1 FACULDADE DE INHUMAS PAIM 2016.01 Programa de Aulas Inter e Multidisciplinares DIR 02 INHUMAS, GO 2016
2 APRESENTAÇÃO A Faculdade de Inhumas (FacMais), com sede na Av. Monte Alegre, n. 100, Residencial Monte Alegre, Inhumas, Goiás, com a missão de buscar, pelo ensino, a formação do profissional responsável dentro dos princípios da cidadania, tendo em vista ainda seu contínuo aprimoramento ético-sócio-cultural, criou o Projeto Café Jurídico e Diálogos: Para Gostar do Direito, com vista a possibilitar ensino, pesquisa e extensão de forma interdisciplinar e multidisciplinar entre disciplinas e/ou entre cursos da instituição. A interdisciplinaridade, sob a perspectiva da dialogicidade e da integração das ciências e do conhecimento, defende a compreensão holística dos saberes, sem, no entanto, desvalorizar a especialização das ciências campo de construção da verdade específica e generalizante no cenário das ciências sociais e aplicadas. A temática da interdisciplinaridade, sob a leitura de Thiesen (2008), aponta para a lição da interação, religação, problematização e questionamento de saberes e de conhecimentos: O epistemológico e o pedagógico, ambos abarcando conceitos diversos e muitas vezes complementares. No campo da epistemologia, tomam-se como categorias para seu estudo o conhecimento em seus aspectos de produção, reconstrução e socialização; a ciência e seus paradigmas; e o método como mediação entre o sujeito e a realidade. Pelo enfoque pedagógico, discutem-se fundamentalmente questões de natureza curricular, de ensino e de aprendizagem escolar. Interagir o que foi dicotomizado, religar o que foi desconectado, problematizar o que foi dogmatizado e questionar o que foi imposto como verdade absoluta. O Projeto Café Jurídico e Diálogos: Para Gostar do Direito, abrange conhecimentos e saberes do campo das ciências humanas, sociais e jurídicas, possibilitando um estudo do ensino jurídico de forma diferenciada desafios que as faculdades, docentes e alunos, em suas relações didático-pedagógicas, enfrentam com vistas à exigência da qualidade na especialização e na estética da sociedade do conhecimento, sem, porém, descuidarem do exercício dos valores da cidadania e da construção dos conteúdos curriculares, conjugados com a realidade, a experiência e a vivência dos agentes sociais. De forma a conjugar a realidade contextual e o currículo pedagógico, o Café Jurídico e Diálogos se propõe, democraticamente, a estimular professores e alunos para gostar do direito, visando à construção de alunos ativos e autônomos no ato de pensar, de aprender e se articular para o desenvolvimento de si mesmos e da sociedade, sob uma metodologia em que se atenda à Resolução n. 9/2004,
3 formando-se assim subjetividades críticas, capazes de enfrentar a relação de poder, com atitude e visão clara do mundo que as cerca. Dialogar sobre os questionamentos de como mediar, no direito, conhecimentos e experiências em conflitos. Como interpretar as vozes e os silêncios no direito. Como conduzir um ensino jurídico em que os alunos compreendam as relações de poder, em face da proposta de construção de uma autonomia possível por meio da educação superior de sujeitos conscientes da sua própria história. 1.TEMA O projeto Café Jurídico e Diálogos: Para Gostar do Direito tem como eixo norteador, em 2016.01, a obra literária A resposta, de autoria de Kathryn Stockett, e tema Questão étnico racial: vamos falar de preconceito racial?. 2.JUSTIFICATIVA Os acadêmicos e acadêmicas de um curso superior em Direito necessitam receber todas as informações e estímulos para compreender a complexidade do campo científico de sua área de formação. No campo jurídico, isso sobressai devido à dinâmica da aplicabilidade do direito aos fenômenos da vida (aos fatos jurídicos). Considerando essa realidade, os professores do curso de Direito criaram para os alunos a proposta de diálogos para gostar do direito, utilizando de forma interdisciplinar o grande universo de disciplinas da matriz curricular. [...] um projeto interdisciplinar de trabalho ou de ensino consegue captar a profundidade das relações conscientes entre as pessoas e entre pessoas e coisas. Nesse sentido, precisa ser um projeto que não se oriente apenas para o produzir, mas que surja espontaneamente, no suceder diário da vida, de um ato de vontade. Nesse sentido, ele nunca poderá ser imposto, mas deverá surgir de uma proposição, de um ato de vontade frente a um projeto que procura conhecer melhor. No projeto interdisciplinar, não se ensina, nem se aprende: vive-se, exerce-se. (FAZENDA, 1991, p.17) [...] O que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa: é a transformação da insegurança num exercício do pensar, num construir. (FAZENDA, 1991, p.18)
4 A interdisciplinaridade no ensino jurídico, como mecanismo pedagógico de ensino-aprendizagem, possibilita uma maior compreensão das realidades sociais. A partir do momento em que o Direito interage com outras áreas do conhecimento humano em suas relações jurídicas, o diálogo abre espaço para que leis e doutrinas deixem de ser tão-somente meros componentes jurídicos, para dar lugar a uma maior compreensão do mundo real. Neste semestre, a proposta visa ainda integrar literatura e cinema às atividades, como meios condutores do debate, visando a sensibilização dos acadêmicos a respeito da situação humana. 3.OBJETIVOS 3.1.Geral Promover o diálogo em um ambiente educacional, no qual professores e alunos dialoguem a respeito do Direito e das áreas de saberes e conhecimentos que o afetam de alguma forma para a construção de uma práxis jurídica diferenciada. 3.2Específicos a) Dialogar em um contexto interdisciplinar visando à proposta educacional teórico-prática para gostar do direito, relacionando aspectos fáticos e jurídicos, construído pelo grupo de professores do 2º semestre do Curso de Direito da FacMais. b) Estimular a elaboração de relações conceituais entre os conteúdos das disciplinas do Curso de Direito, produzindo-se um esquema de relações conceituais dessas disciplinas para os respectivos professores, conciliando-se a teoria e a aplicabilidade do direito aos fenômenos da vida. c) Desenvolver as potencialidades pessoais e intelectuais dos alunos, por meio de diálogos e discursos, de modo a estimulá-los à reflexão, compreensão e crítica da realidade e dos conceitos teóricos jurídicos, exercitando-se a aplicabilidade do direito e respostas jurídicas às questões de conflito. 4.METODOLOGIA E AVALIAÇÃO
5 Como o projeto propõe a realizar uma análise do Direito numa perspectiva interdisciplinar no ensino jurídico, a metodologia a ser desenvolvida será a seguinte: Exposição oral do projeto pela coordenação e professores; Exposição do Filme Histórias Cruzadas, baseado no Livro norteador da atividade. Provocação da temática por meio de textos previamente selecionados; Debates, em sala, sobre as temáticas pertinentes a cada disciplina; Composição de trabalhos em grupos, para desenvolver leitura, compreensão, análise, interpretação e aplicação do Direito à temática proposta; Apresentação oral dos estudos realizados pelos alunos de todos os grupos. Participação dos professores como mediadores na construção da aprendizagem a ser desenvolvida pelos alunos. Para o desenvolvimento das atividades, poderão ser usados livros, quadro e giz, textos jurídicos e de outras áreas, datashow, filmadora, atividades digitadas pelos professores e dramatização de alunos (se necessário for); e demais recursos que se fizerem necessários, com aprovação dos professores orientadores. Os acadêmicos formarão grupos de até 05 (cinco) alunos, para realização das atividades, que serão desenvolvidas em 3 (três momentos): 1º momento: Apresentação do projeto e exibição do filme; 2º momento: Elaboração do trabalho escrito, sob orientação dos professores da turma; 3º momento: Apresentação do trabalho e debate. A avaliação da atividade, por sua vez, será realizada em dois momentos: Trabalho escrito (Valor: 0,5) Cada grupo deverá entregar uma via do trabalho escrito, para a coordenação, até a data indicada no cronograma. A coordenação encaminhará uma cópia do trabalho, para cada professor da turma, que deverá corrigir o trabalho; fazer as observações pertinentes e atribuir uma nota de 0 à 0,5 ao trabalho. Os trabalhos corrigidos devem ser reencaminhados para a coordenação, que organizará uma pasta com os trabalhos, para os coordenadores da atividade do dia 21 de maio.
6 A nota final do trabalho escrito será a média simples das notas atribuídas pelos professores. Apresentação oral (Valor: 0,5) Os trabalhos do dia 21 de maio serão coordenados por 01 ou 02 professores da turma, que atribuirão uma nota de 0 à 0,5 para cada aluno, referente a apresentação oral do trabalho. A nota da apresentação oral é individual. Desta forma, a nota final do PAIM será formada pela soma da Nota do trabalho escrito e da Apresentação oral. 5. REALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO O projeto, de natureza institucional, será realizado pelo primeiro período do Curso de Direito sob a coordenação dos(as) professores(as) da turma. Para o desenvolvimento do projeto, a turma do curso será dividida em grupos, e cada grupo será orientado por todos os professores das disciplinas. 6.LOCAL, DIA E HORÁRIO DO CAFÉ JURÍDICO E DIÁLOGOS Local: Sala de aula da Faculdade de Inhumas (FacMais), em Inhumas, Goiás Período para resolução da atividade: 07/03/2016 a 21/05/2016. Dia da apresentação: 21/11/2015 Horário: Das 8:00 às 13:00, com intervalo de 20 minutos. 7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO PAIM 07 de março Disponibilização do projeto 29 de março Exibição do filme Histórias Cruzadas Maio Realização do trabalho escrito sob orientação dos professores. 21 de maio PAIM Entrega do trabalho Apresentação e debate 24 de maio Divulgação do relatório final da atividade 8. RESPONSÁVEIS Diretoria Acadêmica NEIC (Núcleo de Extensão e Iniciação Cientifica) Coordenação do Curso de Direito Professores orientadores e auxiliares Acadêmicos do Curso de Direito 9. INVESTIMENTO A instituição proporcionará o desenvolvimento do projeto, com espaço físico e Datashow, filmadora e os alunos poderão buscar parceiros para apoio financeiro. Para o intervalo da programação, cada aluno e professor arcarão com a sua alimentação.
8 QUESTÃO ÉTNICO RACIAL: VAMOS FALAR DE PRECONCEITO RACIAL? Nos capítulo 1 e 2 do livro A resposta a autora nos apresenta as personagens principais do livro: Aibileen, Minny e Skeeter; bem como a situação do banheiro para as empregadas. Este episódio exemplifica um debate que é central nesta obra: preconceito racial (releia os capítulos para revisar o episódio). Brasil? Será que preconceito racial é coisa de ficção? Existe preconceito racial no Algumas provocações: Texto 1 O Brasil era o último país do mundo ocidental a eliminar a escravidão! Para a maioria dos parlamentares, que se tinham empenhado pela abolição, a questão estava encerrada. Os ex-escravos foram abandonados à sua própria sorte. Caberia a eles, daí por diante, converter sua emancipação em realidade. Se a lei lhes garantia o status jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia meios para tornar sua liberdade efetiva. A igualdade jurídica não era suficiente para eliminar as enormes distâncias sociais e os preconceitos que mais de trezentos anos de cativeiro haviam criado. A Lei Áurea abolia a escravidão mas não seu legado. Trezentos anos de opressão não se eliminam com uma penada. A abolição foi apenas o primeiro passo na direção da emancipação do negro. Nem por isso deixou de ser uma conquista, se bem que de efeito limitado. (Emília Viotti da Costa. A abolição, 2008.) Texto 2 O Instituto Ethos, em parceria com outras entidades, divulgou um estudo sobre a participação do negro nas 500 maiores empresas do país. E lamentou, com os jornais, o
9 fato de que 27% delas não souberam responder quantos negros havia em cada nível funcional. Esse dado foi divulgado como indício de que, no Brasil, existe racismo. Um paradoxo. Quase um terço das empresas demonstra a entidades seriíssimas que cor ou raça não são filtros em seus departamentos de RH e, exatamente por essa razão, as empresas passam a ser suspeitas de racismo. Elas são acusadas por aquilo que as absolve. Tempos perigosos, em que pessoas, com ótimas intenções, não percebem que talvez estejam jogando no lixo o nosso maior patrimônio: a ausência de ódio racial. Há toda uma gama de historiadores sérios, dedicados e igualmente bem-intencionados, que estudam a escravidão e se deparam com esta mesma constatação: nossa riqueza é esta, a tolerância. Nada escamoteiam: bem documentados, mostram os horrores da escravidão, mas atestam que, não a cor, mas a condição econômica é que explica a manutenção de um indivíduo na pobreza. [ ]. Hoje, se a maior parte dos pobres é de negros, isso não se deve à cor da pele. Com uma melhor distribuição de renda, a condição do negro vai melhorar acentuadamente. Porque, aqui, cor não é uma questão. (Ali Kamel. Não somos racistas. www.oglobo.com.br, 09.12.2003.) Texto 3 Qualquer estudo sobre o racismo no Brasil deve começar por notar que, aqui, o racismo é um tabu. De fato, os brasileiros imaginam que vivem numa sociedade onde não há discriminação racial. Essa é uma fonte de orgulho nacional, e serve, no nosso confronto e comparação com outras nações, como prova inconteste de nosso status de povo civilizado. (Antonio Sérgio Alfredo Guimarães. Racismo e anti-racismo no Brasil, 1999. Adaptado.) Texto 4 Na ausência de uma política discriminatória oficial, estamos envoltos no país de uma boa consciência, que nega o preconceito ou o reconhece como mais brando. Afirma-se de modo genérico e sem questionamento uma certa harmonia racial e joga-se para o plano pessoal os possíveis conflitos. Essa é sem dúvida uma maneira problemática de lidar com o tema: ora ele se torna inexistente, ora aparece na roupa de alguém outro. É só dessa
10 maneira que podemos explicar os resultados de uma pesquisa realizada em 1988, em São Paulo, na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito e 98% dos mesmos entrevistados disseram conhecer outras pessoas que tinham, sim, preconceito. Ao mesmo tempo, quando inquiridos sobre o grau de relação com aqueles que consideravam racistas, os entrevistados apontavam com frequência parentes próximos, namorados e amigos íntimos. Todo brasileiro parece se sentir, portanto, como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados. (Lilia Moritz Schwarcz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário, 2012. Adaptado.) Vídeo 1 Já ouviu falar no Teste da boneca? Assita: https://www.youtube.com/watch?v=29kzsogjesu Vídeo 2 Você é negro ou pardo? Assita: https://www.youtube.com/watch?v=yu20zn5nlgq Vídeo 3 Já ouviu falar em racism inverso? Assista: https://www.youtube.com/watch?v=sq4z2vq2k1w Vídeo 4 O STF decidiu sobre a constitucionalidade das cotas raciais, você viu o debate? Assita: https://www.youtube.com/watch?v=hr3ppnkhs8k
11 PROPOSTA DE ATIVIDADE Considerando as provocações realizadas, e tendo como base o conhecimento adquirido nas disciplinas do 1º e 2º períodos do curso de Direito, elabore uma dissertação, de 45 à 60 linhas, respondendo a seguinte questão: Supondo que o episódio do banheiro tivesse acontecido no Brasil nos dias atuais, e um grupo de donas de casa, procurassem vocês buscando um parecer jurídico sobre esta situação, qual a resposta jurídica que vocês dariam? Lembrem-se que o texto deve abordar, o máximo possível, todos os ramos do Direito e todas as disciplinas que vocês estudaram até o momento. Leia o livro A resposta, de Kathryn Stackett, e assita ao filme Histórias Cruzadas, de Tate Taylor. O livro está disponível em várias livrarias, e o filme pode ser locado, ou assistido por meio da plataforma Netflix. O trabalho escrito deve ser entregue para a Coordenação de Curso, até a data limite apontada no cronograma. O trabalho deve ser manuscrito e entregue em uma única via. Bom trabalho!
12 DIR 02 Integrantes do grupo 1-2 - 3-4 - 5-1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32.
13 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. Nota: Observações:
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