DÉBORA FERREIRA ALVES GRAZIELA SOUSA CARNEIRO

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Transcrição:

0 DÉBORA FERREIRA ALVES GRAZIELA SOUSA CARNEIRO DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM E A NECESSIDADE DE RECURSOS HUMANOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE PORTO VELHO/RO Porto Velho 2016

1 DÉBORA FERREIRA ALVES GRAZIELA SOUSA CARNEIRO DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM E A NECESSIDADE DE RECURSOS HUMANOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE PORTO VELHO/RO Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário São Lucas, como requisito de aprovação para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem, sob a orientação da Prof. Ma. Rosa Maria Ferreira de Almeida. Porto Velho 2016

2 DÉBORA FERREIRA ALVES GRAZIELA SOUSA CARNEIRO DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM E A NECESSIDADE DE RECURSOS HUMANOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DE PORTO VELHO/RO Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário São Lucas, como requisito de aprovação para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem, sob a orientação da Prof. Ma. Rosa Maria Ferreira de Almeida. Data: / /2016. Resultado:. Banca Examinadora Profª. Ma: Rosa Maria Ferreira de Almeida (Orientadora) Prof: Helton Camilo Membro da Banca Examinadora Prof: Samia Carolina Silva Membro da Banca Examinadora

3 DEDICATÓRIA Aos meus Pais, Jose Alberto e Valquíria Gomes, por todos os ensinamentos de vida, a dedicação que sempre demonstraram, mesmo em meio às dificuldades não me deixaram desistir sempre com uma palavra de conforto e carinho, não tenho palavras para descrever o tamanho do amor e respeito que sinto, pois sem eles essa conquista não teria sido possível. A minha irmã Isabel pelo companheirismo e amor que demonstra. A todos meus familiares. Débora Ferreira Alves Aos meus Pais, Sebastião e Maria das Graças, minha inspiração na busca de melhores dias, pelas lições de vida e pela direção que me foi apontada, em especial na formação do meu caráter. Aos meus irmãos, Henrique e Bárbara, pela cumplicidade, apoio e sempre me incentivando. Ao meu namorado Ânderson de Araújo Neves, por toda paciência, compreensão, carinho e amor, sempre me incentivando. A todos os meus familiares. Graziela Sousa Carneiro

4 AGRADECIMENTOS Acima de tudo a Deus, pelo dom da vida, pela energia vital renovada a cada manhã, e as nossas famílias por proporcionar apoio financeiro e emocional, nos fortalecendo para enfrentar os desafios diários. Agradecemos ao Centro Universitário São Lucas UniSL, que proporcionaram a estrutura necessária para a realização do curso bem como para a construção deste trabalho. Reconhecemos com profunda gratidão o mérito de todos os professores do curso de Enfermagem que nos deram suporte para a exitosa consecução deste importante objetivo acadêmico e social. Em especial reconhecimento registramos a Professora Ma. Rosa Maria, pelo trabalho de orientação que exerceu, dedicando atenção ao desenvolvimento desta pesquisa. Também, com carinho e saudade agradecemos aos nossos colegas de aula com os quais partilhemos agradáveis momentos de ajuda e crescimento mútuo. Não diferentemente lembramo-nos dos funcionários do centro universitário, com os quais sempre pudemos contar no dia a dia desta jornada. Não poderíamos deixar de registrar os nossos agradecimentos aos profissionais CEMETRON, que disponibilizaram seus dados para análise do dimensionamento, sem os quais este resultado não seria alcançado. Agradecemos ainda ao Ânderson de Araújo Neves, a Marcela Gislane E. de Sousa e a Thaisa Santana por dedicar do seu tempo e contínuo incentivo. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento. (Provérbios 2.6) Confie em Deus o que você faz, e seus projetos se realizarão. (Provérbios 16:3)

5 RESUMO O presente estudo refere-se ao dimensionamento do pessoal de enfermagem baseado na Resolução nº 293/2004 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que determina os parâmetros ideais de funcionários de acordo com a necessidade do setor e carga horária da instituição de saúde. Objetivou analisar o quadro de pessoal de enfermagem do Centro de Medicina Tropical de Rondônia Hospital CEMETRON, comparando-o com o preconizado na resolução COFEN 293/2004 no município de Porto Velho RO. A pesquisa foi realizada por meio de um estudo com abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva, através da consulta de documentos disponibilizados pelo hospital pesquisado, com este estudo foi possível analisar os setores assistenciais com maior déficit de profissionais de enfermagem, o que sobrecarrega os mesmos, dificultando uma assistência qualificada ao cliente. Em relação à classificação de horas assistenciais e percentual do total de profissionais de enfermagem, observou-se que a quantidade recomendada para equipe é superior a utilizada pela instituição estudada. Acredita-se que este estudo, contribua para temática do dimensionamento dos profissionais de enfermagem dos hospitais. Palavras-chave: Dimensionamento; Enfermagem; Assistência.

6 ABSTRACT The present study refers to the nursing staff dimensioning based on Resolution No. 293/2004 of the Federal Nursing Council (COFEN), which determines the ideal parameters of employees according to the need of the sector and the workload of the health institution. The objective was to analyze the nursing staff of the Center of Tropical Medicine of Rondônia CEMETRON Hospital, comparing it with the one recommended in COFEN Resolution 293/2004 in the city of Porto Velho - RO. The research was carried out through a quantitative, descriptive and retrospective study, through the consultation of documents made available by the researched hospital, with this study it was possible to analyze the care sectors with the greatest deficit of nursing professionals, which overload the same, Making it difficult for qualified customer service. Regarding the classification of care hours and percentage of the total number of nursing professionals, it was observed that the recommended amount for staff is higher than that used by the institution studied. It is believed that this study contributes to the thematic dimension of the nursing professionals of the hospitals. Keywords: Sizing; Nursing; Assistance.

7 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Porcentagem/horas assistenciais da equipe de enfermagem. Tabela 02 - Mensal de profissionais da equipe de enfermagem Janeiro a Junho. Tabela 03 - Necessidade mensal de profissionais da equipe de enfermagem Janeiro a Junho. Tabela 04 - Dimensionamento de enfermagem ideal - janeiro a julho 2016. Tabela 05 - Percentual de afastamentos por licença. Tabela 06 - Quantitativo de férias.

8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEMETRON Centro de Medicina Tropical de Rondônia CEP Código de Endereçamento Postal CMMI Clínica Médica Masculina I CMMII Clínica Médica Masculina II CMF Clínica Médica Feminina COFEN Conselho Federal de Enfermagem COREN Conselho Regional de Enfermagem DPE Dimensionamento do Pessoal de Enfermagem HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana IST Índice de Segurança Técnica OMS Organização Mundial da Saúde SCP Sistema de Classificação de Pacientes TA Taxa de Absenteísmo TB Taxa Ausência de Benefícios TST Tribunal Superior do Trabalho UTI Unidade de Terapia Intensiva

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 2 OBJETIVOS... 12 2.1 Objetivo Geral... 12 2.2 Objetivos Específicos... 12 3 JUSTIFICATIVA... 13 4 REFERENCIAL TEÓRICO... 14 5 METODOLOGIA... 20 5.1 Tipo de Pesquisa... 20 5.2 Coleta de Dados... 21 5.3 Local da Pesquisa... 22 5.4 Critérios de Inclusão e Exclusão... 22 5.5 Análise dos Dados... 22 6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS... 23 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 29 REFERÊNCIAS... 32

10 1 INTRODUÇÃO No contexto mundial as instituições de saúde têm apresentado enormes mudanças, em que a informação e o conhecimento exercem papeis fundamentais. Desta forma essas instituições, precisam renovar o modelo de gestão para atender com eficiência e eficácia a essa nova realidade do mundo globalizado (FUGULIN, 2010). Os gestores das instituições de saúde têm investido na busca por novas estratégias de gestão que possibilitem conciliar a redução de custos, a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos e a satisfação dos usuários. A gestão em saúde tem inúmeros assuntos evidenciados na rotina de profissionais, gestores e pesquisadores, como objetivo de estudo e propostas, durante a prestação de serviços assistenciais (ROGENSKI, 2006). O gerenciamento de enfermagem tem como função administrativa essencial para a realização dos cuidados assistenciais. A Enfermagem é uma profissão caracterizada por sua complexidade e dinâmica, por ter um corpo de conhecimento específico e instrumentos de trabalho que lhe propicie o desempenho de suas atribuições com independência, compromisso e eficiência. É uma das profissões na área da saúde cuja especialidade é o cuidado podendo ser individual, familiar e também na comunidade; desenvolvendo atividades de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde (GALVÃO et al; 2000). Entretanto, independente do papel fundamental que o serviço de enfermagem exerce a necessidade de diminuir gastos e aumentar a oferta de serviços coloca em questão o quadro de profissionais de enfermagem, por representar o maior quantitativo e por consequência o maior custo operacional nas instituições. Dessa forma, os gerentes de enfermagem responsáveis pela distribuição e coordenação da assistência de enfermagem estão muitas vezes envolvidos com a necessidade de solucionar problemas relacionados à falta de pessoal e sobrecarga de trabalho. Assim, quando o profissional aumenta sua jornada de trabalho, aumenta na mesma proporção a sua exposição aos riscos inerentes a sua atividade e por seguinte pode aumentar os riscos à segurança do paciente (ALBANO; FREITAS, 2013).

11 Embora o início dos estudos sobre dimensionamento de pessoal de enfermagem no Brasil tenha ocorrido por volta de 1970 e 1980, foi Gaidzinski (1998) que usou como fundamento a carga de trabalho da unidade e o tempo disponível para o trabalho do profissional de enfermagem, auxiliando na realização desse processo e instrumentalizando os enfermeiros para a previsão, avaliação e adequação do quantitativo de profissionais de enfermagem nas unidades de internação de organizações de saúde. No decorrer da construção do conhecimento da profissão, vários estudos foram desenvolvidos no sentido de desenvolver e propor metodologias de cálculo de pessoal em enfermagem. Dentre eles, tem-se a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº 293/2004, a qual determina que, para o dimensionamento de pessoal, devem ser consideradas as características da instituição e do serviço de enfermagem, assim como a fundamentação legal do exercício profissional Lei nº 7.498/8611 e o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, além de outras Resoluções e Decisões do Sistema COFEN/COREN. Para implementação da metodologia de cálculos, a clientela atendida deve ser qualificada segundo um Sistema de Classificação de Pacientes (VITURI et al; 2011). O processo de dimensionar os recursos humanos de enfermagem pode ser compreendido como um processo sistemático baseia-se no planejamento e a avaliação do pessoal necessário para fornecer os cuidados de enfermagem, de acordo com a necessidade dos serviços de saúde, que asseguram o bem-estar dos usuários e dos trabalhadores. Devem-se levar em conta as peculiaridades dos usuários e a dependência para o ajuste adequado do pessoal de enfermagem, sendo um grande desafio, devido a realidade do sistema (FUGULIN; GAIDZINSK; CASTILHO, 2010). Ainda segundo os autores supracitados esse processo consiste nos seguintes fatores: carga média de trabalho da instituição, distribuição percentual dos profissionais de enfermagem; índice de segurança técnica e tempo efetivo de trabalho. Segundo os autores supracitados defendem que a medida da carga de trabalho na enfermagem é um fator indispensável para o adequado provimento de pessoal em unidades hospitalares, devendo ser balizada pela demanda dos pacientes e pelos padrões de cuidados estabelecidos como meta pelas instituições.

12 O Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) tem como base a utilização da quantidade média diária de usuários atendidos em uma instituição além da necessidade de identificar o perfil da clientela atendida na unidade por meio da classificação dos clientes quanto ao grau de dependência do cuidado. Entretanto, apresenta uma variável imprescindível para o dimensionamento de pessoal, a utilização do SCP auxilia na extensão do conhecimento acerca da clientela auxiliada e suas necessidades e o desenvolvimento de habilidades e competências que permitam aos responsáveis prestar assistência e gerenciar a unidade com segurança, autonomia, inovação e participação (INOUE, 2008). O dimensionamento de profissionais de enfermagem é um tema que vem sendo debatido e exposto tanto internacionalmente e nacionalmente, devido a deficiência no número e na qualidade assistencial dos profissionais de enfermagem que gerenciam as instituições de atendimento à saúde. Estudos sobre o dimensionamento no Brasil vêm ganhando força principalmente após a resolução do COFEN 293/2004, entretanto na região norte ainda não foi encontrado pesquisas publicadas sobre o tema, foram verificadas palestras realizadas pelo COREN local de cada estado. Dessa maneira, essa pesquisa tem como intuito investigar os indicadores do dimensionamento mediante aos recursos humanos presente na instituição, que são indispensáveis para avaliar com maior exatidão a relação entre a assistência ao paciente, às cargas e as condições de trabalho da equipe enfermagem, a qualidade e a produtividade. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Analisar o dimensionamento do quadro de pessoal de enfermagem do Centro de Medicina Tropical de Rondônia Hospital CEMETRON, comparando-o com o preconizado na Resolução COFEN 293/2004. 2.2 Objetivos Específicos

13 Verificar as escalas mensais da equipe de enfermagem, incluindo as férias; Investigar o tipo de assistência prestada durante o período pesquisado; Analisar a carga de trabalho mediante ao dimensionamento e o número de licenças para tratamento de saúde. 3 JUSTIFICATIVA No Brasil, a maior parte da força de trabalho das instituições hospitalares é representada pela equipe de enfermagem, que prestam assistência direta aos pacientes. No rol de atividades desses profissionais, estão inclusos procedimentos de menor complexidade como a higiene e conforto dos pacientes, até a administração dos medicamentos, inclusive endovenosos. No cenário nacional, o número de técnicos e auxiliares é maior do que o número de enfermeiros, que atuam supervisionando-os, elaborando planos de cuidado aos pacientes e realizando procedimentos de maior complexidade, como passagem de sondas e introdução de cateteres (ROSSETTI; GAIDZINSKI,2011). O dimensionamento de recursos humanos de enfermagem é a primeira etapa para provimento de pessoal e tem por objetivo a previsão do número de funcionários por categoria, necessária para atender, direta ou indiretamente, às necessidades de assistência de enfermagem da clientela (TANOS; MASSAROLLO; GAIDZINSKI, 2000). Como estagiarias e acadêmicas de enfermagem em diversos campos de estágio foi possível nos integrarmos às equipes de enfermagem e, consequentemente, vivenciar as dificuldades. O interesse sobre o tema surgiu a partir das observações sobre o dimensionamento do pessoal de enfermagem, as condições de trabalho no local onde se realizou a pesquisa, pois foi possível observar inúmeras situações na jornada de trabalho destes profissionais. O uso de ferramentas para o dimensionamento de enfermagem auxilia na adequação do quantitativo e do qualitativo de profissionais para o atendimento das necessidades de saúde dos usuários, contribuindo para uma assistência segura e de qualidade (PAIXÃO et al; 2015). A quantidade inadequada de profissionais de enfermagem tem afetado negativamente na qualidade da assistência prestada aos clientes, resultando em

14 maiores riscos, como erros de medicação, infecção relacionada à assistência à saúde, retirada não programada de sondas, drenos e cateteres, entre outros. Também impacta sobre os índices de morbidade e mortalidade dos pacientes e o tempo de internação vem gerando elevados custos hospitalares. A carga excessiva de trabalho pode conduzir à exaustão e à insatisfação profissional, o que aumenta a taxa de absenteísmo e de rotatividade, comprometendo as metas e a imagem institucional (CUCOLO; PERROCA, 2010). 4 REFERENCIAL TEÓRICO Em meados do século XVII, surgem a partir dos estudos de Florence Nightingale, as primeiras pesquisas acerca do planejamento do dimensionamento do pessoal da área de enfermagem. Florence Nightingale foi uma das primeiras a realizar estudos na área de gestão de recursos humanos em enfermagem. Os trabalhos iniciais se basearam em aspectos subjetivos e intuitivos, os quais buscavam manter a uma coerência entre quantidade de trabalhadores e tarefas a serem realizadas. Para manter tal relação equilibrada, a pesquisadora levava em consideração aspectos como o estado clínico do paciente. Desde os primeiros estudos, até os dias atuais, o dimensionamento adequado do pessoal de enfermagem sempre foi considerado um grande desafio para os gestores da área da saúde, tendo em vista que sem os recursos humanos, não há como os recursos materiais serem adequadamente utilizados (MAGALHÃES, RIBOLDI; DALL AGNOLL, 2009). A adequação dos recursos humanos às necessidades de assistência do paciente é fundamental para a qualidade e segurança do mesmo durante o atendimento. Tal adequação é oriunda do correto Dimensionamento do Pessoal de Enfermagem DPE. Essa adequação necessita atender não apenas critérios quantitativos, mas também critérios qualitativos, tendo em vista que o correto dimensionamento do pessoal de enfermagem contribui para a eficácia do atendimento e interfere nos custos finais (ANTUNES; COSTA; OLIVEIRA, 2003). Ainda de acordo com os autores supracitados, um dos principais aspectos que necessitam ser levados em consideração para o correto DPE, é a gravidade e a necessidade do paciente. A assistência de um pronto socorro deve ser

15 individualizada. Dessa forma a demanda de profissionais de enfermagem é maior, tendo em vista a gravidade e a necessidade dos pacientes que necessitam de atendimento neste tipo de unidade de saúde. Se não houver observância do aspecto supramencionado, o paciente tornar-se-á mais suscetível a agravos decorrentes de um atendimento inadequado. Grande é o desafio de realizar um correto Dimensionamento do Pessoal de Enfermagem. As lideranças da área reconhecem não apenas o impacto no atendimento ao paciente, como também ao profissional de enfermagem. Todavia, enfrentam grandes dificuldades para dimensionar quantitativa e qualitativamente as equipes multiprofissionais, em virtude principalmente, de questões de ordem orçamentárias (MAGALHÃES, RIBOLDI; DALL AGNOLL, 2009). Diversos são os estudos realizados na gestão de saúde, com o intuito de compreender a dinâmica, as particularidades e a complexidade o trabalho de enfermagem no que se refere ao dimensionamento correto dos profissionais. Capacitação e competência são pré-requisitos para que seja desenvolvido um planejamento adequado, e dessa forma as unidades de saúde tenham recursos humanos em quantidade adequada para realizar o processo de cuidar, o qual é complexo e continuo, e por isso demanda um planejamento adequado para que se alcance a melhor relação custo benefício no atendimento à saúde. Neste mesmo sentido, percebe-se que, corriqueiramente os altos custos da saúde são atribuídos, em sua maioria, aos gastos com o quadro de pessoal. Pode-se exemplificar a busca pela redução de custos, que geralmente tende a incidir sobre a equipe de enfermagem. Se isso acontecer, pode-se ocasionar uma redução quantitativa do quadro de pessoal, o que consequentemente e inevitavelmente prejudicará a qualidade da assistência prestada ao paciente (MENEGUETI, et al; 2013). De forma geral, o Dimensionamento do Pessoal de Enfermagem é realizado de forma empírica, através do julgamento intuitivo, levando-se em consideração a experiência profissional, tendo em vista, a falta de parâmetros científicos que possam subsidiar o planejamento e avaliação dos recursos humanos necessários (GAIDZINSKI, 1998). A relação quantitativa dos enfermeiros dentro do ambiente hospitalar, não se tem novos parâmetros de avaliação do dimensionamento de pessoal de enfermagem na sua prática, sendo que existe essa necessidade em vista dos

16 gestores e lideranças, principalmente no setor de emergência onde se concentra maior número de enfermeiros (MARIA; QUADROS; GRASSI; 2012). Ainda segundo os autores supracitados a equipe de enfermagem constitui uma grande parcela do efetivo na instituição hospitalar, sendo que nas unidades com quantitativo reduzido o enfermeiro tende a ter dificuldade para desempenhar a sua função com sua competência cientifica e técnica. Assim sendo, ocorre grande demanda de pacientes, principalmente no pronto socorro de um hospital público, e em virtude disto, também há delegação de atividades para técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem. A carga horária excessiva e o dimensionamento de pessoal de enfermagem insuficiente pode ocasionar riscos à segurança do paciente internado, o prontosocorro de um hospital público tem como realidade problemas constantes na área da enfermagem, a grande demanda de pacientes, falta de material, falta de incentivo aos profissionais como financeira e moral, falta de estrutura para o paciente e profissional, os índice altos de ruídos e luminosidade inadequados, realização de procedimentos em locais impróprios, assim sendo a realização de assistência de enfermagem inadequada. As redes básicas de saúde tende a garantir a resolutividade em grande parte da situação do paciente, mas a população procura prioridade no serviço hospitalar, e a falta de organização do nível de complexidade dos pacientes, ocasionando a grande demanda no ambiente hospital público (ANTUNES; COSTA; OLIVEIRA, 2003). Em algumas unidades públicas de pronto atendimento, os pacientes enfrentam inúmeras adversidades decorrentes das condições estruturais precárias, proporcionando-lhes acomodações em corredores sem nenhuma privacidade, com alto índice de ruídos e com luminosidade constantes, com recursos físicos impróprios para um bom atendimento em muitos casos sem ao menos a presença de um acompanhante. Tal quadro é agravado pelo dimensionamento quantitativo e qualitativo insuficiente do profissional enfermeiro, o que contribui para a desmotivação do profissional e insatisfação do paciente (SÊCCO, 2006). O sub-dimensionamento dos profissionais enfermeiros contribui diretamente para o crescimento das taxas de mortalidade e de infecção, além de ocasionar com maior frequência quedas, pneumonia associada a ventilação mecânica, extubação acidental para pacientes críticos, e consequentemente contribui para o aumento do tempo de internação (VERSA, 2011).

17 Verifica-se ainda, que o dimensionamento de pessoal de enfermagem inadequado, associado a uma carga de trabalho excessiva, contribui para o aumento dos riscos do paciente internado em unidade clínica (FASSINI, 2012). Como riscos da atividade na área da saúde, pode-se citar as cargas de trabalho, que são elementos do processo de trabalho que interagem com o corpo do trabalhador, tais como cargas químicas, físicas, mecânicas e principalmente biológicas tais como, bactérias, bacilos, fungos, parasitos, protozoários e vírus. (SÊCCO, 2006). As condições ocupacionais precárias que são encontradas em grande parte das unidades de pronto atendimento, também contribuem para o desgaste do profissional de enfermagem, pois a falta de materiais e equipamentos de proteção individual prejudica a relação do trabalhador com o paciente (RIBEIRO e SHIMIZU; 2007). Em razão destes dois aspectos citados anteriormente, o profissional da área de enfermagem, pode sofrer grande desgaste emocional, como síndromes depressivas, distúrbios físicos e psíquicos, sentimentos de angustia, estresse emocional e até mesmo desenvolver a síndrome de Burnout, o que traz graves consequências para o profissional e também para a qualidade do atendimento prestado (CUCOLO; PERROCA; 2010). O número reduzido de enfermeiros compromete não apenas a qualidade da assistência e a supervisão do atendimento prestado aos pacientes, o que coloca em risco a segurança do mesmo além direcionar atividades que deveriam ser executadas exclusivamente por enfermeiros, para profissionais de nível técnico, o que pode trazer consequências e implicações ético-legais para o enfermeiro (MONTEIRO; AVELAR; PEDREIRA; 2015). A Organização Mundial da Saúde OMS tem envidado esforços no sentido de incentivar a criação de políticas públicas e programas que visem minimizar o risco de pacientes internados. Segundo a OMS, a discussão acerca do dimensionamento adequado do pessoal de enfermagem, é fortalecida ao no momento em que se estabelece uma relação direta entre o papel da liderança na condução do processo de dimensionamento, e a segurança do paciente (MAGALHÃES; RIBOLDI; DALL AGNOLL, 2009). Existe uma preocupação dos enfermeiros com relação a assistência de enfermagem prestada aos seus pacientes, entre elas estão a qualidade no atendimento, satisfação do paciente, tempo dado a assistência de forma geral e segurança. O planejamento do dimensionamento de pessoal de enfermagem, entre

18 a quantidade e qualidade dos trabalhadores de enfermagem, para melhorar as condições de trabalho, para haver tempo, segurança e dedicação no atendimento que é uma satisfação que deve ser do enfermeiro e paciente (NICOLA; ANSELMI, 2005). Os pacientes acomodados em unidades semi-intensiva, que exigem atenção maior na assistência de enfermagem, acaba se tornando uma carga de trabalho excessiva da equipe de enfermagem, algumas das causas poderiam ter relacionadas à carência de leitos suficientes na unidade de terapia intensiva (UTI) não atendendo as demandas ou até mesmo à ausência ou inadequação da avaliação do nível de complexidade assistencial (INOUE e MATSUDA, 2010). A Resolução n 293/04, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), determina que o Índice de Segurança Técnica (IST) não pode ser menor que 15%, dos quais 8,33% estabelecem à cobertura das ausências por férias e 6,67% à cobertura das ausências não previstas. Determina também que nos setores de internação, em que a equipe de profissionais de enfermagem dispõe de 60% ou mais de pessoas com idade superior a 50 anos, deverá ser adicionado 10% ao IST. As instituições necessitam também de mais 3 a 5% de profissionais de enfermagem no quadro, para cobertura de circunstancias relacionada à rotatividade de pessoal e participação em eventos educativos (ROGENSKI; FUGULLIN, 2007). A realidade das instituições da área de saúde do Brasil, para o déficit de adequação do dimensionamento de pessoal de enfermagem, ainda são questões financeiras, ocorrendo número reduzido de enfermeiros dentro das unidades, comprometendo a qualidade de assistência com qualidade e a supervisão do serviço na área de enfermagem. Se o quadro, quantitativo de enfermeiro fosse aumentado de acordo com o dimensionamento projetado a relação qualitativa assistência de enfermagem havendo melhora necessária, pois, se as horas dedicadas à assistência de enfermagem do paciente tornam-se muito reduzidas, acaba se tornando insuficiente, e a qualidade do processo do cuidado podendo tornar comprometida, a saúde do paciente, devido à impossibilidade de atendimento necessário das áreas de cuidados que de intervenções, com consequentemente sobrecarga de atividades para a equipe de enfermagem (VITURI, et al; 2011). No que tange o dimensionamento do pessoal de enfermagem, e importante ressaltar o que a carta magna da república indica como preceito para distribuição da carga de trabalho.

19 No artigo 7º, inciso XIII, da Constituição Federal sobre a duração do trabalho normal o legislador afirma que Não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho (BRASIL, 1988). Dentro entendimento o Tribunal Superior do Trabalho, decidiu aprovar o regime de trabalho de 12 horas em ininterruptas por 36 horas de descanso. Contudo, para que esta jornada de trabalho seja válida deve ser aprovada por acordo coletivo. Segundo o TST a jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, está prevista em lei podendo ser alterada somente na existência de acordo ou convenção coletiva de trabalho, ainda é assegurado ao trabalhador o recebimento em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente a jornada prestada na décima primeira e décima segunda horas. Ainda de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho, para a decisão, os ministros dessa suprema corte levaram em consideração não apenas fundamentos jurídicos da causa, mas também o posicionamento da categoria de profissionais envolvidos, que claramente manifestaram-se a favor do regime especial de 12 por 36. O dimensionamento adequado sob a ótica quantitativa e qualitativa é regulado pela resolução 293 de 21 de setembro de 2004, do Conselho Federal de Enfermagem. Ainda de acordo com está Resolução a mesma prevê no artigo 2º, incisos I, II e III, que o Dimensionamento do pessoal de enfermagem deve levar em consideração a saber: I à instituição/empresa: missão; porte; estrutura organizacional e física; tipos de serviços e/ou programas; tecnologia e complexidade dos serviços e/ou programas; política de pessoal, de recursos materiais e financeiros; atribuições e competências dos integrantes dos diferentes serviços e/ou programas e indicadores hospitalares do Ministério da Saúde. II ao serviço de Enfermagem: Fundamentação legal do exercício profissional (Lei nº 7.498/86 e Decreto nº 94.406/87); Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, Resoluções COFEN e Decisões dos COREN,s; Aspectos técnico- administrativos: dinâmica de funcionamento das unidades nos diferentes turnos; modelo gerencial; modelo assistencial; métodos de trabalho; jornada de trabalho; carga horária semanal; padrões de desempenho dos profissionais; índice de segurança técnica (IST); taxa de absenteísmo (TA) e taxa ausência de benefícios (TB) da unidade assistencial; proporção de profissionais de Enfermagem de nível superior e de nível médio, e indicadores de avaliação da qualidade da assistência. III à clientela: sistema de classificação de pacientes (SCP), realidade sócio-cultural e econômica.

20 O artigo 4º da presente resolução do COFEN, demonstra que as horas de enfermagem devem ser distribuídas da seguinte maneira: Art. 4º. Para efeito de cálculo, devem ser consideradas como horas de Enfermagem, por leito, nas 24 horas: 3,8 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência mínima ou autocuidado; 5,6 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intermediária; 9,4 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência semi-intensiva; 17,9 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intensiva. 1º Tais quantitativos devem adequar-se aos elementos contidos no Art. 2º desta Resolução. 2º O quantitativo de profissionais estabelecido deverá ser acrescido de um índice de segurança técnica (IST) não inferior a 15% do total. 3º Para o serviço em que a referência não pode ser associada ao leitodia, a unidade de medida será o sítio funcional, com um significado tridimensional: atividade (s), local ou área operacional e o período de tempo (4, 5 ou 6 horas). 4º Para efeito de cálculo deverá ser observada a cláusula contratual quanto à carga horária. 5º Para unidades especializadas como psiquiatria e oncologia, deve-se classificar o cliente tomando como base as características assistenciais específicas, adaptando-as ao SCP. 6º O cliente especial ou da área psiquiátrica, com intercorrência clínica ou cirúrgica associada, deve ser classificado um nível acima no SCP, iniciando-se com cuidados intermediários. 7º Para berçário e unidade de internação em pediatria, caso não tenha acompanhante, a criança menor de seis anos e o recém-nascido devem ser classificados com necessidades de cuidados intermediários. 8o O cliente com demanda de cuidados intensivos deverá ser assistido em unidade com infraestrutura adequada e especializada para este fim. 9º Ao cliente crônico com idade superior a 60 anos, sem acompanhante, classificado pelo SCP com demanda de assistência intermediária ou semiintensiva deverá ser acrescido de 0,5 às horas de Enfermagem especificadas no Art.4º. O Dimensionamento de pessoal de enfermagem tem por finalidade atender e suprir à demanda das instituições de saúde e a necessidade da quantidade e qualidade na assistência de enfermagem, diretamente ou indiretamente dos seus pacientes. 5 METODOLOGIA 5.1 Tipo de Pesquisa Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva. Segundo Gil (2010), quantitativa por que considera que tudo pode ser quantificado o que significa traduzir em números opiniões e informações, para

21 classificá-las e analisá-las. Requer o recurso e de técnicas estatísticas, percentagens, desvio-padrão, coeficiente de correlação, entre outros. Ainda de acordo com o autor abordagem descritiva por que visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Retrospectiva, pois, visa a análise de dados posteriores em messes decorrentes. O presente estudo consiste em uma pesquisa de fundamentação quantitativa que é considerada por alguns autores a exemplo de Lakatos, Marconi (2007) as pesquisas quantitativo-descritiva consistem em investigações de pesquisa empírica cuja finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, isolamento de variáveis principais ou chave. Este estudo passou por três etapas de idealização. A primeira fase em que foi escolhido o tema da pesquisa delimitado a problemática e objetivos; a segunda fase onde houve a elaboração do projeto de pesquisa além do levantamento dos referenciais bibliográficos; na terceira fase foi organizado em forma de trabalho de conclusão de curso em que é feita a análise dos dados, ambas as etapas contaram com o levantamento bibliográfico por meio de bases de dados nacionais através da Biblioteca virtual em Saúde com as seguintes palavras chaves: Resolução COFEN 293/94,dimensionamento, assistência de enfermagem e recursos humanos. 5.2 Coleta de Dados Para coleta dos dados optou-se por trabalhar com os dados secundários que prevê a mensuração de variáveis preestabelecidas para verificar e explicar sua influência sobre outras mediante a análise da frequência de incidências e correlações estatísticas (CHIZZOTTI, 2003). Os dados coletados foram derivados do dimensionamento do pessoal de enfermagem do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (CEMETRON) em 2016. A coleta foi realizada através de uma pesquisa documental, a qual utilizou como fonte de pesquisa o acervo documental e o banco de dados da instituição supramencionada.

22 Realizou-se a presente pesquisa no período compreendido entre os meses de janeiro a julho de 2016. 5.3 Local da Pesquisa A pesquisa foi realizada no do Centro de Medicina Tropical de Rondônia, situado em Porto Velho-RO, na Av. Guaporé, nº 415, Bairro: Lagoa, CEP: 78918-791. O hospital CEMETRON iniciou suas atividades em 1988, atualmente a equipe do instituto é formada por cerca de 430 servidores. O hospital tem noventa e nove leitos, distribuídos em: ambulatório, clínica médica masculina I e II, clínica médica feminina, unidade de terapia intensiva (UTI), e conta ainda com ala de isolamento para atender pacientes com doenças contagiosas ou que buscam tratamento de patologias infectocontagiosas como tuberculose, meningite, HIV/AIDS, influenzas, entre outras doenças. Com uma média de 180 mil atendimentos ao ano, o CEMETRON é referência em medicina tropical na Região Norte. O hospital atende, também, pacientes com doenças infectocontagiosas vindo do interior de Rondônia, sul do Amazonas, parte da Bolívia e o Estado do Acre. 5.4 Critérios de Inclusão e Exclusão Considerando o tema central desta pesquisa e os objetivos como critério de inclusão utilizou-se o banco de dados da instituição no período da pesquisa (janeirojunho), uma vez que os dados nesse período encontram se completo, excluiu-se, portanto, os demais meses de 2016. Foram incluídos nessa pesquisa os dados dos profissionais de enfermagem da assistência, sendo excluídos os profissionais do administrativo e gerência. 5.5 Análise dos Dados A análise dos dados tem por objetivo conciliar objetivos, problemática e os resultados em consonância com a literatura para Minayo (2010) a análise tem por finalidade estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar ou não os

23 pressupostos da pesquisa e/ou responder às questões formuladas, e ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado, articulando-o ao contexto cultural do qual faz parte. E continua dizendo que a análise de dados abrange a interpretação, pois análise e interpretação estão contidas no mesmo movimento: olhar atentamente para os dados da pesquisa. Os dados encontrados foram tabulados analisados com o auxílio do programa Microsoft Excel e confrontados com a literatura encontrada, fundamento ou podendo ser encontrado na discussão da pesquisa assim a discussão da pesquisa. 6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº 293/2004, que trata da atenção necessária a ser dispensada a cada paciente, de acordo com seu estado clinico, para dimensionar de forma correta o quadro de profissionais de enfermagem, foi realizado na instituição investigada, os cálculos do correto dimensionamento. O intuito foi possibilitar uma análise comparativa do quadro real com o ideal. O padrão mínimo estabelecido pela norma supramencionada é descrito na tabela abaixo: Tabela 1 - Porcentagem/horas assistenciais da equipe de enfermagem Porcentagem/horas assistenciais da equipe de enfermagem Tipo de assistência Porcentagem enfermagem Horas de assistência / total equipe Mínima e Intermediária 33 37 3,8h / 5,6h Semi-intensiva 42 46 9,4h Intensiva 52 56 17,9h Fonte: Resolução COFEN nº 293/2004 A Tabela 1, retrata a porcentagem em horas da assistência dispensada pela equipe de enfermagem, de acordo com o tipo de assistência prestada, que são classificados: Mínima e Intermediária 33% aos 37%, Semi-intensiva 42% aos 46%, Intensiva: 52% aos 56%. Esses percentuais são refere-se às horas assistenciais. Identificar o grau de assistencial de um paciente em relação a equipe de enfermagem, tem por objetivo estipular as horas de assistência no cuidado direto e indireto, bem como o quadro de profissionais, para atender as necessidades do paciente (Fugulin, et al, 2005).

24 Com base nos dados demonstrados a seguir na Tabela 2, verifica-se que o mês de março, apresentou o maior quantitativo de profissionais enfermeiros em escala em todos os setores do hospital pesquisado, já fevereiro foi o mês que apresentou o menor número de profissionais enfermeiros em atividade no período pesquisado. Ao tratarmos da equipe de técnicos observa-se por meio da referida tabela que em relação ao demais meses do período pesquisado o mês de abril destacou-se por apresentar o maior número de profissionais em escala superando o dimensionamento e todos os demais meses. Tabela 2 Tabela mensal de profissionais da equipe de enfermagem Janeiro a Junho. Tabela mensal de profissionais da equipe de enfermagem janeiro a junho 2016 Enfermeiro Setor JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO CMMI 06 05 06 05 06 06 CMMII 06 04 06 05 05 05 ISOLAMENTO 05 05 06 05 05 05 CMF 06 06 06 06 06 06 UTI 06 05 06 06 05 05 AMBULATÓRIO 06 05 07 07 06 06 TOTAL 35 30 37 34 32 32 Técnico de Enfermagem CMMI 17 18 19 23 19 19 CMMII 07 07 06 11 08 10 ISOLAMENTO 07 06 08 08 07 07 CMF 12 09 10 18 10 10 UTI 21 20 21 22 18 15 AMBULATÓRIO 10 07 09 10 11 11 TOTAL 74 64 73 92 73 72 Fonte: CEMETRON, 2016 Com relação ao número de enfermeiro de cada setor, foi possível analisar um padrão, no que tange o número de profissionais, porém de acordo com a Resolução 293/2004, essa análise é divergente devido aos setores possuírem número de leitos e cuidados assistenciais diferenciados. Por outro lado, observou-se que para os profissionais técnicos, se manteve o mesmo padrão por setor, porém uma grande discrepância em relação ao número total de profissionais mensal. Foram realizados os cálculos mensais de dimensionamento ideal mediante a taxa de ocupação do hospital CEMETRON, no qual foi realizada a investigação. A tabela a seguir, demonstra a necessidade de enfermeiros e técnicos para que seja atingido o quadro ideal de Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem DPE, com base na equação: quantidade ideal menos quadro atual.

25 De acordo com a Tabela 3, é possível identificar a necessidade mensal de cada setor mediante o DPE, durante os meses de janeiro a julho de 2016, do hospital CEMETRON. Foi verificada a deficiência da equipe através do quadro de funcionários da instituição, baseada na escala do primeiro semestre de 2016. Ainda de acordo com esses dados é notório que o mês de fevereiro teve maior déficit de enfermeiros. Por outro lado, o mês de janeiro apresentou maior déficit de técnicos de enfermagem. Com relação ao exposto na tabela, pôde-se observar que o setor que sofreu maior déficit durante do mês de janeiro, foi a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Pode-se inferir, que tal déficit deve-se ao fato de que o referido setor ser o que mais necessita de atenção, tendo em vista o estado clinico dos pacientes. Tabela 3 Tabela de necessidade mensal de profissionais da equipe de enfermagem Janeiro a Junho. Tabela de necessidade mensal de profissionais da equipe de enfermagem janeiro a junho 2016 Enfermeiro Setor JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO CMMI 05 06 05 06 05 05 CMMII 00 02 00 01 01 01 ISOLAMENTO 02 02 01 02 02 02 CMF 01 01 01 01 02 01 UTI 07 08 07 07 08 08 AMBULATÓRIO 00 00 00 00 00 00 TOTAL 15 19 14 17 18 17 Técnico de Enfermagem CMMI 01 00 00 00 00 00 CMMII 04 04 05 00 03 01 ISOLAMENTO 04 05 03 03 04 04 CMF 01 04 03 00 03 03 UTI 08 00 00 00 00 00 AMBULATÓRIO 00 00 00 00 00 00 TOTAL 18 13 11 03 10 08 Fonte: Alves e Carneiro, 2016 A adequação dos recursos humanos às necessidades de assistência do paciente é fundamental para a qualidade e segurança do mesmo durante o atendimento. Tal adequação é oriunda do correto Dimensionamento do Pessoal de Enfermagem DPE. Essa adequação necessita atender não apenas critérios quantitativos, mas também critérios qualitativos, tendo em vista que o correto dimensionamento do pessoal de enfermagem contribui para a eficácia do atendimento e interfere nos custos finais (ANTUNES; COSTA; OLIVEIRA, 2003). De acordo com a tabela supracitada podemos verificar quais setores apresentam divergências de quantitativo de colaboradores, ou seja, entre o quadro ideal e a situação que ocorria no momento em que a pesquisa foi realizada na

26 Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a Clínica Médica Masculina I (CMMI). Tal divergência deve-se ao fato de estes dois setores apresentarem grande necessidade de mão de obra qualificada de profissionais de enfermagem. Na UTI a necessidade respalda-se no fato da assistência ao paciente ter que ser intensiva, tendo em vista o estado clínico do mesmo. Por outro lado, a CMMI requer grande necessidade de profissionais, mesmo o tipo de assistência sendo mínima e intermediária. Tal situação deve-se ao fato de haver grande quantidade de leitos no referido setor. O número reduzido de enfermeiros compromete a qualidade da assistência e a supervisão do atendimento prestado aos pacientes. Tal fato, não apenas coloca em risco a segurança do mesmo, mais também direciona as atividades que deveriam ser executadas exclusivamente por enfermeiros, para profissionais de nível técnico, o que pode trazer consequências e implicações ético-legais para o enfermeiro (ANTUNES; COSTA e OLIVEIRA, 2003). Tabela 4 Dimensionamento de enfermagem ideal - janeiro a julho 2016. Dimensionamento de enfermagem ideal - janeiro a Julho 2016 Clinicas Enfermeiro Técnico de enfermagem CMMI 11 18 CMMII 06 11 ISOLAMENTO 07 11 CMF 07 13 UTI 13 13 AMBULATÓRIO 02 04 TOTAL 46 70 Fonte: CEMETRON, 2016 A Tabela 4, apresenta o dimensionamento ideal para o hospital CEMETRON de acordo com o número de leitos, taxa de ocupação e horas assistenciais. O processo de dimensionar os recursos humanos de enfermagem pode ser compreendido como um processo sistemático que ao basear-se no planejamento e na avaliação de pessoal necessário para fornecer os cuidados de enfermagem, e de acordo com a necessidade dos serviços de saúde, asseguram o bem-estar dos usuários e dos trabalhadores (FUGULIN, GAIDZINSK, CASTILHO; 2010). Como pode-se observar nesta tabela, pelos cálculos de dimensionamento realizados o hospital CEMETRON necessita de 46 enfermeiros e 70 técnicos,

27 totalizando 116 funcionários. Conta com 35 enfermeiros e 78 técnicos, totalizando 113 profissionais. Portanto, existe um déficit de 11 enfermeiros e em contrapartida há um quadro de 08 profissionais técnicos a mais que o dimensionamento realizado. O hospital pesquisado possui 99 leitos para cinco setores de internação. Para que haja um atendimento adequado, são necessários cinco plantonistas acrescidos de dois diaristas por setor, sendo um enfermeiro para cada 18,4 leitos (sendo que há variação na relação enfermeiro/leito de acordo com o dimensionamento). São necessários ainda 15 técnicos, sendo um técnico para 5,06 leitos (ocorrendo variação por setor de acordo com o dimensionamento do pessoal de enfermagem) a presente variação justifica-se por meio da Resolução 293/2004 COFEN. Tabela 5 Percentual de afastamentos por licença Porcentagem de afastamento por licença MÊS PROFISSIONAIS SERVIDORES AFASTASTAMENTOS % DE AFASTAMENTO JANEIRO ENFERMEIRA 35 09 25,71% TEC 74 08 10,81% ENFERMAGEM TOTAL 109 17 15,60% FEVEREIRO ENFERMEIRA 30 03 10,00% TEC 67 10 14,93% ENFERMAGEM TOTAL 97 13 13,40% MARÇO ENFERMEIRA 37 13 35,14% TEC 73 13 17,81% ENFERMAGEM TOTAL 110 26 23,64% ABRIL ENFERMEIRA 34 08 23,53% TEC 92 15 16,30% ENFERMAGEM TOTAL 126 23 18,25% MAIO ENFERMEIRA 32 05 15,63% TEC 73 20 27,40% ENFERMAGEM TOTAL 105 25 23,81% JUNHO ENFERMEIRA 33 09 27,27% Fonte: CEMETRON, 2016 TEC 72 16 22,22% ENFERMAGEM TOTAL 105 25 23,81%

28 A Tabela 5 expõe a porcentagem de licenças médicas do primeiro semestre de 2016, dos enfermeiros e técnicos de enfermagem. O mês que apresentou maior porcentagem de afastamento de Enfermeiros foi março com 35,14%, com apenas 10% fevereiro foi o que apresentou menor porcentagem. Em relação aos Técnicos de enfermagem, o mês de maio apresentou maior porcentagem 27,40% e o menor índice foi janeiro com 10,81%. Os meses de maio e junho tiveram maior porcentagem no total com um quantitativo de 23,81%. O número insuficiente de profissionais de enfermagem gera uma sobrecarga de trabalho, grande desgaste emocional, como síndromes depressivas, distúrbios físicos e psíquicos, sentimentos de angustia, estresse emocional e até mesmo desenvolver a síndrome de Burnout, o que traz graves consequências para o profissional, gerando licenças e afastamentos, e prejudicando a qualidade do atendimento prestado (CUCOLO; PERROCA, 2010). Tabela 6 Quantitativo de férias Quantitativo de férias MÊS ENFERMEIROS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM JANEIRO 03 05 FEVEREIRO 05 08 MARÇO 03 08 ABRIL 02 07 MAIO 03 08 JUNHO 03 09 TOTAL 19 45 Fonte: CEMETRON, 2016 A Tabela 6, expõe o quantitativo de férias da equipe de enfermagem durante os meses de janeiro a junho de 2016. Pode-se observar um padrão em relação às férias, no qual, o mês que teve maior quantidade foi fevereiro em relação aos enfermeiros e o mês de junho em relação aos Técnicos de enfermagem. A Resolução n 293/04, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), determina que o Índice de Segurança Técnica (IST) não pode ser menor que 15%, dos quais 8,33% estabelecem à cobertura das ausências por férias e 6,67% à cobertura das ausências não previstas. Determina, também que nos setores de

29 internação, em que a equipe de profissionais de enfermagem dispõe de 60% ou mais de pessoas com idade acima de 50 anos, deverá ser adicionado 10% ao IST. As instituições necessitam também de mais 3 a 5% de profissionais de enfermagem no quadro, para cobertura de circunstancias relacionada à rotatividade de pessoal e participação em eventos educativos (Rogenski; Fugulin, 2007). No que se refere ao quadro de servidores segundo categoria profissional, foi notado que a quantidade de profissionais está abaixo do estabelecido tal cálculo e justificativa utilizou-se a Lei 7.498 de 25 de junho de 1986 e o Decreto nº 94.406 de 08 de junho de 1987, além da Resolução do COFEN nº 293/2004 que dispõe sobre o dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem De acordo com a pesquisa realizada, foi possível fazer uma análise sobre o dimensionamento do pessoal de enfermagem na realização de suas atividades, como também foi constatado a necessidade de se ajustar o número de profissionais na instituição, tendo em vista a necessidade de adequação ao que dispõe a Resolução 293/2004 COFEN. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho de enfermagem é amplo e dinâmico, requer uma ação reflexiva e crítica do enfermeiro, buscando alternativas para compor as possíveis deficiências encontradas no processo. O enfermeiro tem por competência avaliação contínua das necessidades de atendimento ao cliente. É fundamental considerar os recursos humanos e os parâmetros para seu dimensionamento, como também as diversas interferências quanto às mudanças dos profissionais desta área. As instituições de saúde devem adotar o dimensionamento de profissionais de enfermagem para uma avaliação correta, quanto à previsão e alocação de pessoal nas unidades com prestação de serviços com cuidados assistenciais de qualidade e segurança ao cliente. A classificação dos pacientes possibilita uma adequada atenção aos mesmos, levando em consideração a realidade das unidades e permitindo ao enfermeiro o conhecimento acerca da clientela atendida, facilitando o gerenciamento dos processos administrativos e assistenciais.