Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina : Imunologia Leucograma Prof.Dr. Manoel Barral-Netto
Os Neutrófilos são os granulócitos mais comuns no sangue. (55-70% de todos os Leucócitos são Neutrófilos). Eles tem núcleo segmentado, tipicamente com 2 a 5 lobos conectados entre si através de finas fitas de cromatina as quais podem ser difíceis de se ver. A célula pode aparentar ser multinucleada.
Os Eosinófilos correrspondem a 2-5% do total de leucócitos, e são distinguíveis pelos seus grânulos acidofílicos (vermelho/laranja) proeminente contendo um componente conhecido como Proteína Básica Principal, a qual é tóxica para muitas larvas de parasitas. O núcleo tem usualmente apenas 2 a 3 lobos. As funções desse tipo de granulócito estão associadas com respostas alérgicas e defesa contra parasitas.
Os Basófilos compreendem menos de 1% do total de leucócitos,e são distinguidos pelos grânulos azul escuro específicos proeminentes que contém histamina, heparina e outros componentes.o núcleo está usualmente obscurecido pelo densidade dos grânulos. Os Basófilos estão associados com a resposta imune inata a antígenos externos, assim como na ocorrência de asma e anafilaxias.
Os Monócitos são as maiores células vistas no esfregaço sangüíneo e constitue5 a 8% dos leucócitos. Seu núcleo não é multilobular como os granulócitos,mas pode ser em forma de U com cromatina aparentemente reticular. O citoplasma dos monócitos contém numerosos grânulos lisossomais os quais dão a ele uma aparência acinzentada de vidro fosco. Os Monócitos saem eventualmente da corrente sangüínea e se tornam macrófagos tissulares, os quais são responsáveis pela remoção de debris assim como pela defesa contra certos tipos de invasores
O linfócito é uma célula arredondada ou ovalada com um núcleo oval ou em forma de rim que ocupa a maior parte da célula. O nucléolo pode estar presente mas a cromatina densa impede a distinção. Possui um diâmetro de 6 a 16 micrômetros. Normalmente são menores que os monócitos. Os linfócitos desempenham inúmeros papéis na resposta imune adquirida.
Linfócito Neutrófilo Eosionófilo Monócito
Leucograma: Limites de referência (ambos os sexos) Idade cordão 10 dias 2 anos % por µl % por µl % por µl Leucócitos 6000 a 24000 6000 a 16000 5000 a 14000 Neutrófilos 40 a 70 4000 a 14000 20 a 50 2000 a 6000 20 a 40 1000 a 4000 Linfócitos 20 a 40 3000 a 6000 40 a 70 3000 a 10000 50 a 80 3000 a 10000 Monócitos 2 a 8 400 a 1500 2 a 8 200 a 1200 2 a 10 100 a 1000 Eosinófilos 1 a 6 100 a 1200 0 a 7 0 a 800 0 a 7 0 a 700 Basófilos 0 a 2 0 a 400 0 a 3 0 a 300 0 a 3 0 a 300 Idade 5 anos 10 anos Adultos caucasóides % por µl % por µl % por µl Leucócitos 4000 a 14000 4000 a 12000 3600 a 11000 Neutrófilos 20 a 60 1000 a 6000 30 a 60 1400 a 6000 45 a 70 1500 a 7000 Linfócitos 40 a 70 2000 a 8000 30 a 60 1600 a 6000 20 a 50 1000 a 4500 Monócitos 2 a 10 100 a 1000 2 a 10 100 a 1000 2 a 10 100 a 1000 Eosinófilos 0 a 7 0 a 700 0 a 7 0 a 700 0 a 7 0 a 700 Basófilos 0 a 3 0 a 300 0 a 3 0 a 300 0 a 3 0 a 200
1 -Contagem de Leucócitos A Contagem de Leucócitos na verdade não é um parâmetro de avaliação, pois representa o somatório das contagens de granulócitos, linfócitos e monócitos por unidade de volume do sangue total. Existem normalmente entre 4000 e 11000 leucócitos por microlitro no sangue humano.
2- Granulócitos Incluem neutrófilos (bandas e segmentos), eosinófilos e basófilos. Na avaliação numérica das aberrações dessas células (e em qualquer dos outros leucócitos), primeiro deve-se determinar a contagem absoluta por multiplicação do valor percentual da célula pelo total de leucócitos. Por exemplo, 2% de basófilos em 6.000/µL de Leucócitos totais, resulta em 120 basófilos por µl, o que é normal. Entretanto, 2% de basófilos em 75000/µL resulta em 1500 basófilos por µl, o que é grosseiramente anormal e estabelece o diagnóstico de Leucemia Mielóide Crônica.
A) Neutrófilos- Neutrofilia - Avaliação Laboratorial: A contagem absoluta de neutrófilos está maior que 6.5X10 9 /L(>25000/µL). Causas: Produção e liberação aumentada da medula óssea em conseqüência de desordens como infecções bacterianas, lesões agudas, leucemias ou necrose celular. O número aumentado é normalmente acompanhado por um "deslocamento para esquerda" indicando uma liberação de granulócitos imaturos da medula óssea. Mal distribuição entre os "pools" marginais e circulantes em conseqüência de desordens físicas ou estresse emocional. Fumantes tendem a ter uma contagem de granulócitos maior que os não fumantes.
Neutropenia - Avaliação Laboratorial: a contagem absoluta de Neutrófilos está menor que 1.5X10 9 /L. Causas: Diminuição da produção pela medula óssea em conseqüência de desordens como Anemia de Falconi, Anemia Aplástica, Lesão tóxica ou Anemia Perniciosa. Bloqueio da liberação da medula óssea em conseqüência de desordens como neutropenia cíclica ou agranulocitose. Aumento da destruição na circulação periférica em conseqüência de desordens como esplenomegalia, neutropenia neonatal isoimune ou por certas infecções, incluindo febre tifóide, brucelose e malária. Mal distribuição entre os "pools" circulantes e marginais em conseqüência de desordens como viremias, diálise ou descanso prolongado em leitos.
B) Eosinófilos Eosinofilia - Avaliação Laboratorial: A contagem direta de eosinófilos está maior que 0.7X10 9 /L. Causas: Aumento na produção pela medula óssea em conseqüência de desordens alérgicas, infestações parasitárias, certos tumores malignos. Outras causas incluem febre escarlate, artrite reumatóide, febre reumática aguda, sarcoidose, tuberculose e fumo.
Eosinopenia - Avaliação Laboratorial: Contagem direta de eosinófilos menor que 0.05X10 9 /L. Causas: Diminuição na produção da medula óssea em conseqüência de condições similares as que causam neutropenia. Além dessas, a administração de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) resulta em contagem diminuídas em indivíduos normais. Certas drogas também produzem eosinopenia como corticosteróides, adrenalina, niacina, niacinamida e procainamida.
C) Basófilos Basofilia - Avaliação Laboratorial: A contagem direta de basófilos maior que 0.3X10 9 /L. Causas: Aumento da produção da medula óssea em conseqüência de desordens como hipersensibilidades ou doenças mieloproliferativas. Estrógenos, drogas antitireóide e desipramina podem também aumentar os basófilos.
Basopenia - Avaliação Laboratorial: As contagens de diminuição de basófilos são difíceis de determinar visto que os valores normais são muito baixos. Causas: Diminuição da produção pode ocorrer durante o estresse e infecções. Não é geralmente um problema clínico.
2- Monócitos Monocitose Avaliação Laboratorial: A contagem absoluta de monócitos está maior que 0.9X10 9 /L. Causas: Aumento da produção e liberação da medula óssea em conseqüência de distúrbios como tuberculose, infecções bacterianas e parasitárias crônicas, estados mieloproliferativos, após quimioterapia e em anemias hemolíticas. É característico de inflamações granulomatosas crônicas. Envenenamento por fósforo e tetracloretano, assim como administração de haloperidol, pode causar monocitose.
Monocitopenia Avaliação Laboratorial: a contagem absoluta de monócitos está menor que 0.2X10 9 /L Causas: Infecções extremamente graves e administração de glicocorticóides pode produzir uma diminuição de monócitos.
- Linfócitos Linfocitose Avaliação Laboratorial: Contagem absoluta de linfócitos maior que 4,5X10 9 /L Causas: É encontrado na mononucleose infecciosa, hepatites virais, infecções por citomegalovírus, outras infecções virais, Coqueluche, Toxoplasmose, Brucelose, Tuberculose, Sífilis, Leucemias linfocíticas e envenenamento por arsênico e tetracloretano. A contagem de linfócitos maduros maior que 7000/µL é num indivíduo após os 50 anos muito sugestivo de Leucemia linfocítica crônica. Certas drogas aumentam a contagem de linfócitos incluindo ácido aminosalicíclico, griseofulvina, haloperidol, levodopa, niacinamida e fenitoina.
Linfopenia Avaliação Laboratorial: Contagem absoluta de linfócitos menor que 1.2X10 9 /L. Na SIDA o número de linfócitos T CD4 está permanentemente diminuído. Causas: É característico da SIDA. É também encontrado em infecções agudas, doença de Hodgkin, Lupus Eritematoso Sistêmico, Insuficiência Renal, Carcinomatose e em administração de corticosteróides, lítio, niacina e radiações ionizantes. De todas as células hematopoéticas, os linfócitos são as mais sensíveis à irradiação.