UMA ANÁLISE ETNOGRÁFICA DO ESPAÇO PÚBLICO NA ESCOLA MUNICIPAL ANÉSIO LEÃO (CAMPINA GRANDE PB)

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Transcrição:

UMA ANÁLISE ETNOGRÁFICA DO ESPAÇO PÚBLICO NA ESCOLA MUNICIPAL ANÉSIO LEÃO (CAMPINA GRANDE PB) INTRODUÇÃO Emanuela Farias Campos (UEPB) manufarias_05@hotmail.com Prof.ªDrªMaria Jackeline Feitosa Carvalho (UEPB/DFCS) mjacfc@uol.com.br O presente artigo parte de pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso(TCC) e realiza uma análise etnográfica do espaço público, a partir da Escola Municipal Anésio Leão, situada na Zona Leste de Campina Grande, no bairro do Monte Castelo. A referida escola recebe as crianças da antiga Favela da Cachoeira, cuja remoção se deu em 2006 sendo seus moradores relocados para o atual Bairro da Glória.É interessante percebermos que os espaços livres no interior da escola, em sua maioria, são denominados de pátio. Ao analisarmos as estruturas comuns encontradas nas Escolas, partiu-se da percepção de que o pátio é um ambiente que acolhe diversos sentidos, aos quais se modificam a partir forma como cada criança se insere neste espaço. Trilhando por esta perspectiva, levantou-se a seguinte problemática: Como o espaço público é utilizado na escola? O que fazer para otimizar o pátio escolar em sua função educativa? O embasamento teórico adotado para compreender a perspectiva das crianças sobre o espaço/pátio escolar se pauta na sociologia da infância e na sociologia urbana a partir das perspectiva abordadas por AZEVEDO(2011), MALAGUZZI(2011),VASCONCELLOS(2011),MAGNOLI(2006), SARMENTO(2005), dentreoutros,percebe-se que o ambiente, ou seja, o pátio escolar deve ser caracterizado como um lugar que apresenta dinamismo, onde seja possível brincar, explorar, transformar e que permita fácil acessibilidade a todos.o pátio e as áreas de recreação são de fundamental importância no ambiente escolar, tanto para as

crianças, quanto para os professores, pois são nesses locais que são realizadas as atividades lúdicas, ou seja, as brincadeiras, as quais trabalham todos os aspectos da criança, o motor, o cognitivo, o psicológico, sem falar nas habilidades que são desenvolvidas no decorrer desses exercícios. Desta forma, com o intuito de compreender este processo, construiu-se a justificativa da referida pesquisa, dadaa importância em se discutir como e com que frequência o espaço do pátio é utilizado e, assim sendo, a relevância em tentar compreender o papel de socialização que representa o espaço público na escoa, isto é, da forma como este, no interior da escola, é explorado.assim, definiu-se como objetivo geral mostrar a dimensão educativa do espaço público e os significados dados quanto ao modo a perceber como este espaço se porta no território da escola. METODOLOGIA Escolheu-se trabalhar a partir da abordagem qualitativa e com a pesquisa etnográfica, pois,conforme LÜDKE& ANDRÉ (1986, p.19), a etnografia (...) é a descrição de um sistema de significados culturais de um determinado grupo. Desta forma, o pesquisador deve ser um observador participante, ou seja, deve se colocar numa posição ímpar: (...) Nesses casos, a definição de critérios segundo os quais serão selecionados os sujeitos que vão compor o universo de investigação é algo primordial, pois interfere diretamente na qualidade das informações a partir das quais será possível construir a análise e chegar à compreensão mais ampla do problema delineado. A descrição e delimitação da população base, ou seja, dos sujeitos a serem entrevistados, assim como o seu grau de representatividade no grupo social em estudo, constituem um problema a ser imediatamente enfrentado, já que se trata do solo sobre o qual grande parte do trabalho de campo será assentado (DUARTE apud SILVA, 2012,p.9). Ou seja, o papel do pesquisador é perceber quais as necessidades do lugar pesquisado e não tentar mudar a rotina do lugar, ou seja, as dificuldades em se reconhecer a pesquisa etnográfica ou os elementos básicos parece originar-se de pouco treinamento dos pesquisadores. (DELAMONT apud. MATTOS; CASTRO, 2011, p.35). Trabalhou-se, então, a partir da microanálise etnográfica. A partirdesta perspectiva, podemos afirmar que:

Em microanálise, ao mesmo tempo em que se dá ênfase ao significado das formas de envolvimento das pessoas como atores, exige-se do pesquisador um detalhamento criterioso na descrição do comportamento através da transcrição linguística verbal e não-verbal de comportamento olhares, pausas, tom de voz, detalhes da interação e o que isto significa (ERICKSON apud MATTOS; CASTRO, 2011, p.56). Por ser pesquisa de tipo etnográfico fez-se uso da observação participante e realizou-se entrevistas com os professores, funcionários e alunos no que diz respeito à utilização do pátio escolar, frequência de uso e tipos de atividades realizadas. Ainda recorremos à análise de documentos e artefatos como desenhos e fotos,pois, para a realização de um trabalho etnográfico é necessário que se fale com o lugar pesquisado e não sobreeste. RESULTADOS E DISCUSSÃO No primeiro contato, percebeu-se que a hora do recreio é sinônimo de liberdade, a começar pelo comportamento das crianças. Nessa hora apenas os alunos do Fundamental I estão no pátio, pois o horário da Educação Infantil é diferente, das nove as nove e meia.ao observar as crianças no pátio, ficou demonstrado que as mesmas mantêm comportamentos diferentes ao da sala de aula, pois, correm pelos corredores, brincam de pega-pega, gritam, se penduram em grades, brincam no parquinho de ferro, e tudo isso sem nenhuma orientação ou vigilância, o que vai de encontro com o que diz. Nesse sentido, chama a atenção a postura da professora da turma do 1º ano do Ensino Fundamental, a qual desenvolvetodos os dias no pátio escolar coberto um Projeto criado pela mesma, chamado Roda de Leitura: Esse projeto eu mesma tive a ideia de vivenciar porque acredito que hoje em dia, as crianças estão muito distantes da leitura, de livros, levando em conta que muitos são de origem humilde e fora da Escola sabemos que não têm acesso a certos materiais, muitos não têm assistência nenhuma em casa, por isso resolvi colocar como uma parte da minha aula, levar eles para o pátio, sentar no chão e ler uma história diferente com eles todo dia. Eu me sinto na obrigação de fazer isso (N. L. P. F.). Levando em consideração a faixa etária das crianças, os desenhos, possibilitamperceber os significados do pátio de maneira mais clara. Assim, na Foto 1(vide a seguir)a criança estabelece uma fronteira entre a forma como usam o pátio para a brincadeira de bola com os amigos, e a realidade da rua que são as árvores e algumas casas que estão presentes em seus desenhos, fazendo perceber que

abrincadeira, também é elemento comum de exercitar o espaço público na parte externa à escola. Foto 1: Desenho feito por aluno da Escola Anésio Leão Fonte:Etnografia. Foto 2: Desenho feito por aluna da Escola Anésio Leão. Fonte:Etnografia. A foto 2 representa o que a criança mais gosta de fazer no pátio que é brincar no escorrego, que está na área aberta no interior da escola.as crianças conseguem fazer a relação dos espaços livres na escola com os espaços livres externos à escola. Assim, se destaca a Feira de Ciências, visto que as crianças juntamente com os professores utilizam o pátio para confeccionar cenários que são utilizados nas apresentações. O pátio escolar abrange vários aspectos os quais deveriam ser mais explorados pela escola, o contato social das crianças com os professores, funcionários e com as outras crianças, por exemplo, desenvolve a habilidade de comunicação, interação e convívio social dos personagens envolvidos. O próprio

brincar ou jogar que é mais presente e frequente se observar nestes espaços são fundamentais para o desenvolvimento infantil. CONCLUSÃO Para uma melhor utilização do espaço público na escola, se faz necessário apropriar funções pedagógicas a estes espaços, pois é uma forma prazerosa e dinâmica de ministrar e assistir aulas de várias disciplinas, aguçando o interesse, a participação e a motivação dos alunos, pois os referidos locais deveriam exercer o papel de extensão da sala de aula e não o de oposição à mesma. Ao que diz respeito à prática pedagógica, é necessário que o professor repensem a forma como pode se apropriar e utilizar os espaçoslivres na escola, de maneira que a exploração destes locais seja abrangente e que beneficie e otimize o uso do espaço público na escola. REFERÊNCIAS AZEVEDO, G. A. N.; RHEINGANTZ, P. A.; TÂNGARI, V. R. (Org's.). O lugar do pátio escolar no sistema de espaços livres: usos, formas e apropriações. Rio de Janeiro: UFRJ/FAU/PROARQ, 2011. MATTOS, C. L. G. de; CASTRO, P. A. de. Etnografia e educação: conceitos e usos.campina Grande: EDUEPB, 2011. 298 p.:il. Color. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas.são Paulo: EPU, 1986. FERRAÇO, C. E.; PEREZ, C. L. V.; OLIVEIRA, I. B. de. Aprendizagens cotidianas com a pesquisa:novas reflexões em pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas. Petrópolis: DP et al., 2008. SILVA, R. R. G. A arte de contar história na Educação Infantil: A literatura infantil nas práticas de leitura.campina Grande,2012.