PALESTRAS. VISÃO NO MANEJO E CONTROLE DO MOFO BRANCO CASO OLERICULTURA. Gheller, J. A.

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Transcrição:

APRESENTAÇÃO Nesta publicação são apresentados resumos de palestras e resumos científicos do Encontro Internacional de Mofo Branco sendo parte complementar do Anais do 1º Encontro Internacional de Mofo Branco, Ponta Grossa, 2012. PALESTRAS VISÃO NO MANEJO E CONTROLE DO MOFO BRANCO CASO OLERICULTURA. Gheller, J. A. RESUMO: A produção de hortaliças no Paraná apresentou nos últimos dez anos um incremento de 74%, saltando de 1,71 milhões de toneladas no ano 2000 para 2,98 milhões de toneladas em 2010, em uma área de 115.000ha. Tal incremento na área e produtividade vem sendo constante nos últimos anos e deve-se basicamente a implementação de novas tecnologias. A participação deste setor no valor bruto da produção, na safra de 2010, foi de 6%. Fonte Análise de Conjuntura Agropecuária Safra 2011/2012. Outro fator importante para tal crescimento está no incremento da demanda, sobretudo devido à preocupação de consumidores com a promoção com a saúde e qualidade de vida. No estado o cultivo e produção de hortaliças concentra-se em pequenas propriedades familiares que a utilizam de forma intensa tanto no espaço quanto no tempo. Tal situação leva ao uso intensivo de mão-de -obra familiar além da contratação de trabalhadores rurais, sobretudo em fases como plantio e colheita, evidenciando desse modo a importância social da atividade. A Região Metropolitana de Curitiba é a que mais produz, com cerca de 34% da produção estadual de hortaliças. Novos pólos de produção também destacam-se como as regiões de Apucarana, P Grossa, Londrina, Guarapuava e Cascavel. Das culturas olerícolas, a batata, tomate, repolho, aipim e cenoura são as mais produzidas. Segundo Instituto EMATER por volta de 48.000 agricultores produzem hortaliças no estado, sendo que cada um produz em média 4-5 espécies. A olericultura é atividade econômica da alto risco em função das condições climáticas adversas e vulnerabilidade à sazonalidade de oferta de produtos. Além disso trata-se de um sistema de cultivo contínuo de diversas espécies suscetíveis, sem realização de rotação de culturas, de ocorrência de ambiente favoráveis aos patógenos e presença de alta densidade de inóculo, fazendo que a atividade apresente alto risco com problemas fitossanitários. Tais fatores favorecem a ocorrência de doenças provocadas por fungos responsáveis sobretudo por podridões radiculares, manchas vasculares e podridão de esclerotinia ou mofo branco. PODRIDÃO DE ESCLEROTINIA EM HORTALIÇAS no Oeste Paraná A podridão de sclerotinia constitui-se na atualidade em um problema de dimensão mediana para cultivos de hortaliças existentes na região Oeste do Paraná. Em 2

geral não temos quantificado percentuais de perdas, todavia em áreas de cultivo com alface e em certos períodos do ano, as perdas com plantas infectadas e não colhidas podem alcançar até 10%. A primeira observação e identificação da moléstia na cultura ocorreu na região no ano de 1996 no município de Matelândia, em local de vários anos de cultivo com alface. Após estas primeiras constatações esporádicas, não verificamos incremento da doença em hortaliças. Todavia nos últimos cinco anos notamos um aumento significativo da doença em diversas áreas de hortaliças, provocando perdas consideráveis sobretudo naqueles períodos do ano em que as condições ambientais são favoráveis ao desenvolvimento do agente causador da mesma. Nestas, a cultura de alface com área de cultivo regional de 570 há com repetição (freqüência e seis cultivos por ano na mesma área), é a que mais apresenta problemas com a podridão de sclerotinia. É a espécie de hortaliça onde são encontrados os maiores números de casos e mais agressivos e que inevitavelmente levam à morte das plantas infectadas, provocando perdas de plantas sempre próximas à colheita. Temos presenciado a ocorrência da moléstia também em outras espécies hortícolas como nas brássicas repolho, couve-flor e brócolis, e em outras hortaliças como feijão vagem, salsinha além de frutos como o morango. Nossas observações permitem afirmar que em áreas de hortaliças com vários anos de cultivo, mesmo com rotação com diferentes espécies, o patógeno permanece infestando o local e dificilmente é eliminado. A constatação reafirma a característica do fungo de infectar praticamente todas as espécies de hortaliças além de comprovar o tempo de sobrevivida da estrutura de sobrevivência do fungo no solo. Notamos que as infecções que ocorrem em alface geralmente surgem em plantas situadas próximas uma das outras, cujas folhas se tocam e já em estágio de maturação, poucos dias antes da colheita, evidenciado a infecção por contato de escleródio germinado na sua forma miceliogênica com folhas baixeiras senescentes. Outro fato que constatamos após a colheita é a permanência de enorme volume de restos culturais sobre o solo após a colheita, compostos pelos caules e principalmente pelas folhas baixeiras das hortaliças, que pelo fato de estarem com algum problemas sanitário ou senescentes são deixadas na área. Tais restos permanecem por vários dias ainda volúveis e mantendo ou mesmo multiplicando o micélio do fungo. Mesmo havendo incorporação imediata, notamos que se ficarem superficialmente por aproximadamente até 5 cm, mantém a possibilidade de ainda reproduzir micélio específico e posteriormente escleródios. Não temos observado a presença de apotécios germinados de escleródios, a estrutura carpogênica, embora tenhamos procurado-os de forma exaustiva. Possivelmente tal forma deva ocorrer, pois verificamos a presença da doença na forma de micélio em viveiros de produção de mudas, distantes de áreas infectadas em cujas bandejas estão em bancadas a uma altura de pelo menos 50 cm do solo. Também observamos que infecções sobre outras hortaliças como tomate, feijãovagem, repolho e couve-brócolis geralmente iniciaram-se longe do solo, o que 3

certamente caracteriza que foram ocasionadas pelos esporos sexuados liberados de ascas produzidas em apotécios. Constatamos ainda que os escleródios formados sempre apresentarem com formato disforme de tamanho variáveis, geralmente no exterior dos tecidos decompostos e não apresentando padrão ou formato regular. Nunca constatamos escleródios pequenos e arredondados. AÇÕES IMPLEMENTADAS NO MANEJO E CONTROLE DA DOENÇA Práticas culturais: A primeira medida recomendada para áreas onde constata-se o início de infecção é o rouguing ou retirada das plantas com sintomas iniciais ou restos das plantas já infectadas. Orienta-se a retirada com pá com pequena quantia de solo. Os restos culturais são descartados fora da área de cultivo. Verificamos que para áreas onde a ocorrência da doença é incipiente e tal prática cultural puder ser realizada, que a doença é mantida em níveis baixos não provocando danos severos nem levando à perdas significativas.complementando recomenda-se que por ocasião da colheita, os restos culturais não sejam deixados sobre o solo mas sim levados para fora da área de cultivo e compostados ou destruídos. Já para áreas com presença da doença, recomenda-se ao olericultor fazer rotação de culturas olerícolas, cultivando em tal áreas hortaliças cujas partes suscetíveis permanecem distantes do solo. Em paralelo recomenda-se o preparo de solo o mais profundo possível, de forma a incorporar os restos que sobram sobre o solo e possivelmente escleródios formados. A seguir realizar o transplante de plantas em espaçamentos mais distantes para evitar o fechamento das ruas e linhas entre plantas. Em complementação retirar quando ou após a colheita os restos culturais presentes sobre o solo. Outra medida recomendada, porém adequada a possibilidade do agricultor é o emprego de mulching plástico colocado sobre canteiros de cultivo. Temos verificado que tal prática funciona como um anteparo entre solo e plantas, evitando o contato entre estruturas de infecção do fungo com tecidos vegetais. Em áreas de cultivo de campo, poucos agricultores empregam tal tática. A grande dificuldade é a pequena durabilidade do mulching bem como da dificuldade de colocação. Os poucos olericultores que a empregam obtiveram resultados satisfatórios já que a doença praticamente não se manifesta. Controle químico Recentemente temos recomendado o emprego de fungicidas cadastrados na SEAB e recomendados para cultivos olerícolas. Nossa recomendação é realizada quando a hortaliça é cultivada em solos infestados e em perídos favoráveis a ocorrência da doença. 4

Temos indicado principalmente os fungicidas Iprodiona e Procimidona para os cultivos da alface e tomate. Outros fungicidas também recomendados são Tiofanato Metílico, Tiofanato Metílico+Clorotalonil para outras hortaliças. Ainda não avaliamos adequadamente a eficácia do controle químico, porém os olericultores avaliam como eficaz quando o usam. Controle Biológico Também temos recomendado o emprego de fungo antagonista Trichoderma. A recomendação é realizada com o produto comercial misturado ou pulverizado sobre o substrato ou plântulas nas bandejas antes do transplante, conforme a formulação em que se encontra. Em algumas áreas com tomate e outras hortaliças, cujo sistema de irrigação é por gotejo, emprega-se também o antagonista junto com água de irrigação em alguns momentos do ciclo. VISÃO E EXPERIENCIA DOS ÓRGÃOS DE PESQUISAS E FUNDAÇÕES NO MANEJO E CONTROLE DO MOFO BRANCO José Nunes Junior Fitopatologista, Gerente de Pesquisa e Produção do CTPA; Cláudia Barbosa Pimenta Fitopatologista da Emater-GO. O CTPA faz parte de uma parceria com a Embrapa, através da Embrapa Soja, e a Emater há 15 anos para o desenvolvimento da cultura da soja convencional e transgênica recomendadas para a região do Brasil Central. Dentro dos trabalhos de parceria na cultura da soja, os estudos das principais doenças têm sido prioridade, buscando o seu controle tanto genético quanto o conjunto de outras práticas para se fazer o manejo principalmente o das doenças como ferrugem, mofo branco, antracnose, mela, mancha alvo, DFC, oídio e nematóide. Desde o aparecimento da ferrugem na safra 2001/2002, começou os trabalhos de ensaios de rede de avaliação de fungicidas no controle de DFC, oídio, ferrugem, mela, antracnose, mofo branco e por último a mancha alvo, onde o CTPA faz parte dessa rede nacional. No caso específico do mofo que teve a sua disseminação no Estado de Goiás hoje com mais de 60% da área infestada, sendo as regiões Sudoeste e Entorno do DF com as maiores ocorrências de incidência de mofo branco, principalmente através do uso de sementes sem origem genética, no popular semente salva ou pirata. A dificuldade de erradicação desse fungo é devido a sua característica (estrutura de resistência) de permanecer no solo por vários anos e pela gama de hospedeiros, tanto culturas como plantas daninhas, numa condição favorável de umidade e temperatura. E é por isso que a pesquisa tem buscado desenvolver várias práticas para o seu manejo, fazendo com que o produtor obtenha bons rendimentos da cultura da soja. O controle do mofo branco é dificultado devido a permanência de escleródios viáveis por longo tempo no solo. O controle é baseado num programa integrado de medidas, incluindo diversas práticas: - Uso de sementes sadias, sem escleródios, para evitar a introdução do patógeno na área. 5

- Como medida de segurança usar tratamento de sementes com fungicidas para reduzir a possibilidade de transmissão do fungo por meio de micélio dormente; - Rotação de cultura, com culturas não hospedeiras; - Cobertura com palhada (B. ruziziensis/ cereais de inverno), como barreira física para evitar a germinação de escleródios e reduzir a formação de apotécio; - Evitar épocas de alta umidade e temperaturas baixas, que favorecem o fungo; - Limpeza de equipamentos para evitar a contaminação de outras áreas; - Controle de invasoras que são hospedeiras do fungo; - Utilizar cultivares com arquitetura e população que evita um microclima favorável ao desenvolvimento do fungo, Os controles químico e biológico do mofo branco requerem muita atenção do produtor e suas eficiências dependem sobretudo da época e modo de aplicação. A primeira pulverização deve ser feita preventivamente na abertura das primeiras flores é o chamado estádio R1. Deve ser realizada quando há histórico na área e as condições forem favoráveis à doença, quando normalmente podem surgir os primeiros apotécios. Além disso, a qualidade da aplicação do produto químico ou biológico é tão importante quanto a época, porque é preciso alcançar as partes inferiores da planta e a superfície do solo, além de proteger as flores para uma maior eficiência; ü No Ministério da agricultura estão registrados para o controle de mofo branco os seguintes ingredientes ativos: - fluazinam e tiofanato metílico; Porém estão sendo testadas, nos ensaios cooperativos de rede, a eficiência de vários fungicidas e moléculas no controle do mofo branco. DIFICULDADES E VISÃO DA COOPAGRICOLA NO MANEJO DO MOFO BRANCO NAS ÁREAS DE PRODUÇÃO. Luciano, J. M., Lider, A. A.; Schmid, A.; Belloto, A.; Slujala, A.; Valentim, A. D.*; Leobet, J. Lovato, M.; Ienke, O. M; Chechia, T. Departamento Técnico, COOPAGRICOLA Cooperativa Agrícola Mista Ponta Grossa, Rua Olindo Justus, 4723, CEP-84043-482, Ponta Grossa, PR. (alyson.at@coopagricola.com.br). RESUMO: A COOPAGRICOLA está em um novo momento, buscando o aumento da área de atuação, mas sempre com o apoio técnico e respaldo dos parceiros, entre os quais a Fundação ABC que é a nossa maior fonte de resultados de pesquisa. Os agrônomos e técnicos da cooperativa estão cada vez mais tendo que se especializar para o controle preventivo e curativo do mofo branco Sclerotinia sclerotiorum. Este problema é um dos maiores na área de atuação da cooperativa, pois sua dificuldade de controle e a não existência de cultivares tolerantes, propiciam o aumento da área de incidência desta doença. Em todos os municípios de atuação da cooperativa foram encontrados focos de alta severidade, e quando as condições climáticas favorecem a incidência, os danos são maiores, causando prejuízos econômicos a todos os produtores. Nesta cooperativa como multiplicadores de sementes, buscamos sempre o aumento da qualidade de nosso produto, para que possamos entregar ao consumidor de sementes da região dos Campos Gerais um produto de qualidade superior e livre de patógenos e impurezas e o mofo branco é uma das principais doenças que temos que evitar em nossos campos de multiplicação. Por isso o trabalho desenvolvido pela cooperativa com foco nesta doença está aumentando para garantir um produto final de extrema qualidade e segurança. A cada safra estamos aumentando as vistorias e assim fazendo um trabalho preventivo com aplicações de fungicidas ou com 6

métodos de controle alternativos, como o aumento da camada de cobertura morta ou a utilização de controles biológicos. A COOPAGRICOLA está buscando com a pesquisa, maneiras de se prevenir e reduzir os danos causados pela severidade do mofo branco em sua área de atuação, investindo cada vez mais na atualização do seu corpo técnico, nas atitudes preventivas e em palestras para os produtores, para que todos estejam preparados e principalmente tomem atitudes proativas minimizando os prejuízos econômicos e também para que este mal não se dissemine em todas as regiões produtivas da cooperativa. RESUMO - SESSÃO: OUTROS SIMULAÇÃO DE CHUVA EM AMBIENTE CONTROLADO E SEU EFEITO SOBRE A GERMINAÇÃO DE ESCLERÓDIOS DE Sclerotinia sclerotiorum. Mainardes, M. Z. 1* ; Pereira, A. B. 1 ; Jaccoud-Filho, D. S. 1 ; Beruski, G. C. 1 ; Hüller, G. de C. 1 ; Tullio, H. E. 1. 1 Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, UEPG, Avenida Carlos Calvacanti, 4748, CEP 84030-900, Ponta Grossa, PR. (marzadra@gmail.com). RESUMO: Em várias regiões do país e, sobretudo, no estado do Paraná, têm sido verificadas epidemias de Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary em diversas culturas agrícolas, devido à germinação dos escleródios no solo sob diferentes condições ambientais. Embora este fungo infeste principalmente culturas em regiões úmidas, foi por vezes já encontrado em regiões semi-áridas, nas quais as condições climatológicas pareciam desfavoráveis ao seu desenvolvimento. Dessa forma, o estudo das relações entre a precipitação e a curva de desenvolvimento do patógeno se torna importante na previsão da ocorrência do mofo-branco e para a tomada de decisões sobre o controle da doença. Este estudo preliminar visa quantificar a influência da chuva sobre a germinação de escleródios de S. sclerotiorum, através da simulação de precipitação em condições controladas de temperatura do ar e fotoperíodo. Vinte escleródios foram dispostos sobre solo peneirado em potes de 1L. Sobre estes foram aplicadas, de uma até cinco vezes por semana, diferentes intensidades de chuva simulada, variando de 5 mm.dia -1 até 20 mm.dia -1. Dessa maneira, os regimes pluviométricos aplicados equivaleram às condições médias de precipitação para um ano normal no Paraná. Avaliou-se o número de escleródios que tiveram germinação miceliogênica, o número de escleródios que tiveram germinação carpogênica e a viabilidade de estipes na produção de apotécios. Os regimes de chuva simulada que propiciaram maior percentual de escleródios sob germinação miceliogênica foram os tratamentos de até 100 mm mês -1. Quanto à 7

germinação carpogênica, até 39 dias após a implantação do experimento não se verificou efeito do volume de chuva e de sua distribuição. Palavras-chave: precipitação, escleródios, mofo branco, condições ambientais controladas. 8