ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO ERM 0105 INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE I ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) Objetivo: Atenção Primária à Saúde (APS): conceitos, interpretações e atributos; Sistema Único de Saúde (SUS): princípios e diretrizes; Atenção Básica (AB) e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como espaço da APS constituinte do SUS A Saúde, doença e cuidado no contexto do SUS: determinação social do processo saúde-doença; concepções do processo saúde doença, princípios, produção social da saúde e da doença.

Determinação Social É resultado do conjunto da experiência social, individualizado em cada sentir e vivenciado num corpo que é também biológico. Saúde e doença passam a ser associadas as condições de vida e de trabalho dos sujeitos. Considera os aspectos sociais, políticos, econômicos como determinantes. Saúde e doença dos indivíduos e coletivos humanos apresentam, portanto, várias causas e dependem de diversos elementos que podemos chamar de determinantes de saúde e doença. Assim, está vinculada à compreensão dos modos e estilos de vida, derivados não só das escolhas pessoais, como de fatores culturais, práticas sociais e constituição do espaço. BATISTELLA, C. Saúde, Doença e Cuidado: complexidade teórica e necessidade histórica. In: FONSECA, A.F.; CORBO, A. M. D. (orgs). O território e o processo saúde doença. Rio de Janeiro. Escola Politécnica de Saúde João Venâncio. FIOCRUZ, 2007. p. 25-50.

Atenção essencial e universalmente acessível a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis e a um custo que tanto a comunidade como o país possa suportar. Atenção Primária à Saúde (APS) Parte integral que forma a base e determina o trabalho de todos os outros níveis do sistema de saúde, sendo o primeiro nível de contato de indivíduos, famílias e comunidades. Aborda os problemas mais comuns na comunidade, ou seja, problemas mais comuns e menos definidos, com serviços de prevenção, cura e reabilitação para melhorar a saúde e o bem-estar. Permite a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, em um processo de atenção continuada à saúde Nível de um sistema de saúde que oferece a entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece a atenção sobre a pessoa no decorrer do tempo, e coordena ou integra a atenção fornecida em algum outro lugar do sistema. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Atención primaria de salud. Informe conjunto del Director General de la Organización Mundial de la Salud e del Director Ejecutivo del Fondo de las Naciones Unidas para la Infancia. Conferencia Internacional sobre Atención Primaria de Salud. Alma-Ata (URSS), 6-12 de septiembre de 1978.

Princípios ordenadores da APS Primeiro contato Longitudinalidade APS Integralidade Coordenação da atenção Focalização na família Organização em Rede Orientação comunitária STARFIELD, B. Atenção Primária à Saúde. Brasília, UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.

Coordenação Capacidade de garantir a continuidade da atenção através da equipe de saúde, com o reconhecimento de problemas que requerem seguimento constante. Focalização na Família considerar a família como sujeito da atenção, o que exige uma interação da equipe de saúde com essa unidade social e o conhecimento integral de seus problemas de saúde. Orientação Comunitária Reconhecimento das necessidades familiares segundo o contexto físico, econômico, social e cultural em que vivem, o que exige uma análise situacional das necessidades de saúde das famílias. STARFIELD, B. Atenção Primária à Saúde. Brasília, UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.

Primeiro Contato Acessibilidade e uso de serviços de saúde na ocorrência de problema de saúde Longitudinalidade Acompanhamento dos cuidados prestados pela equipe, de forma regular e consistente ao longo do tempo, num ambiente de relação mútua e humanizada entre equipe de saúde, indivíduos e famílias, ou seja, estabelecendo vínculo e relações implicadas. Integralidade Implica na prestação de um conjunto de serviços que atendam às necessidades mais comuns da população, a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado dos determinantes que causam doenças/agravos. STARFIELD, B. Atenção Primária à Saúde. Brasília, UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.

Valores, princípios e características essenciais de um sistema de saúde baseado na APS ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Renovación de la Atención Primaria de Salud en las Américas. OPAS/OMS, 2007.

Constituição Federal Brasileira Saúde como direito de cidadania 1988 Saúde é direito de todos e dever do Estado Sistema Único de Saúde Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

PRINCÍPIOS DO SUS DOUTRINÁRIOS ORGANIZACIONAIS EQÜIDADE UNIVERSALIDADE INTEGRALIDADE DESCENTRALIZAÇÃO PARTICIPAÇÃO SOCIAL REGIONALIZAÇÃO HIERARQUIZAÇÃO BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS Assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que o caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras EQÜIDADE Busca corrigir as iniquidades sociais e em saúde, ou seja, reduzir as disparidades na oferta de serviços e ações de saúde. Incorporação de tecnologias e do planejamento para a identificação de prioridades na atenção as situações agudas ou extremas. Considerar a realidade local no planejamento das ações e serviços. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS É a oferta dos serviços e ações a todos que deles necessitam. É a possibilidade efetiva de acesso a todo e qualquer cidadão. UNIVERSALIDADE A oferta das ações devem ir do nível de atenção primária ao mais complexo. Tem que ser eficiente, eficaz e efetivo. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS Conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigido para cada caso, em todos os níveis de complexidade. INTEGRALIDADE Deve ser estruturado em níveis de atenção hierarquizados de baixa, média e alta complexidade, organizados de forma integrada (referência e contra referência) = Dimensão horizontal. Deve considerar as necessidades específicas de cada pessoa ou grupo de pessoas, ainda que minoritários. Capacitação profissional, acesso a tecnologias e humanização da assistência. A visão do ser humano como um todo, único e indivisível, e que extrapola a atenção fundamentada apenas nos aspectos biológicos (determinação social) = Dimensão vertical. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990. CARVALHO, B. G.; MARTIN, G. B.; CORDONI JUNIOR, L. A. Organização do Sistema de Saúde no Brasil. In: ANDRADE, S. M.; SOARES, D. A.; CORDONI JUNIOR, L. A.. Bases da Saúde Coletiva. Londrina: UEL, 2001, p. 27-57.

PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS DESCENTRALIZAÇÃO Implica em transferir poder e recursos para mais próximo de onde estão as pessoas que necessitam de atenção à saúde. Redistribui as responsabilidades às ações e aos serviços de saúde. Permite maior participação social na definição de prioridades para a saúde, aproximando população dos gestores responsáveis. Possibilita a adequação/mudança da forma que se organiza a assistência à saúde. Possibilita fiscalização mais próxima e melhor aplicabilidade dos recursos destinados a saúde. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS PARTICIPAÇÃO SOCIAL É um instrumento de controle que possibilita a população através de seus representantes definir, acompanhar a execução e fiscalizar as políticas de saúde. CONFERÊNCIAS DE SAÚDE CONSELHOS DE SAÚDE COMISSÕES LOCAIS DE SAÚDE BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS REGIONALIZAÇÃO Distribuição dos serviços em uma determinada região, levando-se em conta a oferta de serviços e a população a ser atendida. Evita a duplicidade de ações e desperdício de recursos Possibilita oferecer as ações de saúde mais próximas de onde as pessoas moram além de permitir o oferecimento de outras ações de saúde HIERARQUIZAÇÃO Organiza os níveis de atenção na saúde numa cadeia de complexidade. Primário, Secundário e Terciário. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

Atenção Básica (AB) Caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de maior frequência (baixa densidade) e relevância em seu território, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. BRASIL. Portaria nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

Considera o sujeito em sua singularidade e na inserção sociocultural, na complexidade, na integralidade e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. Atenção Básica (AB) É desenvolvida próxima da vida das pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. A Política Nacional de Atenção Básica: considera os termos Atenção Básica = Atenção Primária a Saúde = termos equivalentes A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde BRASIL. Portaria nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

Princípios norteadores, organizativos e processos de organização da Estratégia de Saúde da Família ANDRADE, L.O.M.; BARRETO, I.C.H.C.; BEZERRA, R.C. Atenção primária à saúde e estratégia de saúde da família. In: CAMPOS, G.W.S. et al. (orgs).tratado de Saúde Coletiva. São Paulo/Rio de Janeiro. Editora Hucitec/FIOCRUZ, 2008. p.783-836.

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ITENS NECESSÁRIOS Existência de equipe multiprofissional composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS), podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Cada ESF deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para esta definição. ITENS NECESSÁRIOS Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao profissional médico que poderá atuar em no máximo 02 (duas) ESF e com carga horária total de 40 (quarenta) horas semanais. Carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde (dedicação mínima de 32 horas da carga horária para atividades na equipe e podendo dedicar até 08 horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de urgência do município ou para atividades de especialização, residência multiprofissional, bem como atividades de educação permanente e apoio matricial). BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado, constituído por um território definido, com uma população delimitada, sob a responsabilidade da equipe. Visa intervir sobre os fatores de risco aos quais as comunidades estão expostas, por meio da assistência integral, permanente e de qualidade e da realização de atividades de educação e promoção da saúde. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Deve estabelecer vínculo de compromisso e de corresponsabilidade com a população, estimulando a organização da comunidade para exercer o controle social das ações e serviços de saúde. Atua de forma intersetorial, por meio de parecerias estabelecidas com diferentes segmentos sociais e institucionais, de modo a ampliar o potencial de intervenção em situações que transcendem os limites do setor saúde. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA PROCESSO DE TRABLAHO Características do território Diagnóstico, programação e implementação de atividades para a solução dos problemas mais frequentes Cuidado individual e familiar Trabalho interdisciplinar e em equipe diferentes formações Promoção de ações intersetoriais Valorização dos diversos saberes e práticas com profissionais de Acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas, visando a readequação do processo de trabalho. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.

ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ENFERMEIRO Realizar atenção a saúde aos indivíduos, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários, em todas as fases do desenvolvimento humano. Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e conforme protocolos. Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea. Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe. Contribuir, participar, e realizar atividades de educação permanente da equipe de enfermagem e outros membros da equipe. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da unidade. BARSIL. Lei nº 8.080, de 9 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de setembro de 1990.