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Transcrição:

Capacitação Sistema Operacional Linux

Parte I Introdução Quando abordamos o assunto sistema operacional, acredito que, para muitos usuários e profissionais da área de tecnologia venha a sua cabeça a imagem da bandeira do Windows. O que muitos não tem ideia é que tratando-se de segurança, estabilidade e principalmente liberdade de uso, o GNU/Linux é e sempre será a melhor opção. Uma pesquisa realizada no ano de 2010 apontou que dos 500 supercomputadores mais velozes do planeta, 470 rodavam o sistema operacional GNU/Linux em seu hardware. Quando adquirimos um smartphone com sistema Android, na verdade toda a estrutura lógica é montada sobre o Linux, roteadores, radares, caixas eletrônicos, tablets e até televisores, ele está presente nos dias de hoje em inúmeros equipamentos da área de T.I. e pode ser que você neste momento esteja operando-o e não saiba. Neste curso você conhecerá um sistema Linux bem interessante e intuitivo, onde fará que qualquer usuário apaixone -se não só pela beleza, segurança, facilidade de operação e estabilidade, mas também pela cultura do software livre. Quando tudo começou Um computador sem sistema operacional para que usuários possam interagir, torna-se um equipamento inoperante. Foi justamente com essa necessidade que, em 1984, um senhor chamado Richard Stallman, fundador da FSF (Foundation Software Free), criou um projeto

denominado GNU, que propunha a criação de um sistema operacional totalmente livre e compatível com o sistema operacional UNIX, porém não poderia utilizar o código fonte deste sistema. Em primeiro momento Richard Stallman não teve êxito com seu projeto, pois possuía alguns aplicativos livres, mão não o mais importante, o Kernel do sistema operacional, que na verdade é o responsável por fazer a comunicação entre o hardware e o software de um equipamento. Enquanto isso na Universidade de Helsinki (Finlândia), um estudante universitário do curso de Ciência da Computação chamado Linus Torvalds, iniciava um projeto pessoal de um kernel, onde ele pudesse criar seus próprios drivers para os dispositivos e ter a liberdade de uso, na qual não possuía até então. Este projeto foi iniciado baseado no sistema Minix, um pequeno sistema UNIX, desenvolvido por Andrew S. Tanenbaum. Quando o projeto teve início, Linus decidiu distribuir o seu kernel (códigos fontes) por toda a faculdade, a fim de angariar colaboradores para que ajudassem no desenvolvimento do sistema, desta forma nasceu o núcleo do sistema operacional. Richard Stallman Linus Torvalds

A História do Sistema GNU/Linux No dia 05 de outubro de 1991, Linus Torvalds anunciou sua primeira versão oficial do Kernel Linux, que era intitulada de versão 0.02. Curiosamente quem teve a ideia e batizou o sistema com o nome de Linux foi Ari Lemmke, administrador do site ftp.funet.fi. O nome na verdade foi atribuído ao diretório FTP, no qual o Kernel Linux estava hospedado inicialmente, pois Linus, a princípio, havia batizado de Freax. Nessa época a Free Software Foundation (FSF) mantinha o projeto GNU e já estava muito próxima de alcançar o seu ideal, porém ainda faltava o kernel para gerenciar aplicações livres, enquanto engatinhava com um projeto de kernel livre denominado Hurd, diante do anúncio Ari Lemmke de Linus Torvalds, Richard Stallman propôs a união de suas ferramentas GNU com o recém criado kernel de Linus; nascia o primeiro sistema operacional livre, GNU/Linux.

O que é um Sistema Operacional GNU/Linux O GNU/Linux é um sistema operacional que possui algumas peculiaridades, dentre elas o fato de ser um sistema multiusuário e multitarefa. Ao contrário do sistema Windows, o sistema Linux é multiusuário, desta forma ele permite que a sua operação suporte vários usuários simultaneamente. Para que um sistema operacional seja considerado multiusuário, ele deve controlar o que cada usuário está executando no sistema de forma individual, como por exemplo, vários usuários acessando suas contas de e-mails ao mesmo tempo em um computador que possua um sistema operacional GNU/Linux instalado e um servidor de e - mails configurado. O sistema multiusuário deve entender cada usuário de forma individual e controlá-lo de maneira que não interfira na utilização de outro usuário. Nos dias atuais a grande maioria dos sistemas operacionais, como OS X (Apple), Microsoft Windows e Unix já são multitarefa, pois podem executar várias tarefas de forma simultânea, como editar um texto e navegar na internet ouvindo músicas.

Parte II Conceitos Licença GPL A Licença Pública Geral GNU, ou apenas GPL é uma denominação para uma licença de software livre, criada por Richard Stallman no final da década de 80 na Free Software Foundation (FSF). Esta licença é que mais possui participações nos projetos de software livre, sendo boa parte ligada aos projetos Linux. Todo software desenvolvido sob a licença GPL, pode ser alterado e comercializado, desde que siga os quatro princípios básicos ou podemos denomina-los de quatro liberdades : Liberdade nº 0 - A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito. Liberdade nº 1 A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades. Acesso ao código fonte é um pré-requisito para esta liberdade. Liberdade nº 2 A liberdade de redistribuir cópias, de modo que você possa ajudar o próximo. Liberdade nº 3 A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao código fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

No caso de um programa possuir todas estas liberdades, ele pode ser considerado um software livre. Portanto baseando-se nestes princípios, você pode redistribuir cópias de softwares livres, com ou sem modificações gratuitamente ou cobrando uma taxa pela distribuição e empacotamento do software, para qualquer um em qualquer lugar do planeta. Projeto GNU Richard Stallman, o fundador da FSF, em janeiro de 1984 criou um projeto com o nome de GNU. Este projeto tinha como foco a criação de um sistema operacional totalmente livre e que fosse compatível com o sistema UNIX, mas não deveria conter ou utilizar o seu código fonte. O nome GNU foi referenciado ao manifesto GNU e é um acrônimo recursivo de, GNU is Not Unix (em português: GNU não é UNIX). Software Livre O termo software livre veio do inglês Free Solftware. Segundo a FSF, é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição e garantido pelas suas licenças. Richard Stallman faz uma simples analogia entre programas de computador e receitas culinárias, ele diz que um programa se parece muito com uma receita, ambos são uma lista de passos que devem ser seguidos com muito cuidado, com regras que determinam quando terminar ou quando

retornar. No final obtém-se um resultado e se você gosta de cozinhar, provavelmente troca as receitas com amigos e faz alterações também! Se a receita foi alterada e o resultado é agradável a você e seus amigos, você talvez dará a versão alterada da receita para ele s. Esta liberdade é equivalente ao que temos com o software livre. Padrões Abertos e Interoperabilidade Quando se cria um arquivo, é necessário que este siga algumas regras para que funcione corretamente dentro de um sistema. Um padrão define exatamente quais são estas regras e um padrão livre significa que ele tem que ser publicamente acessível, ou seja, qualquer pessoa pode estudá-lo e utilizá-lo, e também não pode cobrar royalties pela sua utilização. Um exemplo de padrão livre é o Open Document Format for Office Applications (ODF), que é um padrão ISO e também faz parte da ABNT, ele especifica as regras a serem utilizadas na criação e leitura de documentos de suítes de escritórios, esse padrão foi criado por uma grande quantidade de empresas que em conjunto chegaram a um consenso. A interoperabilidade é a possibilidade de programas diferentes se comunicarem, podemos citar como exemplo um documento de texto criado em um computador rodando Linux com a suíte de aplicativos para escritório OpenOffice.org, este documento pode ser lido e editado em um celular utilizando um sistema operacional Android ou em outros computadores utilizando o Microsoft Windows ou até mesmo o OS X da Apple com a suíte de aplicativos para escritório MS-Office. Os padrões abertos estão

diretamente ligados a interoperabilidade, pois possibilitam que qualquer desenvolvedor de programas siga aquelas regras e isso assegura que um novo programa para efetuar determinada função irá conseguir ler e salvar os arquivos em um formato compatível com outros programas que funcionam tanto no mesmo sistema operacional quanto em outros sistemas operacionais.