RELATÓRIO FINAL PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO E MELHORIA DO VIVEIRO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS DA REGIÃO DA SERRA DA BODOQUENA



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Transcrição:

RELATÓRIO FINAL PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO E MELHORIA DO VIVEIRO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS DA REGIÃO DA SERRA DA BODOQUENA BONITO/MS DEZEMBRO - 2004

1 PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO E MELHORIA DO VIVEIRO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS DA REGIÃO DA SERRA DA BODOQUENA Instituição Proponente INSTITUTO DAS ÁGUAS DA SERRA DA BODOQUENA FABRICIO DE SOUZA MARIA Biólogo CRB: 35.497/01-D Técnico responsável pelo projeto

2 SUMÁRIO RESUMO... 3 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA... 3 2. OBJETIVOS... 2.1 Objetivo geral... 2.2 Objetivos específicos... 4 4 5 3. MATERIAL E MÉTODOS... 5 3.1 Zoneamento da área do viveiro para sua implementação... 5 3.2 Ampliação dos canteiros e melhoria das instalações do viveiro visando o aumento da produção e da qualidade das mudas... 5 3.3 Métodos e equipamentos para coletas de sementes... 6 3.4 Produção de substrato orgânico através da compostagem e adubação verde... 7 3.5 Apoio às iniciativas de recuperação de áreas degradadas, através da administração do viveiro... 7 3.6 Promoção de campanhas, atividades de educação ambiental e capacitação dos funcionários para o aumento da produção de mudas com alta qualidade... 7 4. RESULTADOS OBTIDOS... 4.1 Zoneamento da área do viveiro... 4.2 Ampliação dos canteiros e melhoria das instalações do viveiro visando o aumento da produção e da qualidade das mudas... 4.3 Coletas de sementes... 4.4 Produção de substrato orgânico através da compostagem e adubação verde... 4.5 Comercialização de mudas e informações técnicas para a formação das mesmas... 4.6 Promoção de campanhas, atividades de educação ambiental e capacitação do pessoal que participou deste projeto... 8 8 8 12 14 14 15 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 6. CONTINUIDADE PARA POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS... 16 17 7. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E DURAÇÃO... 18 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... ANEXOS... 19 20

RESUMO 3 O processo histórico de ocupação da região da Serra da Bodoquena promoveu durante décadas o desmatamento de grandes áreas naturais, ocasionando a redução da biodiversidade local bem como a redução da qualidade e da quantidade das águas dos mananciais existentes nessa região. Para reverter esse processo, algumas ações já estão em andamento, como é o caso do Projeto Formoso Vivo que vem contribuindo com a recuperação das matas ciliares do Rio Formoso. Com o propósito de otimizar essas ações, o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena, em parceria com o IBAMA, Promotoria de Justiça, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e IDATERRA, desenvolveu um programa que visa implementar e melhorar o funcionamento do viveiro florestal localizado em Bonito/MS. Esse viveiro foi criado pela prefeitura municipal e vem recebendo apoio do IBAMA, Promotoria de Justiça e IDATERRA, onde exerce importante função na recomposição das matas ciliares e na recuperação e manutenção das formações florestais existentes na região da Serra da Bodoquena. Um viveiro de mudas é uma ferramenta de grande importância dentro de um processo de recuperação florestal, pois além de servir como célula reprodutora das espécies vegetais nativas, também funciona como mecanismo didáticopedagógico, tanto nas atividades escolares como no auxílio de práticas conservacionistas orientadas pela ação da educação ambiental. Diante deste contexto, este relatório visa apresentar os resultados obtidos nestes 6 meses de execução do programa de implementação e melhoria do viveiro de essências florestais da região da Serra da Bodoquena/MS. Este programa bem como a sustentabilidade do viveiro municipal foi administrado pelo Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), através do biólogo Fabricio de S. Maria, técnico vinculado a esta instituição. Cabe ressaltar que toda receita obtida com a comercialização das mudas existentes no viveiro durante este trabalho foi revertida para o Fundo Municipal de Meio Ambiente. 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição dos recursos naturais, particularmente das florestas. Ao longo de nossa história, a cobertura florestal nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades. A noção distorcida de recursos naturais inesgotáveis, dadas às dimensões continentais do País, estimulou e ainda estimula a expansão da fronteira agrícola e da pecuária. A eliminação das florestas nativas desencadeia uma série de problemas ambientais, como a extinção de várias espécies da fauna e da flora, as mudanças climáticas, a erosão dos solos e o assoreamento dos cursos d água (Rodrigues et al., 2000). Na região da Serra da Bodoquena esse processo é semelhante, uma vez que sua ocupação também ocorreu de maneira desordenada, promovendo durante décadas o desmatamento de grandes áreas naturais, inclusive das matas ciliares existentes ao longo de suas microbacias. A degradação das formações ciliares, além de desrespeitar a legislação vigente, que torna obrigatória a preservação das mesmas, resulta em vários problemas ambientais, pois funcionam como filtros, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d'água, afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água e conseqüentemente a fauna e flora aquática e a população humana. São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gênico entre as populações de espécies animais e vegetais (Rodrigues et al., 2003). Em regiões com

topografia acidentada, exercem a proteção do solo contra os processos erosivos. Desta forma, a recuperação das matas ciliares é de fundamental importância não só pela proteção que estas fazem para os rios, mas também para preservação de muitas espécies da fauna e da flora silvestre, e principalmente na melhoria da qualidade de vida do ser humano (França, 1984). Mediante a esse contexto, o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB, em parceria com o IBAMA, Promotoria de Justiça de Bonito e Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMAP, elaborou e executou um programa que visa otimizar a produção de mudas nativas através da implementação e melhoria das estruturas e do funcionamento do viveiro florestal localizado no município de Bonito. Esta ação contribuiu significativamente com a recuperação e manutenção das formações florestais da região da Serra da Bodoquena, bem como na difusão e fortalecimento dessa instituição, uma vez que este trabalho alcançou da melhor forma possível as metas propostas. Durante este programa a instituição proponente ampliou sua atuação em processos como: recomposição das áreas de proteção permanente (matas ciliares); enriquecimento da variabilidade genética das espécies; fomento de atividades de manejo sustentável; paisagismo urbano; e no auxílio à conservação dos remanescentes naturais do município de Bonito e região. Outra importante contribuição desse trabalho, diz respeito a um maior apoio às ações realizadas por outras instituições como é o caso do IDATERRA, que vem fornecendo para os assentamentos de Bonito mudas frutíferas e demais espécies utilizadas para o consumo. Cabe ressaltar, que a produção de mudas nativas de qualidade é uma etapa fundamental em qualquer programa de restauração florestal, servindo como base para garantir o sucesso não só de implantação, mas também de sustentação do mesmo (Macedo, 1983). Desta forma, ao longo desse trabalho, os funcionários que atuaram no viveiro foram treinados e capacitados para aumentar a produção e a qualidade das mudas cultivadas neste local. A obtenção das sementes foi outra etapa essencial no processo de produção de mudas, onde se buscou o maior número e diversidade possível de indivíduos. Com a finalidade de se obter uma maior variabilidade das espécies produzidas no viveiro, este programa pretendia realizar a marcação de árvores matrizes. Porém, devido à limitação de tempo e de investimentos, este trabalho poderá ser realizado através de novos projetos e novas parcerias. O sucesso desse programa ocorreu devido ao apoio do Instituto das Águas da Serra da Bodoquena, que foi responsável pela comercialização das mudas, realização de orçamentos e compras de materiais e insumos, e nos pagamentos dos funcionários e do técnico que coordenou esse programa. 4 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Esse programa teve como objetivo geral implementar e melhorar as instalações e o funcionamento existente no viveiro florestal situado no município de Bonito/MS, a fim de otimizar a produção de mudas vegetais nativas, de modo a atender as demandas municipais e

regionais, contemplando a recuperação das matas ciliares e áreas degradadas existentes ao longo das microbacias hidrográficas da região da Serra da Bodoquena. 5 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Os objetivos específicos deste programa foram: (i) zoneamento da área do viveiro para sua implementação; (ii) aparelhamento do viveiro com materiais e ferramentas adequadas para coleta de sementes e formação das mudas; (iii) produção de substrato orgânico através da compostagem e adubação verde; (iv) ampliação dos canteiros e melhoria de suas instalações visando o aumento da produção de mudas nativas e frutíferas; (v) apoio às iniciativas de recuperação de áreas degradadas, através da comercialização, fornecimento de mudas e informações técnicas para a formação das mesmas; e (vi) promoção de campanhas e atividades de educação ambiental, bem como capacitação dos funcionários para o aumento da produção e da qualidade das mudas cultivadas no viveiro florestal. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 ZONEAMENTO DA ÁREA DO VIVEIRO PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO Localizado no município de Bonito/MS, na Av. Candido Luiz Braga s/nº, Bairro Planalto, encontra-se uma área de 29.000m², destinada ao viveiro de mudas nativas e ornamentais, que tem por finalidade subsidiar programas de restauração de áreas degradadas da região da Serra da Bodoquena, além de atender as necessidades locais, tais como produção de espécies frutíferas, hortaliças, medicina popular e para o paisagismo. Para melhorar o aproveitamento do espaço e utilização mais adequada do solo e das infraestruturas, o viveiro passará por um zoneamento, que consisti na elaboração de uma planta de situação, onde será efetuada a divisão de sua área por setores de atividades, como: produção de mudas em tubetes, produção de mudas em sacos plásticos, sementário, compostagem, galpão para armazenamento de substratos, adubos e ferramentas, pomar, dentre outros. 3.2 AMPLIAÇÃO DOS CANTEIROS E MELHORIA DAS INSTALAÇÕES DO VIVEIRO VISANDO O AUMENTO DA PRODUÇÃO E DA QUALIDADE DAS MUDAS. A fim de ampliar a produção de mudas e melhorar a qualidade das mesmas, o viveiro passará por uma reestruturação que será realizada pelos próprios funcionários. Essa reestruturação compreende na cobertura e fechamento do espaço onde se encontra o berçário de mudas que possui uma área de 25m de largura por 30m de comprimento, com total de 750m², através de madeiras, arames de aço e telas tipo sombrite. Esse local abrigará as 24 bancadas existentes com 6,30m por 1,05m cada, e mais 12 bancadas previstas na ampliação, contendo as mesmas medidas. Para o preenchimento dessas novas bancadas serão adquiridos mais 50.000 tubetes e 60 sacos de substrato com 25kg cada.

Cada uma das referidas bancadas comportam 6 bandejas com 960 tubetes, porem das 24 bancadas existentes, 4 delas encontram-se desprovidas das devidas bandejas. Desta forma, teremos ao final 192 bandejas com uma capacidade produtiva de aproximadamente 180.000 mudas por ano. O sistema de irrigação será ampliado de acordo com a necessidade dos novos canteiros. O piso de caminhamento existente entre as bancadas será revestido com pedra britada, de forma a evitar problemas com empossamento de água e erosão do solo. Atualmente as mudas produzidas em sacos plásticos ficam desprotegidas do sol devido à falta de uma cobertura, comprometendo assim seu desenvolvimento. Para evitar esse problema será realizada a cobertura de uma área de 30m² através de tela sombrite com capacidade de absorver 50% da incidência solar sobre estas mudas. O galpão existente no viveiro com 6m de largura por 15m de comprimento e área total de 90m², também passará por uma reforma que envolverá o fechamento com alvenaria e madeira de um espaço que terá 9m de comprimento e 3m de largura com área total de 27m². Esse espaço será destinado ao armazenamento de insumos e proteção dos equipamentos e materiais de trabalho. A cobertura desse galpão que hoje é composta por uma lona plástica e folhas de bacuri em estágio avançado de deterioração serão substituídas por telhas de amianto. Outra melhoria prevista nesse projeto é a reforma do telhado da casa do funcionário que trabalha no viveiro e cuida da segurança do mesmo no período noturno. Esse telhado apresenta falhas na sua estrutura que permitem a formação de inúmeras goteiras, causando assim muitos incômodos a seus moradores. 6 3.3 MÉTODOS E EQUIPAMENTOS PARA COLETAS DE SEMENTES Os métodos para coleta de sementes sugeridos nesse programa são: Catação - usado quando as sementes já estão caídas no chão. Exemplos jatobá mirim, jenipapo, etc. Balanço - realizado através do balanço das árvores quando os frutos estão maduros, com auxílio de corda e lona disposta embaixo das árvores. Exemplos jacarandá-do-campo, amendoim bravo, etc. Manual - utilizado quando as sementes estiverem à altura do coletor, com auxilio de uma tesoura de poda. Exemplo: aroeira pimenteira, sangra d água, etc; Coleta com podão - utilizado quando as sementes não estão a altura do coletor, sendo feito através de um equipamento composto por tesoura de alta-poda ou foice acoplada a um cabo de alumínio. Exemplos palmeiras, ipês, etc; Escalada em árvores - utilizado em árvores de grande porte, através do auxílio de equipamentos de escaladas. Exemplos: peroba, cedro, mandiocão, etc. Na prática, os métodos citados podem ser usados de forma conjunta ou separados, de acordo com a situação encontrada. As sementes devem ser preferencialmente colhidas quando ainda estão na árvore evitando assim, a contaminação por fungos no solo ou uma maior predação por insetos ou outros animais. As coletas das sementes serão efetuadas por funcionários do viveiro de acordo com o período de frutificação das árvores e terão o acompanhamento do técnico responsável. Após as coletas, as sementes serão armazenadas em sacos plásticos e acondicionadas em um refrigerador, que atualmente se encontra na sede do IBAMA de Bonito/MS.

3.4 PRODUÇÃO DE SUBSTRATO ORGÂNICO ATRAVÉS DA COMPOSTAGEM E ADUBAÇÃO VERDE. Com o propósito de reduzir os gastos com a compra de substrato, utilizados no preenchimento dos tubetes e sacos plásticos para formação das mudas, será feito um centro de compostagem para produção de adubo orgânico. O material que será utilizado para produção desse composto virá da limpeza e manutenção do próprio viveiro sendo aproveitados folhas, galhos finos, restos de capina, bem como vegetais e folhagens que já estão sendo cultivadas para a produção de adubo verde, como o milheto e a mucuna preta. Esses materiais serão depositados sobre camadas em uma cova de 3m³, cobertos com terra e irrigados periodicamente. Após 3 meses de descanso esse composto será peneirado e incorporado ao substrato que abastecerá os recipientes das mudas. 7 3.5 APOIO ÀS INICIATIVAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, ATRAVÉS DA ADMINISTRAÇÃO DO VIVEIRO, COMERCIALIZAÇÃO DE MUDAS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA A FORMAÇÃO DAS MESMAS. A administração do viveiro, a comercialização das mudas, bem como a receita e os gastos gerados pelo mesmo será realizado pelo Instituto das Águas da Serra da Bodoquena-IASB. Essa comercialização será controlada por meio de nota fiscal, planilhas com datas de venda, nome do comprador, valor total, destino das mudas e espécies comercializadas, além de relatórios financeiros mensais que serão disponibilizados aos órgãos interessados. As pessoas interessadas pelas mudas produzidas no viveiro irão solicitá-las na sede do IASB, onde encontraram um catálogo contendo informações sobre as espécies disponíveis, quantidade e seus respectivos valores. Após o fechamento da compra, o mesmo receberá uma nota fiscal, e retirará as espécies escolhidas no viveiro com o Sr. Eduardo Domingos Tumelero, funcionário que atua no viveiro desde sua criação. Para garantir o sucesso das áreas que serão recuperadas e reduzir os custos dessa operação, o técnico responsável por esse programa prestará assessoria junto às pessoas que necessitem desse trabalho, orientando-as na escolha das espécies, na melhor época para o plantio das mudas, no cultivo e manutenção das mesmas. 3.6 PROMOÇÃO DE CAMPANHAS, ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CAPACITAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS PARA O AUMENTO DA PRODUÇÃO DE MUDAS COM ALTA QUALIDADE. Para que esse programa seja sustentável e dinâmico, serão realizados campanhas e atividades de educação ambiental envolvendo escolas, instituições públicas e privadas, proprietários rurais, comunidades ribeirinhas e demais interessados. Esses trabalhos serão coordenados pelo técnico que usará a área do viveiro para realização de atividades práticas, onde serão abordados assuntos relacionados às diversas etapas empregadas na produção e manejo de mudas nativas, enfocando também a importância do viveiro na recuperação das formações florestais que foram degradadas.

A capacitação dos funcionários ocorrerá através de cursos e aulas práticas onde serão enfocados temas relacionados à coleta, processamento e armazenamento das sementes, bem como técnicas utilizadas para a produção de mudas com maior qualidade, identificação de espécies arbóreas, noções de reflorestamento e manejo florestal. Essa capacitação é de extrema importância, pois além de sensibilizar e estimular os funcionários, também garantirá o fortalecimento e a sustentabilidade do programa. Para realização desses trabalhos serão utilizados materiais didáticos como apostilas, aulas expositivas e atividades práticas. O local para realização das aulas e palestras e os equipamentos que darão suporte às mesmas, serão disponibilizados pela instituição proponente. 8 4. RESULTADOS OBTIDOS 4.1 ZONEAMENTO DA ÁREA DO VIVEIRO Na finalidade de aproveitar melhor o espaço e tornar mais adequado o uso do solo e das infra-estruturas, o viveiro passou por um zoneamento, no qual resultou na elaboração de uma planta de situação desenhada pelo arquiteto José Luiz Pinto Cyrino, a mesma encontra-se no Anexo 1 deste relatório. Através do zoneamento, a área do viveiro foi dividida por setores de atividades, com espaço destinado ao plantio de: frutíferas como figo, banana, uva, manga e coco da Bahia; locais para o cultivo de mandioca; cana de açúcar, gramíneas e leguminosas; estufa para produção de mudas nativas; e galpão de alvenaria para acondicionar ferramentas, sementes e substratos (Figura 1). A B Figura 1. Setores de atividades determinados pelo zoneamento do viveiro florestal; (A) Área destinada ao plantio de bananas e mandioca; (B) Local destinado ao plantio de coco da Bahia. 4.2 AMPLIAÇÃO DOS CANTEIROS E MELHORIA DAS INSTALAÇÕES DO VIVEIRO VISANDO O AUMENTO DA PRODUÇÃO E DA QUALIDADE DAS MUDAS. A fim de ampliar a produção de mudas e melhorar a qualidade das mesmas, o viveiro passou por uma reestruturação em suas benfeitorias, estas foram realizadas pelos funcionários já contratados para trabalhar no viveiro e alguns funcionários do IBAMA, através do Programa

PREVFOGO. Os dados comparativos das estruturas e condições de produção das mudas em relação ao período que antecedeu o programa de implantação e melhorias do viveiro e após o término do mesmo, encontram-se no Quadro 1. Quadro 1. Dados comparativos das estruturas e condições de produção de mudas atuais em relação ao período que antecedeu o programa de implantação e melhorias do viveiro 9 ITENS EXISTENTES NO VIVEIRO CONTEMPLADOS NO PROGRAMA TOTAL Bancadas 24 12 36 Bandejas 120 42 162 Tubetes 115.000 50.000 165.000 Saquinhos 1.000 40.000 41.000 Capacidade produtiva de mudas por ano 116.000 90.000 206.000 Sistema de irrigação 80 aspersores 80 aspersores 160 Cobertura das mudas em tubetes Não existia 100% de cobertura 100% Cobertura das mudas em saquinhos Não existia 100% de cobertura 100% Galpão Galpão de lona e bacuri Galpão de alvenaria 90 m² Depósito Não existia Depósito de alvenaria 27m² Revestimento do piso de caminhamento na estufa 30% revestido 100% de revestimento 100% Composteira Não existia 1 composteira de 3m³ 3m³ Através dos dados contemplados no quadro 1, nota-se que o programa de melhorias efetuado no viveiro municipal pode contribuir para: Instalação de 12 bancadas de 6,30 por 1,05m, na qual cada uma comporta 6 bandejas com 960 tubetes, aumentando consideravelmente a capacidade produtiva de mudas no ano. Aquisição de 50.000 tubetes para o preenchimento destas bancadas (Figura 2). Figura 2. Instalação das bancadas para acomodar os tubetes adquiridos

Cobertura e fechamento de uma área de 750m², através de madeiras, arames de aço e tela tipo sombrite, no qual foi denominada estufa para o berçário de mudas, necessária para proteção e redução da ação das intempéries naturais (Figura3). 10 Figura 3. Cobertura das mudas produzidas em tubetes Cobertura de uma área de 30m², para produção de mudas em sacos plásticos (Figura 4). Figura 4. Confecção da cobertura para as mudas produzidas em saquinhos Ampliação do sistema de irrigação, através de aspersores independentes para cada bancada. Figura 5. Ampliação do sistema de irrigação

Revestimento do piso de caminhamento existente entre as bancadas com pedra britada, de forma a evitar problemas com empossamento de água e erosão do solo. 11 Figura 6. Revestimento do piso dentro do berçário Construção do galpão e do depósito destinado ao armazenamento de insumos e proteção dos equipamentos e materiais de trabalho. O quadro 2 representa a transformação da referida estrutura durante a execução do projeto. Quadro 2. Retirada do antigo galpão construído de madeira, lona e folhas de bacuri, e a construção de um novo local feito de alvenaria e telhas de amianto. Figura 7. Antigo galpão destinado a equipamentos e insumos Figura 8. Construção de um novo galpão

12 Figura 9. Galpão feito de alvenaria e coberto com telhas de amianto Figura 10 Construção do depósito destinado a materiais e equipamentos. 4.3 COLETAS DE SEMENTES As coletas das sementes foram efetuadas pelos funcionários do viveiro e algumas vezes com o apoio do pessoal do IBAMA através do Programa PREVFOGO (Figura 11), sempre acompanhados pelo técnico responsável que além de auxiliar na coleta, transportava os funcionários e averiguava a área com maior número de árvores frutificando, obedecendo a disponibilidade e a quantidade de indivíduos de cada espécie, de forma a realizar a catação de sementes de pelo menos 6 indivíduos diferentes da mesma espécie, para que houvesse variabilidade genética. A Tabela 1 apresenta as espécies que tiveram suas sementes coletadas, dados botânicos e informações sobre sua localização. Figura 11.Coletas de sementes para produção de novas mudas

13 TABELA 1. Listagem das espécies que tiveram suas sementes coletadas FAMÍLIA BOTÂNICA NOME CIENTIFICO NOME POPULAR FORMA DE VIDA Anarcadiaceae Tapirira guianensis Peito de pomba Árvore Annonaceae Unonopsis lindmanii Pindaiba preta Árvore Annona coriacea Marolo Arbusto Arecaceae Acrocomia aculeata Bocaiúva Palmeira Atallea phalerata Bacuri Palmeira Tabebuia heptaphylla Ipê roxo Árvore Bignoniaceae Tabebuia impetiginosa Ipê roxo Árvore Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo Árvore Boraginaceae Cordia glabrata Louro preto Árvore Peltophorum dubium Canafistula Árvore Caesalpiniaceae Guibourtia hymenifolia Jatobá Mirim Árvore Hymenaea sp Jatobá Árvore Pterogyne nitens Amendoim bravo Árvore Cecropiaceae Cecropia pachystachya Embaúba Árvore Fabaceae Dipteryx alata Cumbaru Árvore Flacourtiaceae Caseria sylvestris Guaçatonga Árvore Anadenanthera macrocarpa Angico vermelho Árvore Parapiptadenia rigida Angico da mata Árvore Mimosaceae Inga marginata Ingá Árvore Inga laurina Ingá Árvore Albizia hasslerii Farinha seca Árvore Moraceae Maclura tinctoria Amora branca Árvore Ficus sp. Figueira Árvore Myrsinaceae Rapanea guianensis Capororoca Árvore Myrtaceae Campomanesia pubescens Guavira Arbusto Papilionoideae Machaerium acutifolium Jacarandá campo Árvore Platypodium elegans Amendoim campo Árvore Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Mamica de porca Árvore Rubiaceae Genipa americana Jenipapo Árvore Sapindaceae Averrhoidium paraguaiense Maria Preta Árvore Sapindus saponaria Saboneteira Árvore Sterculiaceae Guazuma ulmifolia Chico magro Árvore Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum Aguaí Árvore Após as coletas, as sementes foram beneficiadas (separação do fruto, retirada de polpa, arilo ou mucilagem, lavagem, secagem ao sol, etc.), separadas e semeadas nos tubetes e em sacos plásticos (Figura 12). As sementes que não foram plantadas, estão armazenadas em sacos

plásticos, identificadas e acondicionadas em um refrigerador, que atualmente se encontra na sede do IBAMA de Bonito/MS 14 Figura 12 Sementes coletadas e cultivadas no viveiro municipal 4.4 PRODUÇÃO DE SUBSTRATO ORGÂNICO ATRAVÉS DA COMPOSTAGEM E ADUBAÇÃO VERDE. Figura 13. Local destinado à produção de substrato orgânico Durante a execução das obras foi possível produzir uma quantidade de substrato orgânico suficiente para atender a demanda das mudas que foram produzidas em tubetes e em saquinhos, dispensando desta forma a compra dos 60 sacos de substrato elencados neste projeto (Figura 13). A verba destinada a esse material foi revertida na compra dos equipamentos de irrigação uma vez que houve falhas na programação orçamentária. 4.5 COMERCIALIZAÇÃO DE MUDAS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA A FORMAÇÃO DAS MESMAS. O controle da comercialização das mudas cultivadas no viveiro municipal ocorreu por meio de notas fiscais e planilhas com datas de venda, nome do comprador, valor total, destino das mudas e espécies comercializadas, além de relatórios financeiros mensais que foram disponibilizados aos órgãos interessados. Além da comercialização também foram realizadas doações de mudas para escolas, entidades ambientalistas e órgãos públicos como Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Promotoria de Justiça, Idaterra, IBAMA, dentre outras. As pessoas interessadas pelas mudas produzidas no viveiro solicitaram as mesmas na sede do IASB, onde encontraram um catálogo contendo informações sobre as espécies disponíveis, quantidade e seus respectivos valores. Após a escolha das mudas essas pessoas recebiam uma nota fiscal, ou um comprovante de doação para retirada das mesmas no viveiro com o Sr. Eduardo Domingos Tumelero, funcionário que atua no viveiro desde sua criação. Toda receita

arrecadada com a comercialização dessas mudas foi revertida para o Fundo Municipal de Meio Ambiente e deverá ser investida em futuras melhorias no viveiro. 15 4.6 PROMOÇÃO DE CAMPANHAS, ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CAPACITAÇÃO DO PESSOAL QUE PARTICIPOU DESTE PROJETO. O programa de implementação e melhoria do viveiro de essências florestais desenvolvido pelo Instituto das Águas da Serra da Bodoquena realizou junto às escolas do município e outras instituições campanhas e atividades de educação ambiental onde foram abordados assuntos relacionados às diversas etapas empregadas na produção e manejo de mudas nativas, enfocando também a importância do viveiro na recuperação das formações florestais que foram degradadas. O projeto encanto das águas desenvolvido pela Associação Brasil Bonito teve importante participação na difusão das atividades de educação ambiental, envolvendo além de alunos do ensino público, professores e simpatizantes das causas ambientais (Figura 14). Figura 14. Atividades de Educação Ambiental realizadas neste projeto A capacitação dos funcionários e do pessoal vinculado ao IBAMA/PREVFOGO ocorreu através de atividades práticas oferecidas pelo técnico responsável, no qual enfocou-se temas relacionados à coleta, processamento, armazenamento e cultivo das sementes, bem como técnicas utilizadas para a produção de mudas com maior qualidade, identificação de espécies arbóreas, noções de reflorestamento e manejo florestal.

Cabe ressaltar que esta capacitação foi de extrema importância, pois além de sensibilizar e estimular as pessoas envolvidas neste processo, também garantiu o fortalecimento e a sustentabilidade do viveiro em nosso município (Figura 15). 16 Figura 15. Trabalho de capacitação das pessoas envolvidas neste projeto 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho permitiu o estabelecimento de um programa de adequação e melhorias das estruturas e produtividade de mudas do viveiro de essências florestais da região da Serra da Bodoquena. Este programa visou uma integração das atividades produtivas com a proteção ambiental, fornecendo subsídios para tais ações como a restauração das áreas de preservação permanentes existentes no município de Bonito e região. Embora tenham ocorrido algumas falhas durante a elaboração do cronograma orçamentário, o valor destinado para execução deste projeto não foi ultrapassado, porém foi necessário realizar o remanejamento de verbas para que suas etapas fossem atendidas satisfatoriamente. I - As metas propostas neste programa foram: Zoneamento da área do viveiro para um melhor aproveitamento de seu espaço; Ampliação e melhoria das instalações do viveiro florestal da Serra da Bodoquena; Aquisição de novos equipamentos, materiais e insumos para implementação do viveiro; Capacitação dos funcionários e promoção de atividades de educação ambiental; Adequação e aprimoramento do sistema de coletas de sementes; Recuperação de áreas degradadas através da comercialização de mudas com alta qualidade e variabilidade genética; Administração do viveiro e destinação da receita gerada pelo mesmo para o Fundo Municipal de Meio Ambiente.

17 II - Os resultados alcançados neste trabalho foram mensurados pelos seguintes indicadores: 100% da área do viveiro zoneada; 100% das ampliações e melhorias descritas nessa etapa do programa concluídas; 100% dos equipamentos, materiais e insumos solicitados nessa etapa adquiridos; Todos os funcionários que atuaram no viveiro capacitados e todas as atividades de educação ambiental previstas no cronograma executivo realizadas; 80% do sistema de coletas de sementes adequado e aprimorado; Recuperação de matas ciliares e áreas degradadas através da comercialização e doação de mudas produzidas no viveiro; Viveiro administrado, com 100% de sua receita controlada e revertida para o Fundo Municipal de Meio Ambiente. III - Apesar do sucesso deste programa, o mesmo enfrentou as seguintes dificuldades: Falta de interesse e empenho por parte de alguns funcionários que trabalharam no viveiro; Falta de apoio e incentivo ao técnico por parte da instituição proponente e de algumas instituições parceiras; Desinteresse da maioria dos membros que compõe a diretoria em relação ao programa; Interferências externas sobre as atividades desenvolvidas no viveiro; É importante salientar que quando um projeto é bem sucedido o reconhecimento mercadológico e a valorização da instituição executora aumentam, abrindo para esta, novas oportunidades de trabalho e o enriquecimento de seu currículo. Este trabalho, também contribui com a difusão de suas ações, atraindo assim um maior número de pessoas simpatizantes a suas causas. Desta forma, recomendo que o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB, através de seu corpo técnico elabore outros bons projetos voltados a questões ambientais, pois através destes, esta instituição continuará prestando relevantes serviços em prol ao meio ambiente e conseqüentemente na melhoria da qualidade de vida. 6. CONTINUIDADE PARA POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS Sendo considerado de extrema importância na recuperação das áreas degradadas do município de Bonito e região, torna-se imprescindível que os trabalhos desenvolvidos no viveiro municipal continuem. Esta continuidade contribuirá com os projetos que se encontram em andamento e que vem trazendo resultados positivos para o meio ambiente, na qualidade de vida e na geração de empregos para a comunidade local. Desta forma, como desdobramento, sugiro a elaboração de uma segunda etapa, na qual consistirá na continuidade da produção e comercialização das mudas; uma maior divulgação dos

trabalhos realizados no viveiro; ampliação dos canteiros de mudas; aquisição de novos equipamentos e materiais; implantação de um núcleo de vivência ambiental; construção de uma horta no sistema mandala; criação de um minhocário para aumentar a produção de adubo orgânico, onde o mesmo poderá ser comercializado posteriormente; e um trabalho que envolva a seleção de árvores matrizes das espécies nativas existentes na região da Serra da Bodoquena. Esta seleção é de extrema importância, pois garantirá uma maior diversidade das espécies que fornecerão sementes ao viveiro, bem como uma melhor representatividade genética dessas populações. 18 7. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E DURAÇÃO O programa de implementação e melhoria do viveiro de essências florestais da região da Serra da Bodoquena teve duração de 6 meses, e obedeceu o seguinte cronograma: ANO 2004 ATIVIDADES Jul Ago Set Out Nov Dez Planejamento das atividades e zoneamento da área x Ampliação do viveiro e melhoria das infra-estruturas x x x Manutenção do viveiro x x x x x x Coleta de sementes x x x x x x Produção de mudas x x x x x x Produção de adubo orgânico x x x x x Comercialização das mudas x x x x x Curso de capacitação para os funcionários x x x Atividades de educação ambiental x x x Relatório administrativo e financeiro x x x Relatório final e apresentação dos resultados x

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19 FRANÇA, F. S. Problemática de viveiro e produção de mudas. Piracicaba, /ESALQ/USP, 1984. 66p. KAGEYAMA, P., GANDARA, F. B. Restauração e conservação de ecossistemas tropicias In: CULLEN JR, L.; RUDRAN, R.; VALLADARES-PADUA, C. Métodos de Estudos em Biologia da Conservação & Manejo da Vida Silvestre. Curitiba: UFPR, 2003. cap. 14. KAGEYAMA, P., OLIVEIRA, R.E., MORAES, L.F., ENGEL, V. L., GANDARA, F. B. Restauração Ecológica de Ecossistemas Naturais. Botucatu: FEPAF, 2003. 340p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Ed. Plantarum, 1992. 2v. MACEDO, A.C. Produção de mudas em viveiros florestais: espécies nativas. Fundação Florestal, 1993. POTT, A.; POTT V. Plantas do Pantanal. Brasília: Embrapa, 1994. 320p. RODRIGUES, R. R.; GANDOLFI, S.; NAVE A. G. Programa de Adequação Ambiental de Estações Experimental do Instituto Florestal. Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2003. RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO H. F. Matas Ciliares: Conservação e Recuperação. São Paulo: EDUSP, 2000.

20 ANEXO 1 ZONEAMENTO DA ÁREA DO VIVEIRO PLANTAS DE SITUAÇÃO

21 ANEXO 2 ESPÉCIES DISPONIVEIS NO VIVEIRO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS DA SERRA DA BODOQUENA/MS NOME POPULAR NOME CIENTIFICO FAMÍLIA BOTÂNICA Abacate Persea americana Lauraceae Acerola xxx Amendoim Platypodium elegans Papilionoideae Amendoim-bravo Pterogyne nitens Caesalpiniaceae Amoreira Maclura tinctoria Moraceae Angico Branco Albizia hasslerii Mimosoideae Angico vermelho Anadenanthera macrocarpa Mimosaceae Aroeira Myracrodruon urundeuva Anacardiaceae Bananeira Musa sp Musaceae Bocaiúva Acrocomia aculeata Arecaceae Cabriteira Rhamnidium elaeocarpum Rhamnaceae Canafistula Peltophorum dubium Caesalpiniaceae Carne de vaca Combretum leprosum Combretaceae Carobinha Jacaranda puberula Bignoniaceae Cedro Cedrela sp Meliaceae Cerca-viva xxx Cerejeira Amburana cearensis Papilionoideae Chico-magro Guazuma ulmifolia Sterculiaceae Didaleira Dimorphandra mollis Mimosaceae Embaúba Cecropia pachystachya Cecropiaceae Espinilho Mimosa glutinosa Mimosoideae Figo Ficus carica Moraceae Goiaba Psidium guajava Myrtaceae Goiabeira do mato Psidium sp Myrtaceae Guaritá Astronium graveolens Anacardiaceae Guatambu Aspidosperma sp Apocynaceae Guavira Campomanesia pubescens Myrtaceae Ingá Inga sp Mimosaceae Ipê Amarelo Tabebuia sp Bignoniaceae Ipê Branco Tabebuia sp Bignoniaceae Ipê Roxo Tabebuia sp Bignoniaceae Jaca Artocarpus integrifolia Moraceae Jaracatiá Jacaratia spinosa Caricaceae Jatobá Hymenaea stigonocarpa Caesalpiniaceae

22 Jatobá-mirim Guibourtia hymenifolia Caesalpiniaceae Jenipapo Genipa americana Rubiaceae Louro-preto Cordia glabrata Boraginaceae Mangue Calophyllum brasiliensis Guttiferae Maracujá-azedo Passiflora sp Passifloraceae Maracujina Passiflora sp Passifloraceae Niim Azadirachta indica Meliaceae Paineira Chorisia speciosa Bombacaceae Paineira Barriguda Chorisia pubiflora Bombacaceae Para-tudo Tabebuia aurea Bignoniaceae Pitanga Eugenia uniflora Myrtaceae Pitomba Talisia esculenta Sapindaceae Sangra d água Croton urucurana Euphorbiaceae Seputa Salacia elliptica Hippocrateaceae Timbó Magonia pubescens Sapindaceae Uva Vites sp xxx

10. ORÇAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA 23 10.1 MATERIAIS E VALORES ORÇADOS Material de Consumo DESCRIÇÃO QTDE VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL kg R$ R$ Substrato orgânico 1.200 2,30 2.760,00 Adubo químico 50 1,80 90,00 Uréia 50 1,30 65,00 Saquinho para formação de mudas (10 x 20cm) 46 10,20 469,20 VALOR TOTAL R$ 3.384,20 DESCRIÇÃO Material Permanente QTDE (un.) VALOR UNITÁRIO R$ VALOR TOTAL R$ Materiais para o sistema de irrigação Conexão em T soldável de 1 para ¾ 40 1,67 66,80 Conexão em T soldável ¾ para ½ 40 1,25 50,00 Conexão (nip), liso interno / rosca externa ½ 40 0,57 22,80 Barra de tubo PVC soldável ¾ 09 10,35 93,15 Barra de tubo PVC soldável ½ 20 8,45 169,00 Barra de tubo PVC soldável 1 02 25,20 50,40 Tampão soldável ¾ 40 0,80 32,00 Aspersor para tubetes 021 mec p/ tubo de ½ 40 7,80 312,00 Registro PN 16 / DN 20 ¾ 10 10,38 103,80 Veda rosca (05m) 3 1,70 5,10 Mangueira flexível tipo cristal ¾ 100m 1,90 190,00 Caixa d água cap. (2.000 L) 01 539,00 539,00 Adesivo plástico para tubos e conexões (175g) 04 9,69 38,76 Lixa de areia (nº 100) 05 1,90 9,50 Equipamentos para coletas de sementes Podão com serrote acoplado 02 174,00 348,00 Tesoura de poda 02 23,20 46,40 Lona plástica (2x3m) 02 19,30 38,60 Corda de nylon (12mm) 20m 0,95 19,00 Embalagens plásticas (3kg) 1000 0,031 31,00 Ferramentas e materiais de campo Peneira grande para substrato 02 14,00 28,00 Serrote profissional (nº 22) 01 27,80 27,80 Kit ferramentas (09 peças) 01 64,70 64,70 Balde metal (15 L) 03 15,25 45,75 Luva de couro tipo Raspa 06 pares 12,19 73,14 Luva de borracha 06 pares 9,30 55,80 Bota de borracha 04 pares 32,90 131,60

Capa de chuva tipo jardineiro 04 16,00 64,00 Bomba pulverizadora costal (20 L) 01 185,00 185,00 Cavadeira 02 31,50 63,00 Materiais para ampliação e fechamento do berçário Caibro de madeira (5x6cm) 120m 1,70 204,00 Postes de madeira (3,0m 15x15) 60 18,00 1.080,00 Cantoneira de ferro (barra de 6m) 20 38,00 760,00 Prego (17x21) 3kg 4,80 14,40 Arame de aço (rolo de 1000m) 03 167,00 501,00 Materiais para reforma e ampliação das instalações Tijolo de oito furos 1.800 0,24 432,00 Tijolo comum 500 0,12 60,00 Cimento 37 23,13 855,80 Areia lavada 12m 49,90 598,80 Barra de ferro (3/8 ) 06 23,90 143,40 Janela de ferro (1,0x1,0m) 02 80,00 160,00 Porta de ferro (2,10x0,80m) 01 120,00 120,00 Viga (6cm x 12cm) 150m 3,70 555,00 Caibro (5cm x 6cm) 165m 1,70 280,50 Prancha de madeira (2,5x30cm) 48m 4,00 192,00 Ripa (2cm x 5cm) 150m 0,60 90,00 Tela tipo sombrite 1.580m 0,50 790,00 Lona plástica 500m 0,75 375,00 Telha de amianto (3,60x1,10m) 20 50,00 1.000,00 Capa de barro 45 1,40 63,00 Pedra Britada (nº1) 12m 43,50 522,00 Prego (24x60) 02kg 4,95 9,90 Prego (19x36) 02kg 4,95 9,90 Prego (22x48) 02kg 4,95 9,90 Prego com proteção de borracha (18x27) 05kg 8,26 41,30 VALOR TOTAL R$ 11.772,00 24 DESCRIÇÃO DESPESAS COM COMBUSTÍVEL QTDE. (litros) VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL Coletas de sementes, transporte de materiais e apoio técnico 600 R$ 2.40 R$ 1.440,00

DESPESAS COM PESSOAL 25 DESCRIÇÃO QTDE. VALOR MENSAL TOTAL DE 7 MESES Funcionários do viveiro 03 R$ 1.728,90 (ref. salário + impostos de 3 funcionários)* Técnico responsável (Carga horário 72h/mês) R$ 12.102,30 01 R$ 550,00 R$ 3.850,00 VALOR TOTAL R$ 15.952,30 * Para que cada funcionário receba um valor líquido mensal de R$ 300,00 será necessário disponibilizar um valor bruto de R$ 576,30 para o pagamento de INSS, FGTS, férias e 13º salário. DESPESAS COM MÃO DE OBRA DESCRIÇÃO QTDE. VALOR Pedreiro/Carpinteiro 01 3.200,00 VALOR TOTAL R$ 3.200,00 VALOR TOTAL DO PROJETO CUSTO DESPESAS COM ADM. DO CUSTO TOTAL DO PARCIAL PROJETO (15%) PROJETO R$ 35.748,50 R$ 5.362,28 R$ 41.110,78 OBSERVAÇÕES: (i) (ii) É importante salientar que aproximadamente 30% do custo total desse projeto será destinado ao pagamento dos funcionários que trabalham no viveiro. Cabe ressaltar, que o valor total do projeto poderá ser reduzido mediante destinação de recursos financeiros ou materiais provenientes de outras fontes, tais como passivos ou compensações ambientais, doações, entre outros. Caso isso ocorra durante a execução do projeto o valor das parcelas poderá ser reduzido.

26 10.2 PROGRAMAÇÃO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA De acordo, com as necessidades apresentadas neste projeto, sugere-se que o valor orçado seja parcelado em quatro vezes iguais, ocorrendo os pagamentos até o 10º dia dos meses de julho, agosto, outubro e dezembro, conforme descrito no cronograma financeiro abaixo. MESES JULHO AGOSTO OUTUBRO DEZEMBRO RESUMO DOS GASTOS NO PERÍODO 1/4 do total do valor solicitado no item material de consumo 1/4 do total do valor solicitado no item material permanente 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com combustíveis 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com pessoal 1/4 do total do valor solicitado no item mão de obra 1/4 do total do valor das despesas administrativas do projeto 1/4 do total do valor solicitado no item material de consumo 1/4 do total do valor solicitado no item material permanente 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com combustíveis 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com pessoal 1/4 do total do valor solicitado no item mão de obra 1/4 do total do valor das despesas administrativas do projeto 1/4 do total do valor solicitado no item material de consumo 1/4 do total do valor solicitado no item material permanente 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com combustíveis 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com pessoal 1/4 do total do valor solicitado no item mão de obra 1/4 do total do valor das despesas administrativas do projeto 1/4 do total do valor solicitado no item material de consumo 1/4 do total do valor solicitado no item material permanente 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com combustíveis 1/4 do total do valor solicitado no item despesas com pessoal 1/4 do total do valor solicitado no item mão de obra 1/4 do total do valor das despesas administrativas do projeto VALOR TOTAL NECESSÁRIO NO PERÍODO R$ 10.277,70 R$ 10.277,70 R$ 10.277,70 R$ 10.277,70

11. CONTRAPARTIDA 27 A Instituição proponente oferece como contrapartida os seguintes itens: Máquina Fotográfica digital R$ 1.630,00 Micro-computador e impressora R$ 2.520,00 Binóculo 10 30 x 50 R$ 680,00 Equipamentos para os cursos de capacitação e palestras de educação ambiental R$ 3.240,00 VALOR TOTAL DA CONTRAPARTIDA R$ 8.070,00 II. APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PROPONENTE E DAS PARCERIAS Identificação da Instituição Proponente: Nome: Instituto das Águas da Serra da Bodoquena IASB Endereço: Av. Cel. Pilad Rebuá, nº 1.186, Centro Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: (67) 255-1920 Fax: (67) 255-2245 Endereço eletrônico: www.iasb.org.br/ iasb@iasb.org.br CNPJ: 05.583.872/0001-43 Representante Legal: Nome: Eduardo Folley Coelho Cargo: Presidente CPF: 200.694.131-34 RG: 054.628-SSP/MS Endereço: Av. Cel. Pilad Rebuá, nº 1.186, Centro Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: (67) 255-1920 Fax: (67) 255-2245 Endereço eletrônico: riodaprata@riodaprata.com.br Coordenador do Projeto: Nome: Fabricio de Souza Maria Cargo: Assessor técnico Profissão: Biólogo CRB: 35.497/01-D C.P.F: 079.468.258-89 RG: 17.571.097 SSP/SP Endereço: Rua General Rondon, nº 1185, Centro Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: (67) 915-8519 Endereço eletrônico: vivibap@ig.com.br Identificação das Instituições Parceiras:

28 Nome: Prefeitura Municipal de Bonito Representante Legal: Geraldo Alves Marques Endereço: Rua Pílad Rebuá, 1780, Centro Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: 67 255-1578 Fax: 255-1578 Endereço eletrônico: pmbonito.gabinete@uol.com.br Nome: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/IBAMA - Parque Nacional da Serra da Bodoquena Representante Legal: Adílio Augusto Valadão de Miranda Endereço: Rua Olívio Jacques, 795, Vila Donária Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: 67 255-1765 Fax: 255-2434 Endereço eletrônico: adilio.miranda@ibama.gov.br Nome: Ministério Público - Promotoria de Justiça de Bonito/MS Representante Legal: Luciano Furtado Loubet Endereço: Rua Dr. Conrado, 800, Ed do Fórum, Vila Donária Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: 067 255-1300 Fax: 067 255-1300 Endereço eletrônico: luciano_loubet@mp.ms.gov.br Nome: Secretaria Municipal de Meio Ambiente Agricultura e Pecuária - SEMAP Representante Legal: Clademar José Sovernigo Endereço: Rua Pílad Rebuá, 1250, Centro Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: 067 255-3316 Fax: 067 255-2657 Endereço eletrônico: semap@vsp.com.br Nome: Instituto de Desenvolvimento Agrário Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul IDATERRA Representante Legal: Airton José Silva Garçez Endereço: Av. Belinha, 428, Vila Donária Município: Bonito/MS CEP: 79.290.000 Telefone: 067 255-1388 Endereço eletrônico: idaterra@vsp.com.br

III. CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL 29 O Instituto das Águas da Serra da Bodoquena - IASB é uma organização não governamental sem fins lucrativos, com caráter técnico, cientifico e ambiental, criada em Bonito/MS por proprietários rurais, empresários, ambientalistas e comunidade ribeirinha como finalidade e objetivos recuperar, conservar e proteger os rios, as matas e a biodiversidade existente na região da Serra da Bodoquena. O IASB originou-se de uma antiga associação denominada Amigos do Mimoso, formada por proprietários, ambientalistas e moradores de áreas as margens do Rio Mimoso, preocupados com as condições de conservação da região, se reuniram 1999, para buscar soluções a fim de minimizar o processo de degradação do referido rio. O plano de gestão do Instituto das Águas da Serra da Bodoquena baseia-se na recuperação e manutenção da qualidade das águas, do solo e da vegetação, das microbacias da Serra da Bodoquena através de pesquisas e trabalhos que visem o melhoramento e a sustentabilidade do ambiente natural e social. O Instituto se manterá acima de quaisquer interesses particulares e poderá formar parcerias com outras organizações não governamentais, órgãos públicos e privados, entidades nacionais e estrangeiras que atuem em áreas afins. As principais ações desenvolvidas foram: (i) Campanhas de conscientização junto à população local sobre a importância dos recursos hídricos e da conservação da vegetação ciliar existente ao longo das microbacias; (ii) Programas de educação ambiental junto às propriedades rurais e população ribeirinha envolvendo questões sobre a destinação adequada de resíduos sólidos, separação e coletas de lixo e embalagens de defensivos agrícolas que eram lançadas às margens dos rios e de estradas próximas a cursos d água; (iii) Recomposição de matas ciliares, através da formação, distribuição e plantio de mudas de espécies nativas; (iv) Sobrevôo em parceria com o IBAMA em microbacias localizadas na Serra da Bodoquena para avaliar a ocupação do solo e a conservação das matas ciliares; (v) Parcerias com órgãos públicos municipais e estaduais, para recuperar estradas que estavam provocando o assoreamento de rios e a erosão dos solos; (vi) Incentivo e apoio a ações para redução de processos erosivos em pastagens e lavouras, como a construção de curvas de nível e caixas de retenção de águas pluviais, entre outras.

IV. PERFIL PROFISSIONAL DO RESPONSÁVEL TÉCNICO 30 Fabrício de Souza Maria - Biólogo formado pela Universidade Metodista de Piracicaba- UNIMEP, com pós graduação em Ecoturismo e Educação Ambiental pela União das Faculdades Integradas da Fundação Hermínio Ometto/UNIARARAS, Araras-SP. Atua no setor de ecoturismo e Botânica desde 1995 em propriedades particulares e Unidades de Conservação. Foi Biólogo Pesquisador da Fundação de Estudos Agrários e Centro de Energia Nuclear na Agricultura CENA/USP, Piracicaba-SP no Projeto de implantação, monitoramento hidrológico de microbacias hidrográficas, levantamento da qualidade e quantidade de águas superficiais e recuperação de matas ciliares. É professor universitário do curso de Turismo do Instituto de Ensino Superior da Funlec/IESF-UNIGRAN de Bonito e desenvolve trabalhos de Consultoria e Monitoramento Ambiental na área de botânica e hidrologia. Em 2003 foi credenciado junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SEMA/IMAP e ao SEBRAE/MS desenvolvendo trabalhos como consultor ambiental e instrutor na área de biologia. Em Bonito, participou de alguns trabalhos na área da botânica tais como: Levantamento florístico, fisionômico e fitossociológico das formações naturais da Colônia de Férias do SESI; Levantamento botânico das trilhas do Recanto Ecológico Rio da Prata; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD na Fazenda América, Levantamento botânico, formação de mudas e reflorestamento de um trecho da microbacia hidrográfica do Rio Mimoso; entre outros.