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Transcrição:

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ* Guilherme Eugênio Machado Lopes 1 ; Luiz Antônio Antunes de Oliveira 1 ; Aldo Shimoya 2 ; Wander Eustáquio de Bastos Andrade 1 e Luiz de Morais Rego Filho 1 1 PESAGRO-RIO, gsepol1@hotmail.com; 2 UNIVERSO, aldoshimoya@yahoo.com.br RESUMO - Este trabalho foi conduzido no município de Itaocara, RJ, região Noroeste Fluminense, em delineamento experimental de blocos casualizados com 12 tratamentos constituídos pelos genótipos: IAC 80, AL Guarany 2002, BRS 149 Nordestina, BRS 188 Paraguaçu, Savana, Lyra, Mirante, V1, IAC 226, Cafelista, G1 e T1, com quatro repetições, plantados em 01.04.2005 e avaliados durante o período de abril a outubro de 2005. Utilizou-se parcela com área de 42 m 2 e área útil de 20 m 2, com espaçamento de 2,0 m entre linhas e 1,0 m entre plantas, com uma planta por cova, marcando-se cinco plantas na área útil de cada parcela para as avaliações. Foram medidas as seguintes variáveis: altura de planta (AP); número de racemos por planta (NR); comprimento de racemos (CR); número de frutos por racemo (NF) e produtividade de grãos (PG). Houve diferença significativa entre os genótipos, em que o genótipo BRS 149 Nordestina apresentou a maior produtividade de grãos, 1,448 t.ha -1 e os genótipos Mirante, Lyra e Savana as menores produtividades. INTRODUÇÃO A estrutura fundiária da região Noroeste Fluminense é caracterizada por pequenas e médias propriedades, onde 45% dos estabelecimentos possuem até 10 hectares e 46% possuem entre 10 e 100 hectares, fortemente baseada na agricultura familiar (CAMPO, 1999). Como forma de criar novas alternativas de geração de emprego e renda nas propriedades agrícolas, o Programa RioBiodiesel possibilita a oportunidade de avaliar a viabilidade técnica, socioambiental e econômica da produção de espécies de oleaginosas no estado do Rio de Janeiro. Com objetivo de dar o embasamento agrícola necessário para suporte ao referido Programa, ações de pesquisa com introdução e avaliação de espécies e cultivares vêm sendo conduzidas em diferentes regiões do estado do Rio de Janeiro pela PESAGRO-RIO, visando ao desenvolvimento do cultivo de diferentes espécies oleaginosas, entre elas a mamoneira. No Brasil os primeiros trabalhos com o melhoramento da mamoneira iniciaram-se no estado de São Paulo em 1936, no IAC, com o lançamento de um plano de trabalho para o melhoramento genético desta espécie e ensaios de competição de cultivares de portes alto e anão (BELTRÃO, 2004). Atualmente, trabalhos de introdução e competição de linhagens e cultivares elites de mamoneira estão em andamento em diferentes estados da federação tais como Minas Gerais (GONÇALVES et al.,

2004); Bahia (MILANI et al., 2004); Mato Grosso (CHITARRA et al., 2004); Roraima (SMIDERLE et al., 2004) e Rio Grande do Sul (SILVA et al., 2004). Objetivou-se neste trabalho a avaliação sazonal de genótipos de mamoneira nas condições edafoclimáticas do município de Itaocara, RJ, na região Noroeste Fluminense, durante o período outono-inverno. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Estação Experimental da PESAGRO-RIO no município de Itaocara, RJ, região Noroeste Fluminense, a 60 m de altitude, 21º40'09''S e 42º04'34''W, com precipitação média anual em torno de 1000 mm concentrados no período de outubro-novembro a março-abril. Foram avaliados 12 genótipos: IAC 80, AL Guarany 2002, BRS 149 Nordestina, BRS 188 Paraguaçu, Savana, Lyra, Mirante, V1, IAC 226, Cafelista, G1 e T1. A semeadura foi efetuada em 01.04.2005 e as avaliações feitas durante o período de março a outubro de 2005. Utilizou-se delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, sendo cada parcela com área de 7 m x 6 m (42 m 2 ) e área útil de 5 m x 4 m (20 m 2 ), com espaçamento de 2,0 m entre linha e 1,0 m entre plantas com uma planta por cova. Com base em análise de solo foram utilizados como adubação de plantio 200 Kg.ha -1 de 04-14-08 e em cobertura 50 Kg.ha -1 de sulfato de amônio e 60 Kg.ha -1 de cloreto de potássio. A precipitação pluviométrica no período foi de 257 mm. Na área útil de cada parcela foram marcadas cinco plantas ao acaso onde foram medidas as seguintes variáveis: altura de plantas (AP); número de racemos por planta (NR); comprimento de racemos (CR); numero de frutos por racemo (NF) e produtividade de grãos (PG). A colheita foi realizada em etapas segundo as características de cada material e a secagem realizada em terreiro. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas utilizando os procedimentos do programa Genes (CRUZ, 2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de variância apresentou significância (p<0,01), indicando a existência de variabilidade genética entre os genótipos para todas as características avaliadas. A precisão experimental foi considerada média, sendo que o CV variou de 11,8% (CR) a 29,1% (PG). Os resultados referentes ao comportamento dos genótipos avaliados são apresentados na Tabela 1. Entre os genótipos, as maiores alturas de planta foram observadas em BRS 188 Paraguaçu e BRS 149 Nordestina com média de 284 cm, seguidas de IAC 226, Mirante, T1 e V1 e não diferiram

estatisticamente entre si; os referidos genótipos têm como característica apresentar um porte médio. Por outro lado, nos genótipos Savana, Lyra e Cafelista, que têm como característica apresentar um porte anão, observou-se as menores alturas de planta, variando de 134 a 117 cm, porém, não diferiram estatisticamente entre si e do genótipo IAC 80, que tem como característica apresentar um porte médio. O número médio de racemos por planta variou entre 4 para o genotipo G1 a 8 para os genotipos AL Guarany 2002, BRS 188 Paraguaçu, V1, IAC 226 e T1 que não diferiram estatisticamente dos genótipos IAC 80, BRS 149 Nordestina e Mirante, com média de 7 racemos por planta. Os genotipos Lyra e Savana apresentaram número de racemos por planta abaixo da média geral. Com relação à variável comprimento de racemo, a maior média foi do genotipo IAC 80, com 36 cm, seguida dos genotipos AL Guarany 2002 e G1 que não diferiram estatisticamente entre si. O genótipo BRS 188 Paraguaçu apresentou o menor comprimento médio de racemo, 17 cm, seguido de BRS 149 Nordestina, Mirante e IAC 226, todos com comprimento de racemo abaixo da média geral. O maior número de frutos por racemo foi observado no genótipo IAC 80, em média 47 frutos por racemo, embora não diferindo estatisticamente dos genotipos T1, Cafelista e G1. O menor número de frutos por racemo foi observado no genótipo BRS 188 Paraguaçu, em média 19 frutos por racemo, não diferindo estatisticamente dos genotipos Lyra e Mirante. A maior produtividade de grãos foi alcançada por BRS 149 Nordestina (1,448 t.ha -1 ) seguida por G1, V1 e BRS Paraguaçu que não diferiram estatisticamente entre si. A menor produtividade foi observada para o genótipo Mirante (0,416 t.ha -1 ), seguido por Lyra e Savana que não diferiram estatisticamente entre si. Em relação a presença de doenças, observou-se que os genótipos Lyra e Savana, apresentaram maior incidência de mofo cinzento (Botrytis ricini) durante a época em que foi conduzido o experimento, possivelmente em função da arquitetura mais compacta das plantas, característica dos genótipos de porte anão, o que favorece a maior retenção de umidade e a evolução da doença, sendo talvez, a principal causa dos baixos rendimentos apresentados por esses dois genótipos. Segundo Beltrão et al. (2001) a mamoneira tem seu ótimo ecológico em locais com altitude entre 300 e 1.500 m. Melo et al. (2004) avaliaram diferentes genótipos de mamoneira em local de baixa altitude encontrando diferenças significativas entre eles, com resultados promissores. O rendimento apresentado por todos os genótipos avaliados foi inferior a 1,500 t.ha -1, considerado baixo de acordo com Nóbrega et al. (2001), entretanto, acima da média brasileira de 0,584 t.ha -1 (KOURI, SANTOS e SANTOS, 2004), para todos os genótipos, à exceção de Mirante. O desempenho produtivo obtido está

possivelmente relacionado à baixa altitude do local e à época em que foi conduzido o experimento, com menor precipitação pluviométrica, e, portanto, novas avaliações vêm sendo conduzidas em diferentes épocas e locais no estado do Rio de Janeiro, sendo necessário a inclusão de novos materiais a fim de se chegar a dados mais conclusivos. CONCLUSÕES O genótipo BRS 149 Nordestina apresentou a maior produtividade de grãos, seguido por G1, V1 e BRS 188 Paraguaçu, no período outono-inverno O genótipo Mirante apresentou a menor produtividade de grãos, seguido pelos genótipos Lyra e Savana. *Trabalho conduzido com recursos do convênio MCT/SECTI/FINEP/FAPERJ, n.º 01040821. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELTRÃO, N. E. de M.; SILVA, L. C.; VASCONCELOS, O. L.; AZEVEDO, D. M. P de; VIEIRA, D. J. Fitologia. In: O agronegócio da mamona no Brasil. AZEVEDO, D. M. P. de; LIMA E. F. (eds.). Embrapa Algodão (Campina Grande-PB) - Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 350 p., 2001. BELTRÃO, N. E. de M. A cadeia da mamona no Brasil, com ênfase para o segmento P&D: estado de arte, demandas de pesquisa e ações necessárias para o desenvolvimento. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2004, 19 p. (Embrapa Algodão. Documentos, 129). CAMPO. Polo agro-industrial associado a fruticultura irrigada na Região Noroeste Fluminense: Plano de negócio. Brasília, julho 1999, 40 p. CHITARRA, L. G.; MENDES, M. C.; ALMEIDA, V. M. de; SILVA, J. dos S.; MACHADO, F. T.; NETO, J. R. V.; BONFANTI, J. Competição de cultivares de mamona em Mato Grosso. In: Congresso Brasileiro de Mamona, I., 2004, Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM. CRUZ, C. D. Programa Genes versão windows: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2001. 648 p. GONÇALVES, N. P.; PACHECO, D. D.; SATURNINO, H. M. NÓBREGA, M. B. de M. Introdução e avaliação de cultivares de mamoneira no norte de Minas Gerais. In: Congresso Brasileiro de Mamona, I., 2004, Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM.

KOURI, J.; SANTOS, R. F. dos; SANTOS, J. W. dos. Evolução da cultura da mamona no Brasil. In: Congresso Brasileiro de Mamona, I., 2004, Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM. MELO, F. de B.; BELTRÃO, N. E. de M.; RIBEIRO, V. Q.; LUCAS, E. P. Competição de genótipos de mamoneira em baixas altitudes: resultados preliminares. In: Congresso Brasileiro de Mamona, I., 2004, Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM. MILANI, M.; NÓBREGA, M. B. de M.; SILVA, G. A. da; MOTA, J. R. Comportamento de genótipos de mamona na região produtora de Irecê/BA, safra 2002/2003. In: Congresso Brasileiro de Mamona, I., 2004, Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM. NÓBREGA, M. B. de M.; ANDRADE F. P. de; SANTOS, J. W. dos; LEITE, E. J. germoplasma. In: O agronegócio da mamona no Brasil. AZEVEDO, D. M. P. de; LIMA E. F. (eds.). Embrapa Algodão (Campina Grande-PB) - Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 350 p., 2001. SILVA, S. D. dos A. e; GOMES, C. B.; UENO, B.; ANTHONISEN. D. G.; GALHARÇA, S. P.; BAMMANN, I.; ZANATTA, Z. G. C. N. Avaliação de cultivares de mamona em Pelotas-RS, safra 2003/04. In: Congresso Brasileiro de Mamona, I., 2004, Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM. SMIDERLE, O. J.; JUNIOR, M. M.; JUNIOR, A. do N.; Avaliação de cultivares de mamona para o estado de Roraima. In: Congresso Brasileiro de Mamona, I., 2004, Campina Grande, PB. Anais... Campina Grande: EMBRAPA, 2004. 1 CD-ROM. Tabela 1. Médias da altura da planta (AP), número de racemo por planta (NR), Comprimento de racemo (CR), número de frutos por racemo (NF) e produtividade de grãos (PG) obtidos dos genótipos de mamoneira, em Itaocara, RJ, no período outono-inverno/ 2005. Genótipo AP (cm) NR (unid.) CR (cm) NF (unid.) PG (t.ha -1 ) BRS 149 Nordestina 284 a 7 a 21 de 32 ab 1,448 a G1 221 ab 4 b 34 ab 39 a 1,310 ab V1 252 a 8 a 32 abc 30 ab 1,110 ab BRS 188 Paraguaçu 284 a 8 a 17 e 19 b 1,105 ab IAC 80 142 c 7 a 36 a 47 a 1,095 abc IAC 226 275 a 8 a 27 bcd 34 ab 1,016 abc AL Guarany 2002 165 bc 8 a 35 ab 30 ab 0,841 abc T1 257 a 8 a 30 abc 43 a 0,825 abc Cafelista 117 c 7 ab 32 abc 40 a 0,797 abc Savana 134 c 6 ab 31 abc 32 ab 0,722 bc

Lyra 121 c 6 ab 31 abc 20 b 0,634 bc Mirante 257 a 7 a 25 cde 20 b 0,416 c Média geral 209 7 29 32 0,943 CV (%) 14,1 16,4 11,8 22,5 29,1 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade