Regulamento e financiamento da mobilidade urbana sustentável: como garantir qualidade sem aumentar os custos

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Transcrição:

Regulamento e financiamento da mobilidade urbana sustentável: como garantir qualidade sem aumentar os custos Dario Rais Lopes Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana Ministério das Cidades Rio de Janeiro outubro de 2015

Agenda Ajustando o quadrante da discussão Financiamento da mobilidade: a carteira federal Busca da qualidade o que já foi feito Busca da qualidade desafios Fortaleza BRT Av. Paulino Rocha 2

Ajustando o quadrante da discussão 3

Impacto do custo do atraso em obras de infraestrutura Obra Início Custo do atraso - 2013 Atraso / orçamento Aeroporto de Vitória (ES) 2004 R$ 179,5 MM 34 % Esgoto da bacia do Rio Cocó (CE) 2008 R$ 59,0 MM 35 % Transposição do São Francisco 2005 R$ 16,7 Bi 250 % FIOL (BA) 2010 R$ 9,2 Bi 200 % BR-101 (SC) 2002 R$ 684 MM 18 % Linhas de transmissão do Madeira 2008 R$ 1,6 Bi 19 % Fonte: Infraestrutura: o custo do atraso e as reformas necessárias, CNI, Brasília, 2014 4

Custo do atraso: principais causas Baixa qualidade dos projetos; Orçamentos estimados inadequados; Rescisões contratuais / relicitação das obras; Complexidade no gerenciamento de vários subprojetos (fragmentação da obra); Demora na aprovação de novos preços & de aditivos contratuais; Demora na obtenção das licenças ambientais; Demora na realização das desapropriações e reassentamentos; Demora na eliminação de interferências. Fonte: Infraestrutura: o custo do atraso e as reformas necessárias, CNI, Brasília, 2014 5

Empreendimentos de mobilidade urbana: Causam transtornos ao sistema viário existente (interferências obra x operação); Demandam desapropriações, realocações de redes de infraestrutura; Envolvem obra civil, sistemas & equipamentos, veículos. A busca da qualidade na mobilidade urbana passa, necessariamente, pelo aprimoramento da forma de implantação dos empreendimentos! Fatores contributivos aos atrasos e encarecimento das obras! 6

Financiamento da mobilidade: a carteira federal 7

Composição da carteira julho de 2015 Fonte Natureza R$ Bi % Federal OGU 33,15 22 Financiamento (*) 63,50 42 SOMA 99,65 64 Privado 21,56 14 Estados 29,75 19 Municípios 5,56 3 TOTAL 153,52 100 (*) = Pró-Transporte (FGTS) + BNDES 399 empreendimentos Excluído o programa PAC pavimentação urbana 8

Composição da carteira julho de 2015 Modo km Cidades R$ Bi % Trilhos 58,4 Metrô 260,3 12 70,59 46,0 Trem 70,6 8 8,67 5,7 VLT 222,5 18 10,20 6,7 Monotrilho 91,5 6 16,93 11,0 Pneus 25,1 Corredor 2.196,2 96 21,4 14,0 BRT 1.008,4 38 17,2 11,1 Intervenções viárias / outros modos 145,1 74 8,02 5,2 Estudos e projetos 1.000 44 0,44 0,3 9

Situação dos empreendimentos em julho / 2015 Qtd R$ Bi Preparação 165 29,9 Contratados 63 8,6 Em licitação 14 22,7 Em obra / execução 110 79,0 Entregues 47 13,3 TOTAL 399 153,5 2,8 % 5,2 % 9,8 % 18,2 % 64,0 % Distribuição dos recursos 10

Busca da qualidade o que já foi feito 11

12

Linhas Gerais da IN 12/2015: Adoção de soluções técnicas que objetivem ganhos de eficiência e contribuam para a sua sustentabilidade econômica e ambiental, bem como de soluções de gestão que promovam serviços eficazes e incorporem o controle social e a participação da sociedade. 13

O Agente Financeiro deve orientar o Tomador de Recursos quanto ao atendimento da Política Socioambiental; O primeiro desembolso de qualquer financiamento de empreendimento de mobilidade urbana fica condicionado à apresentação de licença de instalação, quando assim couber, expedida pelo órgão ambiental competente anteriormente ao início das obras, conforme disposto na legislação aplicável; É condição para a liberação da última parcela de desembolso do financiamento, a apresentação de licença ambiental de operação do empreendimento, obtida junto ao órgão competente. 14

Obrigatório na composição de investimento: Execução de revegetação, arborização e implantação de áreas verdes, como medidas que minimizem a impermeabilização do solo e promovam conforto térmico ao usuário, em áreas próprias ou adjacentes ao empreendimento, limitado a 2 % do valor do investimento; Estrutura de gerenciamento da obra para empreendimentos de mobilidade urbana, da área de Infraestrutura Urbana, cujos valores sejam superiores a R$ 50 milhões. O primeiro desembolso fica condicionado à comprovação da existência de estrutura de gerenciamento da obra em valor equivalente a até 2,5 % do valor do investimento; Elaboração e execução do Projeto de Trabalho Social; Elaboração do Plano de Reassentamento e Medidas Compensatórias. 15

Busca da qualidade desafios 16

Revisão da IN 41 (regulamenta o Pró-Transporte) em andamento Separa Critérios de Seleção (excludentes) e de Hierarquização (classificatórios); Exigência de EVTEA para empreendimentos com potencial para concessão (aportes & contraprestação, gestão do contrato, matriz de risco e fontes das garantias); Inclusão de UCP - Unidade de Coordenação de Projetos - estrutura local do ente federado, Gerenciadora e Certificadora; Anexo de elementos mínimos de anteprojeto do RDC (hoje só carta consulta) o que seria o mínimo que deveria conter uma documentação técnica a ser analisada pela Caixa; Seleção contínua (empreendedor privado); Melhoria nos fluxos de contratação. 17

Ampliação da participação da iniciativa privada (PPP) Adequação do FGIE (Lei 12.712/12, de 30/08/2012), para que os entes federados possam estabelecer percentual do repasse do FPE/FPM para transferência aos Fundos Garantidores, que se responsabilizarão pelas obrigações inadimplidas nos contratos de PPP. Estímulo às soluções de contratação integrada (em especial para trilhos) 18

Grato! Dario Rais Lopes (61) 2108-1311 dario.lopes@cidades.gov.br 19