Adicionais e Equiparação salarial

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Transcrição:

REMUNERAÇÃO

Adicionais e Equiparação salarial Natureza jurídica. Diferença entre incorporação, integração, repercussão ; AULA 3 Classificação: he, adn, insalubridade e periculosidade Adicional noturno Equiparação salarial; desvio função; acúmulo

ADICIONAIS Se destinam a ressarcir o empregado os danos efetivamente sofridos ou os riscos de sofrê-los Adicional de HE : acúmulo da fadiga; Adicional noturno: condição penosa do trabalho; Adicional insalubridade: risco à saúde; Adicional periculosidade; risco de vida

Força atrativa do salário x habitualidade x Súmula 76 do TST HE HABITUALIDADE SALÁRIO ADN AD. PERICULOSIDADE

HE Parcelas que, pela habitualidade, ganham natureza jurídica de salário. E o que é a habitualidade? Súmula 76 - Horas extras (RA 69/1978, DJ 26.09.1978. Revista pela Súmula nº 291 - Res. 1/1989, DJ 14.04.1989. Cancelada - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003) O valor das horas suplementares prestadas habitualmente, por mais de 2 (dois) anos, ou durante todo o contrato, se suprimidas, integra-se ao salário para todos os efeitos legais. Súmula 45 - Serviço suplementar (RA 41/1973, DJ 14.06.1973) A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado, integra o cálculo da gratificação natalina prevista na Lei nº 4.090, de 13.07.1962. Súmula 115 - Horas extras. Gratificações semestrais (RA 117/1980, DJ 03.11.1980. Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003) O valor das horas extras habituais integra a remuneração do trabalhador para o cálculo das gratificações semestrais

ADN Segundo a Súmula 76 (cancelada) TST, habitualidade é o pagamento por todo o contrato ou por 2 (dois) anos Súmula 60 TST - Adicional noturno. Integração no salário e prorrogação em horário diurno. (RA 105/1974, DJ 24.10.1974. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 6 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005) I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex-súmula nº 60 RA 105/1974, DJ 24.10.1974)

habitualidade AD. PERICULOSIDADE SALARIO 132 - Adicional de periculosidade. Integração. (RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982. Nova redação em decorrência da incorporação das Orientações Jurisprudenciais nºs 174 e 267 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005) I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras. (ex-prejulgado nº 3). (ex-súmula nº 132 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982/ DJ 15.10.1982 e ex-oj nº 267 - Inserida em 27.09.2002)

EVENTUALIDADE A eventualidade exclui o próprio adicional de periculosidade. A Portaria 3.311/89 trazia um anexo uma instrução para elaboração do laudo de insalubridade e periculosidade. No item 4.4 detalhavva-se que ATIVIDADES EVENTUAIS: são aquelas em que o trabalhador exposto à condição de risco de 25 a 30 minutos por dia. E isto serviu (e serve??) para orientação das períciais. Este anexo foi revogado!!!

Incorporação A incorporação ocorre quando a parcela que se agrega e passa a ter natureza salarial: não pode reduzir e é base de cálculo de todos os títulos trabalhistas calculados como base no salário. Muitas vezes é chamada de integração! Ex.: salário utilidade/ antiga Súmula 76 do TST tratava da incorporação das hroas extras; Integração A integração ocorre quando a parcela que se incorpora no salário enquanto é paga, e integra a base de cálculo de outros títulos Repercussão A repercussão ocorre quando uma parcela já calculada (hora extra, adicional noturno, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade repercute, pela média em títulos contratuais e rescisórios

ADICIONAL NOTURNO Súmula 60 TST - Adicional noturno. Integração no salário e prorrogação em horário diurno. (RA 105/1974, DJ 24.10.1974. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 6 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005) I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex-súmula nº 60 RA 105/1974, DJ 24.10.1974) II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, 5º, da CLT. (ex-oj nº 06 Inserida em 25.11.1996)

ADN Hora noturna reduzida está prevista em Lei e não na CF URBANO art. 73, 1º e 2º da CLT: 20% 22h às 5h00 tempo duração 52 30 RURAL: art. 7º Lei 5.889/73: 25% 21 às 5h : lavoura 20h às 4h: pecuária (redução??) integração ao salário = S. 60, I do TST prorrogação em horário diurno = S. 60, II do TST alteração de turno = possibilidade de suspensão/ Súmula 265 Hora noturna reduzida Jornada de 12x36/jornada que componha a totalidade da jornada noturna OJ 388 proibição ao menor = Art.404 CLT Mulher = Art. 381 da CLT

Ex.: não há previsão de jornada reduzida para horário noturno aos trabalhadores petroleiros, nos termos da Lei 5.811/72 (redução 52 30 ) = Súmula 112 do TST ADN Hora noturna reduzida está prevista em Lei e não na CF URBANO art. 73, 1º e 2º da CLT: 20% 22h às 5h00 tempo duração 52 30 RURAL: art. 7º Lei 5.889/73: 25% 21 às 5h : lavoura 20h às 4h: pecuária Redução?? integração ao salário = S. 60, I do TST prorrogação em horário diurno = S. 60, II do TST alteração de turno = possibilidade de suspensão/ Súmula 265 Hora noturna reduzida Jornada de 12x36/jornada que componha a totalidade da jornada noturna OJ 388 proibição ao menor = Art.404 CLT Mulher = Art. 381 da CLT

TST Súmula 60 TST - Adicional noturno. Integração no salário e prorrogação em horário diurno. (RA 105/1974, DJ 24.10.1974. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 6 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005) I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex-súmula nº 60 RA 105/1974, DJ 24.10.1974) II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, 5º, da CLT. (ex-oj nº 06 Inserida em 25.11.1996)

Estudo jurisprudencial Súmula 265 do TST- Adicional noturno. Alteração de turno de trabalho. Possibilidade de supressão (Res. 13/1986, DJ 20.01.1987)A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. OJ 388 do TST Jornada 12x36. Jornada mista que compreenda a totalidade do período noturno. Adicional noturno. Devido. (DeJT 09/06/2010)O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após as 5 horas da manhã..

Legislação: arts. 381 e 404 da CLT Art. 381 da CLT: mulher O trabalho noturno das mulheres terá salário superior ao diurno. 1º - Para os fins desse artigo, os salários serão acrescidos duma percentagem adicional de 20% (vinte por cento) no mínimo. 2º - Cada hora do período noturno de trabalho das mulheres terá 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. Art. 404: menor Art. 404 - Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas

EQUIPARAÇÃO SALARIAL SUBSTITUIÇÃO DESVIO DE FUNÇÃO MULTIFUNCIONALIDADE (Acúmulo de Função).

Equiparação salarial: conceito de isonomia e não-discriminação Há no direito atual um combate antidiscriminatório. O princípio da não-discriminação é um princípio de proteção, de resistência, denegatório de conduta que se considera gravemente censurável. O princípio da não-discriminação parte de um piso de civilidade, que se considera mínimo para a convivência entre as pessoas. (Ex.: proibição de tratamento contratual desigual de empregada face a empregado, por ser mulher = diferença sexual não pode ser utilizada como critério de valoração) Já o princípio da isonomia é mais amplo, mas impreciso, mais pretensioso. Ultrapassa a não-discriminação, buscando igualizar o tratamento júrídico a pessoas ou situações que tenham relevante ponto de contato entre si. (Ex.: determinação de tratamento igual a empregados e trabalhadores avulsos = trabalhadores diversos, que não se confundem. São trabalhadores diversos a que o Art. 7º, XXXIV da CF/88 determina tratamento isonômico. Outros: trabalhadores eventuais/autônomos: esses sem tratamento isonômico. (GODINHO)

CLT: isonomia ou não-discriminação? A CLT adota amplamente o princípio da não-discriminação. O princípio da isonomia é adotado em casos específicos, e não como parâmetro geral para o Direito do Trabalho. Isonomia e CF Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Discriminação e CF Art. 7º. (...) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; (...)

CLT: isonomia ou não-discriminação? A CLT previu no Art. 5º a proibição de discriminação. Em 1.943 ela era dirigida apenas a discriminação sexual. CLT, Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção de sexo. A CF de 1.946 acrrescentou idade, sexo, nacionalidade e estado civil. A de 1.967, incorporou a raça e suprimiu a idade e nacionalidade, reincorporados pela CF/88. Qual é o conceito de isonomia salarial? Octávio Magano diz que é a garantia atribuída ao trabalhador de não sofrer discriminação salarial, quando o seu trabalho seja do mesmo valor de outro escolhido como paradigma.

Equiparação salarial: disciplina legal Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antigüidade, dentro de cada categoria profissional. 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.

Sendo idêntica a função... IDENTIDADE DE FUNÇÃO = salário igual para trabalho igual ou função igual, com prova a cargo do autor. A função corresponde à atividade concretamente exercida pelo empregado e se decompõe em diversas tarefas; O serviço deve ser exatamente o mesmo: exige-se identidade e não semelhança; Função é diferente de cargo. Cargo é o nome que o empregador atribui a um determinado posto dentro de sua estrutura e, para fins de equiparação salarial, é totalmente irrelevante E se não exercer todas as tarefas da função? Depende. Havia disponibilidade do empregado para o exercício de todas? Eram quase todas? Análise do caso convreto

Cargo e função = jurisprudência Súmula 06, item III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. (ex-oj da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003) Equiparação salarial no serviço público OJ 297 SDI-1 - Equiparação salarial. Servidor público da administração direta, autárquica e fundacional. Art. 37, XIII, da CF/88. (DJ 11.08.2003) O art. 37, inciso XIII, da CF/88, veda a equiparação de qualquer natureza para o efeito de remuneração do pessoal do serviço público, sendo juridicamente impossível a aplicação da norma infraconstitucional prevista no art. 461 da CLT quando se pleiteia equiparação salarial entre servidores públicos, independentemente de terem sido contratados pela CLT.

Equiparação salarial no serviço público Quem são esses servidores? São aqueles que trabalham para pessoas jurídicas de direito público (União, Estado, Municípios, autarquias e fundações públicas). E quanto à administração indireta? OJ 353 da SDI-1 do TST. - Equiparação salarial. Sociedade de economia mista. Art. 37, XIII, da CF/1988. Possibilidade. (DJ 14.03.2008) À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao contratar empregados sob o regime da CLT, equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, 1º, II, da CF/1988. Nas sociedades de economia mista e empresas públicas a equiparação salarial pode ser cabível. Depende da inexistência de quadro de carreira.

todo trabalho de igual valor... IGUALDADE DE VALOR DO TRABALHO, porque desempenhando um mesmo conjunto de tarefas, dois trabalhadores podem chegar a resultados diferentes, cuja negativa é objeto de prova do empregador; HÁ UM CONFRONTO ENTRE: Quantidade = produtividade Qualidade do serviço = perfeição técnica do trabalho 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.

todo trabalho de igual valor... Qual é a diferença entre a produtividade e a produção? É o seguinte: produtividade corresponde à capacidade de produzir. O que a lei exige é a mesma capacidade de produzir. Produção é o resultado quantitativo do trabalho. Não se exige mesma produção, mas a mesma capacidade de produzir. Qual é o meio de prova para a produtividade? O técnico é o melhor (prova da capacidade produtiva do empregado), mas normalmente se faz pela prova testemunhal e se acaba aferindo a produção, e não a produtividade.

todo trabalho de igual valor... Prazo de 2 anos: tempo no serviço na função e não no emprego; diferença máxima do tempo de serviço Súmula 6, item II do TST - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. (ex-súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982) Súmula 202 do STF: - Na equiparação de salário, em caso de trabalho igual, toma-se em conta o tempo de serviço na função, e não no emprego. (Aprovada na Sessão Plenária de 13.12.1963)

prestado ao mesmo empregador E a questão do grupo econômico? Há duas vertentes e consequências diversas para a interpretação do 2º do Art. 2º da CLT Grupo econômico: responsabilidade ativa e passiva Magano, Grupo econômico com responsabilidade passiva apenas. José Rodrigues Amauri; Augusto Pinto; Se considerar que o empregador é o grupo econômico é possível equiparação salarial entre empregados de empresas diversas. Que acham?

Jurisprudência do TST: Súmula 129 129. CONTRATO DE TRABALHO GRUPO ECONÔMICO A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário (RA 26/1982, DJ, 4.5.1982) Efeito do grupo: solidariedade passiva e dual (ativa e passiva). Questões: (1) reintegração; (2) equiparação salarial; (3) exercício do poder disciplinar Opção frente a Súmula do TST: restritiva ou ampliativa?

na mesma localidade Há diferenças regionais de padrão de vida face a desigualdade do desenvolvimento econômico no país. As necessidades vitais do trabalhador acompanham e oscilam de acordo com o padrão econômico regional. E as regiões metropolitanas (aquelas que abraçam uma pluralidade de municípios ao redor de capitais estaduais)? Não excluem o critério de mesma localidade? Ex.: Guarulhos e São Paulo não são mesma localidade. Mas hoje a diversidade de localidade não exclui, por si só, o direito à equiparação. A diferença de localidade se apóia hoje na igualdade das condições de vida entre as localidades onde o equiparando e o paradigma prestam o trabalho. A intepretação literal da norma não atende mais a sua finalidade

na mesma localidade: jurisprudência Súmula 6 do TST, item X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. (ex-oj da SBDI-1 nº 252 - inserida em 13.03.2002) Se o empregado tem mais tempo de serviço, o trabalho é de igual valor? 1º do Art. 461 da CLT : mesmo que haja igual produtividade e qualidade, se o modelo estiver na função há mais de 2 (dois) anos, não há trabalho de igual valor. Há uma valorização da antiguidade pela CLT? Não é tempo de serviço, mas de função. Então, não. É qualidade.

EMPREGADO READAPTADO Art. 461, 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. Por quê a CLT possui essa disposição. Ela se correlaciona a outro dispositivo consolidado? Sim: Artigo 468 da CLT. Porque o salário do funcionário readaptado não pode ser reduzido. Então, preserva-se o salário do funcionário readaptado, mas ele não serve de paradigma para outros funcionários.

REQUISITOS IMPLÍCITOS NA NORMA (Art. 461 da CLT) CONCOMITÂNCIA DOS PRESSUPOSTOS SIMULTANEIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Todos os pressupostos devem estar presentes, e o paradigma e o paragonado devem ter exercido a função na mesma época E se o trabalhador suceder o paradigma? Não há equiparação salarial, porque não há simultaneidade no exercício. Há sucessão no posto de trabalho.

ESQUEMA: ISONOMIA SALARIAL (José Augusto Rodrigues Pinto) FONTE LEGAL MOTIVAÇÃO E Q S U A I L P A A R Ç I Ã A O L OBJETO PRESSUPOSTOS CF/88, Art. 7º, XXXX Proibir discriminação salarial em função de Sexo Idade Cor Estado civil IGUALDADE SALARIAL <>IDENTIDADE FUNCIONAL = ônus autor TRABALHO IGUAL VALOR; MESMO EMPREGADOR; NA MESMA LOCALIDADE; TEMPO SERVIÇO MENOR 2 ANOS; INEXISTÊNCIA QUADRO CARREIRA Ô N U S R É

ISONOMIA ADVINDA SENTEÇA JUDICIAL/VANTAGENS PESSOAIS Art. 461, 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. Súmula 6,VI do TST - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto se decorrente de vantagem pessoal, de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior ou, na hipótese de equiparação salarial em cadeia, se não demonstrada a presença dos requisitos da equiparação em relação ao paradigma que deu origem à pretensão, caso arguida a objeção pelo reclamado. (item alterado na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.11.2010) Exemplo: (1) Caso ELETROPAULO/paradigma mãe; (2) vantagem pessoal =

QUADRO DE CARREIRA : 2º e 3º do Art. 461 CLT Quadro de carreira organizado e homologado, exclui o direito à equiparação salarial. Os cargos são escalonados em carreiras, com direito de acesso por promoções alternadas por critérios antiguidade e merecimento Súmula 6, item I do TST - Para os fins previstos no 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. (ex-súmula nº 06 alterada pela Res. 104/2000, DJ 20.12.2000) E se o empregado está posicionamento em determinado nível de um cargo e exerce funções de outro nível? A ação é de equiparação? Não: de reenquadramento ou reclassificação

QUADRO DE CARREIRA : 2º e 3º do Art. 461 CLT O quadro de carreira pode ser instituído por Plano de Cargos e Salários, mas deve ser homologado pelo Ministério do Trabalho para ter validade. Se o PCS não for homologado, não exclui a equiparação salarial. SALVO se for de administração direta, autárquica e fundacional. No quadro de carreira homologado ou de ente público, a exigência de atribuições diversas daquelas descritas para o cargo gera direito a ação trabalhista. Súmulas 19 e 129 do TST.

QUADRO DE CARREIRA : 2º e 3º do Art. 461 CLT T S T Súmula 19 - Quadro de carreira (RA 28/1969, DO-GB 21.08.1969) A Justiça do Trabalho é competente para apreciar reclamação de empregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira. Súmula127 - Quadro de carreira (RA 103/1981, DJ 12.11.1981) Quadro de pessoal organizado em carreira, aprovado pelo órgão competente, excluída a hipótese de equiparação salarial, não obsta reclamação fundada em preterição, enquadramento ou reclassificação. Que tipo de ações o trabalhador pode propor?

QUADRO DE CARREIRA : 2º e 3º do Art. 461 CLT Enquadrado em função incorreta = pede reclassificação. Preterição = pede reenquadramento (antiguidade, por exemplo) Desvio funcional = modificação pelo empregador das funções originalmente conferidas ao empregado, com desempenho de tarefas mais qualidifcadas sem paga correspondente = OJ 125 TST: gera igualdade salarial pelo período do desvio/ redução não afronta Art. 468 da CLT 125 - Desvio de função. Quadro de carreira. O simples desvio funcional do empregado não gera direito a novo enquadramento, mas apenas às diferenças salariais respectivas, mesmo que o desvio de função haja iniciado antes da vigência da CF/1988.

SUBSTITUIÇÃO EVENTUAL PODE SER : INTERINA OU PROVISÓRIA, MAS NÃO EVENTUAL DEFINITIVA Na substituição eventual ou definitiva não há direito ao mesmo salário Súmula 159 do TST

Igualdade salarial e terceirização - Godinho É que, como já estudado, o art. 7º, XXXII, da Carta de 1988, reelaborou antigo preceito antidiscriminatório existente na ordem jurídica: proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos. A idéia básica incorporada na regra constitucional já estava expressa te mesmo no velho texto celetista (o art. 3º, parágrafo único da CLT falava que não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição do trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual ) e no anterior texto constitucional (art. 165, XVII, CF/69). Contudo, a Carta de 1988 fez combinar o tradicional preceito às suas regras antidiscriminatórias gerais que são regras fortemente enfáticas e precisas -, inseridas no art. 5º, caput e inciso I, da mesma Constituição ( Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza... e também homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição ). A combinação de todos esses significativos preceitos constitucionais tem dado suporte à interpretação contemporânea de que a contratação terceirizada de trabalhadores não poderia, juridicamente, propiciar tratamento discriminatório entre o trabalhador terceirizado e o trabalhador inserido em categoria ou função equivalentes na empresa tomadora de serviços. (Curso, p. 802)

Jurisprudência do TST: Súmula 159 159 - Substituição de caráter não eventual e vacância do cargo. (RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982. Redação alterada pela Res 121/2003, DJ 19.11.2003. Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 112 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005) I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. (ex- Súmula nº 159 Res 121/2003, DJ 19.11.2003) II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor. (ex- OJ nº 112 - Inserida em 01.10.1997)

Daí se pode extrair que: Não há direito a igual salário na substituição eventual (imprevisível e de curta duração) e nem na definitiva (vacância do cargo). Há direito a salário igual substituição interina, ou seja, aquela que é provisória (e não definitiva), mas não é eventual (previsível e de duração razoável). PROVISÓRIA PREVISÍVEL DURAÇÃO RAZOÁVEL = IGUALDADE SALARIAL NO PER[IODO DA SUBSTITUIÇÃO

Multifuncionalidade: acúmulo funções O exercício de funções acumuladas geram direito a adicional? Qual o fundamento? Art. 456, parágrafo único da CLT; Art. 459 da CLT Característica da comutatividade do contrato do trabalho Art. 456, Parágrafo único - À falta de prova ou inexistindo cláusula expressa a tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. Art. 460 - Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante.

Multifuncionalidade: acúmulo funções: alteração do pactuado (arts. 468 x 456, parágrafo único) O contrato de trabalho é celebrado para o exercício da função contratada. O exercício de função não ajustada altera as condições objetivas do contrato (art. 468 da CLT). E impõe a alteração da contraprestação pecuniária. Mas é necessário que o acúmulo seja permanente; Exemplos: (1)Vendedor/avaliador, qdo provado que havia empregado que exercia função de avaliador; (2) acúmulo função condomínio/norma coletiva