TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE NO BRASIL. Julho de 2009

Documentos relacionados
AGENDA NACIONAL DE TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Brasília, 27 de junho de 2012

A Trajetória ria da Agenda de Trabalho Decente no Brasil

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

Trabalho Decente no Brasil. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil

IGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA NA AGENDA DO TRABALHO DECENTE. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Outubro 2011

Trabalho Decente e Juventude: Principais Desafios e Perspectivas no Contexto da Globalização e Desenvolvimento Hemisférico

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

Como superar a precariedade do emprego feminino

Subsidiar a implementação de um conjunto de ações orientadas para a prevenção e erradicação do trabalho de crianças e adolescentes no estado da

A Agenda do Trabalho Decente no Brasil e a I CNETD

Natália de Oliveira Fontoura. Diretoria de Estudos e Políticas Sociais Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília, março de 2014

DESAFIOS PARA GARANTIR O TRABALHO DECENTE PARA OS/AS JOVENS, COM ESPECIAL ATENÇÃO ÀS QUESTÕES DE GÊNERO E RAÇA

Workshop sub-regional sobre a Recomendação 204 da OIT e a transição para a economia formal em Moçambique, São Tomé e Cabo Verde

O Desmonte da Previdência Social e as Mulheres. Brasília, 09 de março de 2017

Proteção Social: Um direito e uma necessidade para a promoção do Trabalho Decente. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil

Seminário SINTETEL Conversa entre Mulheres

Desenvolvimento, Trabalho Decente e Igualdade Racial

O conceito de Trabalho Decente

Sandro Silva Economista do Dieese-PR. Curitiba-PR 22/05/2013

MINISTÉRIO DO TRABALHO, EMPREGO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

Plano Nacional de Trabalho Decente -

Violência no trabalho. Mara Feltes, secretária de mulheres da Contracs

El aporte de los procesos participativos: la experiencia de las conferencias nacionales de políticas públicas en Brasil

Diálogo Social para a Formalização. Ministério do Trabalho e Emprego Brasil Setembro de 2014

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016

Diretoria de Pesquisas - DPE Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS Gerência de Indicadores Sociais - GEISO 17/12/2014

Ações Reunião realizada nos dias 13 a 16 de outubro de 2014

A inserção do negro no mercado de trabalho no Distrito Federal

PERFIL DO MICROEMPREENDEDOR

Fatores associados à participação do idoso no. mercado de trabalho brasileiro

A Juventude no Centro do Desenvolvimento. Gabriel Medina Secretário Nacional de Juventude

Ressignificação da juventude

DESIGUALDADE DE OPORTUNIDADES DE TRABALHO ENTRE NEGROS E NÃO-NEGROS

A INSERÇÃO DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

A INSERÇÃO DOS NEGROS NOS MERCADOS DE TRABALHO METROPOLITANOS

EAE Economia do Trabalho II. Prof. Hélio Zylberstajn. Aula 1 Economia do trabalho - Conceitos introdutórios

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011

UNFPA Brasil/Fernando Ribeiro FECUNDIDADE E DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. UNFPA Brasil/Erick Dau

NACIONAL DE TRABALHO DECENTE - PNTD

A Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude. Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil Porto Alegre 29 de abril de 2014

A inserção da população negra no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Belo Horizonte

A população negra ainda convive com patamares de desemprego mais elevado

COMPREENSÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS JOVENS BRASILEIROS QUE NEM ESTUDAM NEM TRABALHAM: uma análise evolutiva a partir dos dados da Pnad 2005 e 2015.

TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE

A Mulher e a Previdência Social

Os trabalhadores e as trabalhadoras domésticas no mundo e a Convenção (Nº 189) da OIT

O PERFIL DOS TRABALHADORES NA ECONOMIA INFORMAL

JUVENTUDE: ESTUDO E TRABALHO

Aspectos relacionados ao Regime Geral da Previdência Social

A OIT e a Igualdade de Oportunidades e Tratamento no Mundo do Trabalho

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

IBGE mostra que desigualdade de gênero e raça no Brasil perdura

MULHERES TRABALHADORAS EM LUTA MERCADO DE TRABALHO: AVANÇOS E PERMANÊNCIAS BRASÍLIA, 4 DE JULHO DE 2016

O desemprego e sua taxa natural

O desemprego e sua taxa natural

AGENDA CURITIBA DE TRABALHO DECENTE - ACTD

MICROEMPREENDEDORES FORMAIS

REDAÇÃO Caminhos Para Diminuição Da Pobreza No Brasil

Analfabetismo no Brasil: Tendências, Perfil e Efetividade dos Programas de Alfabetização de Adultos. Reynaldo Fernandes. Inep/MEC e FEA-RP/USP

A economia social, o emprego e o desenvolvimento local. Auditório do Banco de Portugal Lisboa, 18 de junho de 2013

A ascensão da mulher no mercado de trabalho

Caracterização do território

Mercado de Trabalho: Ligeira Melhora com Informalização

Integração Favela-Cidade

Caracterização do território

Aspectos do Mercado de Trabalho Brasileiro

E AUTONOMIA DAS MULHERES

Caracterização do território

Situação do jovem no mercado de trabalho no Brasil: um balanço dos últimos 10 anos 1

MERCADO DE TRABALHO NO DISTRITO FEDERAL EM 2015

REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Especial 8 de Março Dia Internacional da Mulher

A formação e a diversidade cultural da população brasileira; Aspectos demográficos e estrutura da população brasileira.

DESIGUALDADE MARCA A PRESENÇA DE NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO

Mercado de Trabalho da Grande Vitória: Principais Características da Última Década ( ) RELATÓRIO DE SETEMBRO/2008

CONFERÊNCIA REGIONAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES

Diagnóstico da Evolução dos Indicadores Sociais em Curitiba

A reforma da previdência e a vida das mulheres

Documento Preliminar para Consulta Pública Outubro de Atendimento de crianças e adolescentes com direitos violados ou ameaçados:

POPULAÇÃO BRASILEIRA

Entre o Trabalho e o Lar: Globalização, Consciência e Litigiosidade Feminina na Justiça do Trabalho em Piracicaba

e os desafios para a equidade

Como as indústrias podem apoiar e promover o trabalho decente e o crescimento econômico? Hélio Zylberstajn FEA/USP e Fipe

DESAFIOS PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA: A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO 06/2011. Sérgio Haddad

Figura 1: Taxas de emprego por sexo, faixa etária 15-64, 2014

ESTUDO TÉCNICO N.º 12/2015

Homens e Mulheres no Mercado de Trabalho e os Desafios para a Equidade 1

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

A visão da OIT sobre o Trabalho Decente

A DESIGUALDADE ENTRE NEGROS E NÃO-NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO, NO PERÍODO

JUVENTUDE: ESTUDO E TRABALHO

SISTEMA PÚBLICO DE EMPREGO, TRABALHO E RENDA. Mercado de Trabalho

I Conferência Nacional de Promoção da

Trabalho Infantil e Trabalho Infantil Doméstico no Brasil

Boletim Econômico Edição nº 59 abril de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Caracterização do território

O Pacto Mundial para o Emprego:

TRABALHO DECENTE E DIREITOS HUMANOS NA PERSPECTIVA DA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL SOLIDÁRIO E SUSTENTÁVEL

A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2013

Transcrição:

TRABALHO DECENTE E JUVENTUDE NO BRASIL Brasília, Julho de 2009

Trabalho Decente e Juventude no Brasil 1. Diagnóstico da situação magnitude do déficit de Trabalho Decente para os jovens relação educação e mercado de trabalho grupos mais afetados 2. Elementos para uma estratégia de promoção do trabalho decente para os jovens 2

PERFIL DA JUVENTUDE BRASILEIRA 2007 34,1 milhões de jovens de 15 a 24 anos (18% da população total) Distribuição dos Jovens de 15 a 24 anos Brasil 2007 em % do total 90 80 70 83,3 60 50 50,5 49,5 46,2 52,9 40 30 20 16,7 10 0 Homens Mulheres Brancos Negros Urbano Rural Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2007 3

PERFIL EDUCACIONAL DA JUVENTUDE BRASILEIRA Avanços importantes, com persistência de problemas, desigualdades e desafios: jovens têm maior escolaridade que os adultos e permanecem mais tempo na escola; ainda há uma parcela relevante deles com baixa escolaridade, fora da escola ou com defasagem escolar; Desigualdades expressivas no acesso à educação (renda, regional, raça, urbano/rural); Desafio de elevar ainda mais escolaridade, melhorar qualidade do ensino e outros 4

PERFIL EDUCACIONAL DA JUVENTUDE BRASILEIRA 2006 Distribuição de Jovens e Adultos segundo grupos de anos de estudo em % do total Brasil 2006 50,0 45,0 40,0 35,0 41,0 34,8 44,2 % do total 30,0 25,0 20,0 22,1 24,0 Jovens Adultos 15,0 10,0 11,9 8,4 12,5 5,0 0,0 0 a 4 5 a 8 9 a 11 12 ou mais anos de estudo Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2006 5

Escolaridade Jovens e Adultos 1996-2006 Número Médio de Anos de Estudo Brasil 1996-2006 PNAD/IBGE 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 9,2 6,9 6,8 5,4 20 a 24 anos 25 anos ou mais 1996 2006 Fonte: PNAD / IBGE 1996-2006, sem área rural do Norte. 6

DESIGUALDADES EDUCACIONAIS JUVENTUDE BRASILEIRA 2006 Distribuição dos Jovens segundo Grupos de Anos de Estudo em % Brasil 2006 60,0 50,0 40,0 49,4 39,7 39,6 30,0 29,5 Brancos Negros 20,0 10,0 7,2 16,2 13,3 3,7 0,0 0 a 4 5 a 8 9 a 11 12 ou mais Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2006 7

DESIGUALDADES EDUCACIONAIS JUVENTUDE BRASILEIRA 2006 Distribuição dos Jovens segundo Grupos de Anos de Estudo em % Brasil 2006 60,0 50,0 43,7 48,0 40,0 33,0 30,0 28,7 25,7 Urbano Rural 20,0 10,0 8,6 9,8 0,0 0 a 4 5 a 8 9 a 11 12 ou mais 1,4 Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2006 8

DESIGUALDADES EDUCACIONAIS JUVENTUDE BRASILEIRA 2006 Média de Anos de Estudo por Quintil de Renda Brasil 2006 Jovens 19 a 24 anos 14 média de anos de estudo 12 10 8 6 4 2 6,16 7,24 6,61 7,38 8,72 7,94 8,41 9,72 8,98 11,36 10,62 9,58 10,04 12,13 11,72 Homem Mulher Total 0 1º quintil 2º quintil 3º quintil 4º quintil 5º quintil Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2006 9

TAXA DE PARTICIPAÇÃO (2006) Econômicamente ativos (PEA): 22,2 milhões (63,9%) 15 a 19 anos: 50,4% 20 a 24 anos: 77,5%; Forte tendência de queda na taxa de participação para a faixa dos 15 a 17 anos entre 1992 e 2006 Tendência de aumento da frequência escolar Dados indicam impacto negativo da participação no mundo do trabalho sobre frequência escolar, em especial devido a jornada de trabalho. 10

TAXA DE PARTICIPAÇÃO (ATIVIDADE) JUVENTUDE BRASIL 2007 2 em cada 3 jovens participa do mundo do trabalho (1 em cada 2 na faixa de 15 a 19 anos; 3 em cada 4 na faixa de 20 a 24 anos). Taxa de Participação Jovens Brasil 2007 em % da PEA 90,0 80,0 70,0 62,7 69,7 73,6 76,2 77,7 79,1 81,0 63,6 77,5 taxa atividade em % 60,0 50,0 40,0 30,0 26,7 39,7 50,7 50,0 20,0 10,0 0,0 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 15-24 15-19 20-24 Idade Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2007 11

PARTICIPAÇÃO e FREQUÊNCIA ESCOLAR Freqüência escolar e jornada de trabalho (jovens): 57,8% com jornada de trabalho de até 20 horas semanais 30,3% com jornada superior a 20 horas semanais Jornada média de trabalho: 38,4 horas semanais; 83,6% dos jovens ocupados (15,3 milhões) tinham jornada de trabalho acima de 20 horas semanais; 31,2% deles (5,7 milhões de jovens) tinham jornada acima daquela legalmente estabelecida pela Constituição (44 horas semanais) 12

PARTICIPAÇÃO e FREQUÊNCIA A ESCOLA 2006 Frequência a Escola para Jovens fora da PEA e Ocupados Brasil 2006 em % frequência em % 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 92,8 86,9 80,2 81,2 75,3 67,1 63,2 65,4 53,5 45,1 44,0 33,7 38,8 25,9 34,1 28,9 20,8 26,1 22,7 34,8 19,5 16,9 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 15 a 24 idade Fora da PEA Ocupados Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2006 13

TAXA DE DESEMPREGO (2007) Desemprego dos jovens (16,8%) é quase 3 vezes superior ao dos adultos (5,6%) Das mulheres (22%) é superior ao dos homens (13%) e dos negros (17,7%) superior ao dos brancos (15,8%) Maior peso dos determinantes de gênero Das jovens mulheres negras (24%) é o dobro dos jovens homens brancos (12,5%) Jovens mulheres negras metropolitanas: 30,8% (quase 5 vezes superior à média!) 14

TAXA DE DESEMPREGO 2007 Desemprego é juvenil, feminino, negro e urbano/metropolitano. Taxa de Desemprego Brasil 2007 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 24,0 22,9 22,0 20,0 18,8 16,8 17,7 15,8 13,0 12,5 13,3 5,6 0,0 7,1 15 30,8 desemprego em % jovens adultos homens jovens mulheres jovens jovens brancos jovens negros jovens homens brancos jovens homens negros jovens mulheres brancas jovens mulheres negras jovens regiões metrolitanas jovens urbanos jovens rural jovens mulheres negras metropolitanas Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2007

INFORMALIDADE (2007) Do total de 18 milhões de jovens ocupados no Brasil, cerca de 10,6 milhões estavam em ocupações informais Taxa de Informalidade (Informais/Total de Ocupados em % do total) Brasil 2007 informalidade em % do total de ocupados 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 58,9 50,9 50,7 64,8 68,6 0,0 jovens jovens homens brancos jovens mulheres brancas jovens homens negros jovens mulheres negras Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2007 16

INFORMALIDADE 2007 informalidade em % 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 Informalidade Segundo Anos de Estudo Jovens Brasil 2007 87,4 84,5 84,3 81,2 86,3 77,7 81,7 81,2 71,7 69,2 61,5 43,4 46,7 43,8 36,7 34,2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 anos de estudo 10 11 12 13 14 15 ou mais Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2007 17

Déficit de Emprego Formal Juvenil 2007 14,3 milhões de jovens afetados pelo déficit de emprego formal: 3,6 milhões de desempregados e 10,6 milhões de informais. Déficit Emprego Formal (em% da PEA) Brasil 2007 déficit emprego formal em % da PEA 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 65,8 63,9 68,3 58,6 72,2 57,1 69,5 60,5 76,1 0,0 Jovens Homens Jovens Mulheres Jovens Jovens Brancos Jovens Negros Jovens Homens Brancos Jovens Homens Negros Jovens Mulheres Brancas Jovens Mulheres Negras Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2007 18

Jovens que não estudam nem trabalham 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Percentual de Jovens que Não Estudam e Não Trabalham em% Brasil 2007 18,8 11,8 26,0 16,3 21,1 10,5 21,9 13,0 29,7 19 jovens homens jovens mulheres jovens jovens brancos jovens negros jovens homens brancos jovens mulheres brancas jovens homens negros jovens mulheres negras percentual não estuda e não trabalha em% Fonte: Elaboração OIT/PREJAL a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2007

A inatividade juvenil Conjunto heterogêneo de situações: Jovens que deixaram de procurar devido ao desalento, mas que aceitariam trabalhar caso tivessem oportunidade; Jovens que estão em um período de trânsito ou espera entre determinadas situações; Jovens que trabalham em atividades não remuneradas (muitas vezes no âmbito familiar); Jovens que se dedicam às tarefas domésticas (cuidado de filhos, irmãos, parentes idosos 20

A inatividade juvenil Forte componente de gênero Alta porcentagem de dedicação às tarefas domésticas Taxa de atividade doméstica : pessoas classificadas como economicamente inativas e que estão dedicadas às tarefas domésticas: mais de 48% das jovens latino-americanas entre 20 e 24 anos (CEPAL, 2002); Relação com a maternidade adolescente e com as altas taxas de fecundidade das jovens pobres 21

INSERÇÃO DA JUVENTUDE BRASILEIRA NO MUNDO DO TRABALHO Heterogênea, mas em média bastante precária: elevadas taxas de desemprego e informalidade, baixos níveis de rendimento e de proteção social; Mais precária que nas demais faixas etárias ou que os adultos: taxas de desemprego e informalidade maiores e níveis de rendimento inferiores a dos adultos (em que pese a maior escolaridade); Limitado acesso a empregos de qualidade dificuldade para construir ou iniciar uma trajetória de trabalho decente 22

2. ELEMENTOS PARA UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DO TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE Crescimento econômico e qualificação: condições necessárias mas não suficientes Necessidade de conciliar: crescimento econômico promotor do trabalho decente com políticas econômicas e sociais políticas micro e mesoeconômicas para a geração de emprego de qualidade; ações do lado da oferta e da demanda do mercado de trabalho 23

ELEMENTOS PARA UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DO TRABALHO DECENTE PARA A JUVENTUDE Visão de que o problema da inserção precária da juventude no mercado de trabalho decorre da falta de qualificação dos jovens de atitudes inadequadas (alta rotatividade) transfere a responsabilidade do problema da sociedade como um todo para os jovens em situação de exclusão social 24

Estratégia de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude: políticas mesoeconômicas Objetivo: aumentar a competitividade sistêmica da economia e melhorar o clima para o investimento: estímulo ao desenvolvimento da infra-estrutura produtiva e de arranjos produtivos locais aperfeiçoamentos do sistema financeiro voltado aos investimentos produtivos, em especial aos micro e pequenos empreendedores jovens estímulo ao fortalecimento do setor de serviços, pelo seu caráter intensivo em mão-de-obra e por ser o setor que mais emprega jovens desenvolvimento de um entorno favorável à criação de mais e melhores empresas, inclusive para empreendedores juvenis. 25

Estratégia de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude aperfeiçoamento do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda: um olhar para os jovens apoio ao fortalecimento das micro e pequenas empresas papel relevante na geração de empregos para jovens necessidade de melhorar a qualidade dos postos de trabalho nas mesmas apoio ao fortalecimento dos micro e pequenos empreendedores jovens, inclusive os do setor informal (facilitar a transição para a formalidade) 26

Estratégias de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude: Educação Manter e fortalecer as políticas de resgate educacional prevenir trajetórias educacionais irregulares combater às desigualdades educacionais e promover a qualidade da educação como um todo elevar a escolaridade e ampliar o acesso ao ensino superior ampliar a oferta de educação profissional em sintonia com a demanda local e como mecanismo de fortalecimento dos arranjos produtivos locais; buscar uma melhor articulação entre o sistema educacional e o mundo produtivo. 27

Estratégias de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude: Proteção social Necessidade de uma atenção especial à juventude como parte de uma política integrada de combate à informalidade Maior incidência do emprego informal e precário entre os jovens, principalmente entre os negros Uma contínua e precária inserção do jovem no setor informal, no começo de sua carreira profissional, tende a gerar prejuízos e pode comprometer toda a sua trajetória profissional O aumento da formalidade e da contribuição a previdência entre os jovens é um fator importante para garantir maior sustentabilidade a médio e longo prazo dos sistemas de seguridade social. 28

Estratégias de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude Respeito aos direitos no trabalho Erradicar o trabalho infantil combate à todas as formas de discriminação Promover a igualdade de gênero e raça combate ao trabalho forçado e ao tráfico de pessoas fortalecer o tripartismo e o diálogo social fomentar a negociação coletiva 29

Estratégias de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude Vincular as políticas de promoção do trabalho decente para os/as jovens às políticas de saúde reprodutiva A maternidade adolescente ou precoce é um forte obstáculo à inserção das jovens no mercado de trabalho em igualdade de condições com os jovens Apoio à entrada e/ou permanência no sistema educacional e no mercado de trabalho às jovens grávidas ou que já são mães : licença maternidade, acesso a creches, etc. 30

Políticas para ampliar as oportunidades de emprego dos/as jovens com resposabilidades familiares Percepção generalizada de que a mulher é a principal responsável pelas tarefas domésticas e a família e que isso impede que ela se dedique plenamente ao trabalho reumerado desigual distribuição das tarefas domésticas, aliada à falta de apoio ao cuidado infantil, constituem fortes barrreiras para a incorporação das mulheres jovens ao mercado de trabalho, especialmente entre os mais pobres 31

Políticas para ampliar as oportunidades de emprego dos/as jovens com resposabilidades familiares Importância das políticas de conciliação entre o trabalho e a vida familiar para os/as jovens Área de particular relevância para a igualdade de oportunidades das jovens, que estão em plena etapa reprodutiva Não devem ser pensadas como um problema das mulheres e das mães trabalhadoras em particular, mas sim como algo que diz respeito aos trabalhadores de ambos sexos 32

Estratégias de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude Estimular o debate sobre o tema na sociedade Ampliar a base de conhecimentos Estimular a participação dos e das jovens na formulação, implementação e gestão das políticas de juventude. 33