Germinação de Sementes de Abóbora Jacaré em Solos Tratados com Vinhaça.

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Palavras-chave: Agricultura sustentável; Composto orgânico; resíduos orgânicos.

Transcrição:

Germinação de Sementes de Abóbora Jacaré em Solos Tratados com Vinhaça. José C. Lopes 1 ; Paulo C. Cavatte 1 ; Marninsson A. Araújo 1 ; João B. Zonta 1 1 Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Agrárias Departamento de Fitotecnia, CP 16, 29500-000 Alegre-ES. sementes@cca.ufes.br RESUMO Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia e Análise de Sementes, localizado no campus do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), em Alegre-ES, objetivando avaliar a germinação de sementes de abóbora jacaré (Curcubita moschata Duch.) em solos tratados com vinhaça. Foram utilizados três tipos de solos: aluvial eutrófico; argissolo e solo de mineração de calcário. A vinhaça utilizada foi proveniente de usina de açúcar, aplicada nas doses de oo (ausência de vinhaça); 15, 30 e 45 ml kg -1. Os substratos foram peneirados em peneiras de 4 mm, colocados em placas de Petri, e incubados em câmaras de germinação à temperatura de 20-30ºC. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizados, com quatro repetições, em esquema fatorial 3 X 4 (tipos de solo x doses de vinhaça), os dados foram dados submetidos a análise estatística e ajustados os modelos de regressão do segundo grau e seus respectivos coeficientes de determinação. O solo de aluvial tratado com 15 e 30 ml de vinhaça evidenciou maior velocidade e porcentagem de germinação, em relação aos demais solos e tipos de tratamentos. Palavras-Chaves: Curcubita moschata, vinhaça, solo, germinação ABSTRACT Squash seed germination in soil treated with vinhaça. The study was carried out at the Laboratory of Tecnology and Analysis of Seed, in the Agrarian Science Center of Universidade Federal do Espírito Santo, in Alegre-ES, Brazil, in order to obtain information on squash seed germination in soil treated with vinhaça. The experimental design was a completely randomized, with four replictions, in factorial design 3 x 4 (3 soil and 4 levels of vinhaça). The soils utilized were: calcareous mining soil; red-yellow agisol; distrofic agisol; alluvial soil and vinhaca in the following doses: zero (control), 15, 30 and 45 ml kg -1. The results evidenced that alluvial soil treated with 15 and 30 ml of vinhaça presented greater speed and percentage of seed germination. Keyword: Curcubita moschata, solo, vinhaça, fertilização

A abóbora Jacaré (Curcubita moschata Duch.) é uma Curcubitaceae, olerícola anual, de caule herbáceo e rastejante, originária da América tropical. Ë uma cultura de clima tropical, cuja temperatura média ideal é de 20 a 25ºC e que preferem solos bem drenados, leves e férteis (Filgueira 2000). Seu cultivo caracteriza-se pelo uso intensivo de insumos, tornando-se necessário o conhecimento de técnicas e práticas agrícolas, relacionadas, principalmente, à adubação orgânica, que é um dos insumos mais utilizados na produção de hortaliças. Em alface, a adubação orgânica com estercos de animais e compostos orgânicos tem sido amplamente utilizada, objetivando reduzir as quantidades de fertilizantes químicos, em face das novas demandas do mercado consumidor por produtos de melhor qualidade, além de melhorar as qualidades físicas, químicas e biológicas do solo (Kiehl, 1985; Silva et al., 2001). Na região Sul do Espírito Santo, com topografia bastante acidentada, o cultivo de olerícolas fica restrito a pequenas propriedades. E as áreas degradadas pela mineração permanecem abandonadas, necessitando de práticas que possibilitem a melhor exploração dessas áreas. Por outro lado, as usinas açucareiras produzem quantidades acentuadas de resíduos orgânicos, com destaque o vinhoto, que amplia a necessidade de maiores estudos para melhor orientação para a utilização desse resíduo. O processo germinativo é muito influenciado pelo substrato, e para escolha do material deve ser levado em consideração o tamanho da semente, sua exigência com relação à umidade, sensibilidade ou não à luz e ainda, a facilidade que esse oferece ao desenvolvimento e avaliação das plântulas (Figliola et al., 1993; Carvalho & Nakagawa, 2000). Com a elevação dos custos da adubação mineral e da conscientização do problema gerado pelo acúmulo de resíduos derivados da atividade humana no meio urbano e rural, os resíduos orgânicos produzidos pelas indústrias, pelas cidades, ou pelo meio rural agrícola passaram a ter maior importância como materiais recicláveis e utilizáveis para melhorar as condições físicas do solo e aumentar sua fertilidade (Tedesco et al., 1999). A vinhaça aplicada no solo pode fornecer às culturas o potássio em forma disponível, além de outros nutrientes e de quantidade razoável de matéria orgânica (Monteiro et al., 1981). Seu efeito já foi registrado na cana-de-açúcar, contudo para outras culturas não tem sido muito estudado (De Paula et al., 1989). Este trabalho tem por objetivo avaliar a germinação de sementes de abóbora jacaré (Curcubita moschata Duch.) em diferentes tipos de solos tratados com vinhaça. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia e Análise de Sementes do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), em

Alegre-ES, objetivando avaliar a germinação de sementes de abóbora jacaré (Curcubita moschata Duch.) em diferentes tipos de solos tratados com vinhaça. Foram utilizados três tipos de solos: aluvial eutrófico; argissolo e solo de mineração de calcário. A vinhaça utilizada foi proveniente de usina de açúcar, aplicada nas doses de zero (ausência de vinhaça); 15, 30 e 45 ml kg -1. Os substratos foram peneirados em peneiras de 4 mm, colocados em placas de Petri, procedida a semeadura com 100 sementes divididas em quatro replicatas e incubados em câmaras de germinação à temperatura alternada de 20-30º C (Brasil, 1992). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizados, em esquema fatorial 3 X 4 (tipos de solo x doses de vinhaça). A avaliação do experimento foi feita diariamente a partir da semeadura, até a estabilização do processo germinativo, onde as plantas germinadas eram anotadas. Foram calculados a porcentagem de germinação e índice de velocidade de emergência (Maguire, 1962), sendo os dados submetidos a análise estatística e ajustados os modelos de regressão do segundo gral e seus respectivos coeficientes de determinação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores médios da porcentagem de emergência e o índice de velocidade de emergência de plântulas oriundas de sementes da abóbora semeadas em diferentes tipos de solos tratados com diferentes concentrações de vinhaça estão representados nas Figuras 1 e 2. Verifica-se na Figura 1, que no solo de aluvial a adição de vinhaça nas doses de 15 e de 30 ml determinou aumento na porcentagem de germinação das sementes. Resultados semelhantes foram encontrados no argissolo, quando se incorporou 15 ml de vinhaça. Entretanto, a adição de vinhaça no solo de mineração de calcário evidenciou redução na capacidade germinativa das sementes de abóbora.

80 70 Germinação(%) 60 50 40 30 20 10 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Vinhaça(mL) Resíduo Aluvial Argissolo y = 0,0144x 2-1,55x + 50,75 R 2 = 0,8631 y = -0,0256x 2 + 0,8367x + 64,55 R 2 = 0,9757 y = -0,0611x 2 + 3,0233x + 28,85 R 2 = 0,9831 Figura 1: Germinação (%) de sementes de abóbora Jacaré submetidas a três tipos de solo e quatro doses de vinhaça. CCA-UFES, Alegre-ES. Com relação ao vigor das sementes, avaliado através do índice de velocidade de emergência (Figura 2), verifica-se que o solo de aluvial apresentou aumento significativo nesse parâmetro com a adição de 15 ml de vinhaça. Entretanto, a adição de 30 ml de vinhaça determinou uma queda significativa nesse parâmetro (R 2 = 0,67160). Os dados obtidos para o índice de velocidade de emergência nos solos de mineração com incorporação de vinhaça corroboraram os resultados obtidos na emergência, sugerindo a não indicação de vinhaça para trabalhos com germinação ou emergência de sementes de abóbora, restringindo seu uso em argissolos e solos de aluvial nas condições estudadas.

4,5 4 3,5 3 IVE 2,5 2 1,5 1 0,5 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 y = 0,0008x 2-0,0739x + 2,1304 R 2 = 0,9771 Vinhaça(mL) Resíduo Aluvial Argissolo y = -0,0029x 2 + 0,1296x + 1,5165 R 2 = 0,6716 y = -0,0014x 2 + 0,0278x + 3,8765 R 2 = 0,9561 Figura 2: Índice de velocidade de emergência de plântulas de abóbora Jacaré submetidas a três tipos de solo e quatro doses de vinhaça. CCA-UFES, Alegre-ES. LITERATURA CITADA BRASIL, Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise de sementes. Brasília: SNDP/DNDV/CLAV, 1992, 365p. CARVALHO, N.M. & NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 588p. FIGLIOLA, M.B; OLIVEIRA, E.C. & PI ÑA-RODRIGUES, F.C.M. Análise de sementes. In: AGUIAR, I.B.; PI ÑA-RODRIGUES, F.C.M & FIGLIOLA, M.B (eds.). Sementes florestais tropicais. Brasília: ABRATES, 1993. p.173-174. FILGUEIRA, F.A. R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p. KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. São Paulo: Ceres, 1985, 492p. MAGUIRE, J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seeding emergence and vigor. Crop Science, Madison., v.2, n.2, p.176-177, 1962.

MONTEIRO, H.; PEXE, C. A. & STUPIELLO, J.P. Emprego de vinhaça complementada com nitrogênio e fósforo em soqueira de cana-de-açúcar (Saccharum spp). Brasil Açucareiro XCII, Rio de Janeiro, v. 4, p. 226-231,1981. PAULA, M.B. de.; FONTES, P.C.R.; CARVALHO, V.D. de. & NOGUEIRA, F.D. Utilização de vinhaça como fonte de potássio para a cultura da batata. Horticultura Brasileira, Brasília, v.7, n. 2, p. 06-08, 1989. SILVA, F.C.; BOARETTO, A.E.; BERTON, R.S.; ZOTELLI, H.B.; PEXE, C.A.; BERNARDES, H.M. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.36, n.5, p.831-840, 2001. TEDESCO, M.J.; SELBACH, P.A.; GIANELLO, C. & CAMARGO, F.A.O. Resíduos Orgânicos no solo e os Impactos no Ambiente. In: SANTOS, G.A. & CAMARGO, F.A.O. (eds). Fundamentos da Matéria Orgânica do Solo: Ecossistemas Tropicais e Subtropicais. Porto Alegre: GENESIS, 1999. 508p. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Conselho Nacional e Desenvolvimento Cientifico (CNPq), pelo auxílio de bolsa de iniciação científica (PIBIC) ao terceiro autor.