COEFICIENTES DE ABERTURA COMERCIAL Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 1 Número 2 outubro/dezembro de 2011 www.cni.org.br Indústria brasileira continua perdendo com a valorização cambial Coeficiente de Exportação 19,8% Em 2011 Importância das exportações da indústria volta a crescer em 2011 Página 02 Coeficiente de Insumos Importados 21,7% Em 2011 Participação de insumos importados na produção foi recorde em 2011 Página 03 Coeficiente de Penetração das Importações 19,8% Em 2011 Um em cada cinco produtos industriais consumidos no país foi importado Página 04 Coeficiente de Exportações Líquidas 9,0 % Em 2011 Exportações líquidas da indústria em queda Página 05 Coeficientes de exportação e de penetração das importações Em % - preços correntes 24,0 22,9 22,0 20,0 18,0 17,8 19,8 19,8 16,0 14,0 15,1 16,3 17,8 12,0 13,3 10,0 8,0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* 2011* Coeficiente de exportação Coeficiente de penetração das importações * Estimativa
Importância das exportações da indústria volta a crescer em 2011 O coeficiente de exportação, que corresponde à participação das exportações na produção da indústria, fechou o ano de 2011 em 19,8%. O valor representa um crescimento de 2,0 pontos percentuais (p.p.) na comparação com 2010; trata-se do segundo aumento anual consecutivo. Mesmo com o aumento nos últimos dois anos, o coeficiente está abaixo do valor recorde de 2004, que foi de 22,9%. Considerando-se apenas a indústria de transformação, o aumento foi de 1,1 p.p. frente ao ano anterior, atingindo 15,0% em 2011. Apesar do aumento, o coeficiente encontrase 6,6 p.p. abaixo do valor recorde da série, observado em 2004. Na indústria extrativa, o coeficiente recuou 0,7 p.p., para 73,8%, mas o valor registrado em 2010 (74,5%) é o recorde da série. A maioria dos setores produtivos da indústria geral (extrativa e transformação), de acordo com a classificação CNAE (16 de um total de 27), registrou aumento do coeficiente em 2011 em relação a 2010. Destaque para os setores Metalurgia (crescimento de 6,9 p.p.), Máquinas e equipamentos e Têxteis (ambos com 3,7 p.p.). Coeficiente de Exportação Maiores crescimentos Maiores quedas 96,0 93,8 63,4 60,2 47,5 43,5 30,2 23,3 19,9 16,2 13,6 9,9 Metalurgia Máquinas e equipamentos Têxteis Extração de minerais metálicos Extração de petróleo e gás natural Fumo 2010 2011 2
Os maiores coeficientes em 2011 são registrados nos setores Extração de minerais metálicos (93,8%), Extração de petróleo e gás natural (60,2%), Fumo (43,5%) e Outros equipamentos de transporte (35,8%). A grande maioria dos setores, contudo, ainda apresenta coeficientes inferiores aos níveis máximos alcançados na década passada, com exceção de Extração de carvão mineral e Celulose e papel. Um em cada cinco produtos industriais consumidos no país foi importado A participação de bens importados no consumo doméstico de produtos industriais alcançou nível recorde em 2011. Praticamente um em cada cinco produtos comercializados no país é importado: o coeficiente de penetração de importações aumentou em 2,0 pontos percentuais entre 2010 e 2011, para 19,8%. O comportamento foi distinto entre os segmentos industriais. Na indústria de transformação, o coeficiente teve alta de 1,9 p.p. no ano, enquanto na indústria extrativa houve redução de 2,1 p.p.. Coeficiente de Penetração das Importações Maiores crescimentos Maiores quedas 51,0 45,4 58,1 54,5 51,0 36,8 32,5 33,6 23,3 17,8 2,5 1,0 Informática, eletrônicos e ópticos Derivados do petróleo e biocombustíveis Máquinas e equipamentos Fumo Extração de petróleo e gás natural Extração de minerais metálicos 2010 2011 3
A grande maioria dos setores CNAE (21 dos 27 das indústrias extrativa e de transformação considerados) registrou aumento do coeficiente em relação a 2010. Os maiores aumentos foram registrados nos setores Informática, eletrônicos e ópticos (sobretudo equipamentos de comunicação) e Derivados do petróleo e biocombustíveis (especialmente biocombustíveis). Entre os setores que tiveram redução do coeficiente de penetração de importações no período destacam-se os Extração de minerais metálicos, Extração de petróleo e gás natural, Fumo e Farmoquímicos e farmacêuticos. Oito de um total de 23 setores atingiram em 2011 os níveis máximos da série histórica do coeficiente de penetração de importações, iniciada em 1996. A maior participação de importados no consumo dos setores, em 2011, foi verificada em Extração de carvão mineral (87,0%), Extração de petróleo e gás natural (54,5%), Informática, eletrônicos e ópticos (51,0%), Outros equipamentos de transporte (37,2%) e Máquinas e equipamentos (36,8%). Participação de insumos importados na produção foi recorde em 2011 O coeficiente de insumos importados da indústria brasileira, que mede a participação de insumos importados no total de insumos utilizados pela indústria nacional, alcançou 21,7% em 2011. O coeficiente aumentou 2,6 pontos percentuais (p.p.) na comparação com 2010 e 0,4 p.p. em relação a 2008, ano do recorde anterior da série. Coeficiente de Insumos Importados Maiores crescimentos Maiores quedas 76,7 58,9 46,4 44,1 37,9 37,1 44,9 44,4 2,6 2,2 9,1 8,0 Informática, eletrônicos e ópticos Metalurgia Químicos Fumo Farmoquímicos e farmacêuticos 2010 2011 Extração de petróleo e gás natural 4
Este aumento se deve à indústria de transformação, que teve um crescimento de 2,8 p.p. frente a 2010. O coeficiente alcançou 22,4% no ano, valor recorde da série, iniciada em 1997. Já na indústria extrativa, o coeficiente manteve estabilidade em relação aos dois anos anteriores, em 8,8%. À exceção de quatro setores CNAE, os 24 setores restantes considerados tiveram variações positivas do coeficiente de insumos importados entre 2010 e 2011, com destaque para Informática, eletrônicos e ópticos, que registrou aumento de 17,8 p.p. e alcançou 76,7%. Em seguida, os maiores aumentos foram registrados nos setores Metalurgia (8,5 p.p.), Químicos (7,0 p.p.), Minerais não-metálicos (5,8 p.p.) e Têxteis (5,7 p.p.). Além do setor Informática, eletrônicos e ópticos, em outros três setores o coeficiente supera 40%: Metalurgia (46,4%), Farmoquímicos e farmacêuticos (44,4%) e Químicos (44,1%). Exportações líquidas da indústria em queda O coeficiente de exportações líquidas da indústria mede o impacto sobre a indústria de uma desvalorização do real, levando em consideração, de um lado, o aumento da receita com exportação em reais e, por outro lado, o aumento do custo em reais dos insumos importados. Coeficientes acima de zero representam um impacto positivo, ou seja, que a indústria se beneficia com uma desvalorização da moeda brasileira. Coeficiente de Exportações Líquidas Maiores crescimentos Maiores quedas 45,8 42,1 8,8 8,9 5,8 6,1 0,5 1,8 Metalurgia Máquinas e equipamentos -9,7-12,9-22,8-31,7 Têxteis Químicos Fumo Informática, eletrônicos e ópticos 2010 2011 5
Para a indústria como um todo o coeficiente fechou 2011 em 9%, indicando que, para a indústria como um todo, o processo de apreciação da moeda brasileira é prejudicial. Na indústria de transformação, o coeficiente reduziu-se de 3,4% para 3,0% entre 2010 e 2011. O coeficiente encontra-se 8,6 p.p. abaixo do maior valor da série, apurado em 2004 e 2005. Na indústria extrativa, segmento altamente exportador e que praticamente não compra insumos importados, o coeficiente é de 71,9%. Dos 21 setores da indústria de transformação avaliados, 11 apresentam coeficientes acima de zero (exportações líquidas de importações de insumos são positivas). São os setores prejudicados por uma valorização cambial. Os mais prejudicados são: Fumo (índice de 42,1%), Couros e calçados (17,9%) e Alimentos e bebidas (16,6%). Dez setores registraram coeficientes negativos, ou seja, o custo com insumos importados superam a receita com exportações e, dessa forma, a valorização do real gera um efeito positivo. Em 2005, apenas 5 setores da indústria de transformação apresentavam coeficientes abaixo de zero. Os setores com coeficientes mais negativos são Informática, eletrônicos e ópticos (índice de -31,7%), Químicos (-12,9%) e Derivados do petróleo e biocombustíveis (-10,4%). 6
Resultados por setor Coeficientes SETORES exportação penetração de importações 2009 2010* 2011* 2009 2010* 2011* Total da indústria 16,5 17,8 19,8 16,6 17,8 19,8 Indústrias extrativas 61,3 74,5 73,8 48,1 52,2 50,1 Extração de carvão mineral 0,0 0,0 1,6 83,0 84,4 87,0 Extração de petróleo e gás natural 52,5 63,4 60,2 56,8 58,1 54,5 Extração de minerais metálicos 85,4 96,0 93,8 24,7 51,0 33,6 Extração de minerais não metálicos 12,7 12,6 12,3 9,3 10,2 13,6 Indústrias de transformação 14,8 13,9 15,0 15,3 16,6 18,5 Alimentos 22,5 21,9 22,0 3,3 3,3 3,5 Bebidas 1,1 1,0 0,9 4,1 3,3 3,5 Fumo 56,5 47,5 43,5 2,7 2,5 1,0 Têxteis 10,8 9,9 13,6 13,3 15,4 18,5 Vestuário 1,3 1,1 1,1 5,3 5,7 8,4 Couros e calçados 24,6 25,5 25,5 7,3 7,7 9,5 Artefatos de couro 14,4 10,9 7,1 34,3 38,3 42,6 Calçados 18,3 15,9 13,8 4,7 3,7 5,0 Madeira 24,0 18,5 17,8 2,1 1,6 2,0 Celulose e papel 22,1 22,5 23,1 7,0 7,5 8,2 Celulose 74,3 82,8 85,0 17,3 26,5 29,6 Impressão e reprodução 0,9 0,7 0,8 3,4 3,1 3,6 Derivados do petróleo e biocombustíveis 7,6 6,2 7,9 9,5 17,8 23,3 Derivados do petróleo 6,3 5,6 6,8 10,6 19,6 24,0 Biocombustíveis 14,2 9,2 15,9 0,0 0,4 9,6 Químicos 11,1 10,5 11,1 24,3 23,6 26,3 Limpeza e perfumaria 5,4 5,7 5,6 4,9 6,1 7,1 Farmoquímicos e farmacêuticos 8,0 7,6 7,9 28,9 31,4 30,3 Farmacêuticos 7,3 7,1 7,2 24,4 27,1 25,9 Borracha e material plástico 8,0 7,4 7,7 10,9 11,9 12,9 Borracha 17,5 15,6 16,2 19,1 21,2 22,7 Material plástico 4,3 3,9 4,1 7,7 7,9 8,5 Minerais não metálicos 6,2 5,9 5,3 4,1 5,1 6,2 Metalurgia 26,7 23,3 30,2 13,5 16,2 17,4 Produtos de metal 7,2 5,2 5,7 9,1 8,6 9,8 Informática, eletrônicos e ópticos 11,5 8,4 9,0 44,1 45,4 51,0 Componentes eletrônicos 18,3 19,1 25,7 81,2 82,2 85,4 Informática e periféricos 4,5 3,2 4,1 32,4 34,2 39,6 Equipamentos de comunicação 30,4 20,3 16,7 40,6 37,8 45,3 Aparelhos de áudio e vídeo 1,9 2,1 2,0 22,8 30,7 37,1 Máquinas e materiais elétricos 13,2 10,2 10,2 20,7 22,0 24,0 Geradores, transformadores e motores elétricos 28,8 20,8 21,4 28,9 29,8 33,1 Eletrodomésticos 5,2 4,4 3,2 7,6 7,8 8,4 Máquinas e equipamentos 17,4 16,2 19,9 33,0 32,5 36,8 Veículos automotores 11,0 11,8 12,7 13,9 15,0 17,6 Peças e acessórios para veículos automotores 12,5 13,1 14,6 16,7 17,0 18,8 Outros equipamentos de transporte 36,3 35,5 35,8 37,5 37,5 37,2 Embarcações 5,6 7,1 48,5 11,5 9,1 21,0 Aeronaves 96,8 97,7 89,6 96,6 97,3 89,1 Móveis 7,3 6,3 5,5 2,8 3,3 3,6 Produtos diversos 14,5 12,8 13,0 27,4 27,4 29,5 Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/MDIC, IBGE e FGV. * - Estimativa 7
Resultados por setor Coeficientes SETORES Insumos Importados EXPORTAÇÕES LíquidaS 2009 2010* 2011* 2009 2010* 2011* Total da indústria 17,5 19,1 21,7 8,4 8,1 9,0 Indústrias extrativas 8,6 8,8 8,8 59,5 72,6 71,9 Extração de minerais não-metálicos, inclusive carvão mineral 7,5 9,9 12,3 9,2 8,3 7,3 Extração de petróleo e gás natural 9,0 9,1 8,0 50,8 61,8 58,7 Extração de minerais metálicos 8,5 7,5 8,8 83,3 94,1 91,6 Indústrias de transformação 17,8 19,6 22,4 5,3 3,4 3,0 Alimentos e bebidas 4,3 4,2 4,5 17,1 16,6 16,6 Fumo 2,2 2,6 2,2 55,1 45,8 42,1 Têxteis 20,4 22,8 28,5 2,3 0,5 1,8 Vestuário 8,2 10,1 12,3-2,0-3,0-3,9 Couros e calçados 11,1 12,1 14,3 18,8 19,1 17,9 Madeira 4,7 4,8 5,9 21,8 16,3 15,0 Celulose e papel 14,2 15,7 19,3 15,1 14,8 13,7 Impressão e reprodução 15,1 16,3 17,3-3,7-4,2-4,5 Derivados do petróleo e biocombustíveis 18,8 19,9 24,8-6,3-8,5-10,4 Químicos 34,0 37,1 44,1-7,5-9,7-12,9 Farmoquímicos e farmacêuticos 41,4 44,9 44,4-3,2-4,5-4,1 Borracha e de material plástico 17,6 18,5 20,6-1,3-2,5-3,2 Minerais não-metálicos 9,5 12,0 17,7 2,9 1,7-0,9 Metalurgia 33,7 37,9 46,4 11,2 5,8 8,8 Produtos de metal 9,9 11,4 11,4 3,1 0,4 0,8 Informática, eletrônicos e ópticos 52,5 58,9 76,7-16,4-22,8-31,7 Máquinas e materiais elétricos 16,5 20,4 23,1 5,3 0,5-0,8 Máquinas e equipamentos 18,3 19,6 21,4 8,0 6,1 8,9 Veículos automotores 20,8 22,2 25,1-1,5-1,6-2,4 Outros equipamentos de transporte 35,0 38,1 38,1 16,4 13,9 14,2 Móveis e indústrias diversas 11,7 13,0 14,1 5,3 3,5 2,7 Nota: Os valores dos insumos importados utilizam estimativas obtidas na matriz de insumo-produto. Nos anos de 1996 a 2002 utilizam a matriz de 2000 e a partir de 2003 a matriz de 2005. Fonte: Elaborado pela Funcex a partir de dados da Secex/MDIC, IBGE e FGV. * - Estimativa Coeficientes de abertura comercial Publicação trimestral da Confederação Nacional da Indústria - CNI Unidade de Política Econômica - PEC Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento - PAD Gerente-executivo: Renato da Fonseca Equipe Técnica: Marcelo Azevedo, Rodrigo Branco (Funcex), Henry Pourchet (Funcex) e Edson Velloso Informações técnicas: (61) 3317-9468 Fax: (61) 3317-9456 Supervisão Gráfica: DIRCOM Impressão e acabamento: Reprografia Sistema Indústria Normalização Bibliográfica: ASCORP/GEDIN Assinaturas: SAC Serviço de Atendimento ao Cliente Fone: (61) 3317-9989 sac@cni.org.br SBN Quadra 01 Bloco C Ed. Roberto Simonsen Brasília, DF CEP: 70040-903 www.cni.org.br Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.