O JOGO TAPA CERTO DA BIOLOGIA COMO FERRAMENTA NO ENSINO DE CITOLOGIA. Palavras-chave: Aprendizagem, atividades práticas, capacidades, ensinar.

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1 O JOGO TAPA CERTO DA BIOLOGIA COMO FERRAMENTA NO ENSINO DE CITOLOGIA Área Temática: Educação Priscila Antunes Schamne (Coordenadora da Ação de Extensão) Priscila Antunes Schamne 1 Janaina Cosmedamiana Metinoski Bueno 2 Natana Maria Metinoski Bueno 3 Palavras-chave: Aprendizagem, atividades práticas, capacidades, ensinar. Resumo: Atualmente existem muitas dificuldades para se ensinar o conteúdo de citologia. A partir dessas dificuldades surgiu a oficina Tapa Certo da Biologia, com uma proposta mais lúdica e prática para incentivar a aprendizagem. A oficina foi aplicada com alunos do ensino fundamental de uma escola de Guarapuava, Pr. A atividade foi baseada no jogo Tapa Certo, em que com o auxílio de uma mãozinha com ventosa os alunos deveriam capturar as respostas das perguntas, após uma discussão em grupo sobre o tema. Após o desenvolvimento da oficina foi possível observar que as atividades práticas desenvolvem múltiplas capacidades nos educandos, utilizando a ludicidade a favor do ensino-aprendizagem de citologia. Introdução Cada vez mais se faz necessário dinamizar as aulas de ciências por meio de atividades que transformem conteúdos abstratos em objetos concretos. Dessa forma, os projetos de extensão universitária voltados a formação inicial de professores nas áreas de ciências são de grande importância. Neste sentido o projeto de extensão Ciências & Movimento: universidade em ação, coordenado pela professora Ana Lúcia Crisostimo, do departamento de Ciências Biológicas da Unicentro, tem como objetivo novas propostas de ensino e metodologias na área das ciências. O projeto conta como uma de suas metodologias de ação o desenvolvimento de oficinas com metodologias diferenciadas relacionadas aos conteúdos específicos abordados em sala de aula, como uma opção para um ensino mais prazeroso e participativo. É nessa contextualização que as atividades práticas vem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, pois despertam a curiosidade dos alunos, contornando as 1 Mestre. Docente do Departamento de Ciências Biológicas da UNICENTRO, campus Cedeteg. pri_schamne@yahoo.com.br 2 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas da UNICENTRO, campus Cedeteg. 3 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas da UNICENTRO, campus Cedeteg.

2 dificuldades e a falta de atenção em relação aos conteúdos, principalmente os conteúdos de Citologia. Neste sentido, as atividades práticas devem fazer com que a aprendizagem de Ciências Naturais saia da dicotomia (Delizoicov e Angotti, 1991, p. 22). Além disso, Arruda e Laburu (1998) afirmam que as atividades práticas são uma forma de adaptar a teoria à realidade e assim os alunos podem comprovar a teoria através da prática. Já para Pietrocola (1999, p.12) a utilização das atividades práticas é um método de exercitar a capacidade criativa com o objetivo de ultrapassar o universo escolar. Com o objetivo de tornar as aulas de ciências mais dinâmicas e participativas, a atividade prática Tapa Certo da Biologia foi desenvolvida para auxiliar na aprendizagem dos conteúdos de citologia, que na maioria das vezes são tratados de forma teórica e monótona. Metodologia A oficina Tapa Certo da Biologia faz parte do projeto de extensão Ciências & Movimento: universidade em ação, e foi realizada em maio de 2014 na escola Estadual Bibiana Bitencourt, no município de Guarapuava, com uma turma de 8 Ano, do Ensino Fundamental. A atividade foi realizada em sala de aula, mas poderia ser realizada em qualquer espaço organizado que pudesse receber e acomodar os alunos e o professor. A primeira etapa para a organização da oficina foi o levantamento de dados sobre o conteúdo de Citologia a ser apresentado e a busca por imagens de células e organelas para a confecção da atividade. Para aplicar essa atividade prática deve-se levar em consideração o conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto, para que a atividade flua e também para se chegar aos resultados esperados. A segunda etapa contou com a aplicação da oficina na presente escola com a seguinte metodologia: no primeiro momento foi organizada uma breve exposição do conteúdo citologia, este já trabalhado anteriormente pela professora regente, para que os alunos retirassem suas dúvidas e assimilassem melhor o conteúdo sobre as organelas celulares e suas funções. Esse primeiro momento também incluiu a exposição de duas maquetes celulares, uma representando uma célula animal, incluindo suas organelas e características próprias, e a outra representando uma célula vegetal (Figura 1), também contendo suas organelas e características particulares. Nesse momento os alunos puderam manipular as maquetes e as organelas das mesmas para sentir e observar mais detalhadamente as características de cada célula.

3 Figura 1: Maquete de uma célula vegetal. Fonte: autores No segundo momento foi realizada a atividade prática, na qual formaram-se grupos de seis alunos e cada integrante do grupo recebeu uma mãozinha com ventosa na parte superior (Figura 2), para que os mesmos pudessem capturar as imagens contendo a resposta certa após realizada uma pergunta. Logo após distribuiu-se os cartões respostas, que consistiam em imagens das organelas celulares, assim os alunos também teriam que saber a morfologia de cada organela para poder jogar. Esses cartões respostas ficavam dispostos em cima da mesa, virados para cima, para que cada grupo pudesse escolher a resposta correta. Após a distribuição dos cartões, deu início a rodada de perguntas referentes ao conteúdo citologia. Em cada pergunta realizada, os alunos do grupo se reuniam durante um pequeno tempo para discutir qual seria a resposta mais apropriada, e após a discussão um aluno de cada grupo ficava responsável em capturar a resposta correta e mostrá-la para o restante da turma. Cada resposta correta representava um ponto para o grupo que respondesse corretamente e todos os grupos puderam pontuar na mesma pergunta. Após a realização de todas as doze perguntas, venceu o grupo que obteve a maior pontuação. Figura 2: Mãozinha com ventosa. Fonte: autores 2014

4 Resultados e discussão Os resultados obtidos com a aplicação da oficina foram além dos esperados e demonstraram que a atividade Tapa Certo do Biologia é um excelente agente auxiliador na aprendizagem, proporcionado um momento para a interação da turma e para o desenvolvimento da criticidade. Com o desenvolvimento da atividade foi possível observar a assimilação do conteúdo pelos alunos, alcançando assim o principal objetivo. Mas outros resultados também foram alcançados, como o desenvolvimento da interação da turma, que se deu quando os educandos tiveram que discutir as perguntas em grupo para encontrar a melhor resposta, havendo assim socialização e desenvolvimento da confiança. Houve também o desenvolvimento do respeito à opinião do outro que se deu através da discussão dos cartões respostas e o desenvolvimento da atenção da turma através da participação dos alunos na atividade. Em relação a isso Moreira (1997. p 10) relata que os modelos mentais das pessoas podem ser deficientes em vários aspectos, assim sendo de difícil compreensão, desta forma as práticas entram como estratégias instrucionais que ajudam os aprendizes a construir modelos mentais adequados. Considerações finais A utilização das atividades práticas tornam as aulas de Ciências mais atrativas, aproximando dessa forma os alunos do conteúdo. Essas atividades auxiliam no processo de ensino-aprendizagem, através da consolidação do conhecimento. Desta forma, se mostram como métodos eficazes para a aprendizagem de conceitos científicos, pois conseguem fazer com que os alunos estabeleçam relações com os conteúdos e compreendam os mesmos. Por serem agentes facilitadores que contribuem para o desenvolvimento de múltiplas capacidades, merecem lugar de destaque na educação. O jogo didático Tapa Certo da Biologia se mostrou como um grande aliado para a formação crítica e social dos estudantes, através do envolvimento e participação dos discentes, proporcionando a interação da turma e desenvolvendo assim capacidades afetivas, emocionais e sociais relacionadas ao grupo, preparando os mesmos para a vida social e para a cidadania crítica e responsável, conseguindo assim desenvolver o aluno de maneira integral. Referências ARRUDA, S.M.; LABURU, C.E. Considerações sobre a função de experimento no ensino de Ciências. In: NARDI, Roberto (Org.). Considerações atuais no ensino de Ciências. São Paulo: Editora Escrituras, DELIZOICOV, D.; ANGOTTI,J.A. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1992.

5 MOREIRA, M. A. Modelos mentais. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 1, n. 3. p , dez PIETROCOLA, M. Construção e Realidade: realismo científico de Mário Bunge e o ensino de ciências através de modelos. Investigação de Ciências, Porto Alegre, v. 04, n. 03, 1999.