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Transcrição:

PROJETO IJUÍ PRÓ-VÔLEI: SIGNIFICADOS PARA DIRETORES E COORDENADORES ESCOLARES 1 IJUÍ PRÓ-VÔLEI PROJECT: MEANING FOR SCHOOL DIRECTORS AND COORDINATORS Ana Paula Meggolaro 2, Mauro Bertollo 3, Sandra Helena Joris Bertollo 4 1 Pesquisa desenvolvida no âmbito do Departamento de Humanidades e Educação, pertencente ao Núcleo de Eventos do Curso de Educação Física. 2 Acadêmica do Curso de Graduação em Educação Física da UNIJUÍ, bolsista do Núcleo de Eventos do Curso de Educação Física, anapaulamegg@hotmail.com; 3 Professor Mestre do Departamento de Humanidades e Educação, Orientador, mauro.bertollo@unijui.edu.br; 4 Bacharel e Licenciada em Educação Física, Mestra em Educação nas Ciências, sandrahj.bertollo@gmail.com. INTRODUÇÃO O voleibol é uma modalidade esportiva em ascensão no Brasil. Nascido nos Estados Unidos, em 1895, foi introduzido no país há aproximadamente um século. Teve como marco histórico o ano de 1954, quando foi fundada a Confederação Brasileira de Voleibol, entidade responsável pela disseminação e fomento desta prática esportiva. Grosso modo, podemos elencar possíveis fatores para esse crescimento: organização de campeonatos nacionais; formação de equipes de alta performance, localizadas, sobretudo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; incentivo financeiro, especialmente, por meio de patrocínio estatal; visibilidade midiática, incluindo transmissão de partidas ao vivo em grandes redes do país; conquistas olímpicas (2004, 2008, 2012, 2016); além da expansão de projetos sociais, centrados nesta prática corporal. A exemplo de cidades gaúchas como Bento Gonçalves, Canoas e Nova Petrópolis, Ijuí também possui um projeto que visa a inclusão social por meio do voleibol. O Ijuí Pró-Vôlei é um projeto social, criado em 2009, realizado em parceria com a prefeitura municipal e a UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. É oferecido de forma gratuita à crianças e adolescentes, entre 07 e 15 anos de idade, alunos de escolas municipais, estaduais e particulares do município. Neste estudo o objetivo foi compreender os significados do projeto social Ijuí Pró-Vôlei para diretores e coordenadores das escolas participantes. METODOLOGIA Esta pesquisa tem seu aporte na modalidade de pesquisa qualitativa devido à natureza subjetiva do objeto de estudo que não pode ser mensurado por intermédio de análises estatísticas de dados, característica da pesquisa quantitativa. A pesquisa qualitativa investiga e interpreta a experiência de sujeitos, pertence ao plano das construções subjetivas, imersas em relações sociais, e não mera aplicação de técnicas (BOSI, 2012, p. 580).

Quanto ao instrumento investigativo recorremos a entrevista. Ela é uma opção metodológica potente [...] na apreensão de sentidos e significados e na compreensão das realidades humanas, na medida em que toma como uma premissa irremediável que o real é sempre resultante de uma conceituação [...] (MACEDO, 2000, p. 165). O campo empírico foi produzido entre agosto e setembro de 2016. Inicialmente foi realizada uma entrevista com diretores e coordenadores das escolas municipais, estaduais e particulares que acolheram o Ijuí Pró-Vôlei no ano de 2016. As entrevistas foram gravadas, posteriormente, transcritas e categorizadas. Optamos pela entrevista semiestruturada, com a elaboração prévia de um roteiro que serviu de guia. Este tipo de entrevista se afasta de padronizações, privilegia o alargamento das respostas e possibilita a inserção de outras perguntas, se houver necessidade. Todos os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A identificação das escolas e dos diretores e/ou coordenadores foi preservada, desse modo, utilizamos nomes fictícios. Neste artigo, apresentamos resultados parciais da pesquisa. RESULTADOS Os projetos sociais esportivos são uma ferramenta de ação, individual ou coletiva, voltados para a educação dos sujeitos. Nessa perspectiva, o projeto Ijuí Pró-Vôlei oportuniza diversas vivências aos participantes, através da educação escolar. Em seguida serão apresentados os resultados de algumas perguntas realizadas aos diretores e coordenadores das escolas onde o projeto é desenvolvido: Qual a opinião e justificativa de o projeto ser ofertado no turno regular de aula e/ou no contra turno? Qual o significado que o projeto gera nas crianças? O projeto é citado pelos professores nas reuniões pedagógicas da escola? O que se fala? Como os professores regentes veem o projeto, enquanto inserido nas suas aulas? Nas reuniões de pais, a escola apresenta informações relacionadas ao projeto? Os pais têm conhecimento de como funciona o projeto na escola? Como é a atuação dos monitores do projeto? Eles são capacitados para a função? A coordenação do projeto tem fornecido apoio à escola e aos monitores? O que aparece de positivo no projeto? E de negativo? O projeto é realizado no turno regular de aula e/ou no contra turno, dependendo da idade/série dos alunos. Nessa perspectiva no turno regular de aula, a ideia geral é de oportunizar às crianças a participarem de uma atividade esportiva. Com isso, é importante que o projeto seja ofertado no turno regular, para que possam adquirir o hábito de praticarem de alguma modalidade esportiva e consequentemente do projeto. Outro tema evidenciado nesta justificativa, pela maioria dos entrevistados, é a inexistência do profissional de Educação Física para as séries iniciais. Elisangela evidencia que em sua escola [...] não é um profissional de Educação Física que trabalha com os anos iniciais, eu acho que é muito importante que tivesse alguém. Nesta linha, com a ausência de um profissional, destaca a importância de acadêmicos da área atuarem nas séries iniciais. A pergunta relacionada à significação do projeto inserido no contra turno, basicamente é pela questão de as escolas não disporem de estrutura física no turno regular. Salientamos que em uma das escolas o projeto é ofertado no contra turno por haver outras oficinas acontecendo no turno, sendo assim, na opinião de Marines, esta é a melhor forma, [...] porque já temos as outras oficinas que proporcionamos no turno regular, que é o apoio

pedagógico, arte e recreação, informática e musicalização. Então, no turno, seria difícil [...]. Com relação à significação para as crianças que participam do projeto, no ponto de vista dos entrevistados, ainda se refere à questão da ausência do professor de Educação Física nas séries iniciais, pois é ele quem auxilia no desenvolvimento de diversas habilidades motoras. Além de ser um espaço para todos, o projeto é importante para o convívio coletivo e sociabilização dos sujeitos. Por outro lado, na opinião de Elenita esse tempo destinado ao projeto tira a oportunidade de outros conteúdos serem trabalhados pelo professor regente, já que: [...] acaba, nessa uma hora, tendo de ceder sua aula. Na maioria das escolas o projeto é citado nas reuniões pedagógicas, assim como, o planejamento do ano letivo o leva em conta. Por outro lado, em algumas escolas o projeto é visto como um apêndice. Solange salienta: [...] parece que o projeto é um apêndice da escola, é um a mais. Então o professor se preocupa com aquilo que acontece ali [...], se referindo a que muitas vezes a ênfase é apenas ao que acontece no turno de aula. Para os entrevistados, os professores regentes veem no projeto a possibilidade de aprofundar conteúdos que são da Educação Física, já que, os mesmos não têm formação específica na área. Veem, ainda, que as ações do projeto refletem positivamente em sala de aula, sobretudo, no que tange às questões atitudinais dos alunos. Os conteúdos trabalhados durante as aulas do projeto, tem efeito significativo na aprendizagem dos participantes, tendo em vista que, para a maioria dos entrevistados, há aspectos positivos, com destaque aos atitudinais e motivacionais. Dessa forma, Rosane ressalta que: [...] toda a aula que é oferecida a mais para o aluno, com certeza, vem a auxiliar, dando um resultado dentro da sala. Porque esse projeto procura desenvolver e desenvolve auxiliando em muitos aspectos os alunos. Que seria a responsabilidade, comprometimento, regras, trabalho em grupo, concentração, respeito. Janete complementa: [...] acho que hoje, o ser humano, muitas vezes, pode ter limitações cognitivas, que não permitem a ele ter um nível de aprendizagem de ser um aluno nota dez. Mas muitas vezes, ele pode ter uma habilidade física, que vai permitir, a ele, ser um atleta nota dez. E eu acho que a gente precisa incentivar isso nos nossos alunos. [...] E daqui a pouco, ele vê no esporte, ele vê no vôlei, ele vê naquela prática esportiva, uma forma de ser alguém. Ter um futuro, conquistar, realizar o sonho dele, de começar a sonhar, talvez. Então, isso é uma coisa que eu acho que tem que continuar e tem que cada vez mais, ser investido nisso. Este excerto destaca a importância do projeto para o desenvolvimento dos sujeitos participantes, quando, muitas vezes, há interferência em escolhas e atitudes.

Nas reuniões de pais o projeto é um dos assuntos tratados. Na maioria das escolas esta questão é mencionada nas reuniões de início de ano, independentemente de ser realizado no turno regular de aula ou no contra turno. Porém, nestas reuniões os pais têm um conhecimento superficial, a partir de informações pontuais apresentadas pela escola. Outras interações ocorrem através de conversas com os filhos. Na opinião da maioria dos entrevistados, os pais não conhecem a funcionalidade do projeto, tampouco seus objetivos. A intervenção dos acadêmicos de Educação Física (monitores), segundo os entrevistados, é excelente. Os mesmos demonstram ter conhecimento dos conteúdos trabalhados, tendo em vista que são capacitados para a função. Bem como, têm orientações semanais da coordenação do projeto. De forma unanime os entrevistados afirmam haver contato da coordenação do projeto com as escolas e, principalmente, apoio aos monitores. Claudete complementa que [...] eles fazem todo o planejamento com a orientação da coordenação do curso deles. Tem um dia que falam que é de reunião, que lá trocam informações e vão elencar, por exemplo, essa semana vai ser feito isso, esse mês vai ser trabalhado aquilo. Eles têm um planejamento, são orientados pela coordenação. E nisso a gente fica bem tranquilo, porque sempre no início e no final do ano a gente tem contato direto com a coordenação. E eles deixam bem claro a respeito disso. Não são eles [os monitores] que planejam em casa e aplicam o que eles querem. Tudo o que eles aplicam ali, foi visto por alguém. Elisangela complementa: [...] eu acho que nessa parte da educação, desde a educação infantil, até o quinto ano, é muito importante essa questão da motricidade, da noção do espaço corporal [...]. A partir do exposto, podemos evidenciar a diversidade de aspectos positivos do projeto Ijuí Pró- Vôlei, na perspectiva dos diretores e coordenadores das escolas em que o mesmo está inserido. Em contrapartida, há questões negativas pontuais. Relacionadas aos eventos (festivais) promovidos pelo projeto, há muitos participantes para poucas horas de prática. No que tange aos materiais disponibilizados aos alunos, poderiam ser mais diversificados. Além disso, a troca de monitoria em curto prazo preocupa alguns dos entrevistados. É o caso de Solange que afirma: [...] essas trocas, às vezes, de monitor, por que a criança precisa de afinidade também [...] eles tem um contrato temporário, quando está ficando bom, termina o contrato. Quando o aluno começa a criar um vínculo com o monitor, ou seja, inicia uma relação de confiança, este é substituído. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que para os entrevistados os significados do projeto social Ijuí Pró-Vôlei são diversos. O acolhimento do projeto pelas escolas faz com que os alunos tenham a oportunidade de praticar uma modalidade esportiva e, ao mesmo tempo, despertar o interesse para o esporte. Além do mais, há auxilio no desenvolvimento dos participantes, através dos conteúdos trabalhados pelos

monitores. Estes conteúdos são diversificados e sustentados pelos profissionais da coordenação do projeto. Para os professores regentes, este trabalho complementa os temas específicos da Educação Física. Vale frisar que nas reuniões pedagógicas o projeto é citado, destacando que o planejamento do ano letivo considera a inserção do projeto na escola. Para os entrevistados, apesar de os pais terem ciência do projeto através das reuniões, avaliam que este conhecimento é superficial. Os pontos destacados como positivos estão relacionados a questões atitudinais e motivacionais. Em contrapartida, os negativos estão vinculados aos eventos, que envolvem um número elevado de participantes, com cada criança tendo tempo efetivo de jogo reduzido. Também aparece como negativo os materiais disponibilizados para o desenvolvimento das aulas, que poderiam ser mais diversificados e, por fim, a troca de monitores, que pode interferir no processo de aprendizagem. Assim, podemos perceber que as entrevistas realizadas com os diretores e coordenadores, resultaram na predominância de pontos positivos referentes ao projeto. Palavras-chave: educação; escola; esporte; inclusão social. REFERÊNCIAS BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Pesquisa qualitativa em saúde coletiva: panorama e desafios. Ciência & Saúde Coletiva, Fortaleza, v. 17, n. 3, 2012. Disponível em: Acesso em: 25 out. 2016. MACEDO, Roberto Sidnei. A etnopesquisa crítica e multirreferencial nas ciências humanas e na educação. Salvador: EDUFBA, 2000.