CURSO ACESSIBILIDADE EM EXPOSIÇÕES E AMBIENTES CULTURAIS UFRGS/ Museus Acessíveis

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Transcrição:

CURSO ACESSIBILIDADE EM EXPOSIÇÕES E AMBIENTES CULTURAIS UFRGS/ Museus Acessíveis Relatório de adequações de acessibilidade baseado em diagnóstico realizado em visita técnica e conversa com os responsáveis pelo Museu da UFRGS Esse relatório foi elaborado com base em uma visita técnica, com o grupo de participantes do Curso Acessibilidade em Exposições e Ambientes Culturais ministrado em maio da UFRGS dentro da programação do Seminário Nacional de Acessibilidade em Ambientes Culturais, seguindo um modelo de observação/diagnóstico proposto pela política de acessibilidade cultural da Austrália, traduzida e adequada à realidade brasileira pela empresa Museus Acessíveis. Além desse instrumento de avaliação e a observação pautada na experiência prévia e conteúdos aprendidos no curso pelos participantes, entre eles arquitetos especialistas em acessibilidade, profissionais de organizações culturais e museus, professores e estudantes de áreas correlatas, as avaliações se pautaram em conversas com responsáveis pelo museu. As questões levantadas durante o debate para preenchimento do checklist em grupo tiveram como objetivo colher informações adicionais. Essa etapa foi de extrema importância, pois ao propor soluções é necessário viabilizar a forma menos burocrática de realizá-las aliando a necessidade de tornar o museu acessível às pessoas com deficiência a uma tarefa simples, inovadora e desafiadora que traga pouco desgaste e grande aprendizado a todos os envolvidos. A seguir seguem as conclusões pautadas no modelo de diagnóstico elegido e algumas sugestões levantadas pelos participantes a serem consideradas pela equipe do museu. Ambiente do Museu e Exposição Ao aplicarmos o modelo de diagnóstico nesse item percebemos que tanto a exposição como o ambiente do museu são parcialmente acessíveis para pessoas usando cadeiras de rodas ou equipamentos de mobilidade. Apesar da existência, de entrada sem barreiras arquitetônicas, rotas de circulação com largura adequada e elevador para cadeira de rodas que dá acesso ao segundo pavimento do museu;

existem espaços que não podem ser acessados por pessoas em cadeiras de rodas e equipamentos de mobilidade, o balcão de atendimento não tem altura adequada e o banheiro acessível está fora dos padrões mínimos de tamanho indicados pela NBR 9050. Outro dado de suma importância levantado pelo grupo foi a inexistência de vagas de estacionamento destinadas aos visitantes com deficiência nas vagas da universidade, uma vez que essas, segundo informações da direção do museu são de uso exclusivo dos alunos e funcionários da UFRGS. Na área que não pode ser acessada por pessoas com deficiência física o museu não garantiu acessibilidade à informação com meios alternativos para o acesso ao conteúdo ali exposto (Exemplos: um computador ou notebook com o jogo proposto). Não encontramos a sinalização podotátil de alerta aos obstáculos aéreos presentes na construção e na exposição o que pode causar acidentes para pessoas com deficiência visual (Ex. vitrines, balcões, painéis expositivos aéreos e escadas). Ainda considerando a ergonomia e acessibilidade física foram encontrados assentos para descanso ao longo da exposição (com altura entre 50 e 60 cm), entretanto existem alguns sem encosto e braços de apoio. No que concerne à acessibilidade sensorial, os níveis de ruídos sonoros foram considerados razoáveis e não foram detectados sobreposição de ruídos. Os níveis de iluminação foram considerados consistentes ao longo da exposição, com ressalva para as salas de projeção de instalações audiovisuais com muito pouca iluminação, sem sinalização ou área de mudança de luz progressiva. Disposição dos Objetos Esse item visa analisar se a disposição de obras, objetos e informações privilegia o acesso físico e sensorial adequado às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, que consequentemente beneficia todos os públicos. Consideramos que os painéis e telas de projeção de vídeos presentes na exposição temporária, estão dispostos na altura adequada, com seu centro entre 1,25 e 1,65 m do chão, as vitrines e mesas também apresentam altura adequada respeitando a altura máxima de 90 cm (início, área de visualização), mas esse mesmo mobiliário não acompanha as medidas de acesso frontal para pessoas em cadeira-de-rodas, não tendo um vão de pelo menos: 75 cm de altura, 90 cm de largura e 40 cm de profundidade para aproximação.

Em relação à comunicação visual notamos que os vidros utilizados em vitrines e demais expositivos não são anti-reflexo, podendo resultar em refrações que prejudicam todos os visitantes (e com grande prejuízo às pessoas com baixa-visão). Existe contraste de cores na linguagem expográfica, o que ajuda na identificação e reconhecimento dos elementos expositivos para pessoas com baixa-visão, exceto em pouquíssimos painéis com fundo que simulava papel antigo o contraste foi considerado inadequado (o fundo não era sólido). Em relação à mobilidade e acesso tátil/visual verificamos que: A montagem de obras e objetos não possui mobiliário que uniformize as alturas em aproximadamente 1 metro de altura. Concluímos que algumas vitrines e o balcão da instalação de bar não seguiram critérios de ergonomia e acessibilidade. A mobilidade entre elementos expositivos na maior parte do espaço possibilita caminhos de pelo menos 1,10m, no entanto na instalação de bar as rotas de circulação se apresentavam muito apertadas. Não existe sinalização podotátil para mobiliário sem limitação no solo. Informações e Textos Essa análise se concentra nos requisitos de acessibilidade para garantia de acesso à informação para os diversos públicos. Nesse sentido observamos que: Os tamanhos de textos utilizados nos painéis e legendas na maior parte dos casos é adequado ao parâmetro solicitado pelas normas internacionais (Fonte < 24 para painéis e Fonte <18 para legendas). As letras utilizadas são sem serifa, possibilitando uma maior acuidade visual na leitura. Os textos encontram-se alinhados à esquerda, impressos em fundo sólido e com contraste acima de 70% em relação à superfície, salvo poucas exceções. Pensando no acesso à informação para turistas verificamos que somente na exposição de fotos dentro da instalação do 2º andar do museu existiam tradução dos textos expositivos para a língua inglesa ou outras línguas estrangeiras. Sugerimos que o museu adote uma política de tradução dos principais conteúdos da exposição em inglês e espanhol, beneficiando assim os turistas estrangeiros. Os textos traduzidos podem ser disponibilizados ao longo da exposição ou mesmo em

páginas impressas distribuídas no balcão de recepção, como em grandes museus estrangeiros. Considerando o acesso das pessoas cegas e com baixa visão: Não existe nenhum tipo de informação sobre as obras em braille. É possível aproximação adequada para leitura de informações, no caso de pessoas com baixa visão. Existe luz adequada para leitura dos textos e informações. A disposição de textos e etiquetas é consistente no espaço de exposição, dentro das propostas expográficas de mostra em cartaz, função que facilita a apreensão de seus conteúdos e estrutura cognitiva proposta. Os textos e etiquetas, na grande maioria das legendas, estão posicionados em uma altura confortável para visualização de todos (pessoas em cadeiras-de-rodas e pessoas em pé), niveladas em um patamar dentro das medidas de ergonomia para acessibilidade em exposições, entre 1,25 e 1,65m do chão. A comunicação visual externa do museu segue o padrão de acuidade visual, apresentando textos impressos em cores claras sobre fundo escuro sólido, com contraste acima de 70%. Publicações Esse item visa investigar o acesso de todos públicos aos materiais editorias do espaço cultural. Nas perguntas realizadas pelos participantes às responsáveis do museu obtivemos a informação que não existem publicações em versões acessíveis como braile, caracteres grandes, áudio ou LIBRAS. As publicações não atendem às necessidades de turistas, com tradução para línguas estrangeiras, nem de pessoas com deficiência por não existir nenhuma versão acessível. É necessário garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso às publicações do museu e existem formas alternativas, de baixo custo e eficientes para cumprir essa finalidade. Uma dica é consolidar a parceria com o Programa

INCLUIR da UFRGS que já produz os mais diversos materiais de comunicação e informação acessíveis, que podem ser feitos em pequenas quantidades para o museu, atraindo os alunos com deficiência da universidade como novos públicos. Material Audiovisual Os materiais audiovisuais integrantes da exposição eram em sua maior parte acessíveis para pessoas em cadeira de rodas, exceto o jogo interativo que encontrava-se em uma parte inacessível do museu. A sugestão seria disponibilizar o jogo em um notebook para que esse conteúdo não seja uma barreira de acesso ao conteúdo da exposição. Os vídeos apresentados não possuiam legenda em português para surdos (closed-caption) e áudio-descrição que possibilitaria a compreensão das informações visuais para pessoas com deficiência visual. Facilidades de Acesso ao Conteúdo Considerando as facilidades para pessoas com deficiência em acessar o conteúdo e serviços gerais do museu concluímos que: O museu oferece poucas oportunidades táteis em seu acervo regular ou exposições temporárias (peças para toque, maquetes, informações em relevo e braille). A oferta dessa exposição foi proporcionada pela instalação de bar presente no segundo andar da exposição, mas consideramos que poderia ser potencializada com mais peças disponíveis ao tato (maquetes, mapas táteis, objetos e informações em braille). O museu não possui um audioguia para pessoas com deficiência visual ou visitantes espontâneos. O museu oferece visitas com Intérprete de LIBRAS para visitantes surdos, somente mediante agendamento prévio. Existem algumas propostas de comunicação e mediação que utilizam apelo multissensorial, como audição e tato. Consideramos que pela natureza das exposições com temas atuais seria possível ampliar as propostas sensoriais com recursos de paladar e olfato associados aos demais.

Os recursos e visitas adequadas para pessoas com deficiência intelectual só ocorrem mediante agendamento prévio. O museu possui sinalização com pictogramas para facilitar a compreensão das facilidades de acesso físico. Não foram consultadas pessoas com deficiência na elaboração de espaços e exposições. Os programas públicos do museu suprem parcialmente as necessidades das pessoas com deficiência. A equipe não recebeu treinamento para auxiliar, guiar e realizar propostas educativas para pessoas com deficiência. Não existe um responsável para responder às demandas de acessibilidade na instituição. Conclusão Com essas observações é possível concluir que o Museu da UFRGS é um equipamento cultural que apesar de apresentar poucas deficiências em relação à acessibilidade física e sensorial está empenhado em promover em primeiro momento adequações para inclusão de pessoas com deficiência eliminando barreiras de atitude, comunicação e informação; e progressivamente barreiras arquitetônicas, em benefício das pessoas com deficiência. Por meio desse relatório de avaliação de acessibilidade em espaços culturais produzido pelos participantes do Curso Acessibilidade em Exposições e Ambiente Culturais promovido pela empresa Museus Acessíveis em parceria com a UFRGS, foi possível identificar os principais focos de adequações para acessibilidade a serem solucionados e os recursos que o museu já possui com o objetivo de aprimorá-los e potencializá-los para promoção de uma acessibilidade qualificada e que se configure em uma política institucional, beneficiando públicos com e sem deficiência. Coordenação: Viviane Panelli Sarraf, Eduardo Cardoso e Jennifer Cuty