INFLUÊNCIA DAS DIMENSÕES DE SEMENTES DE JACARANDÁ-DA-BAHIA (Dalbergia nigra (VELL.)) NA VELOCIDADE GERMINATIVA E EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

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Transcrição:

INFLUÊNCIA DAS DIMENSÕES DE SEMENTES DE JACARANDÁ-DA-BAHIA (Dalbergia nigra (VELL.)) NA VELOCIDADE GERMINATIVA E EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS Nayara Ribeiro dos Santos Aguiar Silva (1) ; Adriana Guedes de Souza das Neves (2) ; Rozimar de Campos Pereira (3) ; Janaine Isabela da Silva Rocha (4) (1) Estudante de Engenharia Florestal na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. E- mail<nay_barra@hotmail.com>; (2) Estudante de Engenharia Florestal na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. E-mail<adrianna.guedes@yahoo.com.br>; (3) Professora adjunta, UFRB/Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. E-mail<rosimarcp@gmail.com>; (4) Estudante de Engenharia Florestal na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. E- mail<janainerocha@yahoo.com.br>. RESUMO O jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra), é uma espécie com alto potencial para o manejo florestal sustentável, sendo muito utilizada na construção de móveis e instrumentos musicais, fator que a torna uma espécie ameaçada de extinção. Porém, sua regeneração natural é de difícil ocorrência, fazendose necessário pesquisas relacionadas ao processo de produção de mudas. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do tamanho das sementes de jacarandá-da-bahia Dalbergia nigra (Vell.) sobre o índice de velocidade de germinação (IVG) e números de plântulas normais. O experimento foi montado com 5 tratamentos classificados em classes que possuíam sementes de tamanhos diferentes entre classes, onde suas médias foram classificadas por dimensões da seguinte forma: classe 1(L- 0,177, C- 0,306 e E- 0,050), classe 2 (L- 0,212, C- 0,368 e E-0,049), classe 3 (L- 0,215, C- 0,393 e E- 0,047) e classe 4 (L-0,228, C- 0,422 e E- 0,045) e a classe 0 a testemunha, tendo cada classe 4 repetições de 100 sementes. Sendo avaliado o número de emergência e o índice de velocidade de germinação avaliados em um período de 21 dias. Observou-se que o tamanho da semente influencia nos índices calculados, onde sementes com menores tamanhos (LxC) e maior espessura (E) obtiveram melhores resultados de germinação. Palavras-chave: Morfologia; Viabilidade; Germinação. INTRODUÇÃO O jacaranda-da-bahia (Dalbergia nigra), é uma espécie pertencente à família Leguminosae- Papilonoideae, encontrada na Floresta Tropical Atlântica dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, nos tabuleiros terciários do sul da Bahia e norte do Espírito Santo (RIZZINI, 1978). Sua madeira é utilizada, principalmente, para fabricação de móveis de luxo, peças decorativas e instrumentos musicais (CARVALHO, 1994) além da espécie também constituir uma alternativa em potencial para reflorestamento no Brasil. Em sua maioria, essa espécie ocorre espontaneamente em solos profundos e de baixa fertilidade natural e em topografia acidentada, onde a floresta é menos densa. Apresenta também crescimento rápido em solos de alta fertilidade da Floresta Atlântica (LORENZI, 1992; CARVALHO, 1994).

A influência do tamanho das sementes sobre a qualidade fisiológica tem sido pesquisada com certa intensidade para várias espécies, porém é pouco frequente para espécies florestais. A separação das sementes por classes de tamanho para determinação da qualidade fisiológica, através de testes de germinação e vigor, tem sido bastante empregada, visando encontrar a classe ideal para multiplicação das diversas espécies vegetais (TORRES, 1994). Os resultados obtidos em grande parte das experiências obedecem a uma regra, mais ou menos geral, de que, quanto maior o peso da semente, melhor será a germinação e o vigor (FRAZÃO et al., 1985; CARNEIRO, 1985). As sementes maiores produzem plântulas mais vigorosas, provavelmente porque possuem maior quantidade de material de reserva, maior nível de hormônios e maior embrião (SURLES et al., 1993). Maior quantidade de reserva aumenta a possibilidade de sucesso no estabelecimento da plântula, uma vez que possibilita a sua sobrevivência por um tempo maior em condições ambientais que, ainda, não permitem o aproveitamento das reservas nutricionais e hídricas do solo e a realização da fotossíntese (HAIG & WESTOBY, 1991). Frazão et al. (1985) observaram que sementes mais pesadas de cacau originaram plantas, cuja altura e diâmetro do caule foram superiores aos daquelas originadas de sementes médias, que, por sua vez, superaram as plantas oriundas de sementes leves. Rêgo et al. (1991) verificaram que sementes grandes de Macadamia integrifolia Maiden & Betche não apresentaram melhor desempenho germinativo. Resultados semelhantes foram obtidos por Aguiar et al. (1996), que não encontraram influência do tamanho sobre a germinação. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência do tamanho das sementes de jacarandáda-bahia (Dalbergia nigra) sobre o índice de velocidade de germinação (IVG) e números de plântulas normais MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no Município de Cruz das Almas Ba, localizado na Latitude 12º 40 12 S, Longitude 39º 06' 07" W e uma altitude de 220m. Foram colhidos frutos de duas plantas matrizes, em um terreno baldio localizado no município de Cruz das Almas, em uma área de fragmentos de Mata Atlântica. O material colhido foi levado para o Laboratório de Sementes (LAS), onde foram beneficiados manualmente, sendo devidamente descartadas as sementes que sofreram danos mecânicos durante o beneficiamento, sementes que apresentaram má formação, assim como as que estavam com presença de fungos ou larvas. Ao todo, foram beneficiadas 2.000 sementes aptas à realização do trabalho, as quais foram medidas com paquímetro digital e auxilio de uma régua milimétrica, separando-se assim, quatro faixas de diferentes tamanhos. O substrato utilizado para avaliação germinativa foi areia peneirada e autoclavada numa temperatura de 120ºC por 1 hora. As sementes foram separadas e classificadas quanto as suas dimensões, sendo estas divididas em 4 quatro classes, as quais, juntamente com a testemunha (dimensões variadas), compõem os tratamentos utilizados no experimento. De acordo com a média da largura, comprimento e espessura de 35 sementes mensuradas, as classes foram: classe 1(L- 0,177, C- 0,306 e E- 0,050), classe 2 (L- 0,212, C- 0,368 e E-0,049), classe 3 (L- 0,215, C- 0,393 e E- 0,047) e classe 4 (L-0,228, C- 0,422 e E- 0,045). O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com 5 tratamento e quatro repetições de 100 sementes cada. As bandejas plásticas utilizadas, foram devidamente esterilizadas com cloreto de sódio. As bandejas foram preenchidas com o substrato (areia), as sementes devidamente separadas por classe de tamanho foram semeadas, sendo o experimento conduzido em casa de vegetação localizada na Universidade

Federal do Recôncavo da Bahia. Foram feitas contagem de acordo com as normas da RAS (Regras de Análises de Sementes) aos sete, 14 e 21 dias após o semeio. Os dados foram submetidos à análise de variância, sem transformações, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade quando houve significância no teste F. Peso de Mil Sementes As dimensões das sementes (comprimento, largura e espessura) foram determinadas com o auxílio de paquímetro digital e o peso de 100 sementes, de acordo com a metodologia descrita por Brasil (1992) para o peso de 1000 sementes. Calculou-se variância, o desvio padrão e coeficiente de variação dos valores que foram obtidos da pesagem usando as seguintes formulas: V= n (Σ X 2 ( ΣX 2 ))/n(n- 1); Ẋ=Σ/N; S = V; CV=V/Ẋ. Teor de água No presente trabalho utilizou o método de estufa 105±3C 0, onde os recipientes usados foram secos em estufa a 105 0 c num período de 30 minutos. Para a calibragem, o recipientes e suas tampas foram pesados em balança com precisão de 0,001g, as amostras permaneceram por 24h em estufa, onde a contagem iniciou-se após a mesma ter alcançado a temperatura de 105 0. Foram feitas 4 repetições de 100g de sementes partidas ao meio, onde a formula utilizada foi: U%= (PF-PI)/PI X 100. Onde: U%= é a umidade expressada em porcentagem; PI= peso inicial; PF= peso final. Índice de velocidade de germinação (IVG) Para o cálculo do índice de velocidade de germinação, utilizou-se a seguinte fórmula: IVG= Σ (n/t). Onde: t = número de dias da semeadura à primeira, à segunda, à terceira contagem: n = número de plântulas normais computadas na primeira, na segunda e na terceira contagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO O lote de sementes apresentou massa média de mil sementes de 25,09g e teor de umidade com variação máxima entre as amostras de 0,03% entre as amostras, como descreve a Figura 1, respeitando assim as normas para cálculo de porcentagem de umidade vigente nas Regras para Análises de Sementes (RAS). Figura 1 - Teor de umidade (%) de cada tratamento das sementes de Dalbergia nigra.

Segundo Martins et al. (1999) a maior rapidez e uniformidade da germinação das sementes seguidas de uma imediata emergência de plântulas conferem as mudas as características almejadas no processo de produção. Deste modo, a velocidade da germinação e a emergência de plântulas são fatores de suma importância para que as mesmas sejam menos afetadas pelos danos causados pelas adversidades do meio ambiente, resultando assim, em plantas com maior chance sucesso em campo. Os índices de velocidades de germinação representados na Figura 2, permitem inferir que os índices máximos de germinação dos tratamentos analisados ocorreram em dias distintos. Os tratamentos T1, T2, T3 e T4 mantiveram um percentual de IVG com crescimento constante durante os 21 dias. O tratamento T0 por sua vez, apresentou uma pequena queda no percentual de IVG no período do 14 0 ao 21 0 dia de avaliação. Após o período de 21 dias ocorreu uma estabilização nas curvas de germinação não sendo mais analisadas nem contabilizadas neste estudo. Figura 2: Índice de velocidade de germinação (IVG) das sementes de Dalbergia nigra (Vell.). Na Tabela 1 encontram-se descritas as médias de germinação obtidas na última contagem. Com base dados, constatou-se que o maior valor de germinação e emergência de plântulas ocorreu no T1, enquanto o menor valor se deu no T4. O T1, apresenta valores de largura e comprimento menor que o T4, porém possui maior dimensão em espessura. Baseando-se nesses resultados sugere-se que além das dimensões (largura e comprimento), a espessura também pode exercer influência sobre a velocidade de germinação por ser um fator correlacionado a capacidade de retenção de água. As maiores médias encontradas no tratamento T1 sugerem que as dimensões das sementes utilizadas para sua composição indicam os valores mais recomendados dentre os utilizados neste estudo, para obtenção de melhores resultados de germinação para a espécie Dalbergia nigra. Tabela 1: Germinação normal (%), obtida na contagem final (21 dias) em sementes de Dalbergia nigra (Vell.) 1. Tratamento T1 T2 Número de germinação 43 A 39 AB

T3 T4 T0 36 AB 30B 30 AB (1) Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CONCLUSÃO A partir dos resultados encontrados, conclui-se que sementes com menores dimensões (TI), apresentaram maior velocidade germinativa, considerando assim, que o tamanho das sementes de Dalbergia nigra influenciam diretamente na velocidade germinativa das sementes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, I. B.; CARVALHO, N. M.; MAIMONE-RODELLA, R. C. S. e DAMASCENO, M.C.M. Influência do tamanho sobre a germinação e o vigor de sementes de eucalipto. Revista Brasileira de sementes, Brasília, v. 1, n. 1, p. 53-58, 1979. ANDRADE, A.C.S.; PAULINO, M.T.S. Efeito da massa da semente na velocidade de germinação e no desenvolvimento de plântulas de Euterpe edulis Mart. (palmiteiro). Informativo Abrates, Londrina, v.5, n.2, p.189, 1995. BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNPV/CLAV, 1992. 365 p. CARVALHO, P.E.R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: Embrapa-CNPF; Brasília: Embrapa-SPI, 1994. 638p. DE CASTRO, J.R. e DUTRA, A.S. Influência do tamanho das sementes de Leucena (Laucaena leucocephala (Lam.) De Wit) cv. Cunningham na germinação e no vigor. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 19, n. 1, p. 88-90, 1997. HORLINGS, G.P.; GAMBLE, E.E. e SHANMUGASUNDARAM, S. The influence of seed size and seed coat characteristics on seed quality of soybean in the tropics: field weathering. Seed Science and Technology, Zurich, v. 19, n. 3, p. 665-685, 1991. LEDO, A. da S.; MEDEIROS-FILHO, S.; LEDO, F.J. da S.; ARAÚJO, E.C. Efeito do tamanho da semente, do substrato e pré-tratamento na germinação de sementes de pupunha. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.33, n.1, p.29-32, 2002. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 352 p. MARTINS, C.C.; NAKAGAWA, J.; BOVI, M.L.A. Efeito da posição da semente no substrato e no crescimento inicial das plântulas de Palmito-Vermelho (Euterpe espiritosantensis Fernandes Palmae). Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.21, n.1, p.164-173, 1999.

POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: Agiplan, 1985.128p. RIZZINI, C.T. Árvores e madeiras úteis do Brasil. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 1978. 304p.