PRODUÇÃO DE SILAGEM DE BRAQUIARIA-SOJA, CULTIVADOS EM CONSÓRCIO. Wembles Ribeiro dos Santos 1 ; Cleuton Ribeiro de Oliveira 1 ;Emerson de Castro Ferraz 1 ; Stefany Gregory Moura 1 ; Adão Felipe dos Santos 1 ; Hélio Bandeira Barros 2 ; 1 Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi - TO; e-mail: wembles@gmail.com 1 Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi - TO; e-mail: cleutonxs@hotmail.com.br 1 Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi - TO; e-mail: emerson-agro@hotmail.com 1 Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi - TO; e-mail: stefanygregory@uft.edu.br 1 Aluno do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi - TO; e-mail: feriadofelipe1601@hotmail.com PIBIC/ PERMANÊNCIA 2 Orientador(a) do Curso de Agronomia; Campus de Gurupi; e-mail: barroshb@uft.edu.br RESUMO: Objetivou-se com este trabalho avaliar a produção de silagem de capim-braquiária e o cultivo consorciado com soja com diferentes densidades 2, 4, 6, 8 e 10 plantas por metro linear e população fixa de capim. Avaliaram-se as produções de massa verde (MV), massa seca (MS) por hectare e proteína bruta (PB %), a colheita foi realizada no estádio fenológico R 6 de plantas de soja. As produtividades de massa verde em braquiária cultivo exclusivo foi 21.918,75 kg ha -1 e soja cultivo exclusivo foi 10.168,75 kg ha -1. A maior produção de MS se deu no consórcio de S x B 2 com 25.600 kg ha -1. Nas silagens obtidas no cultivo de soja exclusivo (SCE), o teor de proteína bruta (PB) foi 16,36 %, e braquiária cultivo exclusivo (BCE) com 7,59 %. As porcentagens de PB dentro do consórcio não apresentaram diferenças significativas. De acordo com resultados o cultivo de soja e consórcio não houve diferença significativa com relação a PB. Palavras-chave: matéria seca; proteína Bruta; consórcio INTRODUÇÃO A pecuária brasileira possui ainda vários entraves à produtividade, como a degradação das pastagens (Townsend et al., 2000; Oliveira et al., 2001a), a escassez de alimento volumoso e a perda do valor nutritivo desses alimentos para alimentação de bovinos durante o período seco do ano (Santos et al., 2004). Entre as culturas com potencial para ensilagem, a soja, tanto na forma exclusiva como em associação a gramíneas, tem sido utilizada principalmente em virtude de sua capacidade de aumentar o teor de proteína do material ensilado (Evangelista, 1991; Obeid et al., 1992a,b). O consórcio, prática muito utilizada nas propriedades agrícolas, encontra-se na dependência direta das culturas envolvidas, havendo a necessidade de uma complementação entre ambas para que esse sistema seja mais vantajoso em relação ao monocultivo. Assim, objetivou-se com este 1
trabalho avaliar a produção de massa seca (MS) e estudar as características qualitativas de silagens de soja, capim-braquiária e do material resultante do cultivo dessas duas culturas em consórcio. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido em área experimental da Universidade Federal do Tocantins situada a uma altitude de 280 m, latitude de 11 43 45 S e longitude 49 04 07 W, em Latossolo Vermelho amarelo distrófico de textura média, Campus Universitário de Gurupi, Tocantins. O plantio foi realizado no dia 22 de dezembro de 2011. As culturas foram estabelecidas pelo método de plantio direto, após levantamento prévio das plantas daninhas infestantes na área e da adequada dessecação com herbicida para plantio direto. A cultivar de soja utilizada foi a M 9144 RR e o capim Brachiaria brizantha cv MG5 (2 a 3 kg/há de semente). A adubação e o manejo estabelecidos foram realizados seguindo as recomendações básicas para a cultura da soja em cultivo exclusivo, sem adicional de adubo para a cultura do capim-braquiária. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 7 tratamentos e 4 repetições. Cada parcela foi constituída de 4 fileiras espaçadas de 0,4 m entre linhas e 5,0 m de comprimento, considerando como área útil as duas fileiras centrais. Utilizando-se três áreas distintas da propriedade, mas com características edáficas semelhantes, e distribuídas da seguinte forma: Área I - cultivo exclusivo de capim braquiária (BCE); Área II - cultivo de capim braquiária em consórcio com soja (BS); Área III - cultivo exclusivo de soja (SCE). Na área II foi realizado desbaste aos 15 dias após a emergência das plântulas, procurando-se manter as seguintes proporções de plantas de soja em relação à braquiária de forma a obter-se 2, 4, 6, 8 e 10 plantas de soja por metro linear para uma população fixa de braquiária. A estimativa de produção de matéria seca das culturas foi feita utilizando dados coletados em amostras aleatórias e representativas do material coletado na parcela útil. Para confecção das silagens o material colhido na parcela útil foi picado em partículas de 2 a 3 cm, utilizando uma ensiladeira tratorizado. Essas amostragens foram coletadas quando as plantas de soja das áreas I e II encontraram-se nos estádios fonológicos R 6 (Pleno enchimento das vargens), de acordo com classificação de Fehr & Caviness (1977). Foram utilizados silos de PVC com 30 cm de altura por 10 cm de diâmetro, providos de válvula nas tampas para permitir o escoamento de gases. As amostras de forrageiras de cada tratamento foram ensiladas e armazenadas por um período de 45 dias. Após esse período os silos foram abertos, e o material homogeneizados e retirada parte da silagem para secagem em estufa com circulação de ar forçada, a 60ºC por 72 horas. Em seguida, o material foi moído em moinho de facas equipado com peneira de malha de 1 mm. As amostras foram submetidas a análises para determinação da composição em matéria seca (MS) e 2
proteína bruta (PB) utilizando o método Kjeldahl. Os dados foram comparados pelo teste de Tukey com o nível de 5% de probabilidade. RESULTADO E DISCASSÃO No quadro da ANAVA os dados avaliados para massa verde, massa seca e proteína bruta, foram significativos pelo teste F para os dois níveis (5 e 1 % de probabilidade) (Tabela 1). O rendimento de massa verde no cultivo em consórcio não foi influenciado pelas densidades de plantas de soja por metro linear. Os cultivos em consórcio apresentaram maior produção foi soja x braquiária (S x B 2) com 25.600 kg ha -1 e o que apresentou menor produção foi soja x braquiária (S x B 8) com 19.731,25 kg ha -1. As produtividades de massa verde de braquiária 21.918,75 kg ha -1 e soja de 10.168,75 kg ha -1 (Tabela 2). Tabela 1. Resumo da ANAVA para as características: massa verde (MV), Massa Seca (MS e proteína bruta (PB), de cultivo de braquiária x soja, cultivados em blocos com quatro repetições, em Gurupi-TO, no período agrícola 2011/2012. FV GL QM M V M S PB Tratamento 6 107.668.370,5 ** 13.261.960,39 ** 40.65 ** Bloco 3 5.040.535,71 844.627,43 0.43 T x B(ERRO) 18 16.731.733,63 1.917.863,48 0.91 Resíduo 27 Média 21.185,71 7.286,22 9.22 CV (%) 19.31 19,01 10.39 ** e * significativo a 1 e a 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. Os valores de produtividade de massa seca 3.664,12 kg ha -1 (Tabela 2) soja em cultivo exclusivo (SCE), colhidos em R6 se aproximaram dos descritos pela literatura. Jiménez et al. (2004), obtiveram produtividade média de apenas 3.500 kg de MS/ha em silagens de soja. Os valores de massa seca (MS) não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos com o cultivo soja x braquiária (SBC) e o de maior rendimento 8.894,6 kg ha -1. Os tratamentos de soja (SCE) e soja x braquiária (S x B 8) assemelham-se estaticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabela 2). Nas silagens obtidas no cultivo de soja exclusivo (SCE), o teor de proteína bruta (PB) foi 16,36 % (Tabela 2), assemelhando a resultados encontrados em outras literaturas. Em trabalho de Coffey et al. (1995), foram encontradas médias de 16,0 a 20,6% de PB na MS de silagens feitas nos 3
estádios R2, R4 e R6 em dois anos consecutivos. O NRC (2001) cita 17,4% de PB para silagens de soja, valor médio obtido de 20 trabalhos. Tabela 2. Valores médios de massa verde (MV), matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) de soja e braquiária obtidos no ensaio de avaliação de soja e braquiária em consórcio e monocultivo, visando à produção de forragem, ano agrícola 2011/12, Gurupi (TO). 2012. TRATAMENTO MV (Kg.ha -1 ) MS (Kg.ha -1 ) PB (%) S x B 2 25.600 a 8.894,60 a 7,63 b S x B 4 23.456,25 a 7.806,49 a 8,00 b S x B 6 23.893,75 a 8.659,85 a 8,46 b S x B 8 19.731,25 a 6.498,99 a b 7,69 b S x B 10 23.531,25 a 8.446,09 a 8,64 b Braquiária 21.918,75 a 7.033,42 a 7,59 b Soja 10.168,75 b 3.664,12 b 16,36 a MÉDIA 21.185,71 7.286,22 9.22 * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Os teores de PB encontrados no consórcio não apresentaram diferença se comparados do braquiária cultivo exclusivo (BCE) com 7,59 %. O que obteve maior quantidade de PB, dentro do consórcio foi o S x B 10 com 8,64 % e a menor quantidade S x B 2 com 7,63 % (Tabela 2). A dificuldade de se conseguir grande número de plantas de soja, principalmente quando esta é consorciada com cultivares de grande porte (GOMIDE et al., 1989), é a maior competição por luz, nutrientes e água, o que muitas vezes inviabiliza a utilização dos consórcios. De acordo com resultados o cultivo de soja e consórcio não houve diferença significativa com relação a PB. LITERATURA CITADA EVANGELISTA, A.R.; GARCIA, R.; OBEID, J.A. et al. Consórcio milho-soja: Revista Brasileira de Zootecnia, v.20, n.6, p.578-584, 1991. COFFEY, K.P.; GRANADE, G.V.; MOYER, J.L. Nutrient content of silages made from wholeplant soybeans. The Professional Animal Science, v.11, p.74-80, 1995. FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. Stage of soybean development. Iowa: Iowa State University, 977. 12p. (Special Report 80). JIMÉNEZ, C.; PINEDA, L.; LEÓN, B. et al. Planting maize in association with forage soybean for silage production. II. Indicators of silage quality. In: FEEDING SYSTEMS WITH FORAGE 4
LEGUMES T O INTENSIFY DAIR Y PRODUCTION IN LATIN AMERICA AND THE CARIBBEAN, 2004, Cali. Proceedings Cali: International Cen ter for TropicalAgriculture, 2004. (CD-ROM) MIRANDA, C.H.B.; FERNANDES, C.D.; CADISCH, G. Quantifying the nitrogen fixed by Stylosanthes. Pasturas Tropicales, v.21, n.1, p.64-69, 1999. NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of beef cattle. 7.ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 2001. 381p. OBEID, J.A.; GOMIDE, J.A.; CRUZ, M.E. et al. Silagem consorciada de Milho ( Zea mays) com leguminosas: produção e composição bromatológica. Revista Brasileira de Zootecnia, v.21, n.1, p.33-38, 1992. OBEID, J.A.; GOMIDE, J.A.; CRUZ, M.E. Qualidade e valor nutritivo de silagem consorciada de milho (Zea mays) com soja anual ( Glycine max. (L.) Merrill). Revista Brasileira de Zootecnia, v.21, n.1, p.39-44, 1992. OLIVEIRA, O.C.; OLIVEIRA, I.P.; FERREIRA, E. et al. Response of degraded pastures in the Brazilian Cerrado to chemical fertilization. Pasturas Tropicales, v.13, n.1, p.14-18, 2001. SANTOS, E.D.G.; PAULINO, M.F.; QUEIROZ, D.S. Avaliação de pastagem diferida de Brachiaria decumbens stapf: características químico-bromatológicas da forragem durante a seca. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.1, p.203-213, 2004. TOWNSEND, C.R.; COSTA, N.L.; PEREIRA, R.G. Renovação de pastagens degradadas em consórcio com milho na Amazônia Ocidental. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 18., 2000, Uberlândia, Anais... Uberlândia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2000. (CD-ROM). AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT 5