Fazendo o melhor das suas Transmissões Fenner

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Transcrição:

Alves, APRIL 2010 1

Fazendo o melhor das suas transmissões Fenner Embora o princípio seja antigo, a transmissão por correia trapezoidal de hoje é um método extremamente eficiente de transmissão de potência entre a máquina motriz e a máquina accionada. Ela deve a sua actual performance elevada a muitos anos de pesquisa e desenvolvimento levado a cabo pelas nossas equipas de engenheiros e tecnólogos que levou a refinamentos significativos nos materiais e nos processos. Para obter o máximo beneficio de tais avanços é importante que os simples mas necessários procedimentos de design, selecção, instalação e manutenção aqui estabelecidos sejam rigorosamente seguidos. A devida atenção aos pormenores dará certamente dividendos. Se as seguintes rotinas fizerem parte da prática normal do vosso serviço de design e manutenção então será obtida uma óptima performance e longa vida sem problemas com as transmissões Fenner. Alves, APRIL 2010 2

Design da transmissão... O que se Deve e Não Deve fazer 1. Quando estimar a potência necessária para a transmissão, não se esqueça de aplicar o factor de serviço apropriado relativo à combinação motorização e máquina. Devem-se considerar não só as características de funcionamento das máquinas, como a suavidade, choques pesados, vibração, mas também quaisquer cargas anómalas aplicadas durante o arranque por motores de elevado binário ou a inércia da máquina movida. Este último ponto é particularmente importante no caso de transmissões de incremento de velocidade. 2. Os diâmetros da polias não devem ser nem muito pequenos nem muito grandes em relação aos outros componentes da transmissão. Polias com diâmetros muito pequenos causam flexão desnecessária das correias e podem levar a falhas prematuras nos rolamentos das máquinas. Polias grandes têm, obviamente, desvantagens relativas ao espaço e custo. Alves, APRIL 2010 3

Design da transmissão... O que se Deve e Não Deve fazer 3. Para qualquer combinação de diâmetros de polias deve ser escolhido um comprimento de correia de forma a manter um adequado arco de contacto na polia pequena. Correias que sejam desnecessariamente compridas necessitam de maior margem de afinação e podem causar problemas com a flecha do lado frouxo da transmissão. Nesta altura deve ser considerado o local da transmissão de forma a assegurar espaçamento adequado para o procedimento de tensionamento das correias o qual faz parte da rotina de instalação e manutenção. 4. Em transmissões com distância entre centros fixa é prática usual tensionar as correias através de uma polia tensora. Estas polias adicionais não devem ser menores que as polias motrizes e não devem ser posicionadas próximo da polia pequena, pois tal pode reduzir significativamente o arco de contacto da correia. Não é recomendável aplicar a polia tensora no exterior da correia pois a flexão contrária pode danificar a as correias, particularmente nas versões SP (super potentes). Alves, APRIL 2010 4

5. As correias não devem estar sujeitas a calor ou frio extremos. As correias standard podem tolerar uma considerável gama de temperaturas entre 18º e 60ºC sem se danificarem. As transmissões podem ser concebidas fora desta gama mas podem ser necessárias correias especiais. Certas correias têm capacidade de resistência ao fogo e auto-extinguem-se em pouco tempo no caso de um incêndio. Estas correias devem ser sempre usadas em atmosferas potencialmente explosivas. 6. A base de montagem da transmissão deve ser rígida para prevenir variações na tensão das correias em carga. Não devem ser usados apoios de borracha tanto na máquina motriz como na movida. A base deve ser concebida de forma a ter uma grande margem para afinação do tensionamento das correias e que permita manter o fácil alinhamento da transmissão. 7. As transmissões não devem estar completamente tapadas por protecções. Protecções com rede são comuns e o tipo de rede deve ser escolhido de forma a permitir a normal circulação de ar mas prevenindo qualquer contacto acidental com a transmissão. Alves, APRIL 2010 5

Instalação e Manutenção Pontos a lembrar A bucha Taper-Lock é o seu ponto de partida para a instalação. A instalação da transmissão é directa e simples com o Taper-Lock mas os passos aqui indicados não devem ser ignorados. Primeiro remover a camada protectora do furo e exterior da bucha, e do furo do cubo (da peça a montar com a bucha). Após assegurar-se de que as superfícies cónicas estão completamente limpas e livres de óleo e sujidade, inserir a bucha no cubo para que os furos fiquem alinhados. Olear ligeiramente a rosca e ponta dos pernos, ou rosca e superfície inferior dos parafusos de cabeça cilíndrica; introduzi-los nos furos roscados. Limpar o veio e assentar o conjunto no veio e situá-lo na posição desejada, recordando que a bucha prende primeiro o veio e depois o cubo é ligeiramente puxado para a bucha. Usando uma chave hexagonal (allen) apertar gradual e alternadamente os parafusos. Bater contra o lado maior da bucha usando um bloco ou manga para evitar danos. (Isto garante que a bucha assenta por igual no furo). Os parafusos rodarão um pouco mais. Repetir este procedimento uma ou duas vezes para atingir o máximo aperto ao veio. ALINHAMENTO Se for aplicada uma chaveta, montá-la no escatel do veio antes de montar a bucha. É essencial que seja uma chaveta paralela e apenas de interferência lateral com intervalo no topo. Após a transmissão ter rodado sob carga durante um curto espaço de tempo, parar e verificar o aperto dos parafusos. Encher os furos vazios com massa para impedir a entrada de sujidade. Agora que as polias foram correctamente assentes nos seus veios, as correias podem ser instaladas para completar a transmissão. Nesta altura vale a pena lembrar a importância de usar jogos de correias e a verificação do alinhamento correcto das polias. Se não efectuar isto, o rendimento da transmissão será afectado e reduzida a sua vida útil. As figuras acima indicam algumas das falhas de alinhamento mais comuns. Só se deve ficar satisfeito quando a figura 4 for atingida. Alves, APRIL 2010 6

Antes de montar as correias, reduzir a distância entre eixos (ponto 3 de O que se Deve e Não Deve Fazer ) para que passem as polias sem o uso de força. As correias trapezoidais podem ser facilmente danificadas com o uso de ferramentas para esticar as correias acima do gorne da polia. Conforme mencionado anteriormente, a transmissão por correia trapezoidal moderna é um método altamente eficiente de transmissão de potência mas a óptima performance não será atingida a menos que os procedimentos para o tensionamento correcto sejam seguidos: 1. Medir a distância entre eixos 2. Ao centro dessa distância aplicar uma força em ângulo recto numa correia para que a mesma seja deflectida 16mm por cada metro de distância entre eixos 3. Comparar essa força com o valor indicado na tabela ao lado. Se a força medida estiver dentro dos valores indicados então o tensionamento da transmissão deverá ser satisfatório. Uma força medida inferior ao valor mais baixo da tabela indica sub-tensionamento. Uma transmissão nova deve ser tensionada ao valor mais alto para permitir a diminuição de tensão que naturalmente se produz durante o período de rodagem. Depois da transmissão ter rodado durante algumas horas a tensão deve ser verificada e reajustada para o maior valor. A transmissão FORÇAS DE TENSIONAMENTO Secção da correia SPZ SPA SPB SPC Força requerida para deflectir uma correia em 16mm por metro de distância entre eixos Diâmetro da Quilogramaforça [kgf] polia pequena Newton [N] [mm] 67 a 95 10 a 15 1.0 a 1.5 100 a 140 15 a 20 1.5 a 2.0 100 a 132 20 a 27 2.0 a 2.7 140 a 200 28 a 35 2.8 a 3.5 160 a 224 35 a 50 3.5 a 5.1 236 a 315 50 a 65 5.1 a 6.6 224 a 355 60 a 90 6.1 a 9.2 375 a 560 90 a 120 9.2 a 12.2 Z 56 a 100 5 a 7,5 0.5 a 0.8 A 80 a 140 10 a 15 1.0 a 1.5 B 125 a 200 20 a 30 2.0 a 3.1 C 200 a 400 40 a 60 4.1 a 6.1 Tudo o que resta agora é montar uma protecção adequada do tipo de rede conforme ilustrado anteriormente. deve ser depois tensionada a intervalos regulares de manutenção. Alves, APRIL 2010 7

Quando é altura de substituir... Com cuidados apropriados uma transmissão por correias Fenner fornecerá muitos milhares de horas de serviço eficiente e sem problemas, mas quando é necessário proceder a substituições as dicas aqui dadas serão úteis. Numa transmissão com mais do que uma correia a falha de uma delas não implica falha iminente de toda a transmissão, embora se devam tomar medidas de forma a substituir todo o jogo de correias o mais cedo possível. As correias não devem ser substituídas individualmente pois tal é contrário ao que foi mencionado anteriormente acerca da importância do correcto tensionamento. Tendo um jogo correcto de correias, verificar se as polias apresentam sinais óbvios de desgaste antes de montar. Deixar ficar polias gastas danificará rapidamente as correias. Se uma polia estiver muito gasta nos flancos dos gornes então deve ser substituída porquanto continuará a provocar problemas desnecessários. Quando as transmissões estão paradas durante muito tempo o tensionamento de funcionamento deve ser diminuído durante o tempo de paragem e retensionadas antes da sua utilização. Uma palavrinha ao armazenista... Quando as correias são armazenadas durante longos períodos de tempo não devem ser sujeitas a humidade nem a luz solar directa. Não devem ser deixadas no chão em rolos fechados mas sim penduradas num suporte com um raio adequado para evitar qualquer possibilidade de ficarem torcidas ou qualquer outro tipo de distorção. Finalmente, quando instalar uma transmissão nova, vale certamente a pena seguir os procedimentos contidos nesta informação. As correias Fenner são o resultado de mais de 60 anos de experiência prática adquirida numa multitude de aplicações em todo o mundo. Alves, APRIL 2010 8