Palavras-Chave: Geoprocessamento, Meio Físico, Gestão de Bacia Hidrográfica

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Transcrição:

USO DE GEOTECNOLOGIAS NA ELABORAÇÃO DE MAPAS DO MEIO FÍSICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARAGUARI - MG Roberto Rosa Jorge Luis Silva Brito Instituto de Geografia UFU Av. João Naves de Ávila, 2121 Campus Santa Mônica Bloco H 38.408-100 Uberlândia MG rrosa@ufu.br Palavras-Chave: Geoprocessamento, Meio Físico, Gestão de Bacia Hidrográfica Eixo-Temático: Gestão de Bacia Hidrográfica V Simpósio Nacional de Geomorfologia 1. Introdução A bacia hidrográfica do Rio Araguari localiza-se nas Zonas Fisiográficas do Triângulo e Alto Paranaíba, na porção oeste do Estado de Minas Gerais, entre as coordenadas geográficas de 18º 20 e 20º 10 de latitude Sul e 46º 00 e 48º 50' de longitude Oeste de Greenwich, ocupa uma área de 20.186 Km², abrangendo parte de 20 municípios (Figura 1). O Rio Araguari é afluente da margem esquerda do Rio Paranaiba. A economia da maioria dos municípios da área em estudo se baseia na agropecuária, ou seja na criação de gado e produção de grãos, contudo a localização geográfica da área favoreceu a inserção de alguns municípios na economia nacional, tornando a região um entreposto comercial na distribuição de produtos agropecuários e industrializados. A infra-estrutura da maioria das cidades localizadas na bacia, possuem uma boa qualidade de equipamentos e serviços urbanos, como rede de energia elétrica, abastecimento de água, agencias bancárias e de telefonia. Este trabalho teve como objetivo a elaboração de mapa hipsométrico, declividade do terreno e de solos da Bacia hidrográfica do Rio Araguari - MG, bem como disponibilizar os produtos gerados na Internet, usando técnicas de geoprocessamento. Os mapas hipsométrico e de declividade foram elaborados na escala 1:250.000 e o mapa de solo foi elaborado na escala 1:500.000. Tais informações são de extrema importância na localização de áreas com aptidões agrícolas específicas. A base cartográfica para elaboração dos mapas temáticos citados, foi construída a partir das folhas topográficas editadas pelo IBGE e DSG. Os cursos d'água, curvas de nível, com equidistância de 50 metros e limites das unidades de solo foram digitalizadas usando o software Cartalinx, as análises e apresentação dos produtos, foram realizadas com os softwares Spring, Idrisi e ArcView. 2. Municípios pertencentes a bacia, com área Consideram-se integrantes da Bacia do Rio Araguari os municípios que possuem sede ou parte dela na área da bacia. São eles: Araguari, Araxá, Campos Altos, Ibiá, Indianópolis, Iraí de Minas, Nova Ponte, Patrocínio, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Rio Paranaíba, Sacramento, Santa Juliana, São Roque de Minas, Serra do Salitre, Tapira, Tupaciguara, Uberaba e Uberlândia. Por não haver necessária concordância entre o limite

MATO GROSSO V Simpósio Nacional de Geomorfologia da bacia e as áreas (divisões) municipais, parte destes municípios não possui suas áreas totalmente compreendidas na área da bacia (Figura 2 e Quadro 1). BAHIA TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA DF DO SUL GOIÁS SÃO PAULO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO RIO DE JANEIRO GOIÁS MINAS GERAIS PARANÁ Tupaciguara Araguari Uberlândia MATO GROSSO DO SUL Uberaba Santa Juliana Sacramento Tapira Rio Paranaíba São Roque de Minas LEGENDA Sede de município Limite Interestadual Drenagem Bacia do Rio Araraguari SÃO PAULO FONTE: Estado de Minas Gerais - Mapa Geo político - IGA 1994 Organizado por: Brito, J.L.S., e Macedo, D. Figura 1 - Localização da área de estudo Figura 2 - Municípios pertencentes a Bacia hidrográfica do Rio Araguari Quadro 1 - Área dos municípios e parte do município pertencente à bacia

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Município Abrv Área total (km 2 ) Área na bacia (km 2 ) % MB % CMB Araguari Arg 2.774 894 32,23 4,03 Araxá Arx 1.283 1.283 100,00 5,78 Campos Altos Cpa 730 621 85,07 2,80 Ibiá Iba 2.616 2.616 100,00 11,79 Indianópolis Ind 839 839 100,00 3,78 Irai de Minas Irm 380 313 82,37 1,41 Nova Ponte Nvp 1.181 1.120 94,83 5,05 Patrocínio Ptr 2.838 1.754 61,80 7,91 Pedrinópolis Pdr 332 332 100,00 1,50 Perdizes Pdz 2.412 2.413 100,04 10,88 Pratinha Prt 680 655 96,32 2,95 Rio Paranaíba Rpr 1.358 502 36,97 2,26 Sacramento Scr 3.036 1.599 52,67 7,21 Santa Juliana Sjl 718 718 100,00 3,24 São Roque de Minas Srm 2.002 245 12,24 1,10 Serra do Salitre Ssl 1.465 1.040 70,99 4,69 Tapira Tap 1.174 1.174 100,00 5,29 Tupaciguara Tup 1.704 535 31,40 2,41 Uberaba Ube 4.516 1.141 25,27 5,14 Uberlândia Udi 4.040 2.392 59,21 10,78 TOTAL 36.078 22.186 V Simpósio Nacional de Geomorfologia % MB - Porcentagem da área do município que está localizada na bacia % CMB - Contribuição da área do município na área na bacia 100,00 Quadro 2 - Zonas Fisiográficas e Municípios Zona Fisiográfica Municípios Área na bacia (km 2 ) 1 Triângulo Araguari, Indianópolis, Tupaciguara, Uberaba, Uberlândia 2 Alto Paranaíba Araxá, Campos Altos, Ibiá, Iraí de Minas, Nova Ponte, Patrocínio, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Rio Paranaíba, Sacramento, Santa Juliana, São Roque de Minas, Serra do Salitre, Tapira % da bacia 5.801 26,15 16.385 73,85

TOTAL 22.186 100,00 3. Materiais a) Documentos Cartográficos Folhas topográficas Editadas pelo IBGE e DSG, escala 1:100.000 Mapa do Estado de Minas Gerais, escala 1:500.000 Mapa de Média Intensidade de Solos do Triângulo Mineiro, escala 1:500.000 Mapa de Solos da Área de Influência da UHE de Nova Ponte, escala 1:250.000 b) Equipamentos Microcomputador; Mesa Digitalizadora A1; GPS de navegação c) Softwares Cartalinx É um construtor de base de dados espaciais, desenvolvido pela Graduete School of Geography at Clark University, Massashussets. Roda em ambiente Windows (95, 98, XP e 2000). Permite a entrada de dados via mesa digitalizadora e GPS. As informações são armazenadas em coverages, com possibilidades de exportar para outros softwares, como por exemplo: ArcView, Idrisi, ArcInfo e CAD s. Idrisi É um sistema de informação geográfica e de processamento digital de imagens, desenvolvido pela Graduete School of Geography at Clark University, Massashussets, baseado no formato raster de representação de dados. Roda em ambiente Windows (95, 98, XP e 2000). Permite ao usuário desenvolver programas específicos de forma a atender novas aplicações. Possibilita a migração de dados para outros softwares. Spring (Sistema de PRocessamento de Informações Geo-referenciadas) é um software de geoprocessamento desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e IBM. Trata-se de um software que integra as funções de processamento digital de imagens, análise espacial, modelagem numérica do terreno e interface com banco de dados externo. Roda em ambiente Windows (95, 98, XP e 2000) e Unix. 4. Resultados 4.1 - Hipsometria A hipsometria preocupa-se em estudar as interrelações existentes em determinada unidade horizontal de espaço no tocante à sua distribuição em relação às cotas altitudinais, indicando a proporção ocupada por determinada área da superfície terrestre em relação às variações altimétricas a partir de determinada isoipsa base.

Os estudos hipsométricos possibilitam conhecer o relevo, que por sua vez interfere decisivamente no processo erosivo, principalmente através do escoamento superficial da água. A configuração topográfica de uma área de drenagem está estritamente relacionada com os fenômenos de erosão que se processam em sua superfície. Também através da hipsometria é possível detectar o índice de dissecação do relevo. A base informacional para a elaboração do mapa hipsométrico foram as folhas topográficas editadas pelo FIBGE, na escala de 1:250.000, com equidistância entre as curvas de nível de 50 metros. Devido à ausência de uma convenção internacional para a construção de mapas hipsométricos, procedeu-se a uma análise da topografia da sub-bacia, conseguindo-se estabelecer as seguintes classes altimétricas: menor do que 750, 750 a 850, 850 a 950, 950 a 1050, 1050 a 1150 e, maior do que 1150 metros de altitude (Quadro 3 e Figura 3). Figura 3 Mapa Hipsométrico da Bacia do Rio Araguari MG Quadro 3 - Área ocupada pelas diferentes categorias altimétricas CATEGORIAS (M) ÁREA (KM 2 ) Área (%) Menor 750 1.374 6,19 750-850 2.172 9,79 850-950 6.904 31,12 950-1050 6.803 30,67 1050-1150 3.171 14,29 Maior 1150 1.762 7,94 TOTAL 22.186 100,00 Como pode ser observado pela análise do Quadro 3, a bacia encontra-se assentadas sobre terrenos com altitudes menores do que 750 metros a altitudes maiores do que 1150 metros, sendo que a maior parte da bacia (61,79 % da área) possuem altitudes variando entre 850 e 1050 metros.

4.2 - Declividade do Terreno O mapa de declividade do terreno constitui-se em um importante instrumento de apoio a estudos de potencialidade de uso agrícola de uma determinada área, quando correlacionado a outros tipos de fenômenos geográficos inerentes à topografia. Distinções baseadas nessas condicionantes são empregadas para prover informação sobre praticabilidade de emprego de equipamentos agrícolas, normalmente os mecanizados, e facultar inferências sobre susceptibilidade dos solos à erosão. As cartas de percentagens de declividade têm sido consideradas como um documento básico para os planejadores regionais, com múltiplas utilizações também nos estudos de estrutura agrária e da geomorfologia, além de apresentar vantagens de melhor visualizar a declividade das vertentes e melhor realçar as áreas com declividades homogêneas. A velocidade do escoamento superficial e sub-superficial de uma bacia fluvial é determinada pela declividade do terreno. Assim, a declividade dos terrenos de uma bacia hidrográfica controla, em boa parte, a velocidade do escoamento superficial, controlando o tempo de duração que leva a água das precipitações para atingir e concentrar-se nos canais fluviais. O mapa de declividade foi elaborado automaticamente, a partir de um modelo digital de elevação, gerado usando-se as folhas topográficas editadas pela FIBGE, na escala de 1:250.000, com equidistância entre as curvas de nível de 50 metros. A escolha das classes de declividade depende do uso do mapa. Distinções baseadas nessas condicionantes são empregadas para prover informação sobre praticabilidade de emprego de equipamentos agrícolas, normalmente os mecanizados, e facultar inferências sobre susceptibilidade dos solos à erosão. Baseado nas declividades críticas para determinado tipo de uso da terra, foram mapeados as seguintes classes de declividade:, menor do que 3 % (relevo plano), 3 a 8 % (relevo suave ondulado), 8 a 12 % (relevo medianamente ondulado), 12 a 20 % (relevo ondulado) e maior do que 20 % (relevo fortemente ondulado), conforme Figura 4 e Quadro 4.

Figura 4 Mapa de Declividade da Bacia do Rio Araguari - MG Quadro 4 - Área ocupadapelas diferentes categorias de inclinação o relevo Categorias (%) Área (Km 2 ) Área (%) Menor 3 5.757 25,95 3-8 8.790 39,62 8-12 3.738 16,85 12 20 2.844 12,82 Maior 20 1.057 4,76 TOTAL 22.186 100,00 Categoria Menor do que 3 % - são as áreas de relevo plano ou quase plano onde o escoamento superficial é lento ou muito lento. O declive do terreno não oferece dificuldades aos implementos e máquinas agrícolas. Categoria 3 a 8 % - são as áreas de relevo suave ondulado, com interflúvios extensos e aplainados, vertentes ravinadas de pequena expressão e vales abertos. O declive por si só não impede o uso de implementos e máquinas agrícolas, porém exigem práticas agrícolas para a conservação dos solos. Categoria 8-12 % - são também áreas de relevo medianamente ondulado, com as mesmas características da categoria 3-8 %. No entanto, este tipo de declive pode oferecer restrições a algum tipo de implemento agrícola, além de exigir práticas agrícolas complexas de conservação. O escoamento superficial é rápido na maior parte dos solos. Categoria 12-20 % - são áreas de relevo ondulado dissecado, vales abertos a fechados. O escoamento superficial é rápido. Exigem práticas agrícolas complexas. O rendimento dos implementos e máquinas agrícolas é baixo.

Categoria maior 20 % - são áreas de relevo fortemente ondulado, topografia movimentada, formada por morros, com declives fortes. Impróprias para o uso agrícola. Pela análise do Quadro 4, pode-se verificar que maior parte da bacia hidrográfica do Rio Araguari (65,57 % da área) apresenta declividade menor do que 8%. 4.3 - Solos A partir da compilação dos mapas dos limites das classes de solos do mapa de média intensidade de solos do Triângulo Mineiro, escala 1/500.000 (EMBRAPA/EPAMIG, 1982) e do mapa de solos da área de contribuição da usina hidroelétrica Nova Ponte, escala 1/500.000 (CEMIG,1987) foi possível estabelecer 11 unidades de mapeamento (Figura 5) agrupadas de acordo com a sistema Brasileiro de classificação de solos (EMBRAPA, 1999). Figura 5 Mapa de solos da Bacia do Rio Araguari. No Quadro 5 são descritas as legendas das simbologias das classes de solos mapeadas na bacia do Rio Araguari, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999). O Quadro 6 apresenta á área ocupada pelas classes de solos. Quadro 5- Legenda das Classes de Solos Mapeadas na Bacia do Rio Araguari SIMBOLO DESCRIÇAO DA LEGENDA DOS SOLOS 1 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO 1.1 LVAw- Latossolo Vermelho-Amarelo Ácrico + Latossolo Vermelho-Ácrico ambos textura argilosa (fase cerrado)

1.2 LVAd Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico + Latossolo Vermelho Escuro Distrófico + Cambissolo Háplico Tb Distrófico 2 LATOSSOLO VERMELHO 2.1 LVd- Latossolo Vermelho Distrófico + Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (ambos textura média) + Argilossolo Vermelho Amarelo distrófico 2.2 LVdf- Latossolo Vermelho Distroférrico + latossolo Vermelho-Amarelo Eutrófico + Nitossolo Vermelho Eutrófico + Cambissolo Háplico Eutrófico 3 NITOSSOLO VERMELHO 3.1 Nvef- Nitossolo Vermelho Eutrófico + Latossolo Vermelho Eutroférrico e Distrófico + Cambissolo Háplico Férrico 4 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO 4.1 PVAe- Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico + Cambissolo Háplico Tb Eutrófico 5 CAMBISSOLO 5.1 CXd1- Cambissolo Háplico Tb. Distrófico 5.2 CXd2- Cambissolo Háplico Tb. Distrófico + Latossolo Vermelho-amarelo Distrófico 5.3 CXd2- Cambissolo Háplico Tb. Distrófico + Neossolo Litólico Distrófico 6 GLEISSOLO 6.1 GXbe- Gleissolo Háplico Tb. 7 NEOSSOLO 1.1 RLd- Neossolo Litólico Distrófico + Afloramento Rochoso + Cambissolo Háplico Tb. Distrófico Quadro 6 Área ocupada pelas classes de solos da Bacia do Rio Araguari SÍMBOLO ÁREA OCUPADA (Km²) (%) LVAw 4975,23 22,61 LVAd 5809,89 26,40 LVd 1006,77 4,58 LVdf 1103,32 5,01

Nvef 1402,81 6,37 PVAe 805,11 3,66 CXd1 742,18 3,37 CXd2 3088,29 14,03 CXd3 1842,95 8,37 Gxbe 789,272 3,59 RLd 439,89 2,00 Total 22005,712 100,00 5. Considerações Finais Dos 20 municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, Araxá, Ibiá, Indianópolis, Pedrinópolis, Perdizes e Tapira, possuem 100 % de sua superfície (área) dentro da bacia. A maior parte da bacia (73,85%), está localizada na zona fisiográfica do Alto Paranaíba. Predominam as altitudes variando entre 850 e 1050 m (61,79 % da área da bacia), declividades menores do que 8 % (65,57% da área da bacia) e latossolos (58,5 % da área). Essas áreas são ocupadas predominantemente pelas culturas da soja, milho e café. A metodologia utilizada foi satisfatória na elaboração do mapa hipsométrico, de declividade do terreno e de solos da bacia do hidrográfica do Rio Araguari MG. Referências Bibliográficas V Simpósio Nacional de Geomorfologia ASSAD, E. D. & SANO, E. E. Sistema de informação Geográfica: Aplicações na agricultura. 2º Ed. Brasília, EMBRAPA e CPAC, 1993. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: EMBRAPA, Produção de informação, 1999. 412p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA, EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG. Levantamento de reconhecimento de média intensidade de solos e avaliação da aptidão agrícola das terras no Triângulo Mineiro. Boletim de Pesquisa n. 1. Rio de Janeiro: EMBRAPA/SNLCS, 1982. 526p. EASTMAN, J.R. Idrisi for Windows: Introdução e Exercícios Tutoriais. Porto Alegre: UFRGS,1998.235p. ROSA,R & BRITO, J.L.S. Introdução ao Geoprocessamento: sistema de informação geográfica.uberlândia, UFU,1996. SIQUEIRA, A.C; ROSA, R. Mapeamento Digital dos Aspectos Físicos da Mesorregião do Triângulo Mineiro, através dos Softwares AutoCad R12 e GRASS 4.0. Sociedade & Natureza, EDUFU, 1998. p. 93-114 0