O jogo como facilitador do processo ensino- aprendizagem da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): aprende ou Sae.

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Transcrição:

O jogo como facilitador do processo ensino- aprendizagem da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): aprende ou Sae. Alana Santos Ribeiro da Silva, Gyuliana Santana Batista, Ritacreia Berger Ribeiro, Rita de Cassia de Jesus Almeida, Rosana Souza de Lima e Silvana Lima Vieira. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências da Vida DCV, Brasil. Resumo O processo de enfermagem (PE) é um método científico que orienta e qualifica a assistência de enfermagem, definido como uma forma sistemática e dinâmica de prestar cuidados, que é realizado por meio de cinco etapas interligadas: avaliação, diagnóstico, planejamento, implementação e evolução referência. O PE é uma estratégia utilizada pelo enfermeiro e equipe de enfermagem, na organização do cuidado prestado ao paciente e para tanto, tem sua organização metodológica por meio de etapas estabelecidas pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A SAE é estabelecida como elemento obrigatório pelo Conselho Federal de Enfermagem desde o ano de 2009, porém ainda encontra entraves e dificuldades na sua aplicabilidade tanto no trabalho como no ensinoaprendizado de estudantes de enfermagem. Diante da problemática e importância, este jogo tem como objetivo: auxiliar os discentes do Curso de Bacharelado de Enfermagem na aprendizagem sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Tratase de um estudo de cunho exploratório, descritivo, que se caracteriza como pesquisa aplicada e será produzido com o auxilio de bibliografias voltadas para as áreas de saúde, recursos tecnológicos e manuais. O jogo tem como público-alvo os alunos do curso de enfermagem do Campus I da Universidade do Estado da Bahia a partir do quinto semestre da graduação. O método escolhido para ser utilizado na seleção dos participantes foi o de amostra intencional não probabilística. Espera-se com este projeto melhorar a compreensão dos conhecimentos referentes à SAE, a sua utilização nos campos de prática incorporando uma nova forma de aprendizagem ao longo do curso através de uma didática diferenciada, estimulando o trabalho em grupo e integração entre os acadêmicos. Palavras-chave: Sistematização da Assistência de Enfermagem. Educação. Saúde. Tecnologia. Contatos: alanna.riibeiro, gyulibatista {@gmail.com} bergerribeiro@hotmail.com, cassiaalmeida81@gmail.com, rosanalima.s@hotmail.com.br, silvana.limavieira@gmail.com 1. Introdução O Processo de Enfermagem (PE) pode ser compreendido como uma metodologia que identifica, compreende, descreve, explica e/ou prediz as necessidades humanas de indivíduos, famílias e coletividade diante de problemas de saúde, reais ou potenciais, e determina os aspectos de uma possível intervenção profissional da enfermagem [Garcia e Nobrega 2009]. O processo de enfermagem é um método amplamente aceito e tem sido sugerido como um método científico para orientar e qualificar a assistência de enfermagem. Mais recentemente, o processo tem sido definido como uma forma sistemática e dinâmica de prestar cuidados de enfermagem, que é realizado por meio de cinco etapas interligadas: avaliação, diagnóstico, planejamento, implementação e evolução. Segundo Horta [1979], o PE é a dinâmica das ações sistematizada e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano. Essa inter-relação é caracterizada por seis fases, ou passos de igual importância, que se representado graficamente teria a forma de hexágono, e no centro desse hexágono estaria o indivíduo, a família e a comunidade. É notório que o PE é um mecanismo fundamental para a organização do cuidado prestado pela equipe de enfermagem, que deve levar em conta a individualidade do paciente a que está sendo dirigido, como por exemplo: pacientes cardiopatas carecem de cuidados diferentes de um paciente da pediatria, etc. Assim, o PE e suas etapas compreende a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) trata da SAE, e a sua implementação em todos os ambientes, seja ele público ou privado, onde ocorre o cuidado profissional de

Enfermagem. Ainda de acordo com a referida resolução, cabe ao enfermeiro traçar o diagnóstico e as possíveis prescrições de enfermagem. Além disso, o enfermeiro deve liderar a execução do PE e avaliar os resultados obtidos. [Brasil 2009]. Diante dessas nuances, fica evidente que a implementação da SAE nos serviços de saúde atua justamente no sentido de qualificar o cuidado de enfermagem, bem como salvaguardar o profissional enfermeiro, mas apesar da importância que possui a SAE para o exercício profissional de enfermagem, o processo de formação dos enfermeiros tem falhado no fomento da teoria e da prática deste importante instrumento privativo do enfermeiro. As instituições de ensino têm empenhado esforços para incluir adequadamente a SAE na ementa dos componentes curriculares básicos para a graduação deste profissional, porém, muitas vezes a metodologia e didáticas empregadas no processo de ensinoaprendizagem não compreendem a realidade prática, o que acarreta em insegurança e despreparo dos graduandos, no momento da execução do cuidado sistematizado de modo satisfatório em estágios, seja curricular ou extracurricular [Castilho et al. 2009]. O presente projeto tem por objetivo geral: auxiliar os discentes do Curso de Bacharelado de Enfermagem na aprendizagem sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem. Por objetivos específicos: promover a facilitação do ensino-aprendizagem sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e sua aplicabilidade na assistência, devido o alto grau de dificuldade do mesmo e dinamizar o processo de aprendizagem por meio do desenvolvimento de um jogo educacional para conhecimento prático da SAE através de casos clínicos. Tendo em vista que os graduandos de enfermagem da Universidade do Estado da Bahia são apresentados à SAE no início do curso (3º semestre) e trabalhado de forma incipiente nos demais componentes curriculares do curso, este projeto foi pensado para suprir as lacunas no processo de ensino-aprendizagem do curso e instrumentalizar para a aplicação nos demais componentes curriculares. Isto porque o contexto ensino inicial se dá com o enfoque na atenção básica porém deixa lacunas na aprendizagem e aplicação considerando que a utilização da SAE nos outros componentes e vivências se dá no âmbito da assistência hospitalar. A elaboração desse jogo justifica-se, pois existe uma necessidade de aprendizagem e prática da SAE. Por isso a utilização de novas tecnologias no processo de aprendizagem dos alunos faz com que eles adquiram habilidades e conhecimentos necessários ao desenvolvimento profissional e pessoal. O uso dos jogos educativos faz com que sejam apresentadas novas formas de aprender e de adquirir conhecimento estimulando assim o processo de ensino-aprendizagem [Domingues et al. 2015]. O desenvolvimento deste jogo alicerça-se também na sua relevância acadêmica, pedagógica e social propondo benefícios para o estudante em formação, instituição de ensino e para, além disso, reforçando o compromisso da academia em estimular a produção cientifica para enriquecer a formação profissional dos acadêmicos, reafirmando seu compromisso social em capacitar os discentes para o exercício do cuidado. 2. Recomendações Gerais 2.1 Citações e referências A enfermagem tem como precursora mundial Florence Nightingale, que quebrou preceitos e mudou a visão da sociedade sobre a enfermagem, assim tornando a mesma uma profissão respeitada universalmente. Florence iniciou cientificamente os estudos de enfermagem precedendo as teorias e a sua sistematização [Matteos et al. 2013]. No Brasil o processo de Sistematização da Enfermagem foi instituído pela Teoria de Wanda Horta, que é baseada e fundamentada cientificamente na atividade do enfermeiro que é voltada para a assistência de enfermagem. Logo após houve a criação das taxonomias, com o intuito de uma padronização dos diagnósticos e intervenções [Malagutti e Miranda 2011]. A aplicação da SAE sob os olhar dos enfermeiros foi percebido uma defasagem na graduação devido ao alto grau de complexidade da sistematização, sendo fator determinante e preponderante a não utilização da mesma no âmbito hospitalar, mesmo tendo consciência de sua importância no atendimento, levando os profissionais a buscarem uma especialização para seu entendimento e aplicação [Chaves et al. 2016]. Segundo Alcântara [2011, apud Taylor et al. 2007], a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é a principal ferramenta para a melhoria da qualidade da assistência e assim consequentemente um fortalecimento da enfermagem como profissão. Além da sua importância no combate da autonomia da profissão, desmitificando a prática de enfermagem sendo apenas baseada em prescrições médicas. A North American NursingDiagnosis Association (NANDA) tem como objetivo padronizar o diagnóstico de enfermagem através das taxonomias, sendo ela dividida em domínios com subdivisões em classes, a

mesma foi reconhecida e aplicada pelos enfermeiros desde os anos 70. A interpretação dos dados coletados durante o exame físico dará origem as próximas etapas da SAE através do diagnóstico para prática clínica [Juchem et al. 2010]. Segundo Richit [2004], o aprendizado é de fundamental relevância para o desenvolvimento do saber e do conhecimento, o mesmo trás que o processo de ensino-aprendizagem inclui quem aprende e a quem ensina. Trata-se de um estudo de cunho exploratório, descritivo, que se caracteriza como pesquisa aplicada e foi produzido com o auxilio de bibliografias voltadas para as áreas de saúde, recursos tecnológicos e manuais. De acordo com Silveira [2009], a pesquisa aplicada tem como principal finalidade gerar conhecimento para aplicações práticas, dirigidos à solução de problemas específicos e com isso envolver verdades e interesses locais. O jogo tem como público-alvo estudantes do quinto semestre da graduação de bacharelado em enfermagem da Universidade Estado da Bahia e enfermeiros que estejam participando de Programas de Educação Continuada. O jogo será inicialmente em forma de tabuleiro, podendo futuramente ser desenvolvido através de software. Trata-se de um jogo de tabuleiro em formato de "S" divido em cinco partes representando as etapas da SAE, essas partes terão seis casas numeradas de um à seis, o que terá um total de trinta casas. Cada uma das cinco partes do tabuleiro terá uma cor para simbolizar as etapas da SAE, como por exemplo, a cor azul representará a primeira etapa que é o Histórico de Enfermagem, o amarelo simbolizará o Diagnóstico de Enfermagem, a cor verde o Planejamento de Enfermagem, o vermelho retratará a quarta etapa que é a Implementação de Enfermagem e por fim o roxo simbolizando a quinta e última etapa que se trata da Avaliação ou Evolução de Enfermagem. O jogo contará com três casos clínicos, sendo eles: Insuficiência Cardíaca, Insuficiência Renal e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Para cada caso clínico haverá cinco cartas representando as etapa da SAE, além disso, nas cartas conterá instruções numeradas de um à seis referentes a numeração do tabuleiro. Serão três duplas de jogadores, cada dupla ficará responsável por um caso clínico. Para iniciar o jogo as duplas deverão jogar o dado, quem obter a maior pontuação iniciará o jogo e lançará o dado novamente e seguira para a casa referente ao número que saiu no dado, os jogadores deverão ver a instrução na carta referente a casa na qual o número foi sorteado no dado podendo ser uma pergunta ou uma surpresa, podendo ser voltar uma casa, avançar uma casa, ficar um rodada sem jogar ou ficar duas rodadas sem jogar. Se os jogadores acertarem a pergunta, jogam o dado novamente, caso errem a pergunta ou caiam em uma casa com uma punição de não jogar a rodada, segue para a próxima dupla. Vence o jogo a dupla que chegar primeiro ao final do jogo. O jogo contará também com a presença de um mediador para orientar os participantes e avaliar as respostas dos jogadores de acordo com a SAE, a NANDA e o BRUNNER. Os materiais de apoio utilizado serão um dado, três bonecos Lego para representar a posição das duplas dentro do tabuleiro, a NANDA, o BRUNNER e a SAE. 2.2 Figuras, Imagens e Tabelas Figura 1: Protótipo das cartas.

Figura 2: Protótipo do jogo de tabuleiro. 3. Conclusão Pretende-se construir um instrumento voltado para o ensino aprendizagem de estudantes da graduação de bacharelado em Enfermagem, proporcionando um aprofundamento tanto no recurso da assistência aos usuários dos serviços de saúde quanto na produção de conhecimento. Espera-se possibilitar com o uso dessa nova estratégia que o processo de aprendizagem sobre a Sistematização da Assistência em Enfermagem tenha aplicabilidade e potencialize as práticas assistenciais, consolidando as perspectivas emancipatórias preconizadas com o domínio desse conhecimento. Vale destacar, que de modo geral, experiências com esse tipo de ferramenta de ensino podem proporcionar caminhos mais efetivos nas estratégias educacionais ao se permitir a análise crítica da situação em que os participantes se encontram, contextualizando todos os saberes e desenvolvendo novas consciências. O caráter lúdico permite ainda a participação de forma intensa, interativa e descontraída, o que facilita um aprofundamento das discussões, à mudança de opinião e postura e a reflexão sobre o tema proposto sob diferentes ângulos. Espera-se com este projeto melhorar a compreensão dos conhecimentos referentes à SAE, a sua utilização nos campos de prática e futuramente no desenvolvimento do processo de trabalho. Também se espera incorporar uma nova forma de aprendizagem ao longo do curso através de uma didática diferenciada, estimulando o trabalho em grupo e integração entre os acadêmicos. Almeja-se com o desenvolvimento deste jogo validálo como instrumento de suporte pedagógico no processo de ensino-aprendizagem, de modo a incorporar e estender para os alunos futuros do componente curricular Enfermagem na Saúde do Adulto os benefícios desta didática inovadora. Outro fator positivo e esperado do jogo é que a forma inovadora trará uma melhor didática dos processos da SAE. Por fim almeja-se demonstrar a importância da aplicabilidade da SAE, bem como reforçar a necessidade de um melhor desenvolvimento prático na graduação. Pode-se concluir que a pertinência do jogo está em aproximar os discentes da realidade que será submetida em seu cotidiano, e de como lançar mão dos recursos teóricos no que diz respeito às problemáticas vivenciadas, pois as atividades podem proporcionar um aprendizado bem mais efetivo quando associado a um contexto real. Agradecimentos A professora MSCª. Terezinha Andrade Almeida, docente do Componente Curricular Seminário Interdisciplinar II, da Universidade do Estado da Bahia, pela orientação apoio e gentileza na instrução de forma crítica e criativa, que facilitou o alcance dos objetivos propostos nesse projeto. Aos graduandos Felipe dos Santos Reis, Rejane Reis dos Santos e Tácio Lucas Pereira que contribuíram com destreza e sabedoria para construção do mesmo. Referências ALCÂNTARA, M. R., et al., 2011 Teorias de enfermagem: a importância para a implementação da sistematização da assistência de enfermagem. Revista FAEMA. Disponível em: <http://www.faema.edu.br/revistas/index.php/revista- FAEMA/article/view/99/78 [Accessed 28 aug 2016]. BRASIL, 2009 Conselho Federal de Enfermagem. Resolução 358/ 2009. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen- 3582009_4384.html. [Acesso 30 set 2016] CASTILHO, N. C.et al, 2009. A implementação da sistematização da assistência de enfermagem no serviço de saúde hospitalar do brasil.texto e Contexto Enfermagem, v. 18, n. 2, p. 280 289. CHAVES, R. R. G.et al., 2016. Sistematização da assistência de enfermagem: visão geral dos enfermeiros. Revista de Enfermagem UFPE. Disponível em:

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