GRAU DE DEPENDÊNCIA DA NICOTINA EM PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE
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- Joaquim Igrejas Olivares
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1 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA GRAU DE DEPENDÊNCIA DA NICOTINA EM PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE 1 Maria Alina Lurdes Oliveira 2 Priscila Martha Martins 1 OLIVEIRA, Maria Alina Lurdes 2 MARTINS, Priscila Matha 3 MÜLLER, Erildo Vicente 4 ZARPELLON, Lídia Dalgallo 5 PARIS, Gisele Ferreira RESUMO O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde, a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Segundo estudos realizados em 2002, afirma-se que caso providências não sejam tomadas e as atuais tendências de expansão do consumo do tabaco sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano Apesar dos malefícios associados ao tabagismo, o número de fumantes é alarmante e vem crescendo principalmente nos países de renda média e baixa. Pesquisas revelam que os profissionais da saúde fumantes ultrapassam os 20% em 70% dos países. Sendo assim o presente estudo tem como objetivo verificar o grau de dependência de nicotina entre os profissionais de saúde. Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa e exploratória. A coleta dos dados ocorreu no período de 26 a 29 de abril de A amostra foi composta por 13 (treze) profissionais da saúde, sendo 7 deles trabalhadores da atenção primaria e 6 da área hospitalar. Utilizou-se como fonte o questionário de tolerância de Fagerström, que tem como objetivo identificar e medir a dependência de nicotina. Os profissionais de saúde devem dar exemplo aos seus pacientes por isso existe a preocupação de que os mesmos tenham uma vida saudável livre de qualquer vicio. PALAVRAS CHAVE DEPENDENCIA DA NICOTINA, PROFISSIONAIS DE SAÚDE, TABAGISMO. 1 Acadêmica do 4º ano do curso de Bacharelado em Enfermagem, maria_allina@hotmail.com. ² Acadêmica, do 4º ano do curso de Bacharelado em Enfermagem, prisnv@hotmail.com 3 Doutorando, Docente, erildomuller@hotmail.com 4 Mestre, Docente, ldzarpellon@yahoo.com.br
2 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar. (INCA, 2002) O tabagismo, antes visto como um estilo de vida é atualmente reconhecido como uma dependência química que expõe os indivíduos a inúmeras substâncias tóxicas. Atualmente, estima-se que 4,9 milhões de mortes ao ano são provocadas pelo tabaco, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Caso providências não sejam tomadas e as atuais tendências de expansão do consumo do tabaco sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos) (WHO, 2003 apud INCA, 2004, p.2). Atualmente no Brasil, estima-se que existem em torno de 30 milhões de fumantes, e aproximadamente mortes/ano são decorrentes do tabagismo. (OPAS, 2002 apud GOMES F.B.C.,2003, p.4) Apesar dos malefícios associados ao tabagismo, o número de fumantes é alarmante e vem crescendo principalmente nos países de renda média e baixa. (ANVISA, 2010) De acordo com levantamento da OMS, está comprovado que a influência dos profissionais de saúde é um dos principais métodos capazes de fazer com que os fumantes abandonem o vício. Estudos mostram que o aconselhamento de profissionais de saúde pode aumentar as taxas de abandono do fumo em até 50%. O curioso é que a incidência de fumantes entre os profissionais de saúde, algumas vezes, é proporcionalmente maior do que entre a população. Uma pesquisa da OMS revelou que os profissionais da saúde fumantes ultrapassam os 20% em 70% dos países. Esse percentual de fumantes varia entre 0,5% e 47% - o menor registrado foi entre estudantes de enfermagem em Uganda, enquanto o maior ficou entre estudantes de farmácia na Albânia. (VIA6, 2006) Um exemplo é a Albânia, onde 44% dos estudantes de medicina fumam, contra 39% da população. Na Arábia Saudita, 20% dos médicos fumam, enquanto 13% da população têm o hábito de acender cigarros. (INCA, 2004) O diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Lee Jong-wook pediu que médicos e outros profissionais da área da saúde parem de fumar, porque eles devem dar o exemplo na luta contra doenças e mortes causadas pelo tabagismo, dizendo: "Profissionais da área da saúde estão na linha de frente. Eles precisam ter a habilidade de ajudar as pessoas a pararem de fumar. Por isso, precisam dar o exemplo e também abandonar o cigarro". (BARBOSA, 2010) Objetivos Verificar o grau de dependência da nicotina entre os profissionais de saúde. Metodologia Trata-se de um estudo Transversal de abordagem quantitativa e exploratória. Nos estudos transversais todas as medições são feitas num único "momento", não existindo, portanto, período de seguimento dos indivíduos. A pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las (SILVA, 2001). A coleta dos dados ocorreu no período de 26 a 29 de abril de A amostra foi composta por 13 (treze) profissionais da saúde, sendo 7 (sete) deles trabalhadores da atenção primaria e 6 (seis) da área hospitalar. Para a coleta de dados utilizou-se como fonte as fichas de triagem do Projeto Educando e Tratando o Tabagismo na UEPG, que contem dentre os vários dados o questionário de tolerância de Fagerström, que tem como objetivo identificar e medir a dependência de nicotina conforme a somatória dos pontos obtidos através das respostas referentes a seis perguntas (Quadro 1),
3 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 classificando a dependência da nicotínica em cinco graus: muito baixa (0 a 2), baixa (3 a 4), média (5), elevada (6 a 7) e muito elevada (8 a 10). Os dados coletados foram transcritos, analisados e agrupados em tabelas facilitando assim a análise. A análise das informações coletadas foi feita utilizando-se o software Excel versão Quadro 1- Questionário de Tolerância de Fagerström. Ponta Grossa,PR, Pergunta nº 1: Quanto tempo após acordar você fuma o seu primeiro cigarro? Dentro de 5 minutos 3 Entre 6 e 30 minutos 2 Entre 31 e 60 minutos 1 Após 60 minutos 0 Pergunta nº 2: Você acha difícil não fumar em locais onde o fumo é proibido (como igrejas,biblioteca, etc)? Sim 1 Não 0 Pergunta nº 3: Qual o cigarro do dia traz mais satisfação (ou que mais detestaria deixar de fumar)? O primeiro da manhã 1 Outros 0 Pergunta nº 4: Quantos cigarros você fuma por dia? 10 ou menos 0 11 a a ou mais 3 Pergunta nº 5: Você fuma mais freqüentemente pela manhã (nas primeiras horas do dia) que no resto do dia? Sim 1 Não 0 Pergunta nº 6: Você fuma mesmo quando está tão doente que precisa ficar de cama a maior parte do tempo? Sim 1 Não 0 O questionário de tolerância de Fagerström foi aplicado em 13 profissionais da saúde, sendo 3 agentes comunitários de saúde, 1 auxiliar em enfermagem, 5 técnicos em enfermagem, 2 enfermeiras e 2 médicos. Dos profissionais entrevistados, 11 eram do sexo feminino e 2 do sexo masculino. Em relação ao grau de escolaridade, 1 possui o ensino médio incompleto, 8 possuem o ensino médico completo e 4 possuem o ensino superior completo. A idade média dos profissionais é de 38 anos e em relação ao tempo de tabagismo, 1 profissional relatou fumar há menos de 10 anos, 6 há mais de 10 anos, 2 há mais de 20 anos e 4 há mais de 30 anos. Gráfico 1 Tempo de tabagismo dos entrevistados.
4 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 As respostas obtidas no questionário de Fagerström foram transcritas em gráficos disponibilizados em suas respectivas ordens: Gráfico 2 Quanto tempo após acordar você fuma seu 1º cigarro? Os dados demonstram que os usuários do tabagismo necessitam da nicotina de forma imediata após acordarem, isto reafirma o alto grau de dependência ao tabaco. Gráfico 3 Você acha difícil não fumar em lugares proibidos como igrejas? Gráfico 3 Qual o cigarro do dia que traz mais satisfação?
5 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 Gráfico 4 Quantos cigarros você fuma por dia? Gráfico 5 Você fuma mais freqüentemente pela manhã? Gráfico 6 Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar de cama?
6 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6 Conclusões O conselho por parte dos profissionais de saúde, dado de maneira constante é eficaz na luta antitabágica e estes podem e devem interferir no processo de motivação do paciente fumante. Entretanto, para que esse aconselhamento seja produtivo, os profissionais precisam dar o exemplo, portanto não devem fumar, pois caso contrário estarão comprometendo seus argumentos, o que pode prejudicar o cuidado. Um tabagista dificilmente será convencido a abandonar seu hábito se os seus conselheiros, os profissionais de saúde, forem fumantes. (GUAZZELLI; TERRA FILHO; FISS, 2005) O importante é informar os profissionais de saúde sobre o câncer e seus fatores de risco, estimulando-os a adotarem hábitos saudáveis e instrumentalizando-os com estratégias para estimular, também, a comunidade assistida. Dessa forma, procura-se contribuir para melhorar a qualidade de vida através de ações dirigidas aos profissionais de saúde e, num segundo momento, à comunidade assistida por eles. Diante disso, é fundamental que haja coerência das unidades prestadoras de serviços de saúde com o seu papel de vitrine de hábitos e estilos de vida saudáveis. Elas devem tornar-se livres da poluição do tabaco e estimular seus profissionais fumantes a deixarem de fumar. (INCA, 2001) Referencias BARBOSA, H. A mão que afaga: o acordo antifumo no Senado Federal. Disponível em: < Acesso em: 29 abr BRASlL, Ministério da Saúde. Agência Nacional da Vigilânica Sanitaria- ANVISA. Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnólogias em Saúde. Estratégias clínicas para a cessação do tabagismo, Ano V, nº 2, jun Dados dos inquéritos epidemiológicos em capitais brasileiras. Rio de Janeiro: INCA p. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer - INCA. Estimativas da Incidência e Mortalidade por Câncer. Rio de Janeiro: INCA, GOMES F.B.C. Conseqüência do Tabagismo para a Saúde. Consultoria Legislativa. Brasília, DF. 2003; 9p GUAZZELLI, A.; TERRA FILHO, M.; FISS, E. Tabagismo entre médicos da Região do ABC Paulista. Disponível em: < Acesso em: 29 abr HALTY, A.S; HUTTNER M.D.; SANTOS, V., MARTINS G. Análise da utilização do questionário de tolerância de Fagerström (QTF) como instrumento de medidor de dependência de nicotina. Jornal Brasileiro de Pneumologia l 2002;28(4): INCA. OMS quer mobilizar profissionais de saúde contra fumo. Disponível em: < Acesso em: 29 abr Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer - INCA. Prevalência De Tabagismo No Brasil. MENEZES, A. M. B. Noções básicas de epidemiologia. Disponível em: idemiologia.pdf. Acesso em: 14 jun MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. COORDENAÇÃO DE PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA - CONPREV. "Programa Nacional de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco - Brasil". Rio de Janeiro, 2001 SILVA, E.L. MENEZES, E.M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, p.
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