Segurança Social em Portugal: O que tem de acontecer para ser sustentável?

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Transcrição:

Conferência Orçamento do Estado 2017 - Saúde e Segurança Social - Para Onde Vamos? Org. Cidadania Social e Ordem dos Economistas, Fundação Calouste Gulbenkian Segurança Social em Portugal: O que tem de acontecer para ser sustentável? Pedro G. Rodrigues Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), Universidade de Lisboa 28 Outubro 2016

Duas perguntas P1. Se no futuro não houver uma redução das prestações sociais em termos reais (nem outras medidas de reforma do sistema), em que cenários macroeconómicos é que o FEFSS é suficiente (sem um agravamento da carga fiscal e contributiva) para financiar a despesa corrente que se projecta? P2. Num cenário macroeconómico considerado realista, que medidas de reforma paramétrica do lado da despesa são necessárias para adiar, pelo menos até 2080, o ano em que o FEFSS se esgota? 2

Hipóteses para projectar a receita, a despesa, e o FEFSS H1. As receitas correntes por beneficiário activo (a preços de 2015) crescem com a produtividade, e o seu esforço fiscal e contributivo é constante H2. O número de beneficiários activos cresce com o emprego (que depende da tx. de participação, da tx. de desemprego [média dos últimos 30 anos], e da população dos 20 aos 64) H3. Há uma aproximação logarítmica aos ganhos reais médios por escalão etário H4. No cálculo da pensão, há 35 anos de contribuições, a RR é a média dos últimos 35 anos de remunerações revalorizadas, e a tx. de formação é constante em 2.2% H5. O número total de pensões pagas cresce com a população 65+ H6. O número total das restantes prestações permanece constante H7. A prestação média dos que deixam de receber é igual à média 10 anos antes H8. A actualização anual das prestações é nula (0%) em termos reais H9. A tx. de rendibilidade real do FEFSS é a média dos últimos 25 anos 3

Ganhos reais médios por escalão etário e a sua aproximação logarítmica Fonte: Estatísticas sobre a Estrutura e a Distribuição dos Ganhos (GEP/MSESS), 2010 4

Exemplo das remunerações ilíquidas anuais do Zé (a preços de 2015) construídas a partir do perfil de ganhos reais médios por escalão etário 5

O enviesamento do modelo subestima a dimensão do problema A hipótese H4 exagera, de propósito, a redução da despesa com pensões que, no futuro, resultará da reforma de 2006, a última grande alteração ao sistema. Razões para a insustentabilidade financeira ser ainda maior do que projectamos: Só na década de 2040 é que a RR será calculada com toda a carreira contributiva A taxa de formação é progressiva, e a crise financeira baixou remunerações reais No futuro, a transferência do OE para a Segurança Social deverá ser mais baixa, por conta de regimes não contributivos que terão menos peso no total Não está incluída a Caixa Geral de Aposentações (o sistema de protecção social dos funcionários públicos) 6

Respondendo à primeira pergunta Relacionar o cenário macroeconómico com o último ano em que o FEFSS é positivo, assumindo que não são tomadas quaisquer medidas de reforma do sistema. Consideramos três casos: C1. Não se exclui a dívida pública portuguesa detida pelo FEFSS, e assume-se uma tx. de rendibilidade real igual à média dos últimos 25 anos C2. Exclui-se a dívida pública portuguesa detida pelo FEFSS, e assume-se uma tx. de rendibilidade real igual ao dobro da média dos últimos 25 anos C3. Exclui-se a dívida pública portuguesa detida pelo FEFSS, e assume-se uma tx. de rendibilidade real igual ao triplo da média dos últimos 25 anos 7

Taxa de crescimento real das contribuições por beneficiário (múltiplos da média dos últimos 15 anos) Caso C1. Projecção do último ano em que o FEFSS é positivo, incluindo a dívida pública portuguesa, e assumindo uma rendibilidade de 4.29% (a média desde 1989) Se Portugal fosse Finlândia Espanha Austrália Alemanha Noruega Países Baixos Suécia Suíça Islândia Taxa de participação 72.6 74.8 75.3 76.4 77.6 78.3 79.7 81.1 83.3 86.6 1x = 1.27% 2023 2025 2026 2027 2028 2028 2030 2031 2034 2038 1.5x = 1.91% 2025 2028 2029 2030 2032 2033 2035 2037 2041 2047 2x = 2.54% 2030 2034 2035 2038 2041 2042 2046 2052 >2080 >2080 2.5x = 3.18% 2041 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 8

Evolução das principais variáveis orçamentais e macroeconómicas Caso C1 em que 2023 é o último ano em que o FEFSS é positivo 9

Taxa de crescimento real das contribuições por beneficiário (múltiplos da média dos últimos 15 anos) Caso C2. Projecção do último ano em que o FEFSS é positivo, excluindo a dívida pública portuguesa, e assumindo uma rendibilidade de 8.6% (2x a média desde 1989) Se Portugal fosse Finlândia Espanha Austrália Alemanha Noruega Países Baixos Suécia Suíça Islândia Taxa de participação 72.6 74.8 75.3 76.4 77.6 78.3 79.7 81.1 83.3 86.6 1x = 1.27% 2020 2022 2023 2024 2026 2027 2029 2031 2035 2042 1.5x = 1.91% 2022 2025 2026 2028 2031 2032 2036 2040 2047 >2080 2x = 2.54% 2026 2032 2034 2038 2044 2048 >2080 >2080 >2080 >2080 2.5x = 3.18% 2041 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 10

Taxa de crescimento real das contribuições por beneficiário (múltiplos da média dos últimos 15 anos) Caso C3. Projecção do último ano em que o FEFSS é positivo, excluindo a dívida pública portuguesa, e assumindo uma rendibilidade de 12.9% (3x a média desde 1989) Se Portugal fosse Finlândia Espanha Austrália Alemanha Noruega Países Baixos Suécia Suíça Islândia Taxa de participação 72.6 74.8 75.3 76.4 77.6 78.3 79.7 81.1 83.3 86.6 1x = 1.27% 2021 2023 2024 2026 2028 2029 2032 2036 2045 >2080 1.5x = 1.91% 2023 2027 2028 2031 2036 2039 2048 >2080 >2080 >2080 2x = 2.54% 2028 2039 2043 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 2.5x = 3.18% >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 >2080 11

Respondendo à segunda pergunta Num cenário macroeconómico mais realista, que medidas de reforma (paramétrica) do lado da despesa são necessárias para salvar o sistema pelo menos até 2080? Caracterização do cenário macroeconómico: * Remunerações reais a crescer a 1.6%, 1.25x a média dos últimos 15 anos (num contexto de envelhecimento, o factor trabalho será relativamente mais escasso) * Tx. de participação (20-64) aproximar-se-á dos 75%, já verificada em Espanha (conseguida através do aumento da idade efectiva de reforma/aposentação) * Tx. de rendibilidade real do FEFSS de 4.3% (a média histórica; mesmo que detenha menos dívida pública, agravar-se-á o hunt for yield onde o capital é abundante) 12

Respondendo à segunda pergunta Num cenário macroeconómico mais realista, que medidas de reforma (paramétrica) do lado da despesa são necessárias para salvar o sistema pelo menos até 2080? O rol de medidas de reforma paramétrica (ajustando as hipóteses H4 e H8): i) Tx. de formação efectiva = 1.9% ao ano, que reduziria as novas pensões em 13.5% (operacionalizada ou através de um factor de sustentabilidade mais agressivo, de uma tx. de formação mais baixa, e ou maiores penalizações no caso das reformas antecipadas) ii) Redução média das prestações de 1.23% em termos reais, implicando que ao fim de 18 anos teria uma pensão aproximadamente 80% da inicial (operacionalizada através de aumentos nominais aquém da inflação, e ou cortes nas prestações) Advertência: Todas as medidas de reforma têm efeitos redistributivos (intra- e intergeracionais). 13

Evolução das principais variáveis orçamentais e macroeconómicas Cenário macroeconómico mais realista e com reformas paramétricas 14

Evolução do FEFSS, sem dívida pública portuguesa, e com reformas paramétricas 15

A primeira implicação dos resultados apresentados 1. Temos de fugir ao wishful thinking. O cenário macroeconómico adoptado deve ser internamente consistente, do ponto de vista da teoria económica. Exemplo: um aumento da oferta de trabalho costuma estar associado a mais desemprego e a salários mais baixos, a não ser que as empresas contratem mais. Necessitamos de um modelo de equilíbrio geral dinâmico parametrizado à economia portuguesa onde os salários e o emprego são determinados conjunta e endogenamente. Se o cenário macroeconómico não for do agrado do agente político, este deve tomar medidas amigas do crescimento económico. 16

A segunda implicação dos resultados apresentados 2. Temos de enfrentar a complexidade e a heterogeneidade. O sistema público de pensões ainda está a maturar (cobertura do RGC a aumentar, o subreporte de remunerações já foi pior no passado, evolução das carreiras contributivas [interrompidas, longas, tardias]). A composição da despesa é fundamental para afinar as projecções e para determinar os efeitos redistributivos das medidas de reforma. Necessitamos de um módulo de pensões parametrizado a partir de dados administrativos (microdados). Pede-se que a Segurança Social disponibilize à comunidade académica uma amostra representativa e anonimizada das pensões a pagamento e dos registos pormenorizados dos beneficiários activos (história das contribuições). 17