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Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais 2016/2062(INI) 14.10.2016 PARECER da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais dirigido à Comissão dos Transportes e do Turismo sobre uma Estratégia da Aviação para a Europa (2016/2062(INI)) Relator de parecer: Ole Christensen (*) Comissão associada artigo 54.º do Regimento AD\1106823.doc PE587.415v02-00 Unida na diversidade

PA_NonLeg PE587.415v02-00 2/2 AD\1106823.doc

SUGESTÕES A Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais insta a Comissão dos Transportes e do Turismo, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar: A. Considerando que 4,7 milhões de empregos na União são direta (1,9 milhões) e indiretamente (2,8 milhões) gerados pelo setor do transporte aéreo, pelos aeroportos e pela indústria transformadora; que outros 917 000 empregos noutros locais na economia global são garantidos pela indústria da aviação europeia; que, apesar de o mercado da aviação na União se ter expandido entre 2000 e 2013, com um aumento do tráfego de passageiros de 47 %, o número de empregos no setor da aviação manteve-se estável, tendo mesmo diminuído em alguns subsetores; B. Considerando que o setor da aviação da União enfrenta uma concorrência feroz e desleal, nomeadamente a ajuda estatal ilegal e o incumprimento das normas laborais internacionais por parte das transportadoras de países terceiros; que esta concorrência desleal coloca as transportadoras europeias sob pressão, com a consequente perda de postos de trabalho na Europa; que as normas laborais internacionais e os princípios da concorrência sã devem ser respeitados a fim de garantir condições de concorrência equitativas; C. Considerando que emergiram novos modelos de emprego e de negócio devido ao aumento da internacionalização, da liberalização e da concorrência global; D. Considerando que, segundo o Eurocontrol, comparativamente a 2012, o tráfego aéreo na Europa poderá aumentar 50 % até 2035; E. Considerando que recentes conclusões da OIT sugerem uma deterioração das condições de trabalho no setor da aviação; que a maior diversificação nas contratações pode constituir um instrumento para uma maior flexibilidade, mas que pode também ser indevidamente utilizada para regular o comércio no sentido de evitar contribuições para a segurança social; que, em alguns casos, o emprego atípico pode ter um impacto negativo nos direitos sociais e laborais, segurança, concorrência, salários, saúde e segurança e nos padrões de qualidade; que algumas companhias aéreas oferecem aos cadetes um emprego com condições deploráveis, recorrendo mesmo a esquemas de «pagar para voar», segundo os quais o piloto paga à companhia aérea para pilotar voos geradores de receita; F. Considerando que, em alguns espaços aéreos, 94 % dos atrasos se devem à falta de capacidade dos centros de controlo regional (ACC); G. Considerando que um estudo realizado pela Universidade de Gante concluiu que um em cada seis pilotos inquiridos 1 enfrentava condições de emprego atípicas, por exemplo, a contratação através de uma agência de trabalho temporário, ou a título independente, ou em contratos sem especificação do horário e sem salário mínimo garantido; que as companhias aéreas de baixo custo são, de longe, as maiores adeptas do emprego atípico; 1 Y. Jorens, D. Gillis, L. Valcke & J. De Coninck, Atypical Forms of Employment in the Aviation Sector, Diálogo Social Europeu, Comissão Europeia, 2015. AD\1106823.doc 3/3 PE587.415v02-00

H. Considerando que a natureza móvel e transnacional da aviação dificulta a deteção de abusos do ponto de vista social e a evasão das normas laborais, sendo impossível resolver os problemas apenas a nível nacional; I. Considerando que os parceiros sociais europeus, na sua Declaração Conjunta contra bandeiras de conveniência no setor da aviação na UE, exortam os legisladores europeus a tomarem uma ação urgente para evitar o desenvolvimento de bandeiras de conveniência no setor da aviação na UE ou a importação para o setor de bandeiras de conveniência do exterior da UE; 1. Congratula-se com a comunicação da Comissão sobre «Uma Estratégia da Aviação para a Europa»; salienta que são necessários mais esforços para reforçar a agenda social e criar e manter postos de trabalho de elevada qualidade no setor da aviação, bem como para reforçar a competitividade do setor europeu da aviação; considera que é fundamental garantir condições de concorrência equitativas no setor; incentiva a Comissão a apresentar iniciativas concretas para evitar a concorrência desleal e proteger os direitos dos trabalhadores; 2. Recorda que, no que se refere a condições de trabalho e proteção social, existem consideráveis diferenças entre os Estados-Membros e que as empresas utilizam a liberdade de estabelecimento para reduzir custos; exorta os Estados-Membros a porem termo a esta concorrência prejudicial; 3. Sublinha a importância de parceiros sociais fortes e independentes no setor da aviação, do diálogo social regular e institucionalizado a todos os níveis e da participação e representação dos trabalhadores nos assuntos das empresas; insiste num processo de consulta adequado e num diálogo social reforçado antes da tomada de qualquer iniciativa da UE no setor da aviação; 4. Sublinha que o direito de formar sindicatos, de se filiar num sindicato e de empreender ações coletivas constitui um direito fundamental a respeitar, tal como estabelecido no artigo 12.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia; rejeita qualquer tentativa de comprometimento do direito à greve no setor da aviação; 5. Insta a Comissão e os Estados-Membros a acompanharem de perto e de forma contínua as tendências do emprego no setor da aviação civil na Europa e, se necessário, a regulamentar os novos modelos de emprego e de negócio; sugere que a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) analise novos modelos empresariais e de emprego, a fim de garantir a segurança da aviação; insiste para que a AESA envolva os parceiros sociais nesta tarefa; 6. Salienta que, no setor da aviação, o falso emprego independente tem consideráveis repercussões negativas em termos de segurança da aviação, proteção social dos trabalhadores e concorrência leal no mercado; insta a Comissão e os Estados-Membros a aumentarem os seus esforços para combaterem o falso emprego independente no setor da aviação; incentiva os Estados-Membros a preverem, sempre que necessário, uma clara distinção entre trabalhadores por conta de outrem e trabalhadores por conta própria, em colaboração com os parceiros sociais; PE587.415v02-00 4/4 AD\1106823.doc

7. Acolhe favoravelmente as tentativas dos parceiros sociais de negociar um acordo sobre as condições de trabalho e os direitos sociais dos trabalhadores no setor da aviação europeu; incentiva-os a negociarem acordos coletivos em todos os segmentos do setor da aviação, de acordo com a legislação e as práticas nacionais, dado que são um instrumento eficaz para combater um nivelamento por baixo quanto às normas sociais, laborais e de emprego e para assegurar uma remuneração digna para todos os trabalhadores; 8. Sublinha que não há qualquer necessidade de uma maior liberalização dos serviços de assistência em escala nos aeroportos da União; salienta a necessidade de assegurar melhores condições de trabalho, níveis mais elevados de qualificação, segurança e serviços de maior qualidade no setor dos serviços de assistência em escala; solicita o esclarecimento do conceito de «entidade económica» tendo em vista estender os benefícios da Diretiva 2001/23 aos trabalhadores dos serviços de assistência em escala, em caso de concurso ou de perda parcial de atividades; 9. Chama a atenção para alguns casos de concorrência desleal no setor da aviação; recorda que a concorrência desleal pode contribuir para a degradação das condições de trabalho; insta as autoridades responsáveis a punirem adequadamente quaisquer situações de má conduta a este respeito; 10. Considera que a precariedade das condições de trabalho, particularmente generalizados entre os pilotos e tripulações jovens, constituir um risco para a segurança; insiste em que o emprego direto permaneça o modelo padrão de emprego no setor da aviação; insta a Comissão e os Estados-Membros a assegurarem condições dignas de emprego e de trabalho; 11. Insta a Comissão e os Estados-Membros a apresentarem propostas sobre como evitar que o emprego indireto seja utilizado de forma abusiva para contornar a legislação da UE e a legislação nacional em matéria de fiscalidade e segurança social no setor da aviação; 12. Nota que todas as companhias aéreas que operam na União Europeia devem cumprir na íntegra os requisitos de emprego e sociais da UE e dos Estados-Membros; 13. Insta a Comissão a tomar medidas para garantir condições de trabalho que previnam situações de segurança reduzida na sequência de fadiga excessiva dos trabalhadores e, especificamente, dos pilotos; 14. Insta a Comissão e os Estados-Membros, com base no respeito das respetivas competências, a apresentarem iniciativas legislativas destinadas a impedir as bandeiras de conveniência, a regular o comércio e a concorrência desleal, nomeadamente no que respeita aos contratos sem especificação do horário de trabalho e aos regimes que exigem que os pilotos paguem para pilotar no setor europeu da aviação comercial, a fim de garantir a igualdade das condições de trabalho e emprego; 15. Insta a Comissão e os Estados-Membros a assegurarem a aplicação e adequada execução do direito do trabalho, da legislação social e dos acordos coletivos aplicáveis às companhias aéreas que operam num determinado Estado-Membro; 16. Insta a Comissão a assegurar a correta aplicação do Regulamento (CE) n.º 1008/2008 e a avaliar a necessidade de rever o presente regulamento tendo em vista melhorar os critérios AD\1106823.doc 5/5 PE587.415v02-00

aplicáveis à noção de «principal base de operações»; 17. Apela ao esclarecimento e à aplicação coerente do critério de «base», a fim de assegurar que esse critério determine a legislação aplicável em termos sociais, de emprego e de fiscalidade relativamente a todas as operações de aeronaves de transportadoras titulares de um certificado de operador aéreo (COA) da UE, tanto no mercado interno como em operações internacionais; considera que nenhum trabalhador deve ter dúvidas em relação à legislação laboral aplicável ou ao seu direito à segurança social; neste contexto, chama a atenção para a situação especial dos trabalhadores com grande mobilidade no setor da aviação e apela a uma melhor coordenação dos sistemas de segurança social na UE; 18. Solicita que todas as tripulações de países terceiros cumpram na íntegra os requisitos de licenciamento da UE/AESA para poderem operar uma aeronave registada na UE; salienta a necessidade de evitar o dumping social e qualquer forma de exploração dos trabalhadores ou eventual utilização ilegal de tripulações de países terceiros a bordo de aeronaves registadas na UE, a fim de garantir condições de trabalho equitativas e um elevado nível de segurança; neste contexto, apela à Comissão para que alargue a aplicação da Diretiva relativa à autorização única (2011/98/UE) a trabalhadores em situação de mobilidade no setor da aviação civil; recorda que as tripulações de países terceiros têm os mesmos direitos que as tripulações da UE em termos de proteção laboral e condições de trabalho; 19. Reitera que os acordos no domínio da política externa da UE no setor da aviação devem incluir o respeito pelos direitos humanos e pelas convenções pertinentes da OIT, assim como meios eficazes de aplicação, nomeadamente a recusa ou revogação dos direitos de aterragem; insta a Comissão a assegurar que as negociações com países terceiros não resultem na celebração de acordos no domínio da aviação que comprometam a proteção dos trabalhadores ou os padrões sociais na Europa; 20. Salienta que, ao implementar o regulamento em matéria de comunicação de ocorrências no setor da aviação, é fundamental comunicar regularmente incidentes relacionados com fadiga da tripulação ou ar contaminado nas cabinas dos pilotos, de modo a melhorar as normas de saúde das tripulações e a segurança do pessoal de bordo e dos passageiros; 21. Reitera ainda que qualquer acordo em matéria de aviação deve abranger o respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais consagradas na Carta Social Europeia e na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia; 22. Lamenta que atualmente não possam ser impostas, ou nem existam, exigências às companhias aéreas de países terceiros cujas operações tenham como origem e destino aeroportos na União; reitera que a concorrência desleal de companhias aéreas de países terceiros devida, por exemplo, a ajuda estatal direta e indireta, subsídios ou exploração de trabalhadores, deve ser abordada eficazmente e que os atuais instrumentos para fazer face à concorrência desleal devem ser minuciosamente avaliados e, se necessário, atualizados; está firmemente convicto de que, caso as cláusulas em matéria de concorrência leal, incluindo o respeito pelos direitos dos trabalhadores, não sejam integradas nos acordos celebrados com países terceiros sobre transporte aéreo, os direitos de estes operarem na União devem ser limitados; PE587.415v02-00 6/6 AD\1106823.doc

23. Exorta os Estados-Membros a investirem na educação e na formação ao longo da vida em todos os segmentos da cadeia de valor do setor da aviação, uma vez que o sucesso do setor da aviação europeu depende em grande parte da existência de trabalhadores qualificados e da inovação; reconhecendo a necessidade de colmatar as lacunas que surjam a nível de competências; salienta a importância das parcerias entre as instituições de ensino, os centros de investigação e os parceiros sociais, a fim de atualizar os programas de formação e garantir que reflitam as necessidades do mercado de trabalho; recomenda que sejam integradas nos programas de educação componentes teóricas, práticas e estágios, e que seja dada especial atenção aos mais recentes desenvolvimentos tecnológicos, nomeadamente veículos aéreos não tripulados ( drones ); 24. Apela à Comissão e aos Estados-Membros para que garantam investimentos públicos e privados suficientes na pesquisa e desenvolvimento no setor da aviação; destaca, neste contexto, a importância da indústria transformadora e da prestação de serviços ao longo da cadeia de valor da aviação, que são da maior importância para o emprego e o crescimento; está firmemente convicto de que a sua função tem de ser mais bem abordada na estratégia do setor da aviação; 25. Recorda que a licença de voo europeia deve assegurar um elevado nível de segurança e proteção, para benefício de todo o pessoal e dos passageiros; nota que a contratação de pilotos não titulares de uma licença de voo europeia pode conduzir à diminuição geral dos salários dos pilotos; 26. Acredita que uma rede de institutos de formação no domínio da aviação sob a égide da Academia Virtual da Agência Europeia para a Segurança da Aviação ajudaria a estabelecer normas comuns em matéria de formação e segurança; 27. Insta a Comissão e os Estados-Membros a estabelecerem um sistema de certificação para centros educativos que ministram formação a tripulações de cabina para reforço da segurança e proteção; 28. Recomenda a definição de normas comuns aplicáveis às competências das inspeções de segurança da aviação; 29. Relembra a Comissão de que o processo de liberalização Céu Único Europeu (CUE) e, em particular, o sistema de desempenho para os prestadores de serviços de tráfego aéreo (PSTA) não devem ser implementados em detrimento das condições de trabalho do pessoal operacional altamente qualificado, nem resultar em cortes no investimento em novas tecnologias e na formação do pessoal novo; incentiva a Comissão a considerar uma forma de evitar tal evolução, uma vez que não serviria o objetivo de obter um serviço de tráfego aéreo melhor, mais eficaz e mais produtivo na Europa; 30. Insta os Estados-Membros a garantirem que todos os trabalhadores do setor da aviação tenham condições de trabalho dignas, incluindo segurança e saúde no trabalho, independentemente da dimensão e do tipo da empresa que os emprega, do local de afetação ou do contrato subjacente; realça que tal abrange a proteção contra a exposição a poluição por partículas em aeroportos; salienta a necessidade de regras transparentes sobre saúde e segurança no trabalho no setor da aviação, que deverão sujeitar todas as aeronaves com um COA da UE a controlos periódicos em matéria de competência nacional; AD\1106823.doc 7/7 PE587.415v02-00

31. Sublinha a necessidade de monitorizar regularmente o equilíbrio psicológico das tripulações de voo, a fim de garantir o seu nível de saúde e segurança no trabalho; recorda a importância do período de descanso da tripulação de voo como forma de garantir o nível máximo de segurança e proteção durante o seu tempo de trabalho; 32. Insiste em que a avaliação da necessidade de clarificar o direito aplicável e a instância competente em relação aos contratos de trabalho dos trabalhadores móveis do setor aéreo seja efetuada em estreita colaboração com os representantes destes trabalhadores; 33. Exorta a Comissão e os Estados-Membros a evitarem os abusos do ponto de vista social e o contorno das normas laborais, assegurando proteção aos fornecedores de informações, facilitando a informação transparente e reforçando a cooperação entre as inspeções do trabalho dos Estados-Membros; 34. Convida as autoridades competentes a melhorarem a atual situação dos ACC mediante, por exemplo, o aumento do número de pessoal e a melhoria das condições de trabalho, a fim de fazer face ao aumento previsto do tráfego aéreo e reduzir o número de atrasos e o congestionamento do espaço aéreo da UE; 35. Exorta a Comissão e os Estados-Membros a garantirem uma melhor implementação e aplicação da legislação da União existente no setor da aviação. PE587.415v02-00 8/8 AD\1106823.doc

RESULTADO DA VOTAÇÃO FINAL NA COMISSÃO ENCARREGADA DE EMITIR PARECER Data de aprovação 12.10.2016 Resultado da votação final +: : 0: 46 6 0 Deputados presentes no momento da votação final Suplentes presentes no momento da votação final Suplentes (art. 200.º, n.º 2) presentes no momento da votação final Laura Agea, Guillaume Balas, Brando Benifei, Vilija Blinkevičiūtė, Enrique Calvet Chambon, Ole Christensen, Martina Dlabajová, Lampros Fountoulis, Elena Gentile, Arne Gericke, Marian Harkin, Czesław Hoc, Danuta Jazłowiecka, Agnes Jongerius, Rina Ronja Kari, Jan Keller, Ádám Kósa, Agnieszka Kozłowska-Rajewicz, Jean Lambert, Jérôme Lavrilleux, Jeroen Lenaers, Verónica Lope Fontagné, Javi López, Morten Løkkegaard, Thomas Mann, Dominique Martin, Anthea McIntyre, Joëlle Mélin, Elisabeth Morin-Chartier, Emilian Pavel, João Pimenta Lopes, Georgi Pirinski, Marek Plura, Terry Reintke, Anne Sander, Sven Schulze, Siôn Simon, Jutta Steinruck, Romana Tomc, Yana Toom, Ulrike Trebesius, Marita Ulvskog, Renate Weber, Tatjana Ždanoka, Jana Žitňanská Georges Bach, Deirdre Clune, Tania González Peñas, Dieter-Lebrecht Koch, Neoklis Sylikiotis, Flavio Zanonato Raymond Finch AD\1106823.doc 9/9 PE587.415v02-00