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Transcrição:

JORNAL Impresso Especial 28.907.166.-2/04/BR/PA CORREIOS CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO PARÁ ANO X Nº 98 Julho a setembro de 2013 Foto: Márcio Arruda Novo corpo de conselheiros toma posse Páginas 6, 7 e 8 ENTREVISTA Os conselheiros Edvaldo Costa Jr. (foto) e Antônio Cerejo, o mais novo e o mais antigo em atividade, respectivamente, falam sobre a atividade conselhal Página 3 memória Artigo de josé maria de castro abreu jr. fala do papel de Antonino Emiliano de Souza Castro à frente da Médico-Cirúrgica Página 5

Palavra do presidente Em prol da ética médica S ou sabedor da responsabilidade daquele que, por ousadia, desvelo, ou ainda, por entrega pessoal, se atreve a depositar sobre os próprios ombros a presidência deste Órgão de Classe. Ao longo destes últimos cinco anos testemunhei, com incontida alegria, o desenrolar de um mandato que se pautou na honra de bem servir aos médicos e na defesa de uma sociedade, hoje tão preterida e manipulada por alguns de menor caráter. Presenciei as muitas lágrimas incontidas de uma Presidente ferida por calúnias, alcançada por palavras inúteis e traiçoeiras, porém, regozijei-me ainda mais quando a assisti, livrar-se de incontáveis pedras, maldosamente deitadas em sua passagem. Lutando limpo, embalada nos braços da honestidade e com firmeza, deixou seus contrários à beira do caminho... Enganaram-se aqueles que tentaram manipular Maria de Fátima Guimarães Couceiro. Iludiram-se aqueles que, olhando apenas para o corpo frágil da mulher, ambicionaram sacar algum proveito disso. Esqueceram-se de voltar os olhos para o seu interior. Neles veriam que, por trás daquele olhar meigo, permanecem incrustados, de modo indelével em seu caráter, a honra inapagável, a sensatez férrea de andar por caminhos retos, limpos, e ainda a honestidade que, com certeza absoluta, herdou de seus pais Obrigado, dileta amiga Fátima, pelo exemplo ímpar. Jamais olvidarei dele ao longo de minha gestão. Nesta cerimônia estou assumindo solenemente a presidência deste Conselho cônscio do momento atribulado e no mar revolto no qual vivemos. O programa de saúde imposto pelo governo feriu muitas das regras ditadas por ele mesmo, e também aquelas emanadas do nosso Conselho Federal de Medicina, entretanto, o império das mudanças jamais conseguirá ferir ou tatuar de maneira torpe, alguma nódoa à consciência dos verdadeiros profissionais, dos médicos vocacionados que guardam no coração, vigilantes, por todo tempo, o juramento de Hipócrates que assim finaliza: Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça. Foto: Lucas O presidente do fala de seus planos Fui eleito Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, porém, terei sempre orgulho de ser cidadão brasileiro, e como tal, não posso abdicar de cumprir as leis de nosso país, mesmo quando algumas delas se comportem como espinhos doridos que precisam, legalmente, ser substituídos por flores. A Bíblia Sagrada nos ensina três passos fundamentais para que se alcance a vitória em nossos empreendimentos: QUERER, TOMAR ATITUDES e VENCER BARREIRAS. I O querer: a - Quero mostrar aos médicos o que é o CRM. A luta ferrenha que este Conselho de Classe desenvolve contra uma série de episódios que tentam macular a imagem do médico, passa, muitas vezes, despercebida da categoria. O CRM tem, entre suas múltiplas atribuições, a de defender a sociedade. Defender a coletividade, não dos médicos, domesticamente, mas de uma medicina medíocre que é imposta pela falta de condições, pela escassez de remédios em muitos Postos de Saúde e pela carência de infraestrutura básica que irresponsavelmente não são disponibilizados pelo governo. O médico é insistentemente acusado de ser corporativista. Enganam-se os acusadores... Quando lutamos por melhores condições de trabalho, é porque sentimos de perto, muito perto mesmo, a amargura de um povo carente que, bem mais do que medicamentos, precisa também de um ombro amigo, de um aconchego cristão para com seu médico dividir sofrimentos e angústias. Quero mostrar aos colegas, e à população, que este Conselho é um Conselho amigo, fraterno, que não foi criado apenas com o fito de cobrar anuidades e punir. As repreensões existem apenas pa- ra aqueles que, por desrespeito ou desvio de conduta, andam por caminhos espúrios e infringem nosso Código de Ética. b- Quero levar o CRM ao interior do Estado. Quero alcançar com o braço forte da fiscalização o interior de nosso Estado. Não a procura seletiva de médicos estrangeiros, mas levando sementes eutróficas que frutifiquem e se desdobrem em progressos. Quero, auxiliado por minha diretoria, ter uma visão plena, inteira, que traduza a realidade da Saúde do Estado, no seu cerne. Almejo sentir e ouvir o clamor dos colegas que vivem a realidade interiorana, dura, heroica, nem sempre exposta na plenitude de suas feições para quem vive na capital. II- O tomar atitudes: Tenho certeza absoluta de que todos neste Conselho estão imbuídos do desejo de resguardar a Classe Médica e mostrar a verdadeira face da medicina. A face de quem oferece o sacrifício da própria a vida, muitas vezes, em troca de um sorriso fortuito, ligeiro, de gratidão de um paciente curado. As atitudes serão tomadas em uníssono, em um brado só, trilhando um mesmo caminho. Sairemos do discurso e, a passos largos, caminharemos em busca de um lugar feliz onde autoridades, médicos e pacientes desfrutem de um mesmo querer: o bem estar da sociedade. Isso não é utopia, é meta primaz de trabalho. III- O vencer barreiras: Estamos diante de um desafio, em presença de uma barreira rígida, austera, mas não intransponível. Sei que afrontaremos pessoas que, infelizmente, não visam o bem coletivo. O duelo se estenderá contra aqueles que em tudo procuram um modo esdrúxulo e desonesto para dele tirarem. Confio nas autoridades constituídas do nosso Estado. Sei que estarão conosco na árdua missão de cumprir a obrigação de fazer valer a Constituição do País, levando Saúde para todos. Davi derrotou o gigante Golias usando uma funda e uma pedra que foi guiada por Deus. Esse mesmo Deus, onipresente e onipotente, guiará nossos esforços em direção à vitória, que não será só nossa, mas da sociedade e da Classe Médica paraense. Antônio Jorge Ferreira da Silva Presidente do CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO PARÁ Antônio Jorge Ferreira da Silva Presidente Maria de Nazaré Paes Loureiro Vice-presidente Maria Izabel de Souza Morhy 1º Secretária Tereza Cristina de Brito Azevedo 2º Secretária Paulo Sérgio Guzzo 1º Tesoureiro Benedito Pedro Resque de Oliveira 2º Tesoureiro Maria de Fátima Guimarães Couceiro Corregedora Arthur da Costa Santos 1º Vice-corregedor Manoel Walber dos Santos Silva 2º Vice-corregedor Conselheiros: EFETIVOS: Amira Consuelo de Melo Figueiras, Antônio Cerejo de Almeida, Antônio Jorge Ferreira da Silva, Arthur da Costa Santos, Benedito Paulo Bezerra, Benedito Pedro Resque de Oliveira, Carlos Alberto Vaz Conceição, Henrique Custódio da Silva, Jorge Wilson Tuma, Maria Cristina Vilhena Chegão de Mendonça Rocha, Maria de Fátima Guimarães Couceiro, Maria de Jesus Rodrigues de Freitas, Maria de Nazaré Paes Loureiro, Maria do Carmo de Lima Mendes Lobato, Maria Izabel de Souza Morhy, Oscar Pereira Júnior, Paulo Sérgio Guzzo, Pedro Augusto Bisi dos Santos, Sônia Yara Silva de Souza, Tereza Cristina de Brito Azevedo, Terezinha de Jesus Oliveira Carvalho. SUPLENTES: Ana Márcia Batista Gonçalves, André Luiz Batista da Silva, Antônio Aluízio de Oliveira Semblano, Antônio Pedro Martins Vianna Filho, Antonio Pinheiro Filho, Carlos André Barros Brito, Edvaldo Costa Júnior, Elizabeth Cristina de Souza Mendes, Erivaldo de Araújo Maués, Fábio Lambertini Tozzi, Gilberto Carlos Alexandre, Helder José Lima Reis, Jair Francisco de Santana Graim, Jean Carlo Rodrigues Pereira, José Rufino Costa dos Santos, Lauro José Barata de Lima, Manoel Walber dos Santos Silva, Paulo Satoshi Koyama, Rosineide Roseli de Barros Seixas Duarte, Silvan Francisco da Silva. Assessor de Comunicação: Rodrigo Monteiro - DR/PA 1768 Fone: (91) 3204-4011/8031-0708 Jornal Jornalista Responsável: Aílson Braga Redação: Aílson Braga e Rodrigo Monteiro Projeto Gráfico e Editoração: Soraya Pessoa e Hamilton Braga Conselho Editorial: Antônio Jorge Ferreira da Silva, Maria de Nazaré Paes Loureiro, Maria de Fátima Guimarães Couceiro, Maria Izabel de Souza Morhy. 2

entrevista Foto: Lucas Antônio Cerejo E EDVALDO COSTA JÚNIOR Duas formas de ver o CRM Foto:Lucas Cerejo (esq.) é o conselheiro mais antigo em atividade e Edvaldo, o mais novo Os conselheiros Antônio Cerejo de Almeida e Edvaldo Costa Júnior falam sobre como veem e quais suas expectativas acerca da atividade conselhal. Antônio Cerejo é endoscopista, com residência no Hospital das Clínicas de São Paulo entre 1977 e 1980. Como o sr. chegou até o Conselho? O que levou o sr. a querer ser conselheiro? Eu entrei no Conselho no início dos anos 90, foi 90 ou 92. Na verdade a minha entrada no CRM ocorreu porque eu sempre tive um grande círculo de amigos e acharam que eu angaria muitos votos para a chapa. O presidente era o Octávio Cascaes e o Antonio Pinheiro era conselheiro. O Pinheiro havia me convidado para ser conselheiro suplente, com a desculpa esfarrapada que o suplente não tem quase nada para fazer. E o senhor segue até hoje. O sr. é o conselheiro mais antigo em atividade? É verdade. De lá para cá foi impressionante o amor que eu criei pelo Conselho. Eu estou toda segunda-feira lá. Como sou muito ocupado, não posso ser da diretoria, mas não falto nenhuma plenária e nem instrução. A partir de sua experiência, como o sr. vê a evolução do Conselho? Acho que com a postura que os conselheiros tiveram frente a determinadas situações, mas principalmente em relação à ética médica, houve uma grande evolução. Essa Enquanto eu puder estarei no CRM dando a minha contribuição. O Conselho está cada vez mais com uma postura de defender o bom médico postura gerou uma credibilidade muito grande. Hoje o CRM é muito respeitado. Não tem mais aquela coisa pequena que havia no passado. É certo que nem todos têm o espírito de conselheiro, porque você tem de ser um juiz. É difícil julgar um colega. Para isso eu me baseio nos autos do processo. Isto é importante: tem que se basear sempre nos autos do processo. Independentemente do conselheiro ter amizade com quem está sendo julgado, os autos determinam o caminho a ser seguido. Nunca me vi constrangido quando estive cara a cara com um colega julgado. O sr. ainda se vê no Conselho por muitos anos? A minha família já sabe que segunda e, às vezes, terça-feira eu me ausento para me dedicar ao Conselho. Já faz parte da minha rotina. Enquanto eu puder estarei no CRM dando a minha contribuição. O Conselho está cada vez mais com uma postura de defender o bom médico; defender aquele que tem a visão de uma medicina mais humanística. Edvaldo Costa Jr. fez pós-graduação em Ortopedia-Traumatologia no Serviço de Ortopedia e Traumatologia Dr. Luiz Gaetani, da Beneficente Portuguesa de Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo. Como o sr. chegou até o Conselho? O que levou o sr. a querer ser conselheiro? O convite me foi feito pelo Dr. Aristóteles Guilliod de Miranda, para que meu nome integrasse uma chapa para disputa de eleição do Corpo de Conselheiros, convite este que foi prontamente aceito por mim. O objetivo de alguma forma, lutar pelos interesses da classe médica, bem como servir à instituição que nos rege, sempre nortearam minha intenção de, um dia, partilhar as ações do CRM. Qual a sua expectativa em relação ao seu mandato como conselheiro? O que o senhor espera aprender durante esse período? Há uma tendência de que, para os próximos anos, sobretudo o de 2014 (justificando-se por todas as ações relacionadas à eleição presidencial), tenhamos muito o que Penso que será uma época de transição e fazer parte disto será um desafio, objetivando sempre resguardar a aplicação de nossos objetivos básicos fazer em prol da classe médica, principalmente pelos últimos acontecimentos aos quais esta foi envolvida. Penso que será uma época de transição e fazer parte disto será um desafio, objetivando sempre resguardar a aplicação de nossos objetivos básicos. Para esta gestão no CRM, estarei disposto à busca dos ensinamentos que me serão proporcionados, pelo que vivenciarei. Como o sr. vê o? Antes de manter contato mais direto com a instituição, como agora estou tendo, posso garantir que a percepção que tinha era completamente diferente do que agora tenho. Confesso que tinha um conhecimento muito elementar de como tudo funcionava. Toda a infraestrutura presente no CRM justifica perfeitamente os fins aos quais o órgão se destina. 3

ANÁLISE DE GESTÃO Administração pioneira Ex-presidente do CRM, Maria de Fátima Guimarães Couceiro aborda alguns fatos e feitos relevantes de sua gestão há 15 anos, em 1998, tomei posse como conselheira suplente. Em 2003, tomei posse como corregedora e em 2006 como vice-presidente. Fiz parte de várias comissões e em parceria com o Aristoteles Guilliod de Miranda escrevi o livro Ética em Mosaico, que relata uma história do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará. Há 5 anos, aqui mesmo neste plenário, assinei o termo de posse como presidente do CRM. A primeira mulher a assumir a presidência deste Conselho. As lutas foram difíceis, haja vista a situação calamitosa por que passa a saúde neste país, mas em nenhum momento o foi inerte, amedrontado ou acuado diante destas situações. Nunca deixamos de lutar ou nos manifestar a respeito da situação por que passa saúde, a atividade médica ou os desmandos dos governos. Muitas vezes, nos sentimos frustrados por não poder realizar alguma ação da forma que queríamos, mas os Conselhos de Medicina têm suas atribuições, prerrogativas e limitações previstas em lei. Sempre ouvi e respeitei a todos. Todas as sugestões e críticas que visaram o engrandecimento do Conselho foram ouvidas e acatadas. Nunca utilizei meu cargo em busca de holofotes ou benefícios pessoais, sempre agi dentro da legalidade e com bom senso. Nessa empreitada contei com a ajuda dos funcionários do Conselho, da minha diretoria e do corpo de conselheiros. Meu agradecimento especial ao Joaquim, meu vice-presidente, pela lealdade e companheirismo. Ao Ari, meu agradecimento mais do que especial. Sua lealdade, sua competência, seu bom senso, muitas vezes me guiaram em decisões difíceis. Nestes cinco anos, tivemos que conviver com o descaso com a saúde, que continua não sendo prioridade dos governantes e gestores, com cortes de verbas e má aplicação das verbas existentes, levando ao fechamento de hospitais, redução de leitos, falta de especialistas nas unidades de saúde, péssimas condições de trabalho e salários aviltantes para os médicos. Não bastassem todas essas dificuldades o Governo Federal nos impõe um programa eleitoreiro, que agride a classe médica brasileira e a autonomia dos Conselhos de Medicina, tentando encobrir as falhas de gestão na saúde, trazendo médicos sem estarem legalmente habilitados para o exercício da medicina no país para atuar em áreas, onde além da carência do profissional médico, há também carência de comida, saneamento básico, escola, medicamentos e recursos para um atendimento médico digno. Os Conselhos Federal e Regionais de Medicina não são xenofóbicos. Defendemos tão somente a aplicação da legislação pátria. Nestes cinco anos de mandato atingimos excelente aproveitamento na Corregedoria, não havendo processos prescritos, todos correndo dentro dos prazos. Foram julgadas 1.300 sindicâncias e 229 processos éticos. Fizemos 513 fiscalizações em instituições de saúde em Belém e no interior do Estado. Visitamos 123 municípios. Vimos a realidade da assistência prestada e constatamos que poucos foram os avanços neste setor. A Comissão Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, a CBHPM, composta por membros do CRM, da Médico-Cirúrgica e do Sindicato dos médicos, realizou reuniões semanais com seguradoras e planos de saúde, na tentativa de melhorar a remuneração dos médicos que atuam na saúde suplementar, tendo conseguido alguns resultados positivos para os médicos paraenses, com a nossa Comissão Estadual ocupando posição de destaque em nível nacional. Demos posse a trinta e seis novas Comissões de Ética. Braços do Conselho dentro das organizações hospitalares, Realizamos e apoia- Fátima Couceiro recebe homenagem entregue por Tereza Cristina Azevedo mos noventa e três atividades ético- -científicas, em Belém e no interior, em parceria com as sociedades especializadas e também com os cursos de medicina. Fizemos parte da comissão de reformulação do Código de Ética Médica e do Código de Processo Ético-Profissional e estivemos presente no lançamento do atual Código. Promovemos debates sobre o Projeto de Lei que regulamenta a Medicina, convidando Senadores e Deputados Federais, assim como as entidades médicas do Estado e as sociedades especializadas, tentando mostrar que a classe médica não pretende desmerecer as outras profissões, nem impedi-las de exercer suas atividades, mas tão somente estabelecer quais são as atividades de prática exclusiva dos médicos. Em parceria com o Sindmepa e a Sociedade Médico Cirúrgica sediamos, em 2010, o Pré-Enem Norte Centro-Oeste, quando discutimos temas, reivindicações e estratégias de luta da categoria médica como a formação do médico, a revalidação do diploma, a situação do ensino médico, políticas de saúde e a relação com a sociedade, as condições de trabalho do médico no SUS e o mercado de trabalho, além da abertura indiscriminada de escolas médicas. Reformulamos nosso jornal, para torná-lo uma leitura agradável para o médico, incluindo sessões como Memórias da Medicina e Qualidade de Vida, mostrando a atividade de um médico, além da medicina. Foto: Lucas Em 2011 inauguramos o novo portal do CRM, com layout mais moderno, com fácil acesso, oferecendo serviços e informações locais e nacionais de interesse da classe médica. Lançamos, também, a nova logomarca do Conselho, elaborada pelo Conselho Federal de Medicina para todos os Conselhos Regionais, e realizamos concurso público visando a modernização e a ampliação do quadro funcional do Conselho. Adquirimos uma propriedade à avenida Generalíssimo para ampliação do espaço físico e dos serviços do CRM, mas não pudemos levar este projeto adiante por conta das restrições orçamentárias que os Conselhos sofreram em virtude de modificações na legislação federal pertinente. Ampliamos o espaço físico do nosso CPD, além de adquirirmos equipamentos de informática mais modernos e potentes, buscando a excelência no nosso serviço. Contratamos serviços de segurança e monitoramento para a sede do CRM e para todas as delegacias, visando resguardar o patrimônio do Conselho. Em parceria com o Conselho Federal adquirimos equipamentos para digitalização dos processos e sindicâncias, tornando mais ágil as ações da corregedoria e do setor de processos. Hoje 100% das sindicâncias, processos e relatórios de fiscalização estão digitalizados. Em 2013 sediamos o Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, com representatividade das entidades médicas nacionais, do Conselho Federal de Medicina e dos 27 Conselhos Regionais. Minha homenagem e agradecimento ao Delegado Federal pelo Pará junto ao CFM, Antonio Gonçalves Pinheiro, falecido em 7 de outubro de 2011, pelo trabalho, apoio e amizade que a nós dedicou. Desejo ao novo corpo de conselheiros, do qual faço parte, e à nova diretoria, sorte, força, perseverança, bom senso, união e dedicação para o enfrentamento desses tempos difíceis e caóticos na saúde brasileira e paraense. Maria de Fátima Couceiro Conselheira 4

MEMÓRIA O 1º presidente da Sociedade Médico-Cirúrgica Artigo fala do papel de Antonino Emiliano de Souza Castro à frente da Médico-Cirúrgica Antonino Emiliano de Souza Castro, o Barão de Anajás José Maria de Castro Abreu Jr* Com a aproximação do centenário da criação de Sociedade Médico Cirúrgica, é dever lembrar o seu primeiro presidente eleito. Se o leitor pensou em Camillo Salgado, errou! Mas o artigo é mesmo uma errata para as páginas da História da Medicina no Pará. Deste modo, resgataremos um personagem sempre presente nos acontecimentos iniciais da organização da classe médica paraense enquanto instituição, mas negligenciado pela historiografia médica local. Que fique registrado, então, que o primeiro presidente da Sociedade Médico Cirúrgica do Pará foi Antonino Emiliano de Souza Castro, o Barão de Anajás. Médico de prestígio no Império, nascido em Belém em 1847 e formado no Rio em 1872- foi agraciado com o título de Barão de Anajás em 1888. Um dos primeiros médicos a atuar no Pará na especialidade de olhos-ouvidos-nariz e garganta, ocupou diversos cargos militando nas fileiras do antigo Partido Conservador, tendo feito parte da chamada Liga Abolicionista, a qual concedeu a liberdade aos seus escravos antes da Lei Áurea. Com o fim da monarquia, seu prestígio como médico, que nunca dependeu de política, continuou elevado e seu nome pode ser visto como vice-presidente da primeira agremiação médica existente no Pará, a Sociedade Médico-Farmacêutica criada em 1898. Dois anos depois, alguns médicos dissidentes fundaram outra instituição, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Pará. Entre estes dissidentes, no cargo de presidente lá estava o Barão de Anajás. A virada do século XIX para o XX foi um momento de paixões partidárias exacerbadas no Estado, bem como de transformações profundas no conhecimento médico, criando conflitos entre as diferentes gerações de profissionais: de um lado, médicos formados ainda em um mundo que acreditava nas teorias dos humores; do outro, médicos graduados em plena fase de revolução pasteuriana. O solo, de fato, não era fértil para a criação de associações agremiativas; germinar mesmo, só as sementes da discórdia. Não é sem razão, que as duas sociedades desapareceram deixando poucos rastros. Uma nova tentativa de unir a categoria só ocorreu em 1914. Em 11 de julho daquele ano, a Folha do Norte menciona a... alevantada iniciativa... da fundação de uma sociedade científica destinada ao estudo de problemas médico-cirúrgicos. Em 12 de julho foi realizada uma reunião para a fundação da chamada Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará. Esta primeira reunião foi presidida pelo Barão de Anajás, secretariado pelos Drs. Ophyr de Loyola e Penna de Carvalho. Após declarar aberta a sessão e agradecer sua escolha para presidir os trabalhos, o Barão de Anajás historiou à assembleia os fatos relativos a uma associação de classe de idêntica denominação, que existira em Belém (a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Pará),a qual tendo desaparecido, deixara alguns haveres, em poder do seu tesoureiro, que se encontrava prompto a entregal-os a quem de direito. Na ocasião, como vários dos presentes haviam feito parte da referida associação, foi consultado se esta deveria ser reorganizada ou seria fundada uma nova sociedade, tendo a assembleia, depois de convenientemente discutido o assunto, foi aprovada a ideia da fundação de nova sociedade, com o título de Sociedade Médico-Cirurgica do Pará e que nova agremiação não deveria ter ligações com a antiga. Após a leitura do anteprojeto dos estatutos, pelo Dr.Penna de Carvalho, aconteceu a eleição para a escolha do corpo dirigente. Através de votação secreta e tendo como escrutinadores os Drs. Penna de Carvalho, Ophyr de Loyola e Renato Chaves foi o seguinte o resultado: Presidente: Barão de Anajás; vice-presidente: Dr. Cruz Moreira; 1º secretário: Dr.Penna de Carvalho; 2º secretário: Dr. Arthur França; Tesoureiro: Dr. Hygino Amanajás, e orador: Dr. Acylino de Leão. A esta reunião fundadora estiveram presentes os seguintes médicos: Barão de Anajás, Cruz Moreira, Ophyr de Loyola, Penna de Carvalho, Renato Chaves, Pedro Miranda, Emilio Sá, Oswaldo Barbosa, Francisco Pondé, Jayme Aben-Athar, J.A. de Magalhães, Crasso Barbosa, Orlando Lima, Porto de Oliveira, Mattos Cascaes, Acylino de Leão, Hygino Amanajás, Caribé da Rocha, Agostinho Monteiro, Arthur França, Bernardo Rutowitz, Humberto Mello, Urbano de Menezes, Manoel Penna, Castro Valente, Synval Coutinho e Ageleu Domingues, os quais são, portanto, considerados os fundadores da Sociedade. Na terceira reunião da agremiação, ocorrida no dia 26 do mesmo mês, o Barão, que já não comparecia desde a segunda, mandou uma carta onde reiterava seu pedido de exoneração para o cargo de presidente em virtude de subsistirem os mesmos motivos que o determinaram. Dada a insistência do signatário, a plenária não viu alternativa e concedeu sua exoneração. Imediatamente foi feita nova eleição para o cargo de presidente, obtendo maioria dos votos Dr. Camillo Salgado. Deste ponto em diante, a história já é bem conhecida. Os motivos da renúncia do Barão, jamais foram esclarecidos. O certo é que quando se escreve sobre a Sociedade Médico Cirúrgica seu nome nunca é mencionado e os acontecimentos das reuniões ocorridas antes do dia quinze de agosto também são omitidos da historiografia oficial. As comemorações do centenário pretendem ir de Camillo Salgado a Camillo Vianna. Um caminho muito digno, mas é uma questão de justiça, passar pelo Barão de Anajás, figura- -chave nos principais acontecimentos médicos ocorridos no Pará do final do segundo reinado até a criação da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará em 1919, onde curiosamente a dobradinha Barão e Camilo também se repetiu. Entretanto, já é outra história. *Patologista, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Pará 5

Pela continuidade da ét Fotos: Lucas Nova diretoria do Conselho Regional de Medicina para o período 2013/2016 Conselheiros e Diretoria tomam posse para gestão 2013/2016 com uma renovação de cerca de 60% no quadro conselhal. Antônio Jorge Silva é o novo presidente, substituindo Fátima Couceiro. 6

ica e da transparência na primeira Sessão Plenária da nova gestão 2013-2016, realizada em 1º de outubro, no Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, tomou posse o novo corpo de Conselheiros. São 40 membros, entre efetivos e suplentes, que se revezarão nos cargos há cada 20 meses, sem que haja alteração no quadro. A sessão foi presidida por Nazaré Paes Loureiro, conselheira mais antiga do. Na primeira plenária também foram eleitos e empossados os novos diretores do órgão. Em seu discurso de posse, o médico anestesiologista Antônio Jorge Silva destacou a importância do CRM para o perfeito exercício da profissão médica, lembrando que a intenção é dar continuidade ao trabalho que vinha sendo realizado pela diretoria anterior, que tinha como presidente a médica Fátima Couceiro. Iniciamos esse nosso mandato com o desafio de dar continuidade ao trabalho a gestão anterior, que sempre foi pautado na ética, na dignidade e na transparência, na defesa da medicina. Estamos promovendo uma mudança de pouco mais de 60% no corpo de Conselheiros, aliando experiência e a sabedoria com a força daqueles que estão iniciando. Conseguimos formar um corpo de Conselheiros representativo, com representantes da Capital, do interior e de várias especialidades, para que possamos realizar um bom trabalho, afirmou. A médica Fátima Couceiro, que deixou a presidência do CRM do Pará, fez um balanço de sua gestão, destacando os avanços em vários setores (leia mais à página 4 desta edição). Ela também agradeceu o apoio e o carinho dos servidores e dos médicos, lembrando que o vive um novo momento com a posse dos novos Conselheiros. Agradeço o carinho e o apoio de todos os servidores e dos médicos. Muitas foram nossas conquistas, mas agora é hora de novos desafios e estaremos unidos na defesa da nossa categoria e da nossa população, disse Fátima O novo corpo de conselheiros tomou posse no último dia 1º de outubro Em seu discurso de posse, o médico Antônio Jorge Silva destacou a importância do CRM para o perfeito exercício da profissão Couceiro. Logo após a cerimônia de posse, foi feita a inauguração da foto da Dra. Fátima Couceiro na galeria de ex-presidentes. Desafios e lutas - No dia 4 de outubro ocorreu uma cerimônia festiva de posse, no Estação Hall, quando compareceram convidados e houve a palestra A doença de Van Gogh, proferida pelo médico Armando China Bezerra, de Brasília (DF). Na ocasião, a conselheira Fátima Couceiro falou sobre os desafios e lutas que a diretoria e o Conselheiros assumiram em sua gestão. Ela lembrou que em 56 anos, desde a criação do Conselho de Medicina do Estado do Pará, ela foi a primeira mulher a Formam a nova diretoria do os médicos Presidente: Antônio Jorge Ferreira da Silva Vice-Presidente: Maria de Nazaré Paes Loureiro 1ª Secretária: Maria Izabel de Souza Morhy 2ª Secretária: Tereza Cristina Azevedo 1º Tesoureiro: Paulo Guzzo 2º Tesoureiro: Benedito Resque Corregedora: Maria de Fátima Guimarães Couceiro 1º Vice Corregedor: Arthur da Costa Santos 2º Vice Corregedor: Manoel Walber Conheça o novo corpo de conselheiros para gestão 2013/2016 EFETIVOS: Amira Consuelo de Melo Figueiras, Antônio Cerejo de Almeida, Antônio Jorge Ferreira da Silva, Arthur da Costa Santos, Benedito Paulo Bezerra, Benedito Pedro Resque de Oliveira, Carlos Alberto Vaz Conceição, Henrique Custódio da Silva, Jorge Wilson Tuma, Maria Cristina Vilhena Chegão de Mendonça Rocha, Maria de Fátima Guimarães Couceiro, Maria de Jesus Rodrigues de Freitas, Maria de Nazaré Paes Loureiro, Maria do Carmo de Lima Mendes Lobato, Maria Izabel de Souza Morhy, Oscar Pereira Júnior, Paulo Sérgio Guzzo, Pedro Augusto Bisi dos Santos, Sônia Yara Silva de Souza, Tereza Cristina de Brito Azevedo, Terezinha de Jesus Oliveira Carvalho. SUPLENTES: Ana Márcia Batista Gonçalves, André Luiz Batista da Silva, Antônio Aluízio de Oliveira Semblano, Antônio Pedro Martins Vianna Filho, Antonio Pinheiro Filho, Carlos André Barros Brito, Edvaldo Costa Júnior, Elizabeth Cristina de Souza Mendes, Erivaldo de Araújo Maués, Fábio Lambertini Tozzi, Gilberto Carlos Alexandre, Helder José Lima Reis, Jair Francisco de Santana Graim, Jean Carlo Rodrigues Pereira, José Rufino Costa dos Santos, Lauro José Barata de Lima, Manoel Walber dos Santos Silva, Paulo Satoshi Koyama, Rosineide Roseli de Barros Seixas Duarte, Silvan Francisco da Silva. 7

posse da nova diretoria O plenário do Conselho Regional de Medicina foi o lugar para a passagem de cargo para a nova diretoria da entidade médica paraense assumir a presidência do. Ela destacou que os problemas não advinham do fato de uma mulher presidir a entidade médica, mas pelo caos que a saúde vive no Pará e no Brasil. Durante algum tempo, falamos nas dificuldades e desafios dessa empreitada realizada por uma mulher, mas não levou muito tempo para que percebêssemos que as dificuldades não estavam em ser mulher e, sim, na situação por que passava a saúde. Fátima Couceiro lembrou que ao assumir a presidência do CRM o cenário para a classe médica era doloroso. A categoria estava cada vez mais desvalorizada, responsabilizada por todos os problemas que a saúde vem enfrentando. Este cenário não se tornou melhor durante minha gestão, ao contrário, vimos a queda vertiginosa da qualidade da assistência, aliada ao desrespeito a uma classe digna e trabalhadora. Foram cinco anos muito difíceis. A saúde pública passando, talvez, por um dos seus piores momentos, com diversos problemas que vêm se tornando crônicos como recursos insuficientes e mal aplicados, baixa remuneração dos médicos, longas filas nas emergências, consultas e exames que demoram meses para ser realizados. Há bastante tempo vimos observando um crescimento gradativo das dificuldades para o exercício da medicina. Situação que tomou um ritmo mais acelerado nos últimos anos e que vem se agravando de modo alarmante, opinou a ex- -presidente do CRM. Ela ainda ratificou que durante a sua gestão os médicos tiveram que conviver com o descaso com a saúde. Para ela, esse descaso ainda ocorre, já que a saúde continua não sendo prioridade dos governantes e gestores, com cortes de verbas e má aplicação das verbas existentes, levando ao fechamento de hospitais, redução de leitos, falta de especialistas nas unidades de saúde, péssimas condições de trabalho e salários aviltantes para os médicos. A conselheira Fátima Couceiro frisou em seu discurso que o CRM não é e jamais será corporativo, mas que se trata de uma entidade médica que atua com seriedade e presteza, dentro de suas prerrogativas, obedecendo a legislação. Não encobrimos os casos de má conduta médica, quando após apuração, respeitadas todas as fases do processo ético-profissional, o direito de defesa e do contraditório, que são garantidos constitucionalmente, entendermos que o médico é culpado. Este sim será penalizado. Mas o médico não pode ser responsabilizado por um sistema de saúde falido. Julgar um médico é uma tarefa extremamente difícil. Os Conselheiros dos Conselhos Regionais e Federal de Medicina são eleitos pelos seus pares e a grande maioria não tem nenhuma experiência com a Justiça nem com o direito e, tornam-se, de um dia para o outro, juízes de práticas denunciadas contra médicos. Na maioria das vezes, não nos guiamos pelas regras do direito, mas pelas regras da medicina. Por isso, em muitos casos, os nossos julgamentos têm resultados diferentes dos realizados pelo Poder Judiciário, finalizou. Eleição - O processo de votação para o novo corpo de Conselheiros do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará foi encerrado às 7:30 do dia 6 de agosto de 2013, sendo a chapa 2 Ética e Dignidade vencedora das eleições. Faz parte ainda do novo corpo de Conselheiros, 01 membro indicado pela AMB, de acordo com a Lei 3268/1957. Antônio Jorge, novo presidente e a conselheira há mais tempo em atividade, Maria de Nazaré Paes Loureiro Fátima Couceiro e Antônio Jorge, ex e atual presidente do Conselho do Pará Fotos: Lucas 8

18 de outubro, dia do Médico. protestos A medicina é feita por pessoas que cuidam, respeitam e defendem a saúde das pessoas. Em todo o Brasil, há 400 mil médicos com diplomas legitimamente validados. Eles são responsáveis por milhões de exames, consultas e cirurgias realizadas, diariamente, nas grandes e pequenas cidades. Para que os brasileiros tenham atendimento que permita correto diagnóstico e adequado tratamento, os médicos precisam de mais recursos e melhor infraestrutura. E fazem dessa necessidade motivo de luta de toda a categoria. www.portalmedico.org.br 9 an_255x315_mosaico_final.indd 1 11/7/13 5:52 PM

qualidade de vida Medicina e arte em toda parte Armando Bezerra reúne medicina e arte com a palestra A doença de Van Gogh A rmando China Bezerra afirma que atividade de palestrante lhe ajuda a ser um médico melhor e que faz isso desde quando se deu conta da afirmação feita pelo médico e pianista alemão Billroth, considerado o pai da cirurgia gastrointestinal, que ciência e arte jorram da mesma fonte. Ocupado em lecionar e clinicar, Armando Bezerra encontra tempo para escrever livros e falar sobre medicina e arte. Como a palestra enfoca muitas curiosidades sobre as paixões e a enfermidade que provavelmente levaram Van Gogh à morte, ela possivelmente agrada aos médicos, independente de suas especialidades. Não é preciso ser psiquiatra para ficar louco por Van Gogh, observa, com seu humor aguçado. Em suas andanças elo Brasil ele já teve oportunidade de falar sobre aspectos médicos na vida de Cristo; a coluna fraturada de Frida Kahlo; o nanismo nas pinturas de Velázquez; as lições de anatomia pintadas por Rembrandt; as doenças de Goya e Toulouse-Lautrec e a cegueira nas pinturas de Pablo Picasso, dentre outras amenidades. Ele afirma que não é difícil integrar arte com o ensino da medicina. Armando China Bezera exemplifica dizendo que se a aula é sobre obesidade, por exemplo, o docente pode mostrar como motivação didática as obesas pintadas por Rubens ou as gordinhas de Botero. Sendo a aula sobre pulmão surge a oportunidade do professor apresentar aos alunos o poema Pneumotórax, de Manuel Bandeira. É interessante numa aula sobre insanidade mental mostrar a Dono de um senso de humor extraordinário, o médico Armando China Bezerra fala sobre sua atividade como palestrante tela O grito, de Munch, o grande pintor norueguês. A aula ministrada com o apoio didático de uma bela pintura passa a ser não só uma aula, mas também um colírio, ressalta. E ele ratifica que essa atividade lhe dá muito prazer. Todo médico sabe como é prazeroso praticar a medicina usando como pinças e bisturis as obras de Michelangelo e Leonardo da Vinci. E fz questão de frisar que palestrar faz bem à saúde. Palestrar, atendendo convites de amigos, sobre o zigoto originado da fertilização da medicina com a arte, faz bem a saúde. O médico que começa a gostar de arte passa a ver o mundo com outros olhos, mesmo que esteja com catarata, diz, com seu toque de bom humor. Biografia A biografia de Armando Bezerra é extensa, mas ele prefere ser econômico e informa que é doutorado em Ciências, pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Tem título de especialista em Cirurgia Pediátrica, foi conselheiro do CRM-DF e presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia, é Professor Emérito da Universidade Católica de Brasília e membro da Academia de Medicina de Brasília. Em 2012 foi agraciado, pelo Conselho Federal de Medicina, com a outorga da comenda Moacyr Scliar de Medicina, Literatura e Arte, a qual no dizer do CFM, foi conferida como reconhecimento pelo trabalho realizado ao longo dos anos em prol da sociedade e da medicina. Em sua opinião, não há espaço para separação em medicina. Para Armando Bezerra, a atividade escritor, palestrante e médico se complementam e se fortalecem, ajudando o profissional médico em sua vida. O médico precisa ser um humanista. É bom para a alma e para o paciente, que o médico goste de cinema, teatro, pintura, literatura, poesia, dança, música, etc. Foi Zé Dantas, um médico obstetra pernambucano quem, entre uma e outra atividade médica, tornou-se o autor dos versos de O xote das meninas, imortalizado na voz de Luiz Gonzaga, o rei do baião. A letra é uma maravilhosa consulta médica: O pai leva ao doutor a filha adoentada Não come nem estuda Não dorme e nem quer nada Mas o doutor nem examina Chamando o pai de lado Lhe diz logo em surdina Que o mal é da idade E que pra tal menina Não tem um só remédio Em toda a medicina Ela só quer, só pensa em namorar Ela só quer, só pensa em namorar. Ele já esteve em Belém diversas vezes - geralmente atendendo convites para participar de eventos científicos - e não poupa elogios à cidade. Belém é uma cidade privilegiada por Deus. Abriga uma das mais belas igrejas do universo católico, a famosa Basílica de Nazaré. Visitá-la é sempre uma emoção imensurável. Também gosto muito de repousar a mente caminhando por entre as borboletas no Mangal das Garças, jantar na Estação das Docas, apreciar a Baía do Guajará caminhando pelas cercanias do mercado Ver-o-Peso e do complexo Feliz Luzitânia, orar na Catedral Metropolitana, visitar os museus de Arte Sacra e Emílio Goeldi, e de saborear bombons de bacuri e cupuaçu no espaço São José Liberto, finaliza. 10

raio x Imagem Peregrina visita a sede do CRM -PA Médicos fazem a sua parte Milhões de famílias em todo o mundo sofrem com o desaparecimento de suas crianças. A cada dia novos dramas acontecem, alguns deles podem estar ocorrendo agora na sua cidade, na sua rua. É uma angustia que afeta ricos e pobres, moradores do interior e das metrópoles. Ser um instrumento para ajudar a acabar com essa dor e evitar que outros casos ocorram é o objetivo principal do site, organizado e mantido pelo Conselhos Federal e Regionais de Medicina. No site, os pais dessas crianças poderão informar o desaparecimento de seus filhos e receber notícias do seu paradeiro, caso alguém as tenha. Os médicos brasileiros querem que as histórias tenham finais felizes. Faça também sua parte e entre na luta contra o desaparecimento de crianças. Acesse o site http://www.criancasdesaparecidas.org/ e saiba como cadastrar. CRMs reafirmaram suas críticas ao Programa Mais Médicos Pelo terceiro ano consecutivo, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré visitou a sede do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará. A Padroeira dos Paraenses foi recebida com emoção pelo corpo de Conselheiros e funcionários do órgão. O momento de fé teve meditação, orações e cânticos. De acordo com a ex presidente do, Fátima Couceiro, que recebeu a Imagem Peregrina, é um momento único de ver de perto a Padroeira. É um sentimento de fé renovado para todos nós do. (Por Rodrigo Monteiro) Rede Globo O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) reafirmaram suas críticas ao Programa Mais Médicos, que tem se configurado como um instrumento de agressão à legislação brasileira e à democracia. Em nota, as entidades alertam a sociedade e a Justiça contra os abusos praticados no âmbito do Programa, que incluem o desrespeito à lei que exige validação de diplomas obtidos no exterior, a precarização das relações de trabalho, a existência de situações análogas à semiescravidão entre médicos e o descaso na montagem de uma rede de atendimento que seja eficaz e eficiente. Os Conselhos de Medicina esclareceram também que repudiam atos de xenofobia e preconceito em qualquer situação e reforçaram que o debate deve ser ancorado em dois aspectos principais, sendo o primeiro deles a ausência de comprovação da competência técnica dos profissionais formados no exterior. No caso especifico dos cubanos, os Conselhos chamam a atenção para a existência de acordos firmados pelo Governo brasileiro e que permitem a prática de regras comuns aos regimes ditatoriais e autoritários no Brasil. Os Conselhos esclareceram também que continuarão cumprindo a legislação, sem, no entanto, abandonar a busca do convencimento dos parlamentares durante o processo de discussão da MP 621 no Congresso, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Reafirmam ainda que manterão seu papel legítimo de agente fiscalizador da assistência em saúde, exigindo que Governo ofereça as condições de atendimento com qualidade em todo o território nacional, com a adoção de medidas estruturantes - capazes de resolver o problema da falta de acesso à assistência ao invés de recorrer às ações paliativas, midiáticas e eleitoreiras. Campanha Nacional: Prevenir escalpamentos é meta do CFM O Conselho Federal de Medicina, em parceria com os governos dos Estados do Amapá e do Pará e Conselhos Regionais, lançaram no fim de agosto uma Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento. O objetivo é orientar os moradores ribeirinhos e os donos de embarcações que cruzam a região a adotarem medidas preventivas para evitar acidentes. Frequente principalmente na região amazônica, desde 1982 o escalpamento vitimou 393 mulheres e meninas apenas no Estado do Pará. Nos acidentes, as vítimas perdem parte do couro cabeludo e do rosto após terem os cabelos presos nas engrenagens desprotegidas das pequenas embarcações. Além de um vídeo, gravado gratuitamente pela atriz Dira Paes (foto), que aceitou ser a madrinha da campanha, serão distribuídos cartazes e veiculados spots de rádio. Também foi elaborado um pequeno gibi para ser entregue aos alunos da região para estimular que ajudem no convencimento de seus pais. Leia mais no site www.cremepa.org.br 11

patrocínios encm 2013 SESMA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE PARA USO DOS CORREIOS - Motivo da devolução Mudou-se Desconhecido Ausente Endereço insuficiente Recusado Falecido Não existe o nº indicado Não Procurado Outro