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Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº , da Comarca de Americana, em que é agravante

Voto nº Apelação n Comarca: Mauá Apelante/Apelado: F.A.D.P.L.; Crefisa S/A Crédito Financiamento e Investimento

Trata-se de recurso de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ARALDO TELLES E ROMEU RICUPERO.

Transcrição:

Registro: 2017.0000295352 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2250137-12.2016.8.26.0000, da Comarca de, em que são agravantes ANTONIO MARCOS TEIXEIRA e NEUZA APARECIDA CHAGAS TEIXEIRA, é agravada UTRACO HOLLAND BV. ACORDAM, em 23ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SÉRGIO SHIMURA (Presidente sem voto), SEBASTIÃO FLÁVIO E PAULO ROBERTO DE SANTANA., 26 de abril de 2017. JOSÉ MARCOS MARRONE RELATOR Assinatura Eletrônica

Agravo de Instrumento nº 2250137-12.2016.8.26.0000 Agravantes: ANTONIO MARCOS TEIXEIRA e NEUZA APARECIDA CHAGAS TEIXEIRA Agravada: UTRACO HOLLAND BV Interessados: ALEXANDRE SILVEIRA BIEM e Renata Amaral Biem Comarca: Voto nº 27002 Penhora Bem de família Demonstrado, suficientemente, que os agravantes residem no imóvel de matrícula nº 156.236 do 18º CRI da Capital Apresentados diversos documentos pelos agravantes que levam a esse resultado Reconhecida a impenhorabilidade do imóvel em questão, o qual serve de moradia aos agravantes Impenhorabilidade que, no entanto, não pode ser estendida ao imóvel matriculado sob o nº 156.201 do 18º CRI da Capital, onde reside a filha mais velha dos agravantes Impenhorabilidade do bem de família que recai sobre um único imóvel utilizado pela entidade familiar como residência Caso em que, havendo mais de um imóvel utilizado como residência pelos devedores, a impenhorabilidade deve recair sobre o de menor valor Art. 5º, caput e parágrafo único, da Lei 8.009/90 - Insubsistência da determinação de penhora apenas sobre o imóvel de matrícula nº 156.236 - Agravo provido em parte para esse fim. 1. Trata-se de agravo de instrumento (fl. 1), interposto, tempestivamente, da decisão proferida em ação de execução por quantia certa (fl. 23), fundada em Instrumento Particular de Confissão de Dívida (fls. 48/54), que deferiu a penhora dos imóveis matriculados sob o nº 156.201 e nº 156.236, ambos do 18º CRI da comarca de (fl. 122). Sustentam os agravantes, executados na aludida ação, em síntese, que: a Lei nº 8.009/90 deve ter interpretação ampliativa; o art. 226, 4º, da Constituição Federal estabelece que a entidade familiar é formada por qualquer dos pais e seus descendentes; o imóvel matriculado sob o nº 156.236, consistente no apartamento de nº 102, serve de residência aos agravantes e a seu filho menor; a própria agravada, em julho de 2011, qualificou-os como residentes na Rua Manoel Jacinto, apartamento nº 102, Morumbi; o mesmo endereço consta da procuração deles; quanto ao imóvel matriculado sob o nº 156.201, consistente no apartamento de nº 13, serve de residência à sua filha maior de idade; o referido imóvel também deve ser considerado impenhorável, nos termos da Súmula 364 do Colendo Superior Agravo de Instrumento nº 2250137-12.2016.8.26.0000 -Voto nº 2

Tribunal de Justiça; as constrições em questão não podem subsistir (fls. 4/16). Houve preparo do agravo (fl. 17). Não foi concedido ao recurso oposto o efeito suspensivo, ante a ausência de perigo de dano irreparável (fl. 146). Foi apresentada resposta pela agravada (fls. 150/161). É o relatório. em parte. 2. O reclamo manifestado pelos agravantes merece prosperar Explicando: 2.1. A principal finalidade da Lei nº 8.009, de 29.3.1990, consiste na proteção da família do devedor, de modo que o imóvel que serve de residência àquela está impossibilitado de ser objeto de penhora. Nos dizeres de RICARDO ARCOVERDE CREDIE: Como o ônus da prova incumbe a quem alega ou excepciona materialmente (art. 333 do CPC), é imprescindível que a defesa, na qual se declarem fatos relacionados com a existência do bem de família, constem ou sejam propostos os elementos de convicção. Nem sempre a propriedade do imóvel é questão controvertida, visto que a residência com ânimo definitivo do grupo, prevista na Lei nº 8.009, pode ser demonstrada por todos os meios úteis admitidos processualmente. No mais das vezes, a prova documental é suficiente e possibilita o reconhecimento imediato do benefício. A prova de domicílio eleitoral e a documentação fiscal do imóvel são boas demonstrações, assim como faturas de luz, água e gás, correspondência de toda espécie, mormente a enviada por entes jurídicos quaisquer ou repartições públicas, além de outras formas instrumentais possíveis para a hipótese ( Bem de família: teoria e prática, 3ª ed., : Saraiva, 2010, capítulo X, nº 2, p. 110). 2.2. No caso em tela, ficou comprovado, suficientemente, que o imóvel situado na Rua Manoel Jacinto, nº 832, apartamento nº 102, Bloco 11, Morumbi, Capital, matriculado sob o nº 156.236 do 18º CRI da comarca de São Paulo (fl. 117), cuja penhora foi deferida na decisão recorrida (fl. 122), serve como residência dos agravantes. A esse resultado levam os documentos apresentados pelos agravantes, dos quais consta o mencionado endereço como sendo de residência deles, a seguir especificados: contas de consumo emitidas em épocas contemporâneas à decisão combatida (fls. 129, 136/138); boletos bancários, nos quais figuram os agravantes como sacados (fls. 130/132); conta de telefone fixo (fls. 133/135); declaração de imposto de renda do coagravante Antonio, referente ao Agravo de Instrumento nº 2250137-12.2016.8.26.0000 -Voto nº 3

exercício 2016, ano-calendário 2015, tendo ele ali declarado como endereço residencial o mesmo do imóvel em debate (fl. 56). Note-se que a própria agravada, na exordial da execução, indicou o endereço do citado imóvel como sendo de residência dos agravantes (fl. 23). Logo, demonstrado que os agravantes residem no ventilado imóvel, não deve subsistir a determinação de penhora sobre tal bem. 2.3. Todavia, o mesmo raciocínio não pode ser aplicado ao imóvel matriculado sob o nº 156.201 do 18º CRI da comarca de (fl. 112), ou seja, ao apartamento de nº 13, localizado no mesmo endereço do imóvel de matrícula nº 156.236. De acordo com o art. 1º, caput, da Lei nº 8.009, de 29.3.1990: O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Por sua vez, estabelece o art. 5º, caput, da citada lei que: Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Para o caso de a entidade familiar possuir mais de um imóvel utilizado como residência, estipula o parágrafo único do citado art. 5º que: Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil. Tribunal de Justiça: A esse respeito, já houve decisão do Colendo Superior Recurso especial. Embargos à execução. Penhora. Bem de família. Proprietária de outros bens. Lei nº 8.009/1990. Imóvel de residência. Impossibilidade de constrição. 1. Na origem, os embargos à execução foram julgados improcedentes e o Tribunal estadual manteve a penhora sobre o bem de família da recorrente, reconhecendo a existência de Agravo de Instrumento nº 2250137-12.2016.8.26.0000 -Voto nº 4

outro bem de sua propriedade de menor valor. 2. A jurisprudência deste Tribunal é firme no sentido de que a Lei nº 8.009/1990 não retira o benefício do bem de família daqueles que possuem mais de um imóvel. 3. O parágrafo único do artigo 5º da Lei nº 8.009/1990 dispõe expressamente que a impenhorabilidade recairá sobre o bem de menor valor na hipótese em que a parte possuir vários imóveis utilizados como residência, o que não ficou demonstrado nos autos. 4. Recurso especial provido (REsp nº 1.608.415-SP, registro nº 2016/0117332-0, 3ª Turma, v.u., Rel. Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, j. em 2.8.2016, DJe de 9.8.2016) (grifo não original). No mesmo rumo houve pronunciamentos do Tribunal de Justiça do Estado de : Bem de família. Penhora do primeiro imóvel em que foi reconhecida arguição de impenhorabilidade por ser bem de família. Penhora de segundo imóvel de propriedade do executado. Exceção de pré-executividade em que se pretende também o reconhecimento da impenhorabilidade. Impossibilidade. A proteção conferida pela Lei nº 8.009/90 recai sobre apenas um imóvel do executado. Litigância de máfé. Inocorrência. Recurso Parcialmente provido para afastar a condenação nas penas de litigância de má-fé (AI nº 2018762-11.2015.8.26.0000, de, 21ª Câmara de Direito Privado, v.u., Rel. Des. SILVEIRA PAULILO, j. em 15.4.2015) (grifo não original). Bem de família Insurgência contra decisão que deferiu a penhora de dois imóveis de propriedade do agravante Toni Hipótese em que, entretanto, restou comprovado nos autos que o agravante é proprietário de três imóveis Proteção que não pode ser estendida para todos os imóveis penhorados O agravante não comprovou de forma segura em qual dos imóveis reside Impossível caracterizá-los como bem de família Ônus que lhe incumbia - Inteligência do art. 1º da Lei 8.009/90 Decisão mantida Necessidade de instrução probatória e deliberação do MM. Juízo a quo acerca de qual dos imóveis gozará da proteção legal da impenhorabilidade Impossibilidade de decidir a respeito nesta sede, seja diante da ausência de provas, seja pela possibilidade de supressão de instância Recurso parcialmente provido (AI nº 2029371-24.2013.8.26.0000, de, 18ª Câmara de Direito Privado, v.u., Rel. Des. RUBENS CURY, j. em Agravo de Instrumento nº 2250137-12.2016.8.26.0000 -Voto nº 5

27.11.2013) (grifo não original). Como, na hipótese vertente, ficou evidenciado que os agravantes efetivamente residem no imóvel matriculado sob o nº 156.236, apenas sobre ele deve recair a impenhorabilidade do bem de família. 3. Nessas condições, dou provimento parcial ao agravo contraposto, reformando a decisão impugnada (fl. 122), a fim de reconhecer a impenhorabilidade somente do bem matriculado sob o nº 156.236 do 18º CRI da comarca de (fl. 117), o qual serve de moradia aos agravantes. JOSÉ MARCOS MARRONE Relator Agravo de Instrumento nº 2250137-12.2016.8.26.0000 -Voto nº 6