UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MESTRADO EM RELAÇÕES SOCIAIS E NOVOS DIREITOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO MESTRADO EM RELAÇÕES SOCIAIS E NOVOS DIREITOS PRISCILA CUNHA LIMA DE MENEZES DIREITOS DE CONCILIAÇÃO ENTRE TRABALHO E FAMÍLIA E O TRABALHO DA MULHER Salvador 2013

PRISCILA CUNHA LIMA DE MENEZES DIREITOS DE CONCILIAÇÃO ENTRE TRABALHO E FAMÍLIA E O TRABALHO DA MULHER Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito Mestrado em Relações Sociais e Novos Direitos, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Direito. Orientador: Prof. Dr. Edilton Meireles Salvador 2013

PRISCILA CUNHA LIMA DE MENEZES DIREITOS DE CONCILIAÇÃO ENTRE TRABALHO E FAMÍLIA E O TRABALHO DA MULHER Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito Mestrado em Relações Sociais e Novos Direitos, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Direito. Edilton Meireles - Orientador Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Rodolfo Mário Veiga Pamplona Filho Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Flavia Moreira Guimarães Pessoa Universidade Federal de Sergipe Salvador, 07 de maio de 2013.

Aos meus filhos.

AGRADECIMENTOS Jamais conseguiria completar este trabalho sem a valorosa ajuda de algumas pessoas muito especiais a quem, agora, agradeço. Ao meu orientador, professor Edilton Meireles, pelos valorosos ensinamentos, aconselhamentos, zelo na orientação e estímulo na adoção da temática desta pesquisa. Ao professor Rodolfo Pamplona pelas lições e aprendizados e especialmente pelas críticas e sugestões. Aos demais professores do Programa de Pós Graduação, por tudo que aprendi com eles. Aos colegas do mestrado pelas contribuições no debate e troca de ideias. À minha mãe pelo amor, compreensão e paciência. Ao meu marido pelo apoio e compreensão durante os períodos de ausência. Aos meus queridos filhos que serviram de inspiração ao longo de todo o trabalho. Aos meus irmãos, pelo incentivo. Ao Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região pelo apoio a esta pesquisa.

RESUMO O presente trabalho tem como objetivo principal a análise das desigualdades que afetam os direitos da mulher, influenciadas, em sua gênese, principalmente pela desigual distribuição sexual dos encargos familiares. O vetor do estudo é o da perspectiva dos direitos de conciliação entre trabalho e família e a efetividade de tais direitos. O estudo dos direitos de conciliação tem o seu fundamento principal no princípio da igualdade impondo a não discriminação fundada na perspectiva do gênero. Desta forma, assegurar medidas de conciliação entre a vida laboral e familiar significa fomentar a igualdade entre os sexos, possibilitando novos rearranjos familiares que favoreçam o compartilhamento das responsabilidades familiares e domésticas entre homens e mulheres. As discriminações relacionadas às responsabilidades familiares precisam ser combatidas para permitir o alcance da igualdade entre os gêneros, a partir de uma mudança nos papeis atribuídos tradicionalmente a homens e mulheres na família. Palavras chave: Igualdade. Trabalho da mulher. Conciliação entre trabalho e família.

ABSTRACT This actual work has as main objective the analysis of inequalities that affect women's rights, influenced, in its genesis, primarily by unequal gender distribution of family responsibilities. The vector is the study of the rights perspective of reconciling work and family and the effectiveness of such rights. The study of the rights of conciliation has its foundation in the main principle of equality by imposing non-discrimination based on gender perspective. Thus, ensuring measures to reconcile work and family life means promoting gender equality, enabling new family rearrangements that foster the sharing of family and domestic responsibilities between men and women. Discrimination related to family responsibilities need to be addressed to enable the achievement of equality between genders, from a change in the roles traditionally assigned to men and women in the family. Keywords: Equality. Women's work. Balancing work and family.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 09 2 O TRABALHO: CONCEITO, PROTEÇÃO JURÍDICA E NOTAS SOBRE A SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA COM ÊNFASE NO TRABALHO FEMININO 12 2.1 O QUE É TRABALHO? 12 2.2 PROTEÇÃO JURÍDICA DO TRABALHO 16 2.3 O SIGNIFICA SER MULHER? 17 2.4 O TRABALHO FEMININO: NOTAS HISTÓRICAS 19 2.4.1 Um breve comentário sobre o trabalho feminino nas sociedades pré-capitalistas 19 2.4.2 A Revolução Industrial e a grande indústria capitalista 24 2.4.3 O século XX 28 2.5 O TRABALHO FEMININO NO BRASIL 34 2.6 A PÓS-MODERNIDADE 45 3 DIREITO À IGUALDADE E À NÃO DISCRIMINAÇÃO: A QUESTÃO DO GÊNERO 52 3.1 INTERPRETANDO O DIREITO FUNDAMENTAL À IGUALDADE 52 3.2 IGUALDADE FORMAL E IGUALDADE MATERIAL 57 3.3 IGUALDADE E DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 59 3.4 DISCRIMINAÇÃO POSITIVA 61 3.5 DISCRIMINAÇÃO HORIZONTAL E VERTICAL 63 3.6 DISCRIMINAÇÃO DIRETA E DISCRIMINAÇÃO INDIRETA 64 3.7 O DIREITO À IGUALDADE E A NÃO DISCRIMINAÇÃO 66 ENTRE MULHERES E HOMENS 3.8 NORMAS DA OIT ACERCA DA IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS 68 4 TUTELA JURÍDICA DA FAMÍLIA 73

4.1 A TUTELA DA FAMÍLIA NO DECORRER DA HISTÓRIA 73 4.2 IGUALDADE NA FAMÍLIA: AFETO E SOLIDARIEDADE 77 4.3 TUTELA DOS FILHOS 79 4.4 TUTELA DOS IDOSOS 83 5 IGUALDADE DOS DIREITOS DA MULHER A CONCILIAÇÃO ENTRE TRABALHO E FAMÍLIA 86 5.1 OS DIREITOS DE CONCILIAÇÃO: FUNDAMENTOS E DEFINIÇÃO 86 5.2 TRABALHO REPRODUTIVO: INSTINTO MATERNAL E INSTINTO PATERNAL IGUALDADE EFETIVA 96 5.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E A IGUALDADE ENTRE OS GÊNEROS 102 5.4 INTERVENÇÃO ESTATAL E OS DIREITOS DE CONCILIAÇÃO 104 5.5 DIREITOS DE CONCILIAÇÃO NA ESPANHA 106 5.6 DIREITOS DE CONCILIAÇÃO NA SUÉCIA 115 5.7 DIREITOS DE CONCILIAÇÃO NO BRASIL 120 5.7.1 Considerações iniciais 121 5.7.2 Licença paternidade e licença maternidade 126 5.7.3 Amamentação 129 5.7.4 Serviços de creches 130 5.7.5 Flexibilização da jornada de trabalho 133 5.7.6 Os direitos de conciliação e a negociação coletiva 134 6 CONCLUSÃO 138 REFERÊNCIAS 140