Direito Penal Crime Doloso
Conceito Doutrinário: dolo como a vontade livre e consciente de realizar a conduta objetiva descrita no tipo penal, desejando ou assumindo o risco de produzir certo resultado. Legal: há crime doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo (art. 18, I, CP).
Elementos ou Requisitos a) Elemento cognitivo ou intelectual: consciência. b) Elemento volitivo: vontade.
a) Erro de tipo; Exclusões do Dolo b) Coação física irresistível.
Exclusões do Dolo a) Erro de tipo: exclui a consciência (elemento cognitivo) (art. 20 do CP) / possível a responsabilização por crime culposo.
Exclusões do Dolo b) Coação física irresistível: exclui a vontade (elemento volitivo) / coagido como instrumento do crime / responde apenas o autor da coação.
Teorias a) da vontade; b) do assentimento; c) da representação; d) da probabilidade.
Teoria da Vontade - Dolo como vontade livre e consciente de praticar a conduta típica e de produzir o consequente resultado; - Previsão legal: art. 18, inciso I, primeira parte, do CP (considera-se o crime doloso quando o agente quer o resultado).
Teoria do Assentimento - (ou) Teoria do consentimento / (ou) da anuência; - Dolo como vontade livre e consciente de praticar a conduta típica, aceitando os riscos de produzir o conseqüente resultado;
Teoria do Assentimento - Previsão legal: art. 18, inciso I, segunda parte, do CP (considera-se o crime doloso quando o agente assume o risco de produzir o resultado).
Teorias Adotadas - Da vontade (dolo direto) e do assentimento (dolo eventual).
Natureza Jurídica - Elemento da tipicidade.
Requisito Temporal - O dolo deve ser contemporâneo à conduta (omissiva ou comissiva). - Exceção: actio libera in causa / dolo antecede à conduta. Ex: sujeito que, propositadamente, se embriaga para cometer um delito.
Abrangência a) A finalidade visada pelo agente; b) Os meios utilizados pelo sujeito; c) Os efeitos decorrentes do emprego dos meios escolhidos.
Classificação Dolo direto e Dolo indireto : - Dolo direto de primeiro grau e dolo direto de segundo grau; - Dolo indireto alternativo e dolo indireto eventual.
Classificação Dolo direto de primeiro grau: - Dolo imediato; - Dolo em relação ao objetivo principal da conduta do agente; - Dolo direto quanto (i) ao fim criminoso desejado e (ii) aos meios escolhidos para a prática delitiva.
Classificação Dolo direto de segundo grau: - Dolo mediato ou de conseqüências necessárias ou reflexas; - Afasta-se do objetivo principal da conduta, incidindo em efeito colateral.
Classificação Dolo indireto alternativo: - O sujeito busca, com igual força, um ou outro resultado; - Responderá pelo resultado mais grave (princípio da consunção);
Classificação - Espécies: a) Alternatividade objetiva (resultados criminosos). Ex: ferir ou matar; b) Alternatividade subjetiva (vítimas). Ex: Antônio ou João.
Classificação Dolo indireto eventual: - O sujeito não quer produzir certo resultado, entretanto prevê a sua possível ocorrência e assente na sua produção, manifestando total indiferença quanto ao bem jurídico ameaçado (colocado em risco) com sua conduta;
- Elementos: Classificação a) O sujeito quer praticar a conduta, mas não quer diretamente o resultado criminoso; b) Representa a possibilidade de ocorrência do resultado; c) Atua com desprezo (ou indiferença) frente à possibilidade de ocorrência do resultado.
Classificação Dolo de dano e Dolo de perigo: - Dolo de dano: o agente deseja ou assume o risco de produzir lesão em bem ou interesse juridicamente tutelado (ex.: art. 155 do CP); - Dolo de perigo: o sujeito deseja ou assume o risco de expor a perigo de lesão bem ou interesse juridicamente tutelado (ex.: art. 132 do CP).
Classificação Dolo genérico e Dolo específico: - Dolo genérico ou simplesmente dolo (ex.: art. 121, caput, do CP); - Dolo específico ou elemento subjetivo especial do tipo (ex.: art. 319 do CP satisfazer interesse ou sentimento pessoal ).
Direito Penal Crime Doloso