PREVALÊNCIA DE TABAGISMO E GRAU DE DEPENDÊNCIA DE NICOTINA ENTRE ESTUDANTES DO CURSO DE BIOLOGIA DA UEPG.

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110. EA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE (X ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA PREVALÊNCIA DE TABAGISMO E GRAU DE DEPENDÊNCIA DE NICOTINA ENTRE ESTUDANTES DO CURSO DE BIOLOGIA DA UEPG. Deny Kelson Vasques Pereira 1 José Carlos Franzato Júnior 2 Carlos Magno Guimaraes Ferreira 3 Erildo Vicente Muller 4 Olivia Mara Savi 5 RESUMO O tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável do mundo. Políticas públicas para cessação do tabaco vêm sendo implantadas, apesar dos esforços governamentais ainda há uma prevalência considerável de fumantes, principalmente entre o gênero feminino. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de tabaco e o grau de dependência a nicotina entre os fumantes do curso de biologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Pr. A prevalência foi calculada por meio de aplicação de um formulário e o grau de dependência a nicotina foi calculado utilizando o teste de Fargeström. Entre os 158 acadêmicos, a prevalência de fumantes foi de 9,5%, com maior prevalência entre o gênero feminino com 60% dos fumantes. O grau de dependência a nicotina foi de 53% classificados como muito baixo, 20% com baixo grau de dependência, 20% grau médio e 7% com grau elevado de dependência. Em relação ao nível socioeconômico 13% dos fumantes declararam uma renda inferior a 2 salários mínimos, 40 % com renda de 2 a 5 salários mínimos e 47% para os que declararam possuir renda superior a 5 salários mínimos. PALAVRAS CHAVE Tabagismo, Prevalência, Grau de dependência, Universitários. 1 Acadêmico de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa, apresentador, e-mail: denykelson@yahoo.com.br 2 Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa, apresentador, e-mail: zeh_franzato@hotmail.com 3 Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa, autor, e-mail: carlosmagnogf@gmail.com 4 Doutor em Saúde Coletiva pela Escola Paulista de Medicina, Docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa Pr. autor e e-mail: erildomuller@hotmail.com 5 Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Docente do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública UEPG, autora, e-mail: olivia.mara@gmail.com

210. Introdução O tabaco que já foi glamourizado pela indústria do cinema e pela sociedade, obtendo seu auge de consumo na metade do século XX, hoje é um grande problema de saúde publica, pois o tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jovens no mundo, matando mais pessoas do que a síndrome da imunodeficiência adquirida AIDS, acidentes de transito e alcoolismo (OLIVEIRA, 2010). O tabagismo é tido como a principal causa de morte evitável, caracterizando-o assim como um problema real de saúde publica mundial (WHO, 2008). A dependência que o cigarro causa aos usuários é devido a substância nicotina contida no mesmo, além da nicotina o cigarro ainda possui substancias como, o monóxido de carbono, alcatrão, agrotóxicos e substâncias radioativas (ECHER, 2011), substâncias estas, causadoras de patologias como, por exemplo, a hipertensão (CARNELOSSO, 2010), e que também são responsáveis por 90% dos casos de câncer de pulmão, 86% de bronquite crônica e 30% dos casos de cânceres extrapulmonares (MIRRA, 1997). Os usuários de tabaco são responsáveis por uma porcentagem significante dos gastos públicos com saúde, devido ao maior numero de consultas médicas realizadas por estes (CAPILHEIRA, 2006) a expectativa de vida de um tabagista é 25% menor do que aquela observada em não tabagistas. De acordo com Azevedo e colaboradores (2008), a cessação do tabagismo promove grande redução na taxa de mortalidade antes dos 35 anos de idade. Atualmente no Brasil, estima-se que o uso de tabaco seja responsável por 200 mil mortes prematuras (SERRADILHA, 2010), mortes essas que seriam evitadas, caso as pessoas não fizessem uso do tabaco. Entretanto a prevalência atual de fumantes no Brasil segundo pesquisa realizada pelo instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE) é de 17,2% da população de 15 anos ou mais de idade. (IBGE, 2008). O tabaco causa anualmente no mundo três milhões de mortes e no Brasil é responsável por 10,9% da mortalidade geral anual (MIRRA, 1997). Como estratégia para a diminuição da prevalência de fumantes, o cigarro vem sendo alvo de intenso combate com campanhas sanitárias, novas legislações, estratégia para que os fumantes deixem de fumar e ainda rejeição pela população que outrora era usuária. (SPINK, 2010). Os novos alvos das indústrias de cigarro é a população jovem, pois a grande maioria dos fumantes adquire o hábito de fumar no período da adolescência, o que também esta associada a problemas comportamentais, perturbações emocionais e dificuldade de relacionamentos, fatores estes característicos do período da adolescência. (VITORA, 2011). Azevedo e colaboradores (2008) colocam que 70% dos tabagistas demostram interesse em deixar de fumar, no entanto, apenas 5% desses conseguem de fato deixar de fumar sem que aja auxilio de um profissional da saúde. Sendo assim torna-se evidente que há necessidade de investimento em novas medidas para prevenção e conscientização desta população jovem e que vem servindo de alvo, para que sejam os novos consumidores do tabaco e consequentemente os novos usuários do sistema de saúde por doenças que poderiam ser evitadas. E ainda há a necessidade da implantação de novos programas que auxiliem na cessação do tabagismo. Objetivos Avaliar a prevalência de tabagistas entre os acadêmicos do curso de biologia. Avaliar o grau de dependência de nicotina entre os acadêmicos tabagistas por meio do teste de Fargeström. Metodologia A amostra foi constituída por 158 acadêmicos do curso de biologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no mês de março de 2012. A coleta de dados para determinação da prevalência do tabagismo entre os acadêmicos do curso de biologia foi obtida através da aplicação de um questionário estruturado constituído de questões abertas e fechadas referentes à identificação, gênero, idade, renda familiar, escolaridade, hábito de fumar (fumante, ex-fumante, nunca fumou), há quanto tempo fumava, além do interesse, se fumante, em abandonar o tabagismo.

310. Entre os tabagistas foi aplicado o teste de Fagerström para detecção do grau de dependência a nicotina. Nesse teste há uma classificação que é divida pela quantidade de pontos que o tabagista obtém ao responder o questionário, indicando assim o seu grau de dependência, a classificação é dividida da seguinte forma: muito baixo (0 a 2 pontos), baixo (3 a 4 pontos), médio (5), elevado (6 a 7), muito elevado (8 a 10). Resultados Dos 158 acadêmicos do curso de biologia da universidade estadual de Ponta Grossa no Paraná, que responderam o questionário, houve uma prevalência de 9,5% de tabagismo. Verificou-se que 40% daqueles que relataram ser fumantes, 40% pertenciam ao gênero masculino e 60% ao gênero feminino. A maior prevalência de tabagismo no gênero feminino pode estar relacionada com a independência que as mulheres conquistaram e por posições sociais que estas obtiveram, bem como o início precoce do uso do cigarro, o que vem sendo relatado por diversos autores (ECKERDT, 2010). O nível socioeconômico dos acadêmicos que declaram ser fumantes é composto de 13% com renda mensal com menos de dois salários mínimos, 40% de acadêmicos que possuem renda mensal de dois a cinco salários mínimos e 47% de acadêmicos que declararam possuírem renda mensal com mais de cinco salários mínimos. O fato da população com maior renda familiar, ser a que mais faz uso do cigarro pode ser explicado pelo fato que o gasto com o cigarro não seja um gasto significante em seu orçamento (KROEFF, 2010). Levando a hipótese que a população com maior renda teria maior facilidade para aquisição do cigarro. Em relação ao grau de dependência da nicotina dos acadêmicos avaliados pelo teste de Fagerström, o resultado obtido foi: 53% para o grau muito baixo, 20% para o baixo grau, 20% para o médio grau e 7% para o grau elevado, dentre aqueles que responderam o teste não foi observado grau de dependência de nicotina com a classificação, muito elevado. De acordo com a literatura a prevalência de fumantes encontradas nesse estudo é inferior a outros estudos realizados em universidades brasileiras (STRAMARI, 2009). Fato este que pode indicar que os programas e propagandas antitabagismo podem estar surtindo efeito entre este grupo. Outro fator que pode ser indicativo da prevalência inferior em relação à prevalência encontrada em outros estudos é a de que este grupo de tabagistas pesquisados pertencerem a um grupo onde fumar pode indicar alguma independência ou firmação social através do cigarro (SILVA PINTO 2007). Podendo indicar que estes fazem uso do tabaco apenas como um modo de socialização e não por serem totalmente dependentes da nicotina, pois no presente estudo não foi encontrado grau de dependência elevado a nicotina e apenas 7% dos fumantes obtiveram scores de 7% para o grau médio de dependência, valores inferiores aos relatados na literatura. (CASTRO, 2008). Conclusões Conclui-se pelo presente estudo que a prevalência de tabagistas entre os acadêmicos do curso de biologia, da universidade estadual de Ponta Grossa, é inferior a outros estudos semelhantes já realizados em universidades brasileiras. A prevalência de tabagistas do gênero feminino foi semelhante à prevalência encontrada em estudos já realizados, que indicam maior prevalência em relação ao gênero masculino. Quando comparado o grau de dependência de nicotina com outros estudos realizados onde se analisou o grau de dependência da nicotina, o presente estudo mostrou semelhante de dependência para a classificação, muito baixo, porem quando comparado o grau baixo, médio, elevado e muito elevado concluiu-se que estes foram menores que os observados por outros autores em estudos realizados. Sendo assim torna se evidente que é necessário à implantação de novos programas para a promoção da saúde, assim como programas direcionados para que estes acadêmicos deixem de fumar ou ainda mesmo não cheguem nem mesmo a experimentar o cigarro.

410. Referências AZEVEDO, R. C. S.; HIGA, C. M. H.; ASSUMPÇÃO, I. S. A. M.; FERNANDES, R. F.; BOSCOLO, M. M.; FRAZATO, C. R. G.; GOULART, W. Atenção aos tabagistas pela capacitação de profissionais da rede pública. Rev Saúde Pública 42(2):353-5, 2008. BELINSKI, A. C.; MÜLLER, E.V. Prevalência do tabagismo e grau de dependência entre usuários do centro de atenção à saúde (CAS) Uvaranas, Ponta Grossa-Pr. Publ. UEPG Biol. Health Sci., Ponta Grossa, v.16, n.1, p. 63-73, jan/jun. 2010. CAPILHEIRA, M. F.; SANTOS, I. S. Fatores individuais associados à utilização de consultas médicas por adultos. Rev Saúde Pública 40(3):436-43, 2006. CARNELOSSO, M. L.; BARBOSA, M. A.; PORTO, C. C.; SILVA, S. A.; CAVALHO, M. M.; OLIVEIRA, A. L. I. Prevalência de fatores de risco para doenças cardiovascularesna região leste de Goiânia (GO). Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1):1073-1080, 2010. CASTRO, M. G. T,; OLIVEIRA, M. S.; ARAUJO, R. B.; PEDROSO, R. S. Relação entre gênero e sintomas depressivos e ansiosos em tabagistas. Rev Psiquiatr RS.;30(1):25-30, 2008. ECHER, A. P. A.; CORRÊA, A. P. A.; FERREIRA, S. A. L.; LUCENA, A. F. Tabagismo em uma escola de enfermagem do sul do Brasil. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 20(1): 152-9. Jan- Mar 2011. ECKERDT, N. S.; WEBSTER, C. M. C.; Sentidos sobre o hábito de fumar para mulheres participantes de grupo de tabagistas. Rev. Latino-Am. Enfermagem ;18(Spec):641-7, May-Jun 2010. IBGE. Pesquisa nacional por amostra de domicilio, tabagismo, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 2008. KROEFF, L. R.; MENGUE, S. S. Análise dos gastos individuais com tabagismo a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002-2003. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(12):2334-2342, dez, 2010. MIRRA, A. P.; OSEMBERG, J.R. Inquérito sobre prevalência do tabagismo na classe médica brasileira. Rev Ass Med Brasil; 43(3): 209-16, 1997. OLIVERIA, H. F.; MARTINS, L.C.; REATO, L.F.N.; AKERMAN, M. Fatores de risco para uso do tabaco em adolescentes de duas escolas do município de Santo André, São Paulo. Rev Paul Pediatr; 28(2):200-7.,2010. PINTO, D. S.; RIBEIRO, S. A. Variáveis relacionadas à iniciação do tabagismo entre estudantes do ensino médio de escola pública e particular na cidade de Belém PA. J Bras Pneumol.;33(5):558-564, 2007. SERRADILHA, A. F. Z.; MORENO, L. R.; SEIFFERT, O. M. L. B. Uso de tabaco entre estudantes do ensino técnico de enfermagem. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 19(3): 479-87. Jul-Set, 2010. SPINK, M. J. P. Ser Fumante em um Mundo Antitabaco: reflexões sobre riscos e exclusão social. saúde Soc. São Paulo, v.19, n.3, p.481-496, 2010. STRAMARI, L. M.; KURTZ, M.; SILVA, L. C.C. Prevalência e fatores associados ao tabagismo em estudantes de medicina de uma universidade em Passo Fundo (RS). J Bras Pneumol.;35(5):442-448, 2009. VITÓRIA, P. D.; SILVA, S. A.; VRIES, HEIN. Avaliação longitudinal de programa de prevenção do tabagismo para adolescentes. Rev Saúde Pública;45(2):343-54, 2011.

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