 23.582 escolas que ofertam o ensino médio; e mais de 21 milhões de livros para a educação de jovens e adultos. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) A partir de 2008, o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), que atendia apenas as escolas de ensino fundamental, foi progressivamente ampliado, de modo a contemplar as creches, pré-escolas, escolas de ensino fundamental, escolas de ensino médio e educação de jovens e adultos. Consiste na distribuição de acervos de literatura, obras de referências e periódicos a bibliotecas públicas escolares de educação básica, estimulando a prática da leitura e possibilitando o acesso de estudantes e professores da rede pública à cultura e à informação. Entre 2007 e 2014, mais de 183 mil escolas públicas de educação básica receberam acervos para suas salas de leitura e/ou bibliotecas.

Mais Educação O Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e regulamentado pelo Decreto 7.083/10, busca melhorar a aprendizagem por meio da ampliação do tempo de permanência dos estudantes na escola, mediante oferta de educação básica em tempo integral (jornada escolar com duração igual ou superior a 7 horas diárias). Entre 2008 e 2014, mais de 57 mil escolas aderiram, com investimentos da ordem de R$ 4,54 bilhões. PDE Escola O Plano de Desenvolvimento da Escola prioriza o atendimento de escolas com IDEB abaixo da média nacional. Cada escola deve elaborar um plano de ações que busque enfrentar os principais desafios constatados na composição do diagnóstico. Entre 2007 e 2013, o PDE Escola destinou recursos da ordem de R$ 1,38 bilhão para mais de 37 mil escolas de educação básica de todo o país executarem seus planos de ações. Quadras cobertas nas escolas PAC 2 A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, lançada ao término de 2010, destinou R$ 3,96 bilhões à construção de quadras cobertas em escolas públicas de educação básica que não tinham quadras; e à cobertura de quadras descobertas já existentes nas escolas. Entre 2011 e 2014, 6.842 quadras cobertas foram construídas e 3.346 quadras pré-existentes foram cobertas, beneficiando estudantes de 3.783 municípios das mais variadas regiões do país. Luz para Todos O Programa Luz para Todos foi lançado em 2003 pelo ex-presidente Lula, por meio do Decreto 4.873 de 11/11/2003, com o desafio de acabar com a exclusão elétrica no país. Entre 2003 e 2015, conectou 3,2 milhões de famílias à rede de eletricidade. Os investimentos somaram R$ 22,7 bilhões, sendo R$ 16,8 bilhões do governo federal e o restante aportado por governos estaduais e distribuidoras de energia. Mas qual a relação do Luz para Todos com a educação? Através do programa, cerca de 14 mil escolas rurais foram conectadas à rede de eletricidade, o que permitiu o funcionamento dessas escolas no turno noturno, bem como a utilização de equipamentos de informática, geladeiras e ventiladores. Proinfância Outra iniciativa fundamental do governo Lula foi a criação do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), instituído pela Resolução MEC/FNDE nº 6, de 24 de abril de 2007. De acordo com dados de 2015, o Proinfância contratou a construção de 8.787 creches e préescolas, beneficiando mais de 4.100 municípios. Das obras contratadas, 2.940 haviam sido concluídas, 2.093 estavam em andamento, 3.167 em fase de ação preparatória para início das obras, 487 estavam paralisadas e 100 haviam sido canceladas. Além de contratar a construção de creches e pré-escolas para ampliar o acesso à educação infantil, o Proinfância também repassa recursos para equipar adequadamente as escolas em fase final de construção.

Brasil Carinhoso O Programa Brasil Carinhoso, implementado pelo governo da presidenta Dilma Rousseff em 2012, instituiu o Benefício de Superação da Extrema Pobreza na Primeira Infância (BSP), elevando a renda mensal de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família com crianças de até 6 (seis) anos de idade, que continuaram em situação de extrema pobreza mesmo após o recebimento dos benefícios do PBF. Em 2013, o Benefício de Superação da Extrema Pobreza foi estendido a famílias que têm em sua composição crianças e adolescentes de 0 (zero) a 15 (quinze) anos de idade. O Brasil Carinhoso retirou mais de 8 milhões de crianças e adolescentes da extrema pobreza desde sua criação em 2012, beneficiando famílias que reúnem mais de 16 milhões de pessoas. Além de retirar rapidamente essas famílias da extrema pobreza, o Brasil Carinhoso incentiva a ampliação de vagas em creches, destinando 50% a mais de recursos por vaga destinada às crianças beneficiárias do Bolsa Família em creches públicas ou conveniadas. Somente entre 2012 e 2014, o MDS repassou recursos suplementares da ordem de R$ 1,45 bilhão para os municípios, beneficiando 1.290.682 crianças beneficiárias do Bolsa Família e matriculadas em creches públicas ou conveniadas. O FUNDEB, o Proinfância e o Brasil Carinhoso permitiram uma expansão significativa das matrículas em creches públicas, conforme demonstra o gráfico a seguir: FONTE: Censo Escolar da Educação Básica 2016 (INEP) Plano Nacional de Educação (2014-2024) O Plano Nacional de Educação, aprovado por unanimidade no Congresso Nacional após quatro anos de tramitação e sancionado sem vetos pela presidenta Dilma Rousseff em 2014, reflete o acúmulo das conferências nacionais de educação e reúne um conjunto de metas e estratégias que devem nortear a política educacional em todas as esferas de governo. Prevê a expansão do acesso à educação infantil, a oferta de educação em tempo integral em pelo menos 50% das escolas públicas, a equiparação do salário dos professores da educação

básica ao salário de outras categorias com formação equivalente, a implementação do Custo Aluno Qualidade (CAQ), a destinação de 10% do PIB para educação, dentre outros avanços imprescindíveis para a redução das desigualdades educacionais e o fortalecimento da educação básica. A crise da educação como projeto A transição governamental derivada do golpe de Estado consumado em agosto de 2016 foi um divisor de águas no que diz respeito à política educacional do governo central. O processo de ruptura democrática promoveu uma guinada de caráter ultraneoliberal que se expressa em inúmeras iniciativas de desmonte e sucateamento da educação pública em benefício da máxima mercantilização: Aprovação da Emenda Constitucional 95/16, que congela os investimentos públicos durante 20 anos e anula, também por duas décadas, o piso constitucional dos impostos e contribuições vinculados a educação e saúde. De acordo com o economista da UFRJ, professor João Sicsú, se a emenda estivesse em vigor entre 2006 e 2015, o governo federal teria deixado de investir R$321 bilhões em educação. A aprovação da reforma autoritária do ensino médio, que desvirtua o conceito de educação básica, retira o direito de os estudantes escolherem quais itinerários formativos desejam cursar e avança na precarização e privatização do ensino ao reconhecer, para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, outras experiências adquiridas fora do ambiente escolar e cursos de educação a distância. Paralisação, desmonte, redução ou extinção de programas estratégicos como o Proinfância, Mais Educação e Brasil Carinhoso. Aprovação da lei da terceirização geral e irrestrita, que permite a terceirização de atividades-meio e atividades-fim, tanto no setor privado quanto no serviço público, em detrimento dos concursos públicos para contratação dos profissionais da educação. Intervenção autoritária do MEC no Fórum Nacional de Educação, com a alteração de sua composição e o sequestro de suas prerrogativas. Enfraquecimento do processo de participação social na elaboração da Base Nacional Comum Curricular para a educação básica. A reforma da previdência, que deverá ser votada na Câmara dos Deputados nos próximos dias, acaba com a aposentadoria especial do magistério da educação básica, estabelecendo que professoras e professores somente poderão se aposentar com 60 anos de idade e 25 anos de contribuição e exigindo 40 anos de trabalho para acesso à aposentadoria integral. Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018, Michel Temer vetou um artigo que confere prioridade ao cumprimento das metas inscritas no Plano Nacional de

Educação (2014-2024). Ao vetar a priorização das metas do PNE na LDO de 2018, Temer está jogando o Plano Nacional de Educação na lata do lixo. Apresentação de proposições legislativas que buscam instituir a escola sem pensamento crítico, em detrimento do inciso II do art. 206 da Constituição Federal, que verbaliza a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. Tentativa de extinção do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, contida no PLS 409, de 2016, de autoria do Senador Dalirio Beber (PSDB/SC). Tudo isso nos faz recordar as palavras de Darcy Ribeiro quando afirmava que a crise da educação não era uma crise, mas sim um projeto. À esquerda, cabe a histórica tarefa de organizar o pessimismo e de mobilizar para a revolução as energias da embriaguez. Fora Temer! Diretas já! Bruno Costa Assessoria da Liderança do PT no Senado Federal 12 de setembro de 2017 Brasília/DF