AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO MILHO CULTIVADO COM DIFERENTES DOSES DE EFLUENTE DOMÉSTICO TRATADO 1

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Transcrição:

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO MILHO CULTIVADO COM DIFERENTES DOSES DE EFLUENTE DOMÉSTICO TRATADO 1 M. S. Costa 2 ; Z. V. B. da Costa 3 ; S. M. C. Alves 4 ; M. F. Neto 5 ; M. J. C. Marinho 6 RESUMO: No nordeste há uma grande demanda na produção de grãos e sementes de milho, sendo considerada uma cultura de importância primária para a região. O uso de efluente doméstico tratado é uma alternativa sustentável, promovendo um ambiente mais ecológico e sustentável. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estado nutricional da cultura do milho sob diferentes concentrações de água residuária utilizando-se a folha índice do milho. As plantas irrigadas com maiores concentrações de água residuária apresentaram teores de macro e micronutrientes mais próximos ou dentro da faixa ideal para a cultura. Desta forma, temos que a produção de milho pode ser viabilizada através do uso de efluente doméstico tratado na irrigação. PALAVRAS-CHAVE: Zea mays, esgoto doméstico, nutrientes NUTRITIONAL ASSESSMENT OF CORN WITH DIFFERENT INTAKES OF TREATED DOMESTIC EFFLUENT ABSTRACT: In northeast there is a great demand in the production of grains and seeds of corn and is considered of primary importance for the region. The use of treated wastewater reuse is a sustainable alternative promoting a greener environment and sustainable development. The objective of this study was to evaluate the nutritional status of maize under different concentrations of wastewater using the sheet index of corn. Plants irrigated with higher concentrations of wastewater showed levels of macro and micronutrients closer or within the ideal range for the crop. Thus, we have corn production can be viable through the use of treated wastewater reuse in irrigation. KEY WORDS: Zea mays, domestic sewage, nutrients 1 Parte de trabalho de dissertação de mestrado do segundo autor. 2 Estudante de graduação em Agronomia, Departamento de Ciências Vegetais, Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Avenida Francisco Mota, 572, Bairro Costa e Silva, Mossoró, RN, 59625-900, monalisa_sc@hotmail.com. 3 Mestrando em Ciências do Solo, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas, UFERSA, Mossoró, RN. 4 Bolsista DCR/FAPERN/UFERSA, Mossoró, RN. 5 Prof. Adjunto, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas, UFERSA, Mossoró, RN. 6 Eng. Agrônoma formada pela UFERSA, Mossoró, RN

INTRODUÇÃO O milho (Zea mays) é uma das culturas mais antigas, primeiramente era cultivado em jardins, mas quando descobriram seu valor nutricional, começaram a produzi-lo em escala comercial para o consumo do homem (EMBRAPA, 2003). Esta cultivar serve tanto para alimentação animal quanto para humana, sendo este constituinte básico para vários tipos de alimento. Devido a esse grão, se deu o aumento da produção de animais que se alimentam dele, como aves e suínos. Sua importância econômica se dá tanto pela produção para consumo como para sementes, pois como é uma cultura bastante requerida a demanda de ambos é alta. No nordeste é bastante cultivado tanto por grande como por pequenos produtores, em algumas áreas é usada tecnologia avançada na sua produção. O milho é fonte de proteína e carboidratos, e é muito consumido na zona rural do Brasil, sendo também utilizado em uma ampla variedade de pratos (Naves et. al., 2004) consumido por várias classes sociais. A produção de culturas com água residuária tem se mostrado uma alternativa sustentável, pois como a agricultura é uma das atividades do homem que mais requere água, e esta se encontra limitada, a produção de grandes culturas como o milho com efluente doméstico tratado, mostra-se ambientalmente correta, pois o efluente doméstico é constante, e com o aumento da população, podemos encontrá-lo em abundância. Esta alternativa cabe muito ao semiárido, onde a precipitação anual é baixa e as chuvas são irregulares (Rizzini, 1997 citado por EMBRAPA, 2010). A utilização da água residuária também evita contaminação de recursos hídricos naturais, pois a sua utilização dá um novo destino a este, o que irá preservar a água potável que temos. O trabalho tem o objetivo de avaliar o estado nutricional da cultura do milho cultivado sob diferentes dosagens de água residuária tratada na sua irrigação. MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo foi desenvolvido no projeto de Assentamento Rural Milagres em Apodí- RN situado a 100 km de Mossoró-RN,localizado geograficamente 5º11 12 S 37º20 34 O. Este experimento contou com duas fontes distintas de águas: potável e residuária. A água residuária, proveniente da estação de tratamento de esgoto domestico localizada no assentamento rural Milagres em Apodí-RN; a água potável proveio de um poço artesiano pertencente ao assentamento. Foi instalado um sistema automatizado acoplado a dois motores bomba para irrigação do experimento. Antes de efetuar a semeadura do milho, foi efetuada uma irrigação, para conduzir o solo à umidade no ponto de capacidade de campo. O método de irrigação utilizado foi o de gotejamento (sistema localizado) utilizando-se mangueiras de 16 mm com emissores de vazão de 4L.h -1 de acordo com o catálogo do fabricante. Em seguida, a área recebeu irrigações diárias para assegurar ao solo condições inerentes a uma boa germinação das sementes e, conseqüentemente, ao desenvolvimento da cultura, sendo essa com base na curva de retenção de água no solo determinada previamente ao plantio. A cultura utilizada no experimento foi o milho cruzeta variedade precoce desenvolvido pela EMPARN. Foi feito a semeadura no espaçamento 1m x 0,30m colocando-o 4 sementes por cova e após 10 dias da emergência das plântulas foi feito o desbaste, deixando 2 plantas por cova.

Foram realizadas capinas manuais para que o experimento ficasse ausente de ervas daninhas. O ciclo teve duração de 80 dias após emergência das plântulas. As análises de macro e micronutrientes foram obtidas á partir da folha índice do milho em todos os tratamentos. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com 5 (cinco) tratamentos e 5 (cinco) repetições, totalizando 25 (vinte cinco) parcelas, cada parcela contava com 40 (quarenta) plantas sendo 26 (vinte e seis) como bordaduras e 14 (quatorze) úteis desta 3 (três) para coleta de dados. Foram analisados os nutrientes encontrados nas folhas do milho, sendo a amostragem feita por tratamento. Foram utilizados cinco tratamentos; T1=100%; T2=75%; T3=50%; T4=25%; de água residuaria e T5=100% de água de abastecimento proveniente de um poço artesiano. RESULTADOS E DISCUSSÃO Macronutrientes Com base nos resultados analisados na folha diagnose, os teores de nitrogênio no tratamento T5 apresentou os valores mais altos e no tratamento T1 os mais baixos, com respectivas médias de 52,59 e 33,25 g/kg.. Para Gomes et. al. (2007) a produção de milho com doses crescentes de lodo proporcionou maior absorção de nitrogênio nas plantas, mas que não foi o suficiente para boa condição nutricional das plantas. O mesmo autor constatou que as doses de cálcio e magnésio encontrados nas plantas estava dentro do recomendado, que para o cálcio está entre 0,23 e 0,40%, e o magnésio 0,15 e 0,40% (Coelho & França); e, que as doses crescentes de lodo foram proporcionais às doses de cálcio. Esses dados contrastam com aqueles encontrados neste trabalho, aos quais: cálcio, magnésio, potássio e sódio não foram significativos. O fósforo apresentou no tratamento T1 e no T5 valores médios de 2,69 e 0,46 g/kg, os demais tratamentos apresentaram diferença estatisticamente significativa. Fernandes & Muraoka (2002) analisando diferentes variáveis de milho cultivados no solo do cerrado, encontraram média de 1,93 g/kg de fósforo na parte aérea. Observamos uma diferença de 28,26% entre o teor de fósforo mais alto encontrado neste experimento. Prado et. al. (2001) chegou a obter doses de até 18,76 g/kg de fósforo nas folhas do milho em adubação, sendo esses bem superiores aos nossos dados. Micronutrientes Há poucos casos de problemas nutricionais em plantas envolvendo cobre e manganês, as plantas que apresentaram maiores teores foram as plantas do tratamento T1 em relação à testemunha. O teor de cobre encontrado na planta do T1 foi acima do normalmente encontrado em uma planta normal, 21,48 mg/kg, e o de manganês ficou dentro do permitido, 18,91 mg/kg; o ferro e o zinco apresentaram-se da mesma forma, ambos com o T4 como o tratamento que teve maior dose, os demais foram iguais entre si e aos outros tratamentos (Figura 1a). Em relação aos dados apresentados por Leite et. al. (2003), os teores de zinco foram baixos, pois a aplicação de doses crescentes de zinco compreendeu com valores extremos de 34,49 e 359,67 mg/kg, enquanto que a aplicação com água residuária o valor mais alto foi 75,25 mg/kg. Segundo Coelho & França, as doses recomendadas de cobre, manganês, ferro e zinco são, respectivamente, 6 a 20, 42 a 150, 50 a 250, 15 a 50 ppm.

Dessa forma, temos que a adubação com efluente tratado de origem doméstica supriu as necessidades nutricionais da cultura durante o ciclo da cultura. CONCLUSÕES Os valores de macro e micronutrientes encontrados neste trabalho estão dentro da faixa recomendada para as necessidades nutricionais do milho, viabilizando assim a produção desta cultura á partir da irrigação com água residuária. A CNPq e CAPES pelo apoio financeiro. AGRADECIMENTOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COELHO, A. M.; FRANÇA, G. E. de Nutrição e adubação do milho. Pesquisadores da EMBRAPA Milho e Sorgo (apostila). DUARTE, A. S.; AIROLDI, R. P. S.; FOLEGATTI, M. V.; BOTREL, T. A.; SOARES, T. M. Efeitos da aplicação de efluente tratado no solo: ph, matéria orgânica, fósforo e potássio. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.12, n.3, p.302-310, 2008. EMBRAPA. Embrapa cultivares. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/milho/cultivodomilho/cultivares.htm> Acessado em 06 de fevereiro de 2012. EMBRAPA, Manual para recuperação de áreas degradadas por extração de piçarra na caatinga. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2010. FERNANDES, C.; MURAOKA, T. Absorção de fósforo por híbridos de milho cultivados em solo do cerrado. Scientia Agricola, São Paulo, v.59, n.9, p.781-787, 2002. FERREIRA, A. C. de B.; ARAÚJO, G. A. de; PEREIRA, P. R. G.; CARDOSO, A. A. Características agronômicas e nutricionais do milho adubado com nitrogênio, molibdênio e zinco. Scientia Agricola, São Paulo, v.58, n.1, p.131-138, 2001. GOMES, S. B. V.; NASCIMENTO, C. W. A.; BIONDI, C. M. Produtividade e composição mineral de plantas de milho em solo adubado com lodo de esgoto. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.11, n.5, p.459-465, 2007. LEITE, U. T.; AQUINO, B. F. de; ROCHA, R. N. C.; SILVA, J. da Níveis críticos foliares de boro, cobre, manganês e zinco em milho. Bioscience Journal, Uberlândia, v.19, n.2, p.115-125, 2003. LUCHESE, A. V.; JUNIOR, A. C. G.; LUCHESE, E. B.; BRACCINI, M. do C. L. Emergência e absorção de cobre por plantas de milho (Zea mays) em resposta ao tratamento de sementes com cobre. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.6, p.1949-1952, 2004. MEDEIROS, S. de S.; SOARES, A. A.; FERREIRA, P. A.; NEVES, J. C. L.; MATOS, A. T. de; SOUZA, J. A. A. de Utilização de água residuária de origem doméstica na agricultura: estudo das alterações químicas do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.9, n.4, p.603-612, 2005. NAVES, M. M. V.; SILVA, M. S.; CERQUEIRA, F. M.; PAES, M. C. D. Avaliação química e biológica da proteína do grão em cultivares de milho de alta qualidade proteica. Pesquisa agropecuária Tropical, v.34, n.1, p.1-8, 2004.

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