As implicações da revisão do CPA para a Administração Pública

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Transcrição:

As implicações da revisão do CPA para a Administração Pública João Tiago Silveira Curso Revisão do CPA Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito de Lisboa 12 de julho de 2016

1. Um novo regime de revogação/anulação mais complexo A dificuldade em lidar com um regime complexo de anulação e revogação Anulação e revogação, em vez de dois tipos de revogação: fatores de complexificação 1.º fator: Novos casos em que a anulação está vedada ou não se produz (artigo 163.º-5 CPA): Conteúdo do ato é vinculado ou apenas pode ser o adotado pelo ato anulável Ex: Negação de prestação social sem que tenha havido audiência dos interessados e ato tenha de ser indeferido. Fim visado pela exigência procedimental/formal tenha sido satisfeito Ex: Interessado tenha sido ouvido em consulta pública e não em audiência dos interessados. Mesmo sem vício, ato teria sido praticado com o mesmo conteúdo

1. Novo regime de revogação/anulação mais complexo 2.º fator: Prazo para anulação (artigos 163.º-4 e 168.º - 1 a 4 CPA) Se não forem atos constitutivos de direitos: Até 6 meses após a data do conhecimento da invalidade, com limite de 5 anos Até 6 meses desde cessação do erro do agente, em caso de invalidade por erro do agente, com limite de 5 anos

1. Novo regime de revogação/anulação mais complexo 2.º fator: Prazo para anulação (artigos 163.º-4 e 168.º - 1 a 4 CPA) Se for ato constitutivo de direitos: até 1 ano após emissão. Exceções: Quando tenha sido impugnado, até ao encerramento da discussão Se lei/direito da UE dispuserem outro prazo, podem ser revogados em 5 anos desde a emissão, nos seguintes casos: Beneficiário tenha utilizado artifício fraudulento para a prática do ato Revogação apenas para o futuro, se forem atos constitutivos de direitos para obtenção de prestações periódicas, no âmbito de relação continuada Atos constitutivos de direitos de conteúdo pecuniário cuja legalidade possa ser fiscalizada depois de 1 ano, com imposição de dever de restituição de quantias

1. Novo regime de revogação/anulação mais complexo 3.º fator: Novas regras sobre efeitos da anulação (artigos 171.º- 3 e 4, 172.º e 168.º-6 e 3 CPA) Eficácia retroativa, mas se o ato for inimpugnável, o autor da anulação pode anular com efeitos apenas para o futuro (artigo 171.º-3 CPA) Beneficiários de boa-fé de atos consequentes praticados há mais de 1 ano: Danos de difícil reparação e desproporção entre seu interesse e o dos interessados na anulação: situação não pode ser afetada Outros casos: Direito a serem indemnizados pelos prejuízos da anulação Beneficiários de atos constitutivos de direitos que desconhecessem invalidade e tenham obtido vantagem: direito a indemnização por danos anormais

1. Novo regime de revogação/anulação mais complexo 4.º fator: Novos casos de revogação Identificação de novos casos em que atos constitutivos de direitos podem ser revogados (artigo 167.º-2 CPA): Na parte em que sejam desfavoráveis aos interessados Todos os beneficiários estejam de acordo e não se trate de direitos irrenunciáveis Reserva de revogação, se regime permitir precarização do direito Superveniência de conhecimentos técnicos/científicos/alteração objetiva das circunstâncias de facto em face das quais não poderiam ter sido praticados

1. Novo regime de revogação/anulação mais complexo 5.º fator: Novas regras sobre prazo para revogação (artigo 167.º-4 CPA) A todo o tempo Exceção: Atos constitutivos de direitos revogáveis por superveniência de conhecimento técnico/científico/alteração objetiva de circunstâncias Prazo de 1 ano desde o conhecimento da superveniência Extensível por mais 2 anos, por razões fundamentadas

1. Novo regime de revogação/anulação mais complexo 6.º fator: Novas regras sobre efeitos da revogação (artigos 171.º- 1 e 2 e 167.º-5 e 6 CPA) Indemnização de beneficiários de boa-fé de ato revogado por superveniência de conhecimentos técnicos/científicos/alteração objetiva das circunstâncias de facto Casos: Afetação que restrinja o conteúdo essencial do direito: indemnização pelo valor económico do direito ou pela parte do direito restringida Afetação não restringe conteúdo essencial do direito: indemnização pelo sacrifício (artigo 16.º da Lei n.º 67/2007, de 31/12, alterada pela Lei n.º 31/2008, de 17/7) O problema de saber quando o conteúdo essencial do direito é afetado

2. Evitar a utilização abusiva do auxílio administrativo Novo regime do auxílio administrativo pode ter efeitos negativos em matéria de simplificação administrativa (artigo 66.º CPA) Risco de Administração Pública se abster de decidir rapidamente e remeter questões para outros órgãos, com prejuízo para a celeridade e simplificação: Dever de solicitar a intervenção no procedimento de outros órgãos da Administração Pública que tenham competência exclusiva ou conhecimentos aprofundados na matéria (artigo 66.º-1-a) CPA) Dever de solicitar a intervenção no procedimento de outros órgãos da Administração Pública quando sejam necessários meios técnicos/humanos de que órgão competente não disponha (artigo 66.º-1-c) CPA) Interpretação inteligente do artigo 66.º CPA: aproveitar margem de conceitos vagos e indeterminados e evitar a utilização abusiva do auxílio administrativo

3. Utilizar as conferências procedimentais Novo regime das conferências procedimentais pode ser útil e importa aproveitálo (artigos 77.º e segs. CPA) Permite exercício coordenado/conjunto de competências, evitando que procedimento se eternize e que interessado tenha de lidar com múltiplas entidades Realização da conferência depende de lei, regulamento, contrato interadministrativo ou acordo entre os órgãos (apenas para conferências de coordenação) (artigo 78.º-1 CPA) Aproveitar ativamente as oportunidades do regime das conferências procedimentais: promover contratos interadministrativos ou acordo entre os órgãos Na montagem da conferência: Sustentar a desnecessidade de uma delegação de competências segundo o formalismo típico (artigo 79.º-5 CPA) Utilizar a videoconferência (artigo 79.º-4 CPA)

4. Utilizar oportunidades de desconcentração de poderes Órgão competente para decisão final delega obrigatoriamente poder de direção sobre o procedimento num inferior hierárquico (artigo 55.º-2 CPA) Em órgão colegial, a delegação é em membro do órgão ou em agente dele dependente (artigo 55.º-4 CPA) Exceções: Disposição legal/regulamentar/estatutária em contrário Condições de serviço ou outras razões ponderosas, invocadas fundadamente no procedimento ou em diretiva interna quanto a certos tipos procedimentos Possibilidade de sustentar que não se trata de delegação de competências formal ou que esta ocorre automaticamente com a designação do subalterno responsável

5. Lidar com o envio oficioso de requerimentos às entidades competentes Qualquer pedido dirigido a órgão incompetente dá origem a envio do mesmo ao órgão competente, havendo que proceder a esse envio rapidamente (artigo 41.º CPA) Lidar com requerimentos apresentados a entidades incompetentes que pertençam a pessoa coletiva pública/ministério diferente da competente Alargamento do âmbito desta obrigação, que antes apenas existia em certos casos (artigo 34.º artigo CPA e artigo 12.º DL 135/99, de 22/4, subsequentemente alterado) Alargamento do âmbito requer comportamento diligente e exigente da Administração Pública: rápida verificação da competência e rápido envio à entidade competente Ex: pedido dirigido a órgão de ministério passa a ter de ser remetido a órgão de município, se for este o competente.

6. Novas exigências para a execução do ato Execução passa a depender da prática de um ato autónomo devidamente fundamentado com o conteúdo e termos da execução (artigo 177.º-2 CPA) Introduz morosidade e não parece significar uma necessidade garantística fundamental Necessidade de praticar atos autónomos e fundamentados antes da execução Elaboração de modelos para tipos de execuções mais frequentes poderá ajudar?

7. Criação de balcões únicos Regulação da administração eletrónica e da utilização de meios eletrónicos no procedimento administrativo inclui os balcões únicos (artigos 14.º, 61.º, 62.º, 63, 112.º- 1-c) e 113.º-4 e 5 CPA): Passa a existir base legal geral para a sua criação: serviços devem promover a sua criação, em diálogo com outros serviços envolvidos em procedimentos onde vários intervenham, por forma a minimizar a multiplicação de procedimentos São identificados requisitos que tem de cumprir (artigo 62.º-1 CPA). Aspetos relevantes: Verificação do estado dos pedidos Meios de pagamento eletrónicos Emissão de atos certificativos de forma automatizada (artigo 62.º-4 CPA) Uma regra indesejável: desconto de prazo que medeia entre receção de pedido pelo balcão único e entrega ao destinatário é descontado aos prazos procedimentais (artigo 62.º-3 CPA)

8. Admitir requerimentos eletrónicos e emitir recibos eletrónicos Administração Pública deve aceitar sempre requerimentos eletrónicos e emitir recibos eletrónicos (artigos 104.º-1-d), 2 e 3 e 106.º-3 CPA) Admitir requerimentos apresentados por via eletrónica e emissão automática de recibos eletrónicos Registo eletrónico deve emitir automaticamente recibo Data da entrada do requerimento é a da expedição: a vantagem de um formulário eletrónico

9. Utilizar notificações e comunicações eletrónicas Admitem-se notificações e comunicações por meios eletrónicos, que importa utilizar (artigos 63.º e 112.º CPA) Prevê-se a notificação por correio eletrónico e outros meios eletrónicos (artigo 112.º-1- c) CPA) Comunicações ao longo do procedimento (artigo 63.º CPA) e notificações (artigo 112.º CPA) Necessidade de prévio consentimento de pessoas singulares: como fomentar consentimento? Colocar texto de consentimento em formulário eletrónico? Para comunicações, presume-se consentimento quando tenha sido estabelecido contacto regular por essa via. O problema de estarem em causa conceitos vagos e indeterminados Para pessoas coletivas pode ser utilizado i) endereço de correio eletrónico constante de qualquer documento apresentado no procedimento e ii) plataformas eletrónicas de acesso restrito

9. Utilizar notificações e comunicações eletrónicas Admitem-se notificações e comunicações por meios eletrónicos, que importa utilizar (artigos 63.º e 112.º CPA) Momento da perfeição da notificação: Considera-se efetuada no momento em que aceda ao correio eletrónico específico que lhe foi enviado (artigo 113.º-5 CPA) Mas considera-se efetuada em caso de ausência de acesso ao correio eletrónica/conta eletrónica por 25 dia posterior ao seu envio, exceto se: Notificando comunicou alteração do correio eletrónico/conta Comunicação foi impossível Serviço de comunicação tenha impedido a correta receção, designadamente devido a filtragens não imputáveis ao recetor

10. Utilizar o anúncio como forma de notificação Promover a utilização do anúncio como forma de notificação Notificação por anúncio é agora admitida quando notificandos sejam em número superior a 50 (artigo 112.º-1-e) e 112.º-4 CPA) Antes não se fixava um número preciso (artigo 70.º-1-d) CPA antigo ) Exige-se publicação em DR ou publicação oficial da entidade pública + jornal de circulação nacional ou local dependendo da natureza da matéria + site web institucional da entidade

Obrigado! www.joaotiagosilveira.org joao.tiago.silveira@mlgts.pt joao.tiago.silveira@gmail.com joaotiagosilveira@fd.ul.pt