TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA INDIVIDUAL NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA*

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Transcrição:

TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA INDIVIDUAL NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA* Luciana Aparecida de Souza 1, Maria Laene Moreira de Carvalho 1, Carla Massimo Caldeira 1 Ayssa Baldoni 1, Vinícius Rocha de Oliveira 1 1 UFLA, luapsouza2003@yahoo.com.br, mlaenemc@ufla.br, carlaufla@yahoo.com.br, ayssabaldoni@yahoo.com.br, vinicinrocha@hotmail.com RESUMO - O aumento na demanda por sementes de mamona de alta qualidade, vem desencadeando um grande interesse em testes rápidos que possibilitem a diferenciação entre lotes, dentre estes testes a condutividade elétrica se destaca. Para verificar a eficiência do teste de condutividade elétrica individual na avaliação da qualidade fisiológica de sementes de mamona, foram utilizados quatro lotes da cultivar, os quais foram submetidos ao teste de condutividade elétrica individual em três períodos de embebição (2, 4 e 6 horas). A caracterização dos lotes foi realizada pelos testes de germinação, primeira contagem, emergência, estande inicial, índice de velocidade de emergência, condutividade elétrica de massa e tetrazólio. Também foram determinados a sanidade e o teor de água das sementes. A determinação da condutividade individual foi realizada com analisador automático de sementes SAD-9000S, utilizando-se 200 sementes por lote acondicionadas em BOD, a 25 C; no entanto o método não foi eficiente em separar lotes de sementes de mamona com diferentes níveis de qualidade de acordo com os testes tradicionais de vigor. * Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG Palavras-chave: Ricinus communis L., lixiviação, vigor. INTRODUÇÃO As pesquisas com a mamona, principalmente na área de controle de qualidade de sementes, são essenciais para o estabelecimento da cultura e se justificam pela potencialidade da espécie e pela escassez de informações referentes à tecnologia de produção de sementes. Dessa maneira, torna-se necessário adequar tecnologias que permitam avaliar com rapidez e eficiência lotes de sementes, auxiliando nas tomadas de decisão em relação ao destino dos lotes. Um dos métodos mais rápidos e eficientes utilizado para avaliação da qualidade de sementes é o teste de condutividade elétrica que pode ser conduzido pelo método de massa que analisar uma amostra por vez e fornece como resultado, uma média de condutividade da solução em que estão as sementes ou pela avaliação da condutividade de cada semente em particular, teste de condutividade individual (COSTA, 2004). O princípio básico dessa técnica é a medição da quantidade de eletrólitos liberados pela semente na água de embebição. Essa quantidade é diretamente proporcional ao grau de desorganização da membrana plasmática e de sua permeabilidade (KRZYZANOWSKI et al., 1999).

Apesar de suas vantagens, o teste de condutividade elétrica individual necessita de ajustes especiais para a sua utilização na espécie em questão. A presente pesquisa foi conduzida com o objetivo de verificar a eficiência do teste de condutividade elétrica individual para avaliação da qualidade fisiológica de sementes de mamona. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes da UFLA. Foram utilizados 4 lotes de sementes de mamona da cultivar, safra 05/06, armazenados em câmara fria e seca (10 C e 40% UR) até a realização das avaliações. Na caracterização dos lotes foram utilizados os testes e determinações descritos a seguir: teor de água - foi efetuado pelo método de estufa a 105 ± 3 C por 24 horas conforme Brasil, (1992); teste de germinação - realizado a 25 C com 4 repetições de 50 sementes por lote. As contagens foram efetuadas aos 7 e 14 dias após a semeadura (BRASIL,1992); primeira contagem de germinação - consistiu no registro de plântulas normais no sétimo dia após a semeadura; emergência - realizada com 4 repetições de 50 sementes por lote, em canteiros, sendo o resultado computado aos 21 dias após a semeadura. avaliando-se o número de plântulas emergidas. O cálculo do índice de velocidade de emergência foi realizado conforme Maguire (1962); tetrazólio com embebição das sementes entre papel umedecido em água a 30 C por 3 horas, retirada do tegumento e cortes nas laterais dos embriões. Foram utilizadas 4 repetições de 25 sementes imersas em solução de tetrazólio a 0,5% e mantidas no escuro em BOD a temperatura de 30 C, por 6 horas (OLIVEIRA et al., 2006). O teste de condutividade elétrica de massa foi realizado com 4 repetições de 25 sementes colocadas para embeber em 75 ml de água deionizada e mantidas em BOD, a 25 C por 6 horas (SOUZA, 2007). O teste de sanidade foi conduzido pelo método de incubação em papel de filtro sem congelamento (blotter test) com 8 repetições de 25 sementes por lote. A incidência foi avaliada em porcentagem de fungos encontrados. Para o método de condutividade elétrica individual foi utilizado o analisador automático de sementes SAD 9000S, sendo analisadas 4 repetições de 50 sementes por lote. As sementes foram mantidas a temperatura de 25 C, por três períodos de embebição: 2, 4 e 6 horas. Os valores de condutividade de cada semente e o valor médio de condutividade dos lotes foram expressos em S/cm. Os resultados dos testes realizados foram analisados segundo delineamento inteiramente casualizado e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos na caracterização dos lotes estão apresentados na Tabela 1. O valor médio referente ao teor de água das sementes foi de 6,3% para os lotes da cultivar. De acordo com os dados de germinação, o lote 2 se destacou como sendo de melhor qualidade fisiológica. Essa tendência permaneceu nos resultados de primeira contagem de germinação, emergência, índice de velocidade de emergência e tetrazólio. A germinação dos lotes 3 e 4 foi comprometida devido a alta incidência de fungos, que ocasionou maior número de plântulas anormais infeccionadas. Verificou-se com os resultados do teste de condutividade elétrica de massa, uma lixiviação de eletrólitos mais evidente no lote 2. O período de 6 horas de embebição para sementes desse lote, pode ter causado danos de embebição à estas sementes. Danos de embebição são resultantes da rápida absorção de água pelos cotilédones durante o processo de embebição, levando à morte da célula e à alta lixiviação de solutos das sementes (POWELL; MATTHEWS, 1978). Pelos resultados médios da incidência de fungos encontrados nas sementes de mamona (Tabela 2), observou-se um maior percentual de contaminação pelos fungos dos gêneros Aspergillus spp, em todos os lotes estudados. Geralmente, as espécies de Aspergillus ssp. depreciam a qualidade das sementes durante o armazenamento, causando reduções ou perda da capacidade germinativa, descoloração, apodrecimento e aquecimento da massa de sementes, culminando com o aumento da velocidade de deterioração (MACHADO, 1988). O lote 2 foi menos afetado pelos fungos, em razão disso foi mais vigoroso. Os dados obtidos pelo teste de condutividade elétrica individual dos lotes da cultivar estão apresentados na Tabela 3. Houve um aumento gradativo nos valores de condutividade elétrica individual com o decorrer do teste para todos os lotes, entretanto, o método individual não proporcionou distinção em relação ao potencial fisiológico dos lotes em todas as avaliações realizadas. Os resultados obtidos pelo teste corresponderam apenas aos resultados obtidos na emergência. De acordo com Souza (2007), que utilizou o teste de condutividade elétrica para avaliação da qualidade em sementes de mamona, o método individual não foi adequado pois, não possibilitou caracterizar de maneira eficiente os lotes, devido as muitas variações entre os resultados deste teste e os dos demais testes convencionais. Dias e Marcos Filho (1996) concluíram que a condutividade elétrica individual não forneceu informações consistentes sobre o potencial relativo dos lotes, apresentando eficiência variável de acordo com a cultivar de soja estudada. É interessante acrescentar que as sementes de mamona foram armazenadas em câmara fria antes da realização dos testes e, conforme relato de Vieira et al. (2001), o teste de condutividade elétrica em sementes de soja não separou os lotes em diferentes níveis de qualidade, uma vez que, à temperatura de 10 C, os danos causados às membranas segundo os autores, não ocorrem na mesma

intensidade que no armazenamento à temperatura de 20-25 C. Talvez este fato possa ter influenciado na avaliação da condutividade elétrica individual. CONCLUSÃO Os resultados do teste de condutividade elétrica individual na metodologia adotada, não são consistentes para a avaliação de lotes de sementes de mamona da cultivar, pois o método não foi eficiente em separar lotes com diferentes níveis de qualidade de acordo com os testes tradicionais de vigor. * Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais FAPEMIG. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Agricultura. Regras para análise de sementes. Brasília: SND/CLAV, 1992, 365 p. DIAS, D. C. F. S.; MARCOS FILHO, J. Testes de condutividade elétrica para avaliação do vigor de sementes de soja (Glycine max (L.) Merril). Scientia Agricola., Piracicaba, v. 53, n. 1, p. 31-42, jan./abr. 1996. KRYZANOWSKI, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. 218 p. MAGUIRE, J. D. Speeds of germination aid selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, v. 2, p. 176-177, 1962. OLIVEIRA, L. M.; CARVALHO, M. L. M.; CALDEIRA, C. M.; SILVA, C. D.; SILVA, D. G. Teste de tetrazólio em sementes de mamona. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 2., 2006, Aracaju. Anais... Campina Grande: Embrapa Algodão. 2006. 1 CD-ROM. POWELL, A. A.; MATTHEWS, S. The damaging effect of water on dry pea embryos during imbibition. Journal of Experimental Botany, Oxford, v. 29, n. 112, p. 1215-1229, 1978.

VIEIRA, R. D.; TEKRONY, D. M.; EGLI, D. B. Electrical conductivity of soybean seeds after storage in several environments. Seed Science & Technology, Zurich, v. 29, n. 3, p. 599-608, 2001. SOUZA, L. A. Teste de condutividade elétrica para avaliação da qualidade de sementes de mamona. 2007. 54 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Lavras, Lavras. Tabela 1. Valores médios (%) dos resultados de germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), emergência (E), tetrazólio (TZ), além da condutividade elétrica de massa (CE) e o índice de velocidade de emergência (IVE), dos lotes de sementes das cultivar. Testes Cultivar Lote G PC E IVE TZ CE 1 77 b 21 b 64 a 0,739 b 76 a 58,06 a 2 93 a 44 a 83 a 1,437 a 83 a 67,40 b 3 69 c 22 b 76 a 0,962 b 72 a 61,42 a 4 64 c 14 b 70 a 1,194 a 50 b 58,42 a CV (%) 8,36 37,69 14,08 19,61 15,74 7,82 As médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Tabela 2. Incidência média (%) de fungos encontrados nas sementes de mamona das cultivar, em diferentes lotes. Fungos Cultivar Lote Fusarium A. flavus A.ocraceus A. niger Rhizopus Penicilium 1 05 100 74 84 20 7 2 00 70 54 70 20 5 3 07 97 100 85 25 11 4 02 100 92 77 30 33 Tabela 3. Valores médios ( S/cm) de condutividade elétrica individual para as sementes dos lotes das cultivar, em cada período de pré-condicionamento. Períodos de embebição (h) Cultivar Lote 2 4 6 1 198,51 a 219,68 a 231,79 a 2 213,27 a 237,84 a 247,51 a 3 206,83 a 225,61 a 243,38 a 4 188,46 a 216,49 a 226,88 a CV (%) 7,77 6,89 8,43 As médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.