USO DO NOME DE TERCEIROS JUNHO 2017
QUATRO EM CADA DEZ CONSUMIDORES JÁ FIZERAM COMPRAS A CRÉDITO UTILIZANDO O NOME DE TERCEIROS. IMPREVISTOS E NOME SUJO SÃO JUSTIFICATIVAS MAIS CITADAS Todo consumidor está sujeito a enfrentar situações inesperadas nas quais é preciso desembolsar quantias que nem sempre se tem à disposição. Nessas horas, um recurso bastante comum entre os brasileiros é recorrer à ajuda de parentes e pessoas próximas para ter acesso ao crédito, como mostra a pesquisa Uso do Nome de terceiros, conduzida pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes lojistas. Contudo, a questão nem sempre se resume aos imprevistos, uma vez que muitas pessoas pedem ajuda a familiares e amigos por que querem comprar algo e não podem, seja em razão de terem o nome incluído em cadastros de proteção ao crédito, seja por que o que desejam não está dentro de sua realidade financeira. O estudo investiga a utilização do nome de terceiros para obtenção do crédito considerando os motivos, para quem é solicitado o nome, justificativas mais comuns, barreiras na compra, produtos mais adquiridos e pagamento da dívida. 2
Quatro em cada dez entrevistados já fizeram compras utilizando o nome de outras pessoas (38,5%), principalmente as mulheres (44,5%), os mais jovens (45,0%), aqueles na faixa etária de 35 a 54 anos (44,3%) e os que pertencem à Classe C/D/E (41,5%). Neste caso, as modalidades mais utilizadas são o cartão de crédito (25,9%, com queda de 7,9 p.p em relação a 2016), o cartão de loja (9,3%) e o crediário/carnê (9,0%). Ao mesmo tempo, 61,5% garantem que nunca fizeram aquisições desta forma, sobretudo os homens (67,9%), os mais velhos (82,2%) e os pertencentes à Classe A/B (72,0%). MODALIDADES MAIS UTILIZADAS NO NOME DE TERCEIROS 26% Cartão de crédito 9% Cartão de loja 9% Crediário/carnê Considerando as motivações para comprar usando o nome de terceiros, a mais mencionada corresponde aos imprevistos/não havia outra forma para resolver (27,3%). Outros 25,2% justificam dizendo que o nome estava sujo (aumentando para 28,1% na Classe C/D/E), enquanto 15,1% dizem que não possuem cheque e/ou cartão e nunca tentaram fazer. A pesquisa mostra ainda que as pessoas próximas são as mais requisitadas pelos consumidores que pedem ajuda a terceiros para comprar a crédito. Assim, os pais aparecem em primeiro lugar (26,8%), seguidos pelo cônjuge (21,8%), irmãos (19,3%), outros familiares (17,9%) e amigos (17,2%). Tendo em vista as justificativas ou argumentos dados na hora de pedir o nome a terceiros, 17,9% disseram tratar-se de uma conta de valor alto que não haviam planejado e, por isso, não tinham o dinheiro para pagar de imediato. Além disso, 13,7% reconheceram que precisavam comprar roupas, calçados, acessórios e não teriam como comprar à vista e dividir os valores sem ajuda do crédito de terceiros, enquanto 10,6% argumentaram que precisavam comprar coisas para o filho (a). 85,2% dos entrevistados afirmam ter avisado o valor a ser gasto antes de pedir o empréstimo, sendo que 48,9% utilizaram exatamente a quantia informada e 26,4% gastaram uma quantia menor. Vale destacar que 8,2% não avisaram (com queda de 7,7 p.p. em relação a 2016). 3
Os produtos mais adquiridos por aqueles que utilizam o nome de terceiros para ter acesso ao crédito são roupas, calçados e acessórios (30,2%, com queda de 13,1 p.p em relação a 2016), celular/ smartphone (19,5%), eletrônicos (13,6%) e móveis para casa (13,4%). Somente uma em cada cinco pessoas ouvidas diz ter sentido alguma dificuldade na loja ao utilizar o crédito em nome de terceiros (18,6%), ao passo em que 81,4% não sentiram. Finalmente, 88,0% dos entrevistados garantem que pagaram ou estão pagando em dia as prestações das compras realizadas em nome de terceiros, enquanto 12,0% admitem atraso no pagamento. PRODUTOS QUE MAIS COMPROU UTILIZANDO O NOME DE TERCEIROS Roupas, calçados e acessórios 30% Celular/smartphone Eletrônicos (TV, DVD, aparelho de som, MP3, câmera digital, etc) Móveis para casa Farmácia/remédios Compras de supermercado/mantimentos Eletrodomésticos (geladeira, fogão, cafeteira, etc) Computador/notebook/tablet Acessórios para carros, motocicletas Livros Jogos, brinquedos em geral Viagens Perfumes/cosméticos Ida a bar/restaurante Tratamento dentário Produtos esportivos que não sejam tênis e roupa Brinquedos Tratamentos estéticos Joias 19% 14% 13% 13% 12% 9% 8% 6% 6% 5% 5% 4% 4% 3% 3% 3% 2% 2% 4
Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, usar o nome de outra pessoa para comprar é algo que só se deve fazer quando não há nenhuma outra alternativa: Quem empresta se sente constrangido a não fazê-lo por causa da proximidade com a pessoa e pelo desejo de ajudar. Ao mesmo tempo, quem se vale do crédito de terceiros mostra que já está enfrentando algum problema financeiro, como a negativação, por exemplo. Se a pessoa já está passando pela restrição ao crédito por que não conseguiu pagar dívidas anteriores, a probabilidade de não honrar o novo compromisso assumido é grande. Assim, as chances de o empréstimo do nome acabar mal são reais, com prejuízos tanto para as finanças quanto para o relacionamento entre as duas partes. 19% SENTIRAM ALGUMA DIFICULDADE NA LOJA AO UTILIZAR O CRÉDITO EM NOME DE TERCEIROS 12% ADMITEM ATRASO NO PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES DAS COMPRAS REALIZADAS NO NOME DE OUTRA PESSOA 5
CONCLUSÕES 38,5% já fizeram compras utilizando o nome de outras pessoas. As modalidades mais utilizadas são o cartão de crédito (25,9%), o cartão de loja (9,3%) e o crediário/carnê (9,0%). 61,5% garantem que nunca fizeram aquisições desta forma. Motivações para comprar usando o nome de terceiros: a mais mencionada corresponde aos imprevistos/não havia outra forma para resolver (27,3%). Outros 25,2% justificam dizendo que o nome estava sujo, enquanto 15,1% dizem que não possuem cheque e/ou cartão nunca tentaram fazer. Pessoas a quem são pedidos os empréstimos de nome: pais (26,8%), cônjuges (21,8%), irmãos (19,3%), outros familiares (17,9%) e amigos (17,2%). Justificativas ou argumentos dados na hora de pedir o nome a terceiros: 17,9% disseram tratar-se de uma conta de valor alto que não haviam planejado e, por isso, não tinham o dinheiro para pagar de imediato. 13,7% reconheceram que precisavam comprar roupas, calçados, acessórios e não teriam como comprar à vista e dividir os valores sem ajuda; 10,6% argumentaram que precisavam comprar coisas para o filho (a). 85,2% afirmam ter avisado o valor a ser gasto antes de pedir o empréstimo, sendo que 48,9% utilizaram exatamente a quantia informada e 26,4% gastaram uma quantia menor. 8,2% não avisaram o valor. Os produtos mais adquiridos por aqueles que utilizam o nome de terceiros para ter acesso ao crédito são roupas, calçados e acessórios (30,2%), celular/smartphone (19,5%), eletrônicos (13,6%) e móveis para casa (13,4%). 18,6% sentiram alguma dificuldade na loja ao utilizar o crédito em nome de terceiros, ao passo em que 81,4% não sentiram. 88,0% garantem que pagaram ou estão pagando em dia as prestações das compras realizadas em nome de terceiros, enquanto 12,0% admitem atraso no pagamento. 6
METODOLOGIA PÚBLICO-ALVO MÉTODO DE COLETA TAMANHO AMOSTRAL DA PESQUISA DATA DE COLETA DOS DADOS Consumidores de todas Pesquisa realizada pela 601 casos, gerando 20 a 30 de as regiões brasileiras, web. Os dados foram margem de erro março de 2017. das capitais e do pós-ponderados para no geral de 4,0 p.p interior, homens e ficarem representativos para um intervalo de mulheres, com idade do universo estudado. confiança a 95%. igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas. 7