2. Estrutura Espacial Urbana: a localização intra-urbana das famílias e das firmas 2.1. Os antecedentes teóricos: o modelo de Von Thünen

Documentos relacionados
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA. Redes de Telecomunicações (2006/2007)

EGEA ESAPL - IPVC. Resolução de Problemas de Programação Linear, com recurso ao Excel

ECONOMIA DA EDUCAÇÃO Módulo 1 Princípios de Economia

Tema: Fachadas Ativas. Palestrante: Thomaz Assumpção

[RESOLUÇÃO] Economia I; 2012/2013 (2º semestre) Prova da Época Recurso 3 de Julho de 2013

CARTOGRAFIA DE RISCO

TIPOS DE INVESTIMENTOS IMPORTANTES NA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA- PARTE ll

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PRÉ ESCOLAR. Ano Letivo 2014/ º Período

NOTA SOBRE A TEORIA DA ESTABILIDADE DO EQUILÍBRIO EM MERCADOS MÚLTIPLOS: JOHN HICKS

Todo Campo de Estudo Tem a Sua Terminologia. 2. Pensando como um Economista. Todo Campo de Estudo Tem a Sua Terminologia

JESSICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO PORTUGUÊS. José Brito Antunes Lisboa, 18 de Fevereiro de 2008

Introdução à Economia

Economia Florestal. Problemas económicos fundamentais

Adam Smith e o Nascimento da Economia Política Clássica

A dependência entre a inflação cabo-verdiana e a portuguesa: uma abordagem de copulas.

Resolução da Lista de Exercício 6

7. A importância do aterramento na Qualidade da Energia.

Breve enquadramento no Sistema Estatístico Nacional. - O INE, Serviços disponíveis, Ligações, Contacte-nos

FACULDADE DE ECONOMIA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA. Exame 2.ª época de Contabilidade Financeira 2.º semestre 2007/08

Administração Pública Central Inquérito à Utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação Resultados 2000

1 Introdução Objeto do estudo e o problema de pesquisa

PERMUTADOR DE PLACAS TP3

Economia e Negócios Internacionais MACROECONOMIA

SISTEMA DE INCENTIVOS À I&DT

Orçamento apertado: como organizar as finanças? CONTAS EM ORDEM

Elasticidades da Procura e da Oferta

PROPOSTA DE MECANISMO DE GESTÃO CONJUNTA DA INTERLIGAÇÃO ESPANHA-PORTUGAL

GESTÃO DO AGRONEGÓCIO

mercado de cartões de crédito, envolvendo um histórico desde o surgimento do produto, os agentes envolvidos e a forma de operação do produto, a

MÓDULO N.º 3 MERCADOS DE BENS E SERVIÇOS E DE FATORES PRODUTIVOS

Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI

Ondas EM no Espaço Livre (Vácuo)

Objetivo da aula: Origens da ciência econômica. A Economia Política e sua critica (aula 1 Adam Smith)

Hóspedes, dormidas e proveitos mantêm crescimento significativo

Atividades práticas-pedagógicas desenvolvidas em espaços não formais como parte do currículo da escola formal

O QUE ORIENTA O PROGRAMA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE CAMPINAS EDITAL DE TRANSFERÊNCIA Nº 01 / 2016.

Modelo de Precificação de A0vos Financeiros (CAPM) e Hipótese do Mercado Eficiente (HME) Aula de Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP

Migrações e coesão social:

Se inicialmente, o tanque estava com 100 litros, pode-se afirmar que ao final do dia o mesmo conterá.

PESQUISA OPERACIONAL -PROGRAMAÇÃO LINEAR. Prof. Angelo Augusto Frozza, M.Sc.

BPI αlpha O FEI que investe em Produtos Estruturados.

PRIMEIRO SEMESTRE. Disciplina Métodos e Técnicas de Pesquisa Quantitativa

EM QUE CONSISTE? QUAL A LEGISLAÇÃO APLICÁVEL?

CENÁRIO ECONÔMICO PLANO UNIFICADO 2º TRI/2015

Análise da Base Nacional Comum Curricular de Matemática. Revisado por Phil Daro, USA Common Core Standards

Diversidade. Linguística. na Escola Portuguesa. Projecto Diversidade Linguística na Escola Portuguesa (ILTEC)

Comissão avalia o impacto do financiamento para as regiões e lança um debate sobre a próxima ronda da política de coesão

ANÁLISE DE CIRCUITOS I ( AULA 03)

Fundamentação teórica da Clínica de Psicologia da Unijuí

Zoom avançado posiciona a nova câmara de vídeo DVD da Canon na linha da frente

Microeconomia II. Cursos de Economia e de Matemática Aplicada à Economia e Gestão

Fundo de Investimento em Ações - FIA

Compreender os estágios que envolvem o projeto de produto e serviços e os tipos de processos de produção e a aplicabilidade de cada um.

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto USP Departamento de Economia

Título do Case: Categoria: Temática: Resumo: Introdução:

LEVANTAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS PELOS DOMICÍLIOS LOCALIZADOS NO DISTRITO INDUSTRIAL DO MUNICÍPIO DE CÁCERES

A DEFASAGEM NA CORREÇÃO DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA

MATEMÁTICA PARA VENCER. Apostilas complementares APOSTILA 10: Exercícios Cap 01.

Sistemas Integrados de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança

TEORIA DO CONSUMIDOR BIBLIOGRAFIA. Samuelson e Nordhaus (2005), Economia., Procura e Comportamento do Consumidor; Capítulo 5 e apêndice.

LAVANDERIAS COMERCIAIS. Controles Quantum

Tópicos Especiais em Educação

Atividade extra. Exercício 1. Exercício 2. Matemática e suas Tecnologias Matemática

AUT 270 AULA 2 DESEMPENHO AMBIENTAL DA COBERTURA DA FAUUSP: CONFORTO TÉRMICO E ILUMINAÇÃO NATURAL

O SEBRAE E O QUE ELE PODE FAZER PELO SEU NEGÓCIO

Precificação - Estratégias de Determinação de Preços

[ESBOÇO] Reunião Especial da OMS, FAO e UNICEF. sobre Principais Comportamentos para o Controlo da Gripe Aviária. Resumo e Recomendações da Reunião

CUSTOS DE PRODUÇÃO. Profª Graciela Cristine Oyamada

Gestão de resíduos no ArrábidaShopping

PROJETO E TECNOLOGIAS ESPECIALIZAÇÃO EM MULTIMÉDIA

電 動 車 輛 充 電 設 施 安 全 技 術 指 引

UTILIZAÇÃO DE SENSORES CAPACITIVOS PARA MEDIR UMIDADE DO SOLO.

Teste diagnóstico TERRA NO ESPAÇO CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE AMBIENTE. OBSERVAÇÃO: Grelhas de observação. Listas de verificação.

Contabilidade Financeira II 2008/2009

Prof. Eugênio Carlos Stieler

UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PELAS FAMÍLIAS 2001

Classificação de Custos:

Introdução à Microeconomia

Aula 8 21/09/ Microeconomia. Demanda Individual e Demanda de Mercado. Bibliografia: PINDYCK (2007) Capítulo 4

Módulo 1 - Mês 1- Aula 3

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS PROF. PANTHERA

Gestão Documental. Gestão Documental

ATIVIDADE DE FÍSICA PARA AS FÉRIAS 8. o A/B PROF. A GRAZIELA

Software PHC com MapPoint 2007

Capítulo IV A Programação Matemática

ORIENTAÇÕES (2014/647/UE)

Índice. Conteúdo. Planilha Profissional Para Cálculo de Preços de Artesanato

Sistemática dos seres vivos

Ficheiro de Matemática

Informação útil sobre Angola

Indíce. Indice ) Identificar a sua persona (Cliente ideal)...erro! Indicador não definido. Exemplo... 4

Avaliação de Empresas Profa. Patricia Maria Bortolon

FINANÇAS AS EM PROJETOS DE TI

3 - Bacias Hidrográficas

SUPERVISÃO Supervisão Comportamental

M =C J, fórmula do montante

Boa Prova! arcsen(x 2 +2x) Determine:

Anúncio de adjudicação de contrato

Transcrição:

2. Estrutura Espacial Urbana: a localização intra-urbana das famílias e das firmas 2.1. Os antecedentes teóricos: o modelo de Von Thünen 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 1 A teoria económica do uso urbano do solo- introdução Leitura obrigatória: Livro adoptado, Albergaria, H., O modelo de von Thünen, pp. 61-72 Para saber mais: http://www.casa.ucl.ac.uk\vonthunen\ 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 2 A teoria económica do uso urbano do solo- introdução A cidade é um lugar onde residem diferentes tipos de famílias e onde ocorrem diferentes tipos de actividades económicas Questão: Como é que essas famílias e actividades económicas se distribuem numa dada área urbana? 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 3 '

A teoria económica do uso urbano do solo- introdução 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 4 C1: O preço do solo decresce com a distância ao centro a uma taxa decrescente C2: Em média a área de solo ocupada por uma dada família ou actividade económica tende a aumentar com a distância ao centro 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 5 O mercado do solo: O solo é atribuído aos diferentes utilizadores, colocando-se a questão de saber quanto é que as famílias e as firmas estão dispostas a pagar por uma dada localização. Para responder a estas questões começaremos por recorrer a um modelo simples, desenvolvido por Von Thünen (1826) 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 6 /

O modelo de VT permite compreender como é que a terra é atribuída aos diferentes usos e qual quantidade de solo que é usado pelas diferentes actividades. Começaremos por considerar que não há substituição de factores. O modelo será depois generalizado a uma situação de substituição entre terra e outros factores de produção ou terra e outros bens de consumo (bem compósito não espacial) 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 7 Estes últimos modelos - modelos de curvas de preço de licitação do solo - realizam uma síntese entre os resultados do modelo de VT e os resultados da teoria microeconómica do consumidor e da firma, permitindo um conjunto de conclusões relativas à: distribuição do solo urbano; localização das actividades e das famílias; variação do preço do solo com a localização, ie, a distância ao centro da cidade 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 8 1.Pressupostos 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 9 9

2.Gradiente de renda, para uma cultura i - dedução da função renda oferecida; - distância máxima de cultivo; - variação da função renda oferecida com o preço do output e/ou o custo de produção - variação da função renda oferecida com os custos de transporte 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 10 A função de renda oferecida é uma isolucro e, portanto, uma curva de indiferença de localização. 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 11 3. Concorrência pelo uso do solo no modelo de VT pressupostos: renda é residual; em cada localização a terra é atribuída à maior licitação; em cada localização a quantidade de solo oferecida é fixa, ie, a oferta é inelástica 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 12 1

O padrão de uso do solo de equilíbrio No quadro das hipóteses enunciadas e relativamente às culturas agrícolas que são efectivamente levadas a cabo, na situação de equilíbrio as várias produções ordenamse, a partir do centro, segundo a ordem decrescente dos valores absolutos dos declives das suas funções de renda. 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 13 :;<;==>>>&& = 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 14 ALGUNOS APUNTES DE ECONOMÍA REGIONAL HARVY VIVAS PACHECO 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 15

22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 16 O padrão de uso do solo de equilíbrio A curva teórica de uso do solo 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 17 Passagem ao modelo das curvas de licitação: possibilidade de substituição da terra por outros factores de produção Se há concorrência entre tecnologias de coeficientes fixos e de coeficientes variáveis (substituição de factores) a terra é em geral atribuída às tecnologias de coeficientes variáveis 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 18?

Distância ao Receita centro total* Custo capital Custo Transporte Benefício antes renda Renda Oferecida por hectare** 0 300 120 0 180 450 1 300 80 80 140 233 2 300 60 160 80 100 3 300 50 240 10 10 * admitimos que se produzem sempre 20 tons de produto ** renda oferecida por hectare Fonte: O'Sullivan, op. cit., pp. 176 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 19 Dedução da renda oferecida - graf 1 Unidades monetárias 400 300 200 100 0 0 1 2 3 distância ao centro Receita Total Custo do capital Custo de Transporte Benefício antes renda 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 20 Dedução da renda oferecida Unidades Monetárias 600 400 200 0 0 1 2 3 Distância ao centro Custo total produção(inclui custo transp) Renda Oferecida 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 21 @

A transposição do modelo de VT à análise do uso e afectação do solo urbano entre diferentes actividades: Cidade monocêntrica; localizada numa planície homogénea; transporte possível em todas as direcções; Centro definido à priori; emprego e oferta de bens e serviços só disponíveis no centro 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 22 Mercado fundiário: concorrencial; livre de restrições institucionais; livre de restrições resultantes de estruturas préexistentes Agentes económicos racionais; Informação perfeita; Para a mesma actividade agentes idênticos 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 23 as famílias são idênticas (mesmos gostos, mesmo rendimento) só um membro da família é activo (e o local de emprego é no centro) a família incorre num custo de transporte pendular (casa-trabalho-casa) que é crescente com a distância ao centro A família procura escolher a quantidade de bem compósito e de bem espacial consumida e a sua localização de modo a maximizar a sua satisfação, dado o rendimento que possui. Assume-se que todo o rendimento é gasto na aquisição de bem espacial (alojamento), bem compósito (todos os outros bens) e serviços de transporte 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 24 A

Condições de equilíbrio da família residente: - a condição de equilíbrio de localização: a variação no custo de transporte resultante de a família se afastar (infinitesimal/) do centro deve ser compensada por uma variação de sinal oposto nas despesas necessária para comprar uma dada quantidade de bem espacial 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 25 Consequências da condição de equilíbrio de localização: O PREÇO DO BEM ESPACIAL É DECRESCENTE COM A DISTÂNCIA AO CENTRO 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 26 Consequências da condição de equilíbrio de localização: O CONSUMO DE BEM ESPACIAL É UMA FUNÇÃO CRESCENTE DA DISTÂNCIA AO CENTRO 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 27 B

Consequências da condição de equilíbrio de localização: O PREÇO DO SOLO É DECRESCENTE COM A DISTÂNCIA AO CENTRO 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 28 Consequências da condição de equilíbrio de localização: NA PRODUÇÃO DE HABITAÇÃO A RELAÇÃO FACTORES NÃO TERRA / TERRA É DECRESCENTE COM A DISTÂNCIA AO CENTRO 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 29 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 30 '0

Consequências da condição de equilíbrio de localização: A DENSIDADE POPULACIONAL É DECRESCENTE COM A DISTÂNCIA AO CENTRO 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 31 2.3. A sucessão de usos do solo urbano e a alteração da estrutura G e s t ã o I m o b i l i á r i a 1 7-1 0-2 0 0 3 P a d r ã o d e U s o d o S o l o : C r e s c i m e n t o e s u b s t i t u i ç ã o d e u s o s R e n d a S e r v i ç o s, c o m é r c i o, a c t i v i d a d e s p ú b l i c a s T r a n s p o r t e s, a r m a z e n a g e m, i n d ú s t r i a R e s i d ê n c i a s A g r i c u l t u r a C e n t r o d a c i d a d e D i s t â n c i a a p a u l a @ f e p. u p. p t 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 32 Conclusão Porque estudar a cidade monocêntrica? Do ponto de vista histórico é dominante; as pequenas e médias cidades são monocêntricas; resultados do modelo da cidade monocêntrica podem estender-se à cidade policêntrica; as forças que determinam o desenvolvimento da cidade monocêntrica ajudam a entender a passagem da cidade monocêntrica à cidade policêntrica 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 33 ''

Conclusão Consequências do abandono de algumas das hipóteses do modelo: a existência de subcentros; a existência de amenidades; a poluição do centro; transportes não pendulares e tempo de transporte pendular; famílias com dois activos; famílias heterogéneas (diferente dimensão; diferente rendimento) 22-10-2004 Ana Paula Delgado apaula@fep.up.pt 34 '/