V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

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Transcrição:

INCLUSÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: A TABELA PERIÓDICA COMO RECURSO PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS Rafaela Masson¹, Paulo H. Chiari², Franciely C. Porto³, Thais P. Cardoso 4, Yvonne P. Mascarenhas 5 Instituto de Estudos Avançados (IEA) Polo São Carlos Universidade de São Paulo (USP) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); Fundação para o Incremento da Pesquisa e do Aperfeiçoamento Industrial (Fipai) Eixo: MM2_7648454 RESUMO O ensino para deficientes visuais é cercado de dificuldades, seja pela despreparação dos docentes, espaço físico da instituição inadequado, preconceito e ausência de material didático adequado. Considerando tais problemas e tendo em vista que, tradicionalmente, o ensino de química é baseado na visão, observação de fenômenos e reações químicas, este trabalho busca aproximar os deficientes visuais deste ensino, com o uso do tato como principal ferramenta. Pensando em utilizar métodos que possam satisfazer todos os alunos, construiu-se uma tabela periódica tradicional que contém a escrita em braile, atendendo as necessidades de alunos que sejam ou não deficientes visuais. Espera-se que alunos com e sem deficiência trabalhem em conjunto, utilizando o mesmo material didático, facilitando também o trabalho do docente. Sabendo que a abordagem de química é primordial para a formação acadêmica e social do indivíduo, seu ensino deve atingir a todos buscando sempre a igualdade entre os indivíduos, papel que o presente trabalho busca, sendo aplicado em uma importante área da disciplina. Portanto, visa além do ensino de química, atingir um âmbito social de suma importância, colocando em prática o objetivo proposto pelo movimento da inclusão, igualando o ensino para alunos com ou sem deficiência visual. INTRODUÇÃO "Ao longo da história da educação especial têm existido reformas e defensores da necessidade de mudanças (...). Estas mudanças refletem os valores e a compreensão da época, emergentes de contextos que se modificam. Há trinta anos, por exemplo, havia um debate contínuo em torno da questão de se saber até que ponto as crianças atrasadas mentais treináveis deveriam ser objeto de educação já que, por definição, não eram educáveis. Talvez daqui a trinta anos, os debates atuais acerca da diversidade, da visão

holística, dos cuidados, do construtivismo e da importância dos contextos sejam da mesma maneira percepcionados como incompreensíveis" (MORSE, P.; KOSTORIZ, R., 1997, p.11 apud SANCHES, M. F.). Ao longo do tempo, a discussão sobre educação especial foi separada em três grandes movimentos: segregação, integração e inclusão. Este último é entendido como uma proposta educativa que pretende consubstanciar a simultaneidade do tempo e do espaço pedagógico para todas as crianças, por forma a concretizar os ideais da educação pública obrigatória: qualidade, eficiência, igualdade e equidade (SANCHES, M. F., 2007). Atualmente, deficientes visuais encontram grande dificuldade de aprendizagem, seja pela falta de preparação dos docentes, despreparação do espaço físico da instituição, preconceito e ausência de material didático adequado. Observando tais problemas e tendo em vista que, tradicionalmente, o ensino de química é baseado na visão, observação de fenômenos e reações químicas, este trabalho busca aproximar os deficientes visuais deste ensino, focando no uso do tato como principal ferramenta. Idealizando três condições básicas para a inclusão de alunos deficientes na instituição escolar, sendo elas estrutura física, formação do professor e metodologia, foca-se na terceira condição. Em se tratando de deficientes visuais, os recursos didáticos podem ser obtidos por diferentes formas sendo que uma delas é a seleção que corresponde à utilização do recurso pelos alunos de visão normal, mas que também podem ser aproveitados para os alunos cegos tais como se apresentam (OLIVEIRA, F.I.W.; BIZ, V.A.; FREIRE, M., 2011 apud OLIVEIRA, J. S. et al.). Pensando em utilizar métodos que possam satisfazer todos os alunos, construiu-se uma tabela periódica tradicional que contém a escrita em braile, atendendo as necessidades de alunos que sejam ou não deficientes visuais. DESENVOLVIMENTO Na confecção da tabela periódica, além da idealizadora do projeto, contou-se com a participação dos bolsistas de Iniciação Científica e bolsistas de Iniciação Científica Junior do projeto Agência Multimídia de Difusão Científica e Educacional Ciência Web, desenvolvido no Instituto de Estudos Avançados Polo São Carlos da USP. Antes da confecção desta, foi ministrada uma aula de tabela periódica aos alunos de Iniciação Científica Junior, para que tivessem o conhecimento prévio dos principais conceitos abordados no estudo da tabela e, assim, manipulassem a construção da mesma com segurança.

Para a construção da tabela, utilizou-se como principais materiais um suporte de madeira, quadrados pequenos de madeira representando cada elemento químico e miçangas para a escrita em braile. Os quadrados foram pintados com diferentes cores, cada uma representando um grupo químico, e foram identificados com o símbolo químico, nome do elemento químico e número atômico, escritos com caneta adequada. As peças foram coladas no suporte (figura 1) obedecendo uma distância entre elas. Dessa forma, quando o deficiente visual desliza a mão pela tabela, ele tem a percepção de espaço de cada elemento químico. Além disso, os grupos foram identificados com diferentes formas em relevo no canto superior esquerdo (figura 2). Também tomou-se o cuidado de deixar um espaço maior entre os grupos químicos, com o objetivo dessa mesma percepção dos deficientes visuais. Após a montagem da tabela periódica comum, as miçangas foram coladas representando os símbolos químicos e números atômicos em braile (figura 3). Para este processo, foram necessários estudos minuciosos do alfabeto em braile. Figura 1 Quadrado de madeira representando os símbolos químicos Figura 2 Tabela Periódica Estruturada

Figura 3 Elementos químicos escritos em braile RESULTADOS E DISCUSSÕES A tabela periódica ainda está em processo de testes. Ela será apresentada primeiramente a uma sala somente com alunos com deficientes visuais e, em seguida, a uma sala inclusiva. Esta distinção é feita com o objetivo de confirmar a escrita em braile e o design da tabela, para ter certeza se alunos não videntes terão uma aprendizagem significativa com o material didático. Posteriormente, será feita a aplicação em uma sala de aula do ensino médio e o levantamento de opinião dos docentes de química e dos alunos. Espera-se que alunos com e sem deficiência possam trabalhar em conjunto, utilizando o mesmo material didático. Desta forma, tende-se a diminuir o preconceito e a diferença existente entre os ditos diferentes e normais, facilitando também o trabalho do docente, que normalmente não possui o conhecimento específico da escrita em braile e, tendo em vista que, nos dias de hoje, a formação docente, no Brasil, ainda é falha quando se trata de inclusão social. Sabendo que a abordagem de química é primordial para a formação acadêmica e social do indivíduo, seu ensino deve atingir a todos buscando sempre a igualdade entre os indivíduos. Esta tabela periódica iguala e proporciona o ensino de uma área da disciplina importante para o conhecimento em nível escolar. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho em desenvolvimento visa além do ensino de química. Atinge um âmbito social de suma importância, colocando em prática o objetivo proposto pelo movimento da inclusão, vivido pelo Brasil nos dias de hoje, igualando o ensino para alunos com ou sem deficiência visual.

Este é um trabalho que não busca somente uma solução em material didático para o ensino de química, mas também a facilitação do trabalho do docente e a aproximação do mesmo com seus alunos inclusivos, já que, por lacunas em sua formação, normalmente os professores mantêm uma distância destes alunos por não conseguirem suprir as necessidades educativas dos mesmos. REFERÊNCIAS SANCHES, M. F. Educação Regular Educação Especial: Uma História e separação. Edições Afrontamento, 2007. OLIVEIRA, J. S. et al. Ensino de química inclusivo: Tabela periódica adaptada a deficientes visuais. Experiências em Ensino de Ciências v. 8, n 2. 2013. Disponível em: <http://if.ufmt.br/eenci/artigos/artigo_id208/v8_n2_a2013.pdf>. Acesso em: 29 maio 2014. BRITO, L. G. F. A tabela periódica: Um recurso para a inclusão de alunos a deficientes visuais nas aulas de química. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Naturais e da Matemática) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: <ftp://ftp.ufrn.br/pub/biblioteca/ext/bdtd/lorenagfb.pdf>. Acesso em: 29 maio 2014.