RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SITES E EMPRESAS DE LEILÕES ON LINE



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Transcrição:

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SITES E EMPRESAS DE LEILÕES ON LINE MARTINI, Tatiana 1 HAAS, Adriane 2 RESUMO O presente estudo tem como objetivo analisar a responsabilidade civil dos sites e empresas de leilão on line principalmente nas relações de consumo. Para tanto buscará verificar a maneira como a jurisprudência tem se posicionado, observando a visível modernização dos negócios jurídicos sem deixar de observar ou aplicar os direitos do consumidor. A metodologia usada será a pesquisa teórica, bibliográfica, com pesquisa em sites de leilão e de pesquisa de jurisprudência. PALAVRAS-CHAVE: Leilão on line, Responsabilidade, Fornecedor, Direitos, Consumidor. ABSTRACT THE CIVIL RESPONSIBILITY OF THE ONLINE AUCTION SITES AND COMPANIES The following study has the aim of analyzing the civil responsibility of the online auction sites and companies mainly in the consumption relationship. To do so it will seek to check the way how jurisprudence has positioned itself, observing the visible modernization of juridical business without stopping observing or applying the rights of the consumer. The methodology used will be the theoretical and bibliographic research, with research on auction sites and jurisprudence research. KEY-WORDS: Online auction, Responsibility, Provider, Rights, Consumer. 1. INTRODUÇÃO O assunto abordado centraliza-se no problema relativo aos vícios na contratação eletrônica, como no caso da compra de um produto, buscando prever qual a responsabilidade dos sites que promovem o leilão virtual, como é o caso do Mercado Livre. Para tanto é necessário identificar primeiramente, se há ou não relação de consumo entre o consumidor e o site que promove o leilão. Ao se analisar o site apenas como anunciante de produtos ou serviços, assim como os jornais, os sites seriam considerados terceiros que estariam apenas intermediando a relação de consumo. Se situar o site como fornecedor, sua responsabilidade será total, solidária e objetiva, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor. Com a grande propagação da internet, alterou-se a forma pela qual a sociedade estabelece suas relações jurídicas, e visando a adequação à modernidade, a Teoria Geral das Obrigações passou por muitas alterações. Entretanto, a falta de legislação específica pertinente ao comércio eletrônico, é a grande dificuldade encontrada pelos Tribunais e pela doutrina a respeito do assunto. Grande também é o número de reclamações de consumidores insatisfeitos com os produtos e serviços adquiridos via internet. As reclamações são referentes aos atrasos na entrega dos produtos, dificuldades de localizar o fornecedor em casos de problemas, má utilização dos dados fornecidos para a realização da compra on line, e a falta de transparência nas informações disponibilizadas nos sites. Para responder/resolver essas reclamações que surgiram com esta nova forma de contratação, foi aprovado recentemente o Decreto nº 7.962 de 15/03/13, que regulamenta a Lei nº 8.078/90 (CDC), com relação ao comércio eletrônico, inclusive com vacatio legis de sessenta dias, definindo regras de segurança da informação que os sítios eletrônicos precisarão cumprir, ou seja, quem se propõe a vender pelo comércio eletrônico terá que se aprimorar em relação à segurança da informação, uso dos dados do consumidor, dentre outros deveres. Assim, a pesquisa do presente assunto é extremamente atual e encontra ausência de estudos sobre o tema, razão pela qual é pertinente o seu estudo. 1 Acadêmica do 9º Período do Curso de Direito da Faculdade Assis Gurgacz Cascavel Paraná. (tati_ugam@hotmail.com) 2 Docente orientador. Professor do Curso de Direito da Faculdade Assis Gurgacz Cascavel - Paraná. (professorahaas@gmail.com) Anais do 11º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2013 203

2. DESENVOLVIMENTO 2.1 RELAÇÃO DE CONSUMO O Código de Defesa do Consumidor, criado em 1990, marcou a nova era para o Direito Privado Brasileiro, socializando as normas regentes das relações de consumo. Nesta relação de consumo, as partes são definidas pela lei, conforme o art. 2º do CDC, Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. E conforme o art. 3º do CDC, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, publica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. A relação de consumo é uma relação jurídica pessoal travada entre consumidor e o fornecedor do produto ou serviço, podendo ser esse produto qualquer bem jurídico disponível, móvel ou imóvel, devendo ter esse bem, a característica da consumibilidade, ou seja, destinado ao consumidor. E conforme art. 3º, parágrafo 2º do CDC, serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração. Dessa relação de consumo, surgem falhas na segurança dos produtos ou serviços fornecidos, causando danos ao consumidor. Os sites de leilão são um exemplo dessa relação de consumo, e com a modernização dos negócios jurídicos, a doutrina tenta identificar a atuação e a limitação da responsabilidade nessas negociações em sites. E é a responsabilidade destes leilões virtuais, como o Mercado Livre e Arremate, que se pretende analisar, vez que há uma divergência ora entendendo pela responsabilização e ora pela não responsabilização do fornecedor, ou do mantenedor do site, deixando o consumidor sem saber dos seus direitos, numa insegurança jurídica enorme. Examinando a relação jurídica de consumo, e a seguir os seus elementos, temos a relação jurídica como uma atividade social do homem, conforme conceitua Sergio Cavalieri Filho: Vivendo em sociedade, necessariamente nos relacionamos com os nossos semelhantes, ensejando relações sociais. Muitas dessas relações são de natureza afetiva, cultural, religiosa, recreativa, vale dizer, sem relevância jurídica; outras, entretanto, têm natureza econômica, familiar, funcional, publica e etc., exigindo, pela sua relevância social, disciplina jurídica. As relações sociais reguladas pelo direito tornam-se relações jurídicas. (Cavalieri Filho, Sergio, 2011, p. 57). E para compreender ainda mais, tem-se a definição de relação jurídica formulada por Savigny, que é um vínculo entre pessoas, em virtude do que uma delas pode pretender algo a que a outra está obrigada. (Cavalieri Filho, p. 57). Nesta relação jurídica, há os fatos, os acontecimentos reais, concretos, e objetivos, que são consequência dessa relação, e que no momento em que ocorre o caso em concreto, este incide na norma jurídica, tornando-se fato jurídico. As normas jurídicas de proteção do consumidor incidem sobre atos de consumo, como o fornecimento de produtos e a prestação de serviços, fazendo então operar os efeitos jurídicos entre o consumidor e o fornecedor, tendo como objeto produtos ou serviços. 2.2 OBJETO DA RELAÇÃO DE CONSUMO PRODUTOS E SERVIÇOS O objeto da relação de consumo é o elemento em razão do qual a relação se constituiu e sobre o qual é a exigência do credor, ou seja, é o produto ou um serviço. Poderá ser este produto qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial, conforme define o art. 3º, 1º do CDC, sendo estes, bens cujo uso importa destruição imediata da própria substância. Para Sergio Cavalieri Filho (2011), uma relação jurídica de consumo, será caracterizada pela presença, em um dos polos, do consumidor padrão, e no outro polo, um fornecedor, e finalmente a existência de um vínculo jurídico decorrente de um contrato. Os serviços, por sua vez, são conceituados no art. 3º, 2º do CDC, como sendo qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 204 Anais do 11º Encontro Científico Cultural Interinstitucional 2013

2.3 DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR E O DEVER DE INFORMAR Os direitos básicos do consumidor não são só os expressamente previstos em lei, ao contrário, é vasto o elenco dos tais direitos. Estão alguns dos direitos básicos arroladas no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), prevendo o direito à proteção da incolumidade física, direito à informação, proteção contra a publicidade enganosa, a proteção contra práticas abusivas, dentre outras. Para Claudia Lima Marques (2013), a importância do CDC foi ter identificado um sujeito de direitos especiais, o consumidor, e ter construído um sistema de normas e princípios orgânicos para protegê-lo e efetivar seus direitos. O direito à informação é um dos direitos mais importantes para o tema abordado, e conforme inciso III do art. 6º do CDC prevê como direito básico do consumidor a informação clara sobre os diferentes produtos e serviços bem como sobre os riscos que apresentam. Para Sergio Cavalieri Filho (2011), o direito à informação do consumidor contrapõe-se o dever de informar do fornecedor, dever esse que pode constituir um dever anexo e principal. A informação tem por finalidade fazer com que o consumidor conheça o produto ou serviço para uma escolha consciente. Quando há descumprimento do dever de informar por parte do fornecedor, a jurisprudência já decidiu pela indenização ao consumidor: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DIREITO DO CONSUMIDOR - OBRIGAÇÕES - TELEFONIA FIXA - PROEMIAL DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL - MATÉRIA NÃO DELIBERADA NA INSTÂNCIA A QUO - SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA - IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE - TUTELA LIMINAR PARA DETALHAMENTO DE LIGAÇÕES LOCAIS - DIREITO À INFORMAÇÃO (ART. 6º, III, DO CDC)- DEVER DO FORNECEDOR - DECISÃO MANTIDA - RECURSO NÃO PROVIDO.6ºIIICDCNão cabe ao juízo ad quem a verificação de matérias não apreciadas pela instância originária, sob pena de ocorrer a supressão de instância. O deferimento da tutela liminar nas relações de consumo reclama tão-somente os requisitos insertos no art. 84 do Código de Consumo. Impor ao consumidor o ônus de pagar a utilização de serviços de telefonia sem possibilitar a ele o prévio conhecimento daquilo que lhe está sendo exigido é um contra-senso, vez que açoita o princípio básico da informação preconizado pelo CDC (art. 6º, III).CDC (TJSC 2004.030341-0, Relator: Monteiro Rocha, Data de Julgamento: 15/03/2007, Segunda Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Agravo de instrumento n., de Concórdia.). Portanto, tem o consumidor, direito à informação sobre o produto ou serviço adquirido, não podendo inclusive ser surpreendido com cobranças abusivas. A clareza prevista no CDC, para produtos e serviços é em relação à quantidade, características, composição, preço e qualidade, bem como sobre os riscos que os produtos e os serviços podem apresentar. A falta desses elementos podem trazer prejuízos ao consumidor, que tem o direito de ser indenizado, principalmente na área do comércio eletrônico, onde em muitos casos há o desrespeito a tal princípio. O CDC prioriza o dever de informar, educando e prevenindo possíveis danos ao consumidor, isto com a informação que o fabricante ou o fornecedor deverá fornecer em relação ao objeto do negócio. Se caracterizada tal informação enganosa ou abusiva, haverá a existência de vício de informação, como conceitua Maria Luiza de Saboia Campos (1996, p.291), Vicio de informação é aquele que induz o consumidor a comportar-se de forma prejudicial à saúde ou segurança, ou ainda aquele contido na mensagem que potencialmente gera uma expectativa falsa sobre o desempenho do produto ou serviço, ou abusar de sua confiança, ofendendo-o ou aproveitando-se de sua inexperiência e ingenuidade. Para se obter esse objetivo, ou seja, para se evitar danos ao consumidor, o CDC indica que a informação seja dirigida de forma clara, verdadeira e não abusiva. E ainda, o CDC aumenta o peso da responsabilidade de todos que lidam diretamente com a informação oferecida ao consumidor, para persuadi-lo a adquirir certo produto ou serviço. Assim, o dever de informar é inerente ao fornecedor, tanto na publicidade, quanto no rótulo dos produtos, de modo que a sua ausência e/ou insuficiência são severamente punidas pelo CDC, bem como, possibilitam o consumidor a buscar eventual reparação decorrente da ausência/insuficiência da informação. 2.4 COMÉRCIO ELETRÔNICO E SUA PROBLEMÁTICA casa. A internet tem revolucionado o mundo dos negócios, isto devido à comodidade de comprar e vender sem sair de Anais do 11º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2013 205

O comércio eletrônico surgiu com a evolução das tecnologias na internet, auxiliando na globalização da economia e diminuindo os limites da distância. Esta evolução faz parte da vida de milhares de pessoas e no dia a dia dos profissionais em geral. Pode-se perceber esta evolução facilmente, pois se deixou de escrever cartas, fazem-se transações bancárias, e inclusive a compra e venda de produtos e serviços, todos sem sair de casa, apenas com um clique. O comércio eletrônico ou E-COMMERCE significa a venda não presencial, que se estende até venda por telemarketing. É um tipo de transação comercial feita especialmente através de um equipamento eletrônico, como, por exemplo, um computador. (Wikipédia, 2013). Logo que iniciou a comercialização on line, eram só produtos tangíveis, como livros, CDs, etc. Mas com o avanço da tecnologia, veio a comercialização de uma grande variedade de produtos e também de serviços. Neste tipo de comércio não há uma relação direta entre consumidor e fornecedor, e muitas vezes não há garantia se o produto existe mesmo, podendo surgir então a lesão ao consumidor. Apesar de inúmeras vantagens para os consumidores, há também desvantagens, como o aproveitamento da vulnerabilidade do consumidor em um ambiente próprio a fraudes e a ausência de informação sobre os produtos e serviços. Esta modalidade de negociação, a compra e venda entre pessoas físicas,é feita muitas vezes por meio de um site intermediador, que cobra taxa fixa e comissões sobre os negócios realizados, a qual tem gerado polêmica quanto à imputação de sua responsabilidade civil. Surge então, o questionamento deste trabalho, o site intermediador é responsável em eventuais danos causados aos consumidores? Como não há legislação específica, os Tribunais têm adotado diversos posicionamentos, porém há uma tendência à imputação de responsabilidade do intermediador do site de vendas, pois é seu dever proporcionar aos consumidores um serviço confiável. DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. SISTEMA ELETRÔNICO DE MEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS. MERCADO LIVRE. OMISSÃO INEXISTENTE. FRAUDE. FALHA DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO PRESTADOR DO SERVIÇO. 1. Tendo o acórdão recorrido analisado todas as questões necessárias ao deslinde da controvérsia não se configura violação ao art. 535, II do CPC. 2. O prestador de serviços responde objetivamente pela falha de segurança do serviço de intermediação de negócios e pagamentos oferecido ao consumidor. 3. O descumprimento, pelo consumidor (pessoa física vendedora do produto), de providência não constante do contrato de adesão, mas mencionada no site, no sentido de conferir a autenticidade de mensagem supostamente gerada pelo sistema eletrônico antes do envio do produto ao comprador, não é suficiente para eximir o prestador do serviço de intermediação da responsabilidade pela segurança do serviço por ele implementado, sob pena de transferência ilegal de um ônus próprio da atividade empresarial explorada.4. A estipulação pelo fornecedor de cláusula exoneratória ou atenuante de sua responsabilidade é vedada pelo art. 25 do Código de Defesa do Consumidor. 5. Recurso provido. (REsp 1107024/DF, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 01/12/2011, DJe 14/12/2011) Devido ao grande número de reclamações de consumidores com estas compras via internet, há pouco tempo o Decreto nº 7.962/13, foi aprovado, sendo que o mesmo estabelece regras mais rígidas para os sites, inclusive para os intermediários, nestes tipos de contratações. 2.5 DA LACUNA EXISTENTE Até agora, os consumidores prejudicados, tentavam se apoiar no CDC para proteção dos seus direitos. No entanto, a lei que foi criada em 1990, já estava fora da realidade de hoje, com novas tendências do comércio pela internet. Desta forma, com regras gerais para defender o comprador via internet, sites mal intencionados aproveitavam para enganar o consumidor, com endereços falsos, por exemplo, aplicando golpes. e se aproveitando da vulnerabilidade do consumidor. Portanto, no Decreto nº 7.962/2013, foi incluído o comércio eletrônico na lista dos serviços que devem ser regulados pela Lei de Defesa do Consumidor, determinando que o setor de comércio eletrônico garanta informações claras e objetivas a respeito da empresa que está vendendo algum produto ou serviço que está sendo prestado. Também, estão obrigadas a fornecerem informações claras dos produtos oferecidos, garantir facilidade de contato com o consumidor, e a respeitar o direito que o consumidor tem em arrepender-se da compra, que inclusive está previsto no artigo 49 do CDC, embora não expressamente para compras realizadas pela internet, já se aplicava analogicamente às contratações via internet, em vista de que o consumidor contrata o fornecimento de produtos ou serviços também fora do estabelecimento comercial: 206 Anais do 11º Encontro Científico Cultural Interinstitucional 2013

Art.49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,especialmente por telefone ou a domicilio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. A explicação para esta garantia é porque neste tipo de negociação as compras são feitas à distância (telefone, internet), impossibilitando o manuseio ou a visualização do produto, o que não permite ao comprador conhecer as suas reais características, dados estes que podem ser omitidos ou maquiados nesta modalidade de venda. Desta forma, o consumidor que realiza compras pela internet, pode dela se arrepender sem motivo algum, dentro do prazo de sete dias contados do recebimento do produto, inclusive sem prejuízo dos valores eventualmente pagos, monetariamente atualizados. 2.5 DECRETO Nº 7.962/2013 Ante a pressão popular e a ausência de lei específica sobre o assunto, o Governo Federal antecipou a proposta que era alvo da Comissão que foi nomeada para fechar o cerco contra as práticas irregulares dos fornecedores que fazem parte do comércio eletrônico. Assim, publicou-se o Decreto nº 7.962/2013 para adiantar a regulação enquanto tramita no Congresso Nacional o projeto de Lei nº 281 de 2012, que visa revisar o CDC, especialmente quanto ao comércio eletrônico. Uma das normas contidas no Decreto impõe deveres do intermediador do negócio eletrônico, como informação acerca de endereço físico e eletrônico, telefone, razão social e CNPJ, além do dever de possuir um SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) no site e oferecer solução para os problemas em até cinco dias. A nova legislação também impõe punições que vão de multa, apreensão de produtos, até a interdição das atividades da empresa. Embora o Decreto tenha antecipado a regulação que antes era totalmente lacunosa no tocante ao comércio eletrônico, ainda aguarda-se a aprovação do Projeto de Lei nº 281/2012, proposto em parceria com a BRASILCOM, em trâmite junto ao Congresso Nacional, para então consagrar o direito fundamental de proteção ao consumidor também neste tipo de negociação. 2.6 Responsabilização da empresa mantenedora dos sites de comércio eletrônico O primeiro aspecto em relação à responsabilidade dos sites que mantém o comércio eletrônico, de modo a intermediarem os negócios, auferindo taxa ou comissão pelo serviço prestado, é verificar se estes funcionam como mero local de classificados ou se tem a responsabilidade dos fornecedores prevista no CDC. Conforme entendimento atual dos tribunais, estas atividades enquadram-se no conceito do art. 3º, 2º do CDC, fornecedor, pois as mantenedoras prestam um serviço oneroso, tendo de um lado o comprador como seu consumidor, com habitualidade e intuito de lucro. Quando um consumidor contrata um serviço, o vendedor autoriza a empresa responsável pelo site a receber o pagamento pela venda. A empresa informa ao vendedor que recebeu o pagamento e que o produto já pode ser enviado, e que o dinheiro só será liberado quando o comprador receber a mercadoria. Portanto, a responsabilidade civil desses sites é objetiva, aplicando-se a regra geral o art. 14 e do art. 20 do CDC, dependendo se se tratar de fato do serviço ou vício: Art. 14 O Fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Art. 20-O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. Em virtude do explanado, entende-se que as empresas prestadoras do serviço virtual enquadram-se no conceito de fornecedor, conforme previsto no art. 3º, 2º do CDC. Anais do 11º Encontro Científico Cultural Interinstitucional - 2013 207

Isto porque tais empresas recebem pelo serviço, que é habitual, caracterizando assim, a relação de consumo. E ainda por não atuarem como simples fonte de informação, ou seja, de classificados, e sim atuando como intermediador e lucrando com esta atividade. Portanto, configurada uma relação de consumo, devem os leilões virtuais responder civilmente pelos defeitos na prestação do serviço de forma objetiva e solidária, conforme os arts. 14 e 20 do CDC supracitados. Alguns sites atuam como intermediários, não fazendo parte num contrato, assim como um jornal de classificados, e outros são partes no contrato por deixarem claro que recebem uma porcentagem do valor do produto oferecido. Por ser de fácil acesso e ter opções de escolha, os sites de leilões virtuais tornaram-se uma atividade muito popular na internet. O leiloeiro é aquele que vende os produtos oferecidos a lances, e o leilão por co-shopping é o que oferece descontos de acordo com o numero de interessados. Com este tipo de negociação, o vendedor cadastrado no site, vende produtos e serviços para usuários cadastrados como compradores, que após se concretizar o leilão, o site fornece os dados para contato entre vendedor e comprador. Nestes sites de leilões virtuais, ocorrem muitas vezes diversas negociações de compra e venda, onde a questão confiança se torna crítica, com a dificuldade de identificar os usuários, o que traz insegurança aos compradores. O que muito ocorre é quando o comprador deposita o dinheiro na conta do vendedor e não recebe o produto. Sites como Mercado Livre, Arremate, Ebay, dentre outros, tem regras no sentido de que não se responsabilizam, alegando que simplesmente divulgam um anúncio, não fazendo parte da relação contratual. Nas relações contratuais estabelecidas por meio eletrônico, vale ressaltar que é exatamente esse intermediário, o leiloeiro virtual que registra os usuários em seu portal, fornece senhas e controla a identificação de vendedores e compradores, sendo responsável inclusive por enviar ao vendedor a identificação e dados para contato do comprador. Tendo em vista o controle que estes sites tem sobre as transações, bem como o fato de receberem quantias fixas ou percentuais pelos serviços disponibilizados, a melhor conclusão parece ser a de que os fornecedores de serviços de comércio eletrônico na modalidade leilão virtual estão plenamente sujeitos às normas do Código de Defesa do Consumidor. ( COSTA, 2013). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando a lacuna que existia no tocante ao comércio eletrônico no CDC, houve aprovação recentemente do Decreto nº 7.962/13 para regulação destas negociações, enquanto também se encontra em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 281/2012 para revisão do CDC no tocante ao comércio eletrônico. Com a legislação nova sendo incorporada ao ordenamento jurídico e a existência das compras principalmente intermediadas por um site, fica caracterizado que as empresas de leilão on line, se encaixam no conceito de fornecedores, como trazido pelo Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 3º caput, e 2º, pois atuam com habitualidade e a remuneração por estes serviços, cujos valores são arcados pelos internautas (consumidores), que adquirem tais produtos e usam o serviço através do portal, o que caracteriza a relação de consumo. Os leilões virtuais não são simples anunciantes de produtos e serviços e sim fornecedores, de modo que toda a legislação e proteção consumerista a eles se aplicam. Ademais, tais fornecedores tem a confiança depositada pelo consumidor na hora de adquirir um produto, de modo que podem vir a influenciá-lo ou não, de acordo com a exposição da oferta. Portanto, configurada a relação de consumo, devem os sites e empresas de leilão on line responder civilmente de forma objetiva e solidária pelos defeitos e vícios na apresentação do produto ou prestação do serviço, ou seja, independentemente de culpa, conforme os artigos 14 e 20 do Código de Defesa do Consumidor. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 8078/1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>. Acesso em 02 maio 2013. BRASIL. Decreto nº 7962/2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htm>. Acesso em 02 maio 2013. 208 Anais do 11º Encontro Científico Cultural Interinstitucional 2013

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