ESTUDO DE CASO EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES DE ÁGUAS: UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS DE REFERÊNCIA

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P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h 1. Introdução Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a água faz parte do patrimônio do planeta e, como tal, não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Assim, em junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento aprovou a Agenda 21, um plano de ação abrangente a ser implementado ao longo do século XXI pelas organizações do Sistema das Nações Unidas, Governos e pelos grupos importante em cada área na qual haja impacto humano sobre o meio ambiente (UNITED NATIONS, 2006). No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seus Artigos 20 e 22, já havia caracterizado a água como um recurso natural de valor econômico. No entanto, foi a partir da adoção dos Princípios da Agenda 21, que o Governo Brasileiro alavancou a gestão dos recursos hídricos no País, por meio da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (LEI N O 9.433, DE 08 DE JANEIRO DE 1997). O Sistema é integrado, entre outros, pela Agência Nacional de Águas ANA uma agência reguladora federal com atribuições de implementar a Política mencionada, por meio da criação de ferramentas para viabilizar a gestão sistemática de recursos hídricos. Uma das ferramentas criadas foi o Programa Nacional de Acreditação de Laboratórios de Análises da Qualidade da Água (PROLAB), com o objetivo de criar uma rede de laboratórios acreditados, em parceria com o Inmetro, representado pela Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre/Inmetro). A ANA identificou no PROLAB cerca de 50 parâmetros considerados prioritários para o controle da qualidade da água. São parâmetros físico-químicos e químicos, indicadores de matéria orgânica, biológicos e microbiológicos, e elementos e substâncias potencialmente prejudiciais. A Cgcre/Inmetro é o organismo brasileiro operando um sistema de acreditação de laboratórios reconhecido por seus pares signatários do Acordo de Reconhecimento Mútuo da International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC). A Norma ISO/IEC 17025 é o critério de acreditação de laboratórios, internalizada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ABNT NBR ISO/IEC 17025 dá importância especial à demonstração da rastreabilidade das medições realizadas pelos laboratórios. Os materiais de referência se incluem nesse tema, pois têm a sua aplicação na calibração, na validação de métodos, no controle da qualidade e na verificação do uso correto de um método (Inmetro, 2005). Este Artigo pretende discutir a utilização de materiais de referência pelos laboratórios nas análises de águas. O universo pesquisado compreendeu os laboratórios acreditados e postulantes à acreditação pela Cgcre/Inmetro, além de outros laboratórios participantes de uma comparação interlaboratorial organizada pela Diretoria de Metrologia Científica e Industrial (Dimci) do Inmetro, em parceria com a Cgcre. 2. Objetivos O objetivo geral da pesquisa foi fazer um levantamento do uso de materiais de referência pelos laboratórios de ensaios em águas, com foco no processo de aquisição daqueles materiais conforme estipulado no item 4.6 Aquisição de serviços e suprimentos da ABNT NBR ISO/IEC 17025. As questões a serem respondidas são: 2

P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h Quais os tipos de materiais de referência utilizados como padrão nas análises/ensaios? Qual o critério de aceitação documental do(s) materiais de referência ou padrão(ões) no recebimento? Nos Certificados de materiais de referência ou de Análise, qual o tipo de certificação/acreditação por uma organização independente (de terceira parte) são encontradas? 3. Referencial teórico O Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM) (INMETRO, 2000) define a metrologia como a ciência da medição acrescentando a seguinte observação: A metrologia abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou tecnologia. Moscati (2005) explica que nesse amplo contexto estão incluídos a legislação, o controle metrológico e os instrumentos de validação das medições, quais sejam: rastreabilidade; comparações de medições; qualidade metrológica; acreditação; pesquisa metrológica; definição, realização e disseminação de unidades; atribuição de incertezas; ensino e treinamento; e demais instrumentos de universalização e gestão. A rastreabilidade metrológica é tão importante para os laboratórios quanto para os clientes, pois significa o reconhecimento imediato de que um valor exato só pode ser declarado dentro dos limites indicados pela incerteza de medição, o que ajuda a dar uma visão clara dos limites de validade dos resultados. Mais ainda, quando a incerteza de medição é estimada de acordo com o ISO GUM, é dado um intervalo em torno do resultado e é possível decidir de forma quase direta se este é compatível ou não com os limites de especificação ou limites estabelecidos em legislação. (PAPADAKIS et al., 2000) De maneira geral, um laboratório de ensaio está no final da cadeia de rastreabilidade. Como conseqüência e com o objetivo de produzir resultados rastreáveis, o laboratório deve ter confiança em todas as referências do processo de medição, além da validação do método. Um pré-requisito para o fornecimento de um resultado confiável é que os valores de todas as referências sejam também rastreáveis a outras referências e que estejam acompanhadas de declaração de incerteza confiável. A competência técnica do laboratório, reconhecida pela acreditação, assegura o uso adequado e o manuseio dessas referências e de todas as amostras (PAPADAKIS et al., 2000). O Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM, 2003, item 6.10) define rastreabilidade como: Propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas estabelecidas. Define também incerteza de medição (VIM, 2003, item 3.9) como: Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentadamente atribuídos a um mensurando. Nas medições químicas efetuadas pelos laboratórios de análises de águas, muitas vezes utilizam-se materiais de referência (MR) para a assegurar a confiabilidade e comparabilidade das medições, e materiais de referência certificados (MRC) que proporcionam a rastreabilidade aos resultados das medições. O problema constante que os usuários de MR 3

P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h enfrentam é encontrar o material adequado às necessidades analíticas (analitos, matriz, níveis de concentração, incertezas) e de fonte confiável (STEIGER ET AL., 2006). A Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, utilizada na acreditação de laboratórios de análises de água, dá especial importância à demonstração da rastreabilidade da medição, trazendo novos desafios aos laboratórios na seleção e uso de materiais de referência, especialmente na área química e biológica. Os requisitos estão escritos sob a perspectiva das boas práticas de gestão e técnicas de um laboratório (STUART et al, 2004). As novas definições para MR e MRC aprovadas pelo Comitê sobre Materiais de Referência da ISO (Committee on Reference Materials ISO REMCO) em abril de 2005 são: Material de referência (MR) Material, suficientemente homogêneo e estável em relação a uma ou mais propriedades especificadas, o qual foi estabelecido como adequado ao uso pretendido em um processo de medição. Nota 1: MR é um termo genérico. Nota 2: As propriedades podem ser quantitativas ou qualitativas, por exemplo, identidade de substâncias ou espécies. Nota 3: Os usos podem incluir a calibração de um sistema de medição, avaliação de um procedimento de medição, valores designados ou outros materiais, e controle da qualidade. Nota 4: Um MR só pode ser usado para um único propósito em uma dada medição. (Fonte: Tradução livre de Emmons et alii, 2006) Material de referência certificado (MRC) Material de referência, caracterizado por um procedimento metrologicamente válido para uma ou mais propriedades, acompanhado de um certificado que fornece o valor da propriedade especificada, sua incerteza associada, e uma declaração da rastreabilidade metrológica. Nota 1: O conceito de valor inclui atributos qualitativos como identidade ou seqüência. As incertezas para esses atributos podem ser expressas como probabilidades. Nota 2: Procedimentos metrologicamente válidos para a produção e certificação de materiais de referência são dados nos ISO Guias 34 e 35, entre outros. Nota 3: O ISO Guia 31 dá orientação sobre o conteúdo de certificados. (Fonte: Tradução livre de Emmons et alii, 2006) A International Organization for Standardization (ISO), por intermédio do seu Comitê de Materiais de Referência (ISO/REMCO), elaborou uma série de guias sobre materiais de referência, que são os ISO Guides 30 a 35. Todos, exceto um, já estão disponíveis na ABNT. É importante destacar que o ABNT ISO Guia 31 trata do conteúdo de certificados e rótulos de materiais de referência, Este Guia resume o conteúdo essencial de um certificado de MRC, a saber: nome do material; produtor e código do produtor para o material; descrição geral do material; uso pretendido; instruções para o uso apropriado; instruções para as condições de armazenamento; valor(es) de propriedade certificado(s), cada um acompanhado de uma 4

P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h declaração de incerteza; método(s) empregado(s) para a obtenção de valores de propriedade (com detalhes completos quando os valores forem dependentes do método de medição); e, prazo de validade, se apropriado. 3. Metodologia de pesquisa O trabalho consistiu de um estudo de caso sobre laboratórios de análises de água. A pesquisa de campo foi feita por meio de um questionário, elaborado em planilha Excel, enviado aos laboratórios por correio eletrônico. O questionário continha três perguntas iguais para cada um dos 53 parâmetros de ensaio estabelecidos no PROLAB, e cada uma delas com várias respostas possíveis. O objetivo do questionário foi fazer um levantamento do tipo de MR utilizado pelo laboratório, obter informações sobre o critério de aceitação dos documentos que acompanham os MR e quais as referências à avaliação por terceira parte encontradas nesses documentos. 4. Resultados e discussão O universo pesquisado compreendeu os laboratórios acreditados e postulantes à acreditação pela Cgcre/Inmetro, além de outros laboratórios participantes de uma comparação interlaboratorial organizada pela Diretoria de Metrologia Científica e Industrial (Dimci) do Inmetro, em parceria com a Cgcre. Cada um dos 53 parâmetros de ensaio foi analisado individualmente e, ao final, houve uma consolidação das respostas, apresentada nas Tabelas 2 a 4, a fim de se ter uma noção geral do resultado da pesquisa. O questionário da pesquisa de campo apresentou um quadro quantitativo de respostas mostrado na Tabela 1. No total, 62 laboratórios foram consultados, considerando as três categorias mencionadas no parágrafo anterior. O total de respondentes foi de 31, sendo que 17 destes são laboratórios acreditados. Ou seja, considerando apenas o grupo de laboratórios respondentes, observa-se que mais de 50 foram os laboratórios acreditados. Categorias de laboratórios Questionário s enviados Número Número Questionários respondidos respostas por categoria, em relação aos respondentes respostas em relação ao total consultado Laboratórios acreditados 23 17 54,8 27,4 Laboratórios postulantes à acreditação Laboratórios participantes da comparação interlaboratorial não acreditados/postulantes 28 09 29,0 14,5 11 05 16,2 8,1 Total 62 31 50,0 Tabela 1: Questionários enviados x respondidos, por categoria A Tabela 2 apresenta os resultados consolidados sobre os tipos de materiais de referência utilizados como padrão nas análises/ensaios. Quando analisamos todos os laboratórios (primeira coluna), dentre os que analisam os parâmetros, a utilização de material de referência rastreável ao NIST (National Institute of Standards and Technology dos Estados Unidos) foi a resposta mais encontrada, seguida do uso de reagente PA. A mesma tendência se verificou para os laboratórios acreditados e 5

P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h postulantes à acreditação. Para os laboratórios participantes do interlaboratorial, ocorreu o contrário. Um material rastreável ao NIST ou a outro organismo semelhante é aceitável, desde que acompanhado de um certificado com as informações essenciais recomendadas pelo ABNT ISO Guia 31, entre elas o valor certificado e uma declaração da sua incerteza. A incerteza atribuída esse material deve incluir a incerteza do MRC do NIST ou de organismo semelhante, devidamente combinada com as incertezas de todas as medições efetuadas, e deve ser necessariamente maior do que esta. O certificado do reagente P.A. não contém informações suficientes para garantir a rastreabilidade apropriada. O reagente padrão primário tem, normalmente, uma pureza maior do que o reagente PA; no entanto, o certificado que o acompanha não contém, na maioria das vezes, as informações apropriadas para garantir a rastreabilidade da medição. Para as análises microbiológicas, a proporção de laboratórios que afirmou adquirir culturas com rastreabilidade foi bem maior do que aqueles que utilizam culturas microbiológicas sem rastreabilidade. Respostas Todos Acreditados Postulantes Participantes do Interlaboratorial Não analisam o parâmetro perguntado (ph, condutividade, oxigênio dissolvido, turbidez, etc) 51,0 45,4 59,9 53,2 Não aplicável 4,0 5,4 0,8 5,2 Não utilizam padrão 5,6 4,8 6,3 7,2 Reagente P.A. 11,6 12,3 7,8 16,4 Reagente padrão primário 3,4 4,6 1,9 2,0 MR rastreável ao NIST 17,6 23,5 9,5 12,4 MR do NIST 1,6 0,2 4,8 0,0 Culturas microbiológicas com rastreabilidade 1,4 1,4 1,5 1,2 Culturas microbiológicas sem rastreabilidade 0,4 0,4 0,6 0,0 Padrão produzido internamente 2,4 1,2 5,1 1,2 Outros 1,1 0,7 1,7 1,2 Tabela 2: MR utilizados pelos laboratórios de água A Tabela 3 mostra que a maioria dos laboratórios de água questionados, respondeu que efetua a inspeção no recebimento do certificado que acompanha o material e verifica a sua adequação ao uso, tanto para material de referência rastreável ao NIST ou organismo similar, quanto para o material de referência do NIST ou de organismo similar. Essa tendência se verificou nas três categorias de laboratórios. Dentre os laboratórios participantes do interlaboratorial, observou-se um número bem maior de laboratórios que não responderam à pergunta, em relação aos acreditados e postulantes. Dentre os ensaios microbiológicos, há uma proporção bem maior daqueles que inspecionam os certificados que acompanham os materiais em relação àqueles que não inspecionam os certificados, em todas as categorias. 6

P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h Muito poucos afirmaram não possuir critério de aceitação para os certificados dos materiais de referência. Também observou-se que muito poucos laboratórios declararam encontrar dificuldades para verificar a rastreabilidade dos materiais de referência. Segundo a Tabela 4, a maioria dos certificados recebidos pelos laboratórios de água pesquisados não contém, em geral, referência alguma a reconhecimento por terceira parte. Uma proporção bem menor dos laboratórios relata encontrar referência à certificação ISO 9001 - certificação de sistema de gestão da qualidade que não está relacionada aos requisitos de competência técnica do ABNT ISO Guia 34 ou da ABNT NBR ISO IEC 17025. No entanto, no grupo dos laboratórios postulantes à acreditação, a maior incidência é de certificados com referência à Norma ISO 9001. Uma proporção pequena afirmou encontrar referência à reconhecimento de terceira parte baseada na Norma ABNT NBR ISO IEC 17025 ou no ISO Guia 34. Respostas Todos Acreditados Postulantes Participantes do Interlaboratorial Não analisam o parâmetro perguntado (ph, condutividade, oxigênio dissolvido, turbidez, etc) 50,0 44,6 59,3 51,8 Não responderam 3,7 1,7 3,8 10,5 Não aplicável 6,9 9,1 4,0 4,7 Não estabeleceu critério de aceitação 0,2 0,0 0,2 0,8 Aceita reagente PA ou padrão primário sem inspecionar no recebimento 2,1 1,4 2,1 4,7 Inspeciona o certificado de análise 15,9 17,9 13,6 12,8 Aceita o MR rastreável ao NIST sem inspecionar no recebimento 2,2 3,7 0,0 1,2 Inspeciona o MR rastreável ao NIST 14,3 17,2 10,5 11,7 Aceita o MR do NIST sem inspecionar no recebimento 0,1 0,1 0,0 0,0 Inspeciona o certificado do MR do NIST 2,7 2,6 4,4 0,0 Aceita culturas microbiológicas sem rastreabilidade 0,4 0,4 0,6 0,0 Aceita somente culturas microbiológicas com rastreabilidade Padrão interno, determina o valor da propriedade e incerteza associada. 1,2 1,1 1,5 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 Encontra dificuldade em verificar a rastreabilidade 0,2 1,1 0,0 0,8 Tabela 3: Critério de aceitação documental dos MR no recebimento Respostas Não analisam o parâmetro perguntado (ph, condutividade, oxigênio dissolvido, turbidez, etc) Todos Acreditados Postulantes Participantes do Interlaboratorial 49,7 44,4 59,3 50,2 Não responderam 5,2 3,2 7,1 8,3 Referência à certificação ISO 9001 12,7 8,8 22,2 9,0 7

P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h Acreditação ISO/IEC 17025 1,5 0,8 3,6 0,0 Produtor de MR conforme ISO Guia 34 1,5 0,2 1,0 6,8 Nenhuma dessas referências 29,4 42,6 6,7 25,7 4. Conclusões Tabela 4: Certificados de MR ou de Análise com acreditação/certificação Dentre os laboratórios respondentes, observou-se que, em média, os laboratórios pesquisados estão testando metade dos parâmetros listados no documento-base do PROLAB. Nenhum laboratório tem capacidade, no momento, de testar os 53 parâmetros do Programa. Somente um postulante à acreditação afirmou não efetuar 2 dos 53 parâmetros. Esse dado sugere que a Cgcre/Inmetro poderá trabalhar em conjunto com a ANA, no sentido de sensibilizar os laboratórios a aumentar o seu escopo de ensaios para efetividade do PROLAB, com ênfase no atendimento às necessidades das regiões do país ou bacias hidrográficas. A maioria dos laboratórios que analisa os parâmetros do Programa, utiliza materiais de referência rastreáveis ao NIST. Outro grupo de laboratórios utiliza reagente PA. O uso de materiais de referência certificados (MRC), materiais de referência (MR) calibrantes ou materiais de referência para controle da qualidade vai depender da necessidade da aplicação. Os MRC são muito utilizados na validação de métodos. Na maioria das vezes é necessário usar MR com incerteza do conteúdo conhecida. Os laboratórios responderam, em sua maioria, que inspecionam os certificados e verificam a compatibilidade dos valores de propriedade com o método. No entanto, grande parte dos certificados que acompanha os materiais de referências não traz indicação de reconhecimento por organismo independente (de terceira parte). Desse modo, convém que nas avaliações dos laboratórios efetuadas pela Cgcre/Inmetro o requisito Aquisição de serviços e suprimentos em laboratório de ensaio (ABNT NBR ISO/IEC 17025, item 4.6) seja visto, particularmente para materiais de referência. A garantia de que os materiais de referência adquiridos pelo laboratório são adequados ao uso vai impactar na rastreabilidade da medição. Enquanto a Cgcre/Inmetro, no âmbito da acreditação de laboratórios, não tiver garantia da proveniência da rastreabilidade das medições químicas nos laboratórios de análise de águas, deve-se estabelecer uma política sobre o uso de materiais de referência complementar à política para a NIT-DICLA-030: Rastreabilidade ao Sistema Internacional de Unidades no credenciamento de laboratórios, aprovada pela Cgcre/Inmetro em 2003. Para concluir, esta pesquisa mostrou uma visão geral dos materiais de referência e dos certificados empregados pelos laboratórios de análise de águas ambientais. A investigação realizada não abordou questionamentos específicos do conteúdo dos certificados dos materiais de referência, como valores de propriedades e incertezas, métodos de ensaio usados na designação dos valores e declaração sobre a estabilidade e homogeneidade e da rastreabilidade, que podem ser objeto de estudos futuros. Referências AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Termo de Cooperação Técnica no. 001/2005. 2005. Publicado no D.O.U. em 30 mar. 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO/IEC 17025: Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Rio de Janeiro, 2005. 23p. 8

P PQ RSRUT8V W XYVAZ\[ XVA]W RSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY dye f_y`6gud hy_yi jk h. ABNT ISO Guia 30: Termos e definições relacionados com materiais de referência. Rio de Janeiro, 2000. 7p.. ABNT ISO Guia 31: Materiais de referência Conteúdo de certificados e rótulos. Rio de Janeiro, 2004. 8p.. ABNT ISO Guia 32: Calibração em química analítica e uso de materiais de referência certificados. Rio de Janeiro, 2000. 7p.. ABNT ISO Guia 33: Utilização de materiais de referência certificados. Rio de Janeiro, 2002. 28p.. ABNT ISO Guia 34: Requisitos gerais para a competência de produtores de material de referência. Rio de Janeiro, 2004. 25p.. NBR ISO/IEC 9001: Sistemas de gestão da qualidade Requisitos. Rio de Janeiro, 2000. 21p. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br>. Acesso em: 18 mar. 2006.. Lei n o 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br>. Acesso em: 18 mar. 2006. ELLISON, S.L.R.; KING, B.; RÖSSLEIN, M.; SALIT, M.; WILLIAMS, A. (Drafting editors). EURACHEM/CITAC Guide: traceability in chemical measurement A guide to achieving comparable results in chemical measurement. 2003. Disponível em: <http://www.eurachem.org>. Acesso em: 05 mai.2007. EMMONS, Hendrik; FAJGELJ, Ales; VAN DER VEEN, Adrian; WATTERS, Robert. New definitions on reference materials. Accreditation and Quality Assurance. Springer Verlag, 2006. DOI. 1007/s00769-006- 0089-9. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL Inmetro. DOQ-CGCRE-016: Seleção e uso de materiais de referência. Revisão 00, 2005. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 05 abr. 2006.. NIT-DICLA-030: Rastreabilidade ao sistema internacional de unidades no credenciamento de laboratórios. Rio de Janeiro, 2003. 3p. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 05 mai.2007.. Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais da metrologia VIM. Duque de Caxias, 1995, 52 p. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION - ISO. ISO Guide 35: Reference materials General and statistical principles for certification. Genebra, 2006. 3 a ed. 64p.. ISO Guide 98: Guide to the expression of uncertainty in measurement (GUM). Genebra, 1995. 1st. Edition. 105 p. MOSCATI, Giorgio. As bases científicas da metrologia e vice-versa. Metrologia & Instrumentação. Ano 4, n o 36. Junho/julho, 2005. p.6-15. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração Universal dos Direitos da Água. 1992. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 09 jul. 2005. PAPADAKIS, I.; WEGSCHEIDER, W. CITAC Position Paper: Traceability in chemical measurement. Accreditation and Quality Assurance. Springer Verlag, 2000. p.5:388-389. STEIGER, T.; PRADEL, R. Update on COMAR: the Internet database for certified reference materials. Accreditation and Quality Assurance. Springer Verlag, 2006. DOI 10.1007/s00769-006-0234-5. STUART, M.; SQUIRRELL, A.; BESLEY, L. Reference material requirements for laboratories and the role of accreditation bodies. Accreditation and Quality Assurance. Springer Verlag, 2004. p.9:209-215. UNITED NATIONS DIVISION FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT. Agenda 21. Disponível em: 9

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