ENSINO DE CIÊNCIAS: A UTILIZAÇÃO DE FRUTAS PARA O ENSINO DE CITOLOGIA

Documentos relacionados
Experiências em Ensino de Ciências V.12, No.6

ÁGUA COMO FONTE DE CONHECIMENTO: UMA PRÁTICA INTERDISCIPLINAR

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E A INTERDISCIPLINARIDADE COMO POSSIBILIDADE NO ENSINO

TRILHANDO A CÉLULA EUCARIÓTICA: O LÚDICO NO ENSINO DE CITOLOGIA

ANÁLISE REFLEXIVA DA RELIZAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONDO NO ENSINO FUNDAMENTAL: A INFLUÊNCIA DO PIBID NESTE PROCESSO

PRÁTICA PEDAGÓGICA SOBRE ROCHAS: UMA INTERVENÇÃO EXPERIMENTAL COMO PROPOSTA PARA O APERFEIÇOAMENTO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: O PENSAR E O FAZER NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

OFICINA INTEGRADA COM LICENCIANDOS DE BIOLOGIA E QUÍMICA. SOLOS: NECESSÁRIO OU NÃO PARA NOSSA SOBREVIVÊNCIA?.

A INTERDISCIPLINARIDADE COMO EIXO NORTEADOR NO ENSINO DE BIOLOGIA.

PIBID QUÍMICA: Proposta de interdisciplinaridade através do tema gerador a composição química da célula

ENSINO DE ZOOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO: AULA DE CONTRATURNO COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM

O USO DE KITS EXPERIMENTAIS COMO FORMA DE CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS

MATEMÁTICA, AGROPECUÁRIA E SUAS MÚLTIPLAS APLICAÇÕES. Palavras-chave: Matemática; Agropecuária; Interdisciplinaridade; Caderno Temático.

EXPERIÊNCIAS DE PRÁTICA ENQUANTO COMPONENTE CURRICULAR NO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NO PROCESSO DO ENSINO DE BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

MODELO DIDÁTICO DE ARANEAE NA PRÁTICA DA APRENDIZAGEM

A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS NO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR SOBRE O USO DE JOGOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DO QUÍMICA

O JOGO TAPA CERTO DA BIOLOGIA COMO FERRAMENTA NO ENSINO DE CITOLOGIA. Palavras-chave: Aprendizagem, atividades práticas, capacidades, ensinar.

STOP MOTION: UMA FERRAMENTA LÚDICA NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO ENSINO DAS LIGAÇÕES QUÍMICAS. Apresentação: Pôster

O ENSINO DE BOTÂNICA COM O RECURSO DO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS.

JOGOS DE TABULEIRO: ferramenta pedagógica utilizada na construção do conhecimento químico

O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE EQUILÍBRIO QUÍMICO E VALORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

ANÁLISE DO LIVRO DE QUÍMICA DE MARTHA REIS: PROPOSTA DE ATIVIDADES PRÁTICAS E LINGUAGEM ADEQUADA AOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

A RELEVÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Monitoria pedagógica: contribuições no processo de ensino-aprendizagem na área de exatas no IF sudeste MG - campus Rio Pomba

II FÓRUM DE INTEGRAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM DA UFG, CAMPUS JATAÍ: A CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO DE INTEGRAÇÃO E FORMAÇÃO.

FAMERV Faculdade de Medicina de Rio Verde Fazenda Fontes do Saber Campus Universitário Rio Verde - Goiás

INVESTIGAÇÃO DO APRENDIZADO SOBRE MODELOS ATÔMICOS DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CAXIAS-MA

CONSTRUINDO MODELOS DE CÉLULAS ANIMAL E VEGETAL: UMA ESTRATÉGIA DE ENSINO EM CIÊNCIAS DA NATUREZA

PLANEJAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

AVALIAÇÃO DO CURSO DE EXTENSÃO ATUALIZAÇÃO EM BIOLOGIA CELULAR PARA PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE GOIÁS PELOS PARTICIPANTES.

ESTUDO DA ÁREA DOS POLÍGONOS UTILIZANDO MATERIAIS CONCRETOS E TECNOLOGIAS 1 STUDY OF THE POLYGONES AREA USING CONCRETE MATERIALS AND TECHNOLOGIES

Pró-Reitoria de Graduação. Plano de Ensino 2º Quadrimestre de Caracterização da disciplina Práticas de Ensino de Biologia l NHT

OFICINAS PEDAGOGICAS: COMO FORMA DE AUXILIO NO APRENDIZADO DOS EDUCANDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE EM CIÊNCIAS DA NATUREZA CRUZ, J. V. ¹, COELHO, F. B. O.

ABORDAGEM HISTÓRICA DA TABELA PERIÓDICA NO 9º ANO: PERCEPÇÔES NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

USOS E APROPRIAÇÕES DO CELULAR NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NO ENSINO MÉDIO E SUPERIOR

PESQUISAS ATUAIS EM ENSINO DE BIOLOGIA: TEMÁTICAS DISCUTIDAS NO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

OFICINAS DE MATEMÁTICA BÁSICA: TECENDO UMA TRAMA ENTRE OUTRAS ÁREAS

ISSN: X COLÓQUIO DO MUSEU PEDAGÓGICO 28 a 30 de agosto de 2013

CURRÍCULO E PLANEJAMENTO: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

OS DIFERENTES SIGNIFICADOS DE NÚMEROS RACIONAIS: um estudo das dificuldades apresentadas por alunos de 6º ano do Ensino Fundamental

A VIVÊNCIA NA MONITORIA DE ENFERMAGEM, SAÚDE E SOCIEDADE I: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Palavras-chaves: Ensino, Experimentos, Newton, Física. 1. INTRODUÇÃO

SISTEMATIZAÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO COMO ALTERNATIVA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE FÍSICA DO ENSINO MÉDIO

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA: ATIVIDADES COMPLEMENTARES PARA O ENSINO MÉDIO - UMA ABORDAGEM LÚDICA

A UTILIZAÇÃO DE VÍDEOS DIDÁTICOS COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS.

Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações Lisboa, 6 e 7 de Dezembro de 2013

ATIVIDADES PRÁTICAS ENVOLVENDO TRANSFORMAÇÕES QUIMICAS COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO.

A INVESTIGAÇÃO MATEMÁTICA COMO PRINCÍPIO PEDAGÓGICO NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM DE PLANO CARTESIANO: ALGUMAS REFLEXÕES 1

PLANO DE ENSINO. Curso: LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Componente Curricular: ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO E GESTÃO ES- COLAR

Palavras-chaves: Interdisciplinaridade; Três Momentos Pedagógicos; Relação Prática dos conteúdos; Alimentação e Atividade Física.

Ensino Técnico Integrado ao Médio FORMAÇÃO GERAL. Ensino Médio

AS ANALOGIAS NAS AULAS DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA: CONTRIBUIÇÃO PARA A SOCIALIZAÇÃO E ENTENDIMENTO DE CONTEÚDOS

O LÚDICO E A GEOGRAFIA NO PIBID

O PIBID INCLUSO NA LUTA CONTRA O AEDES AEGYPTI

O PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

OBJETOS DE APRENDIZAGEM: UMA POSSIBILIDADE NO ENSINO

A UTILIZAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS E MODELOS DIDÁTICOS COMO RECURSOS PARA O ENSINO - APRENDIZAGEM DE CLIVAGEM SUPERFICIAL

Anais do Evento PIBID/PR. Foz do Iguaçu 23 e 24 Outubro 2014 ISSN:

PERSPECTIVAS ATUAIS EM ENSINO DE QUÍMICA: OBSTÁCULOS E POSSIBILIDADES

DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DE QUÍMICA PARA O ENSINO MÉDIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Apresentação: Pôster

CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM REFERENTE AO CONCEITO CÉLULA

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE ARTRÓPODES NO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL RESUMO

INTERVENÇÃO Game of Life ou Jogo das células Por Ana Caroline Machado Gonçalves Plano de Intervenção

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de ciências, Metodologias, Palestra educativa.

ATUAÇÃO DA MONITORIA NAS AULAS DE QUÍMICA EXPERIMENTAL

A CONTEXTUALIZAÇÃO DA MATEMÁTICA E O USO DAS METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM DIRECIONADAS PARA O PREPARO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PARA O ENEM

ATIVIDADES LÚDICAS NO ENSINO DA CITOLOGIA. Palavras-chave: Citologia, jogos didáticos, atividades lúdicas.

O USO DE JOGOS COMO PRÁTICA EDUCATIVA

EXPERIMENTAÇÃO ATRAVÉS DAS FEIRAS DE CIÊNCIAS: ESTUDO DE CASO NO PIBID - BIOLOGIA - UNIEVANGELICA

MELHORIA DO ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DE NOVAS ABORDAGENS PARA AS AULAS PRÁTICAS DE QUÍMICA GERAL EXPERIMENTAL

ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) FORMAÇÃO INICIAL DE UM DOCENTE

SEQUÊNCIA DIDÁTICA BIOLOGIA. TÍTULO: ABP e ensino por investigação, como forma de investigar a fotossíntese endossímbiótica em animal

JOGOS DIDÁTICOS COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, NO INSTITUTO FEDERAL DE RORAIMA IFRR INTRODUÇÃO

FATORES QUE INTERFEREM NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DOS ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DO IFCE - CAMPUS IGUATU NA DISCIPLINA DE QUÍMICA

Plano de Ensino Docente

Pró-Reitoria de Graduação. Plano de Ensino 3º Quadrimestre de 2016

Palavras-chave: Formação e Profissionalização docente; Estado da arte; ANPEd

A VISÃO DA ESCOLA SEGUNDO OS ALUNOS DO OITAVO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA VIVÊNCIA DO ESTÁGIO E PIBID

A UTILIZAÇÃO DO LIVRO UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA COMO METODOLOGIA NA DISCIPLINA DE LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO.

Pesquisa realizada com alunos do 1º ano do ensino médio de uma escola pública estadual. 2

APRENDENDO E ENSINANDO NO ESTAGIO SUPERVISIONADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Pró-Reitoria de Graduação. Plano de Ensino XX Quadrimestre de 20XX. Caracterização da disciplina Código da NHI5002- Nome da disciplina: Didática

RESUMO. Rachel Linka Beniz Gouveia José Fellipe Soares Maranhão

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CES/ UFCG QUANTO AO SEU PRÓPRIO DESEMPENHO ACADÊMICO

EDUCAÇÃO E COMBATE ÀS DROGAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA EJA DA EMEF SENADOR DARCY RIBEIRO, PORTO VELHO - RO

ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO FINAL DE CONCLUSÃO DE CURSO

Construção do Procedimento Operacional Padrão (POP) como proposta de Estágio em Espaço Não Escolar

Anais do Evento PIBID/PR. Foz do Iguaçu 23 e 24 Outubro 2014 ISSN:

MODELAGEM EM ARTE COMESTÍVEL: UM MÉTODO DIFERENCIADO PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL

ANÁLISE QUANTITATIVA A PESQUISA CIENTÍFICA SOBRE AVALIAÇÃO ESCOLAR NO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

APLICAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM DA QUÍMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL. Apresentação: Pôster

A CONSTRUÇÃO DA RETA REAL POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO CONSIDERANDO A METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO MATEMÁTICA: ALGUMAS REFLEXÕES1 1

O GÊNERO DIGITAL BLOG: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO MÉDIO NO PORTAL DO PROFESSOR (MEC) 1

Metodologia Científica. Construindo Saberes

A DISCIPLINA DE DIDÁTICA NO CURSO DE PEDAGOGIA: SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL

Girleane Rodrigues Florentino, Bruno Lopes Oliveira da Silva

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: DESAFIOS E POSSSIBILIDADES NO ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS

Uso da massa de modelar como alternativa didática para construção de modelo atômicos.

Transcrição:

ENSINO DE CIÊNCIAS: A UTILIZAÇÃO DE FRUTAS PARA O ENSINO DE CITOLOGIA Rômulo Hohemberger 1 Jéssica de Góes Bilar 2 Renato Xavier Coutinho 3 Resumo: O ensino é o processo pelo qual os educandos devem ser autores em sala de aula, bem como em suas atividades diárias, assim compreendendo-se a riqueza de conceitos e de características que permeiam o ato de ensinar/aprender. Diante desta premissa surgiu a necessidade de trabalhar com analogias em sala de aula, visto que um dos grandes problemas do nosso dia a dia escolar é a falta de compreensão das relações existentes entre as disciplinas e o cotidiano dos educandos. Logo, questionou-se sobre o ensino de célula e porque não utilizar frutas para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem destes educandos. Assim, frente a este paradigma elaborou-se uma ação que tinha por objetivo facilitar o entendimento acerca do ensino de citologia, através de analogias entre frutas e a estrutura celular, no modelo de um seminário. Para dar sentido a esta proposta foi utilizada a metodologia do Arco de Maguerez que pressupõe uma ação para análise do que sabemos, mediante uma reflexão, acabando com outra ação, propondo um pensamento crítico e reflexivo sobre o tema. O caso deste estudo foi realizado em uma turma de primeiro ano do ensino médio integrado, do Instituto Federal Farroupilha, campus São Vicente do Sul/RS, a qual produziu um seminário referente ao tema proposto em sala de aula. A partir este trabalho percebeu-se um grande envolvimento dos educandos, pois a atividade ia além da teoria de sala de aula, proporcionando a observação da célula no laboratório, e assim favorecendo a notoriedade das analogias necessárias para a construção do conhecimento. Palavras-chaves: Problematização; Analogias; Célula; Estudo de caso. Introdução O ensino, ao qual o educando é exposto em sala de aula encontra-se, na maioria das vezes, particionado, divido em disciplinas, dificultando em alguns casos a identificação de afinidades existentes e diante disso inibindo a percepção e a criação de relações existentes entre as disciplinas por parte dos educandos. Assim, Morin (2000) relata que, o todo tem qualidades ou propriedades que não são encontradas nas partes, se estas estiverem isoladas umas das outras, e certas qualidades ou propriedades das partes podem ser inibidas pelas restrições provenientes do todo. 1 Aluno do nono semestre no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas; Instituto Federal Farroupilha, Campus São Vicente do Sul/RS; E-mail: romuloiff@gmail.com 2 Aluna do terceiro semestre no Curso de Licenciatura em Química; Instituto Federal Farroupilha, Campus São Vicente do Sul/RS; E-mail: jessicaiffsvs@gmail.com. 3 Professor do Instituto Federal Farroupilha, Campus São Vicente do Sul; E-mail renato.coutinho@iffarroupilha.edu.br 1

Assim, é notória a necessidade de abordagens que atraiam a atenção do educando e auxiliem em seu processo de ensino aprendizagem. Segundo Krasilchik (2008), o processo do ensino, em geral, e de ciências e biologia em particular, deve ser adaptado conforme o raciocínio se desenvolve, enfatizando-se o aprendizado ativo por meio do envolvimento dos estudantes em atividades de descoberta. Diante desta realidade pensou-se em uma atividade que propusesse o ensino de citologia através de uma abordagem diferençiada, proposta pelo educador, mas com elaboração e criação totalmente por conta dos educandos. Portanto, nesta o professor não é transmissor de informações, mas um orientador de experiências, em que os alunos buscam conhecimento pela ação e não apenas pela linguagem escrita ou falada (KRASILCHIK, 2008). Esta ação torna-se importante, pois com ela o estudante deixa de ser um mero receptor de informações, proporcionando que ele pesquise, leia e crie suas próprias concepções. Conforme relata Coutinho (2011) se antigamente o educador era praticamente única fonte de saber, hoje, com a internet, os estudantes podem buscar informações nas mais diversas fontes. Com base nos pensamentos elencados anteriormente, foi desenvolvido uma atividade com educandos do primeiro ano do ensino médio, do Instituto Federal Farroupilha campus São Vicente do Sul, tendo como objetivo facilitar o entendimento acerca do ensino de citologia, através de analogias entre frutas e a estrutura celular, no modelo de um seminário. Desenvolvimento A atividade proposta foi aplicada no mês de maio do ano de 2016, em uma turma de primeiro ano do ensino médio, com 36 educandos do curso de técnico em agropecuária, na cidade de São Vicente do Sul/RS. A abordagem utilizada para expor as informações coletadas fora o qualitativo, neste o pesquisador busca descrever a reação de cada aluno ou do grupo de alunos segundo sua percepção ou segundo as palavras dos alunos, descrevendo o comportamento frente à nova abordagem (MALHEIROS, 2011). Esta intervenção ainda utilizou o estudo de caso como método, a fim de investigar o caso específico que permeia o problema. Para Ventura (2007), o estudo de caso é uma metodologia ou uma escolha de um objeto de estudo que se define pelo interesse em casos 2

específicos, os quais devem ser bem definidos e contextualizados para que se possa realizar uma ampla busca de informações num determinado tempo e lugar. A proposta foi desenvolvida baseada na metodologia da problematização do Arco de Maguerez, que pressupõe levar os alunos a uma prática de ação reflexão ação, ou seja, aprenderem o conteúdo de maneira crítica e reflexiva partindo de sua própria realidade social (ROCHA, 2008). Portanto, durante o desenvolvimento desta ideia, os educandos foram sujeitos e atores/autores, utilizando de seus saberes empíricos, agregando a estes o conhecimento específico necessário para a compreensão do todo, durante sua caminhada no ensino/construção de sua aprendizagem. Nesse esquema constam cinco etapas que se desenvolvem a partir da realidade ou um recorte da realidade: Observação da Realidade; Pontos-Chave; Teorização; Hipóteses de Solução e Aplicação à Realidade (prática) (BERBEL, 1998). A partir destas estapas se realizou a atividade que será descrita abaixo. 1ª etapa: Observação da realidade Nesta etapa, ocorreu a aplicação de um questionário no qual os educandos descreveram os seus conhecimentos sobre célula, para que desta forma fosse planejada a intervenção do educador nas próximas etapas. 2ª etapa: Pontos-chave Neste momento os educandos foram colocados diante do conceito de células, os tipos e suas organelas presentes, também visualizaram alguns tipos de célula animal e vegetal em uma aula prática (mucosa bucal e elodea), a fim de diferenciar as estruturas entre estas. Em outro período estes foram divididos em grupos, onde cada um escolheu uma fruta e deslocouse para o laboratório, a fim de comparar à uma célula animal ou vegetal. Assim, estas foram cortadas em sua porção ventral, para a melhor observação das estruturas internas, ocasionando a comparação entre esta e a celula escolhida pelos educandos, representando também as organelas que os mesmos encontravam em sua célula (fruta). 3ª etapa: Teorização Neste ponto, munidos das estruturas das células após os comparativos, os educandos foram pesquisar e estudar a fundo as estruturas encontradas. Além de decidirem a maneira como os mesmos iriam apresentar as informações obtidas. 4ª etapa: Hipóteses de solução Após realizar o estudo no momento anterior, os educandos construíram o seminário, utilizando a maneira a qual cada grupo julgou pertinente. 3

5ª etapa: Aplicação à Realidade Neste momento desenvolveu-se um seminário, no qual foram expostas todas as comparações e conceitos discutidos pelos educandos, levando os mesmos a um processo de reflexão-ação-reflexão sobre os conteúdos trabalhados. Em relação às dificuldades que os alunos tiveram para realizar a atividade, verificouse que a ausência de alguns foi um problema. Além disso, os alunos não procuraram o professor fora dos horários de aula. Coutinho (2011) ao analisar diversos estudos, afirma que um dos principais motivos para o desenvolvimento de atividades de ensino alternativas é a falta de interesse dos estudantes pelos conteúdos trabalhados nas disciplinas, e isso interfere diretamente no processo de ensino-aprendizagem tendo como consequências um fraco aprendizado, a desmotivação e por último até a reprovação. Entretanto, a atividade mostrou-se efetiva em outros aspectos, pois a maioria dos estudantes demonstrou interesse pela pesquisa, procurando o professor com o intuito de tirar dúvidas, esclarecer suas ideias e discutir sua proposta. Resultando com isso em apresentações com alto nível de conhecimento e aprofundamento. Conforme relata Rocha (2008), a partir do momento em que se apossam do conhecimento, os alunos se tornam capazes de refletir e tomar suas próprias escolhas. Considerações finais A partir das ações realizadas neste projeto pode-se inferir que as mesmas foram além da teoria e da simples explanação dos conceitos, demonstrando maior interação e participação dos educandos, assim estes se propõem a pesquisar e elaborar seus próprios conceitos e definições, contribuindo para o desenvolvimento pessoal, baseado na própria vontade e interesse dos educandos. Compreende-se então, a importância das aulas práticas, onde os educandos conseguiram ver as diferenças a partir do contato direto, identificando a teoria na prática, facilitando as suas interpretações e as analogias existentes. Provocando desta maneira, o desenvolvimento da proposta, que era comparar as células e frutas, ocorrendo à finalização com a apresentação de maneira satisfatória, pois se observou que a maioria dos educandos havia compreendido a proposta por meio de sua explanação. Portanto, entendemos que para que a proposta seja ainda mais efetiva é necessário um tempo maior de trabalho, além de uma apropriação pelo discente acerca da importância do mesmo. 4

Referências BERBEL, N. N.: Problematization and Problem-Based Learning: different words or different ways? Interface Comunicação, Saúde, Educação, v.2, n.2, 1998. COUTINHO, Renato. Motivos para o (des)interesse de studantes do ensino médio pelos conteúdos escolares. In: Seminário internacional de educação, docência nos seus multiplos espaços, 7, 2011, Cachoeira do Sul, RS. Anais (on-line). Rio Grande so Sul: SIEduca, 2011. Disponível:http://www.sieduca.com.br/2011/index986e.html?principal=lista_trabalhos&eixo= 4&modalidade=1. Acesso em 12/05/2016. KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 6. ed. São Paulo: Edusp, 2008. MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da Pesquisa em Educação. Rio de Janeiro: LTC, 2011. MORIN, Edgar. Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 2. ed. - São Paulo - Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000. ROCHA, Rosana. O Método da Problematização: Prevenção às Drogas na Escola e o Combate a Violência. (Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria Estadual de Educação) Universidade Estadual de Londrina. 2008 VENTURA, Magda Maria. O estudo de caso como modalidade de pesquisa. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, p. 383-386, set./out. 2007. Disponível em: <http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2007_05/a2007_v20_n05_art10.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2016. 5