Contribuições do Polo Têxtil de Confecções do Norte-Noroeste Paranaense Para o Desenvolvimento Regional

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Transcrição:

Desenvolvimento Regional e Territorial Contribuições do Polo Têxtil de Confecções do Norte-Noroeste Paranaense Para o Desenvolvimento Regional Josimari de Brito Morigi 1 Jéssica Rodrigues dos Santos 2 Silvio Thomé Junior 3 Resumo: O presente estudo, objetiva analisar as contribuições do polo têxtil de confecções situado nas regiões Norte e Noroeste do Estado do Paraná para o desenvolvimento regional. Para tanto, realizou-se a pesquisa bibliográfica, o levantamento de dados junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e a coleta de dados junto à governança de três Arranjos Produtivos Locais do setor têxtil de confecção. Este polo têxtil tem contribuído significativamente para o desenvolvimento econômico e social das regiões Norte e Noroeste do Estado, sobretudo, através da geração de emprego e de renda, e também por meio da contribuição tributária das empresas que é arrecadada por cada município e pode ser aplicada em benefícios coletivos: saúde, educação, segurança, transporte, etc. Palavras-chave: Polo Têxtil de Confecção, Regiões Norte e Noroeste Paranaense, Desenvolvimento Regional. Introdução A indústria têxtil ganha força nas regiões Norte e Noroeste do Paraná no século XX, se desenvolvendo progressivamente até os dias de hoje, fortalecendo-se com a modernização de máquinas e equipamentos e com a grande mão de obra disponível para empregar. Surge assim um polo têxtil nas regiões supracitadas, influenciadas desde os primórdios pela cultura do algodão e do tear. Isto posto, o presente estudo tem o intuito de evidenciar a implantação, consolidação e transformação da indústria têxtil e de confecção nas referidas regiões, e expor a caracterização dessa indústria no âmbito regional paranaense, e de que forma essa atividade contribui para o desenvolvimento econômico e social. Metodologia Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, adotou-se os seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica sobre a temática estudada, levantamento de dados quantitativos junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e coleta de dados junto à governança de três Arranjos 1 Mestre. Professora do Colegiado de Administração. josimorigi@gmail.com 2 Acadêmica do curso de Administração. jessicaadm512@gmail.com 3 Acadêmico do curso de Ciências Econômicas. silvio_tjr@hotmail.com 1

Produtivos Locais do setor têxtil de confecção, situados nas regiões Norte e Noroeste paranaense. Resultados e Discussões O Polo Têxtil de Confecção do Paraná foi criado através do Decreto-Lei Estadual de n 11.720/97, de 15 de maio de 1999, e está concentrado nas regiões Norte e Noroeste do Estado, constituindo o que também se denomina como Corredor da Moda. Esse polo possui um grande potencial têxtil confeccionista, é considerado o segundo maior polo industrial têxtil e de confecção do Brasil, e é integrado pelos seguintes municípios: Londrina, Maringá, Apucarana e Cianorte. Sendo que Cianorte é considerada Capital do Vestuário, enquanto que Apucarana é conhecida nacionalmente como Capital do Boné. Ambas possuem um elevado grau de especialização no setor têxtil de confecção, o qual emprega um grande percentual de mão de obra. Ressalta-se ainda que os municípios de Maringá e Londrina, muito embora, não tenham o setor têxtil como principal setor produtivo, este representa um dos principais geradores de emprego e de renda, contribuindo significativamente para o desenvolvimento regional. Diversas empresas que integram o Corredor da Moda iniciaram suas atividades durante as décadas de 1970 e 1980, estando, portanto, há vários anos no mercado. No início, essas empresas produziam de forma artesanal, porém, com o passar do tempo a expansão da demanda nacional, aliada à concorrência com o mercado externo, obrigou muitas empresas a modificarem seus processos produtivos, prevalecendo a produção fabril, e muitas delas também adotaram o preço como fator competitivo, afetando desse modo a rentabilidade e a lucratividade. A nova postura adotada, fez com que as empresas também modificassem suas estratégias, utilizando a diferenciação do produto como uma maneira de agregar valor ao mesmo e também como um importante diferencial competitivo. Nesse contexto, salienta-se que a cadeia produtiva da indústria da confecção é bem ampla, englobando costureiras, lavanderias, tinturarias, serviços de estamparia, serigrafia, bordados e uma série de atividades. A forte sinergia entre as empresas que constituem esse aglomerado têxtil de confecção deu origem no início da década de 2000 a três Arranjos Produtivos Locais (APLs), isto é, aglomerações de empresas com a mesma especialização produtiva, que apresenta um grau 2

intensivo de cooperação e interação e que estão localizadas em um mesmo espaço geográfico, conforme a definição apresentada pelo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2003). Dentre os três APLs originados está o Arranjo Produtivo de Apucarana que engloba a cadeia produtiva de confecção de bonés e é formada por aproximadamente 560 empresas, sendo a maioria delas microempresas, que incluem indústrias de tecido, de viés, empresas de bordado, indústria de abas plásticas, fabricantes e fornecedoras de equipamentos, serigrafia, atacadista de aviamentos, entre outras. Constituindo um agregador de valor, tecnologia, e um organismo de vanguarda, com ações e atividades que fortalecem o setor. Segundo dados fornecidos pela governança do APL, atualmente o mesmo detém 70% do mercado nacional. Outro aglomerado constituído é o APL de Confecções de Cianorte e Maringá, que além destes, engloba os seguintes municípios: Ângulo, Astorga, Cidade Gaúcha, Floresta, Guaporema, Iguaraçu, Indianópolis, Japurá, Jussara, Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Nova Olímpia, Paiçandu, Rondon, São Manoel do Paraná, São Tomé, Sarandi, Tapejara, Tapira, Terra Boa e Tuneiras do Oeste. De acordo com informações do gestor da Governança, o APL de Cianorte/Maringá é formado por 1750 indústrias de confecções, que geram 60 mil empregos diretos e 90 mil indiretos na região. Sendo que 90% da mão de obra empregada trabalha na área operacional. Em conjunto essas empresas produzem mensalmente cerca de 13 milhões de peças, para atender o mercado nacional e internacional. Segundo Nagamatsu (2011), Cianorte possui aproximadamente 460 estabelecimentos do segmento têxtil vestuário, sendo cerca de 410 microempresas, e geram cerca de 4000 empregos. Maringá por sua vez, possui cerca de 580 estabelecimentos no setor têxtil e gera aproximadamente 7800 empregos. Maringá e Cianorte são os dois grandes Polos de Confecção do Paraná. Maringá, diferentemente de Apucarana e Cianorte, apresenta heterogeneidade tecnológica e diversidade de produtos: jeanswear, fitnesswear, moda gestante, underwear e casualwear. O terceiro arranjo produtivo é o APL de Londrina que segundo dados de seu coordenador, é constituído por aproximadamente 660 empresas de confecção, que juntas geram cerca de 14500 empregos diretos, dos quais 80% são na área 3

operacional e 20% em área administrativa. Além disso, a produção estimada dessas empresas é de um milhão de unidades por mês para atender o mercado nacional e internacional. Em decorrência da carência de mão de obra qualificada, essencial para a expansão do setor, diversas empresas que integram o polo têxtil de confecção, em parceria com as Associações Comerciais, Industriais e de Serviços, e a Prefeitura de cada município, iniciaram um processo de negociação junto ao Ministério da Educação/PROEP para que fosse implantado na região um centro de formação e treinamento de mão de obra nas áreas têxtil e de confecção. Tal reinvindicação resultou na implantação do Centro Moda em Apucarana, que é uma escola técnica para formação e capacitação de profissionais para a indústria do vestuário e moda. No ano de 2006, um dos campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR, passou a ser o Centro Moda. Em 2007, foram implantados o Curso Médio Integrado em Industrialização do Vestuário e o Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, sendo que este último também é ofertado desde 2002 pela Universidade Estadual de Maringá UEM - campus regional de Cianorte, e desde 1997 pela Universidade Estadual de Londrina UEL. Também foram firmadas parceriais com Sindicatos regionais e municipais da indústria do vestuário e de confeccções, com instituições públicas e privadas, tais como: UEM, UEL, Universidade Estadual do Paraná UNESPAR, Centro Universitário de Maringá CESUMAR, SEBRAE e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI, contribuindo ainda mais para a qualificação profissional de mão de obra para o setor e também para a definição de estratégias que possam contribuir para o seu desenvolvimento. Muito embora o cenário econômico nacional ainda esteja conturbado por conta da crise e do índice elevado de desemprego, e apesar da forte concorrência do setor têxtil nacional com o mercado externo, especialmente com a China, destaca-se que nos dois primeiros meses de 2017, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram criadas 12750 vagas para o setor têxtil no Brasil, sendo que o Paraná foi responsável por 1854 delas. Ademais, deste montante estadual, Londrina, Cianorte e Maringá foram responsáveis por quase 30% das vagas criadas. Segundo dados do Caged, de janeiro a novembro de 4

2016 o setor de confecção do norte pioneiro gerou 639 vagas de trabalho. Destacase ainda que de acordo com o jornal Folha de Londrina, o Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário do Paraná (Sivepar) prevê para este ano um crescimento de 5% a 10% para o setor, o que certamente contribuirá para um aumento na contratação de pessoal e nos investimentos em melhorias das plantas industriais. Considerações Finais Ao analisar os dados da pesquisa, pode-se constatar que a produção têxtil é responsável e precursora do desenvolvimento social, econômico e cultural das regiões Norte e Noroeste do Estado do Paraná, sendo fomentado e incentivado por Instituições que ofertam cursos voltados para a área da moda e também pela grande mão de obra disponível no mercado. Este polo têxtil tem contribuído significativamente para o desenvolvimento econômico e social das regiões supracitadas, sobretudo, através da geração de emprego e de renda, e também por meio da contribuição tributária das empresas que é arrecadada por cada município e pode ser aplicada em benefícios coletivos: saúde, educação, segurança, transporte, etc. Intenta-se realizar pesquisas futuras que abordem mais detalhadamente aspectos ligados ao fator de empregabilidade desse polo com enfoque nas variáveis que influenciam no desenvolvimento econômico das regiões estudadas. Referências CAGED CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS. Disponível em: http://portalfat.mte.gov.br/programas-e-acoes-2/caged-3/> Acesso em 17 de maio de 2017. FOLHA DE LONDRINA. Indústria têxtil do Paraná retoma contratações. Disponível em: http://www.folhadelondrina.com.br/economia/industria-textil-do-prretoma-contratacoes-973944.html> Acesso em 16 de maio de 2017. NAGAMATSU, Rosimeiri Naomi. Análise da estrutura de governança dos arranjos produtivos locais do polo de confecção do norte-noroeste do estado do Paraná. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2011. SEBRAE - SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Termo de Referência para Atuação do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais. Brasília, 2003. 5