Unidade Lectiva 1 21 de Fevereirto de Gesellschaft - Gemeinschaf

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Transcrição:

Unidade Lectiva 1 21 de Fevereirto de 2013 Gesellschaft - Gemeinschaf

Unidade Lec*va 2 28 de Fevereiro de 2013 A dicotomia Gesellscha; - Gemeinschaf: Ferdinand Tönnies, Max Weber e Émile Durkheim.

Ferdinand Tönnies (Oldenswort, 26 de julho de 1855 Kiel, 9 de abril de 1936) Gemeinschaft und gesellschaft, 1887

vontade natural essencial ou instintiva vontade racional arbitrária Ferdinand Tönnies (1855-1936) emoções razão sujeição ao grupo interesse próprio

MUDANÇA SOCIAL E CULTURAL À medida que as sociedades evoluem a vontade natural tende a ser suplantada pela vontade racional, a Gemeinscha; a dar lugar à Gesselscha;. Ferdinand Tönnies (1855-1936) Tal como a individualidade natural evoluirá para o pensamento puro e para a vontade racional, o que tende a dissolver e a subjugar os seus predecessores, as formas colec*vas originais desenvolveram- se no sen*do Gesselscha; e na vontade racional da Gesselscha;. No curso da história a cultura popular fez emergir a civilização do estado.

PERSPECTIVA INDIVIDUAL FORMAS Vontade natural Vontade racional Vegeta*va temperamento Iden*dade Desenvolvimento Esforço Decisão Objec*vo Propósito Ferdinand Tönnies (1855-1936) Animal Carácter Hábito Experiência Prá*ca Discriminação Razão Cálculo Mental A*tude intelectual Memória Aprendizagem Trabalho Concepções Princípios Consciência

PERSPECTIVA DO GRUPO FORMAS Gemeinscha; Gesellscha; Ferdinand Tönnies (1855-1936) Vegeta*va Ordem Animal Norma Consenso Concórdia, espírito familiar COMPREENSÃO Costume TRADIÇÃO e FAMÍLIA CONTRATO REGULAMENTOS E LEIS Mental Moralidade Crença, fé ou credo RELIGIÃO DOUTRINA

A crí&ca de E. Durkheim às teorias de F. Tönnies Para Tönnies a transição da Gemeinscha* para a Gesellscha* representa a evolução de uma fase primi*va da Humanidade para a sua maturidade. Émile Durkheim (1858-1917) A crí*ca de Durkheim explícita na sua obra O Suicídio e em As Formas Elementares da Vida Religiosa, baseia- se em não considerar uma comunidade como uma estrutura social ou uma en*dade lsica, mas como um conjunto de interacções humanas que poderiam ser encontradas entre as sociedade camponesas de carácter tradicional, mas também entre grupos sociais das modernas sociedades contemporâneas. Durkheim dá especial atenção à importância dos laços sociais e da dimensão moral como suportes dissuasores do egoísmo individualista. Ferdinand Tönnies (1855-1936)

A dicotomia Gesellscha; - Gemeinschaf: Durkheim Solidariedade Mecânica Identidade de crenças e códigos de conduta Solidariedade orgânica Coesão é conferida pela interdependência entre os seus membros. Divisão do trabalho e a especialização estimula o individualismo e a diferenciação Consciência colectiva Uma identidade reconhecida a partir do exterior Sujeição de cada membro da comunidade aos padrões morais comuns. Ofensa e sanção Relações espontâneas entre indivíduos Fragilização da consciência colectiva Uma identidade construída sobre a individuação Da ofensa aos sentimentos morais colectivos, à violação dos direitos individuais Relações contratuais entre indivíduos

A herança de Durkheim: a perspec&va analí&ca do conceito de comunidade 6 propriedades fundamentais das relações npicas do modelo gemeinscha*: Variáveis estruturais 1. Laços sociais densos e desejados 2. Adesão social e envolvimento em ins*tuições 3. Acontecimentos rituais, cerimónias 4. Dimensão de pequenos grupos Variáveis culturais 5. Percepções da semelhança entre caracterís*cas lsicas, es*los de vida e de comportamento, experiência histórica comum 6. Crenças comuns num sistema de ideias, numa ordem moral, numa ins*tuição ou num grupo.

A importância dos laços sociais Os laços sociais nega&vos: A crí*ca liberal aos mecanismos comunitários de controlo social enquanto limitadores da liberdade individual. Conformidade com a moral dominante na sociedade. Os laços sociais posi&vos: As redes de entreajuda e de mobilização e recrutamento

Adesão e envolvimento em ins&tuições Da obrigação de par*cipar à necessidade de pertencer e responsabilizar: Cultura cívica e par*cipação no sistema polí*co. A escola enquanto comunidade educa*va O voluntariado e a solidariedade social As diferentes formas de associa*vismo

Os rituais enquanto estruturadores de iden&dades 1. Socialização e sen*mento de pertença 2. Ritos e símbolos de iden*dade 3. Redes de conhecimentos e confiança pessoal Percepção da semelhança 1. Sen*mento de segurança 2. Facilidade de comunicação 3. Entreajuda Crenças comuns 1. Influência nas perspec*vas e condutas individuais, independentes dos interesses e da interacção. 2. Norma*vidade e dissuasão de comportamentos desviantes.