Carnê ATA
DEFINIÇÃO Documento aduaneiro internacional; funciona como passaporte para bens e mercadorias; permite a admissão temporária de um produto em território internacional; tem validade de 1 (um) ano; contém garantia internacional para cobrir os direitos e encargos de importação.
HISTÓRICO Criado em 1963 para estimular o comércio mundial; ATA -> Acrônimo para Admission Temporaire/Temporary Admission ; Incorporado pela Convenção Relativa à Admissão Temporária, conhecida como Convenção de Istambul, em 1990 possui, atualmente, mais de 70 países membros; entrou em vigor no Brasil com a promulgação do Decreto nº 7.545, de 2011; adesão do Brasil: - Anexo A - Carnê ATA definições, âmbito de aplicação, garantia etc. ; - Anexo B.1 Mercadorias destinadas à apresentação ou utilização em feiras, exposições, congressos ou manifestação similar; - Anexo B.2 Material profissional; - Anexo B.5 Mercadorias importadas para fins educativos, científicos e culturais; - Anexo B.6 Objetos de uso pessoal dos viajantes e mercadorias importadas para fins desportivos.
Benefícios do Uso do Carnê ATA uso de documento único para admissão temporária nos países membros harmonização de formalidades aduaneiras; suspensão dos tributos; tributos garantidos por entidade filiada a sistema internacional de garantia; abrangência de grande número de mercadorias; validade de até 1 (um) ano, dentro do qual podem ser realizadas diversas viagens; único pagamento, quando da aquisição do Carnê; facilitação da troca de informações entre as Aduanas; instrumento para promoção e desenvolvimento do comércio internacional.
Limitações para o Uso do Carnê ATA cada país membro escolhe a quais anexos quer aderir; não é permitido admissão no regime de: - bens que tenham por finalidade serem transformados ou reparados; - bens para consumo ou perecíveis.
Composição do Carnê ATA CAPA
Composição do Carnê ATA CONTRACAPA
Composição do Carnê ATA TALÕES EXPORTAÇÃO/REIMPORTAÇÃO
Composição do Carnê ATA VOUCHERS ADUANA EXPORTAÇÃO/REIMPORTAÇÃO
Composição do Carnê ATA TALÕES IMPORTAÇÃO/REEXPORTAÇÃO
Composição do Carnê ATA VOUCHERS ADUANA IMPORTAÇÃO/REEXPORTAÇÃO
Linhas Gerais do Fluxo do Carnê ATA EMISSÃO DO CARNÊ ANÁLISE DO CARNÊ PELA ADUANA DE EXPORTAÇÃO VIAGEM AO PAÍS DE ADMISSÃO ANÁLISE DO CARNÊ E DOS BENS PELA UNIDADE DE ENTRADA E DESEMBARAÇO TRÂNSITO NO SISTEMA ANÁLISE DO CARNÊ E DOS BENS PELA UNIDADE DE DESEMBARAÇO
Linhas Gerais do Fluxo do Carnê ATA DESEMBARAÇO E ENTREGA DOS BENS USO DO BEM NO PAÍS APRESENTAÇÃO DO CARNÊ E BENS À ADUANA DE SAÍDA E DESEMBARAÇO APRESENTAÇÃO DO CARNÊ E BENS À ADUANA DE DESEMBARAÇO TRÂNSITO NO CARNÊ
Linhas Gerais do Fluxo do Carnê ATA REEXPORTAÇÃO CHEGADA À ADUANA DE ORIGEM DEVOLUÇÃO DO CARNÊ À ENTIDADE EMISSORA
Estrutura da Instrução Normativa IN RFB nº 1.639/16 Definições Dos bens a que se aplica o regime Dos bens a que não se aplica o regime Dos beneficiários, das condições e do prazo de vigência do regime Do título de admissão temporária e da garantia Da concessão e aplicação do regime Do indeferimento do regime Da extinção do regime Do descumprimento do regime Das disposições gerais
Pontos da IN a Destacar A Instrução Normativa disciplinará apenas os casos de admissão temporária de bens acompanhados pelo Carnê ATA e com conhecimento de carga, uma vez que o procedimento interno para entrada de bagagem no País é bem mais moderno e simplificado; (ver ementa e art. 1º) Os bens de que tratam os anexos aos quais o Brasil aderiu também poderão ingressar no País segundo a legislação ordinária já em vigor; (ver 1º, art. 13, e art. 40) A IN não tratará dos objetos de uso pessoal dos viajantes, parte Anexo B.6, tendo em vista que esta matéria é tratada pela Convenção de forma bastante divergente da legislação interna de viajantes, além desta ter procedimento mais simplificado; Os meios de transporte, ou seja, aqueles utilizados tanto para uso comercial ou privado, não serão admitidos no País ao amparo do Carnê ATA, haja vista o Brasil não ter aderido ao Anexo C da Convenção. No entanto, há que se destacar a exceção disposta na Seção II, Capítulo II, veículos concebidos ou especialmente adaptados para fins profissionais. Ainda assim, estes só poderão entrar no País se amparados por conhecimento de carga; (ver 1º, art. 7º, VI, art. 13, 2º e 3º, art. 13)
Pontos da IN a Destacar Adoção da NCM como item obrigatório para o aceite do Carnê e concessão do regime. A classificação deve estar vinculada à descrição de bens constante na Lista Geral de mercadorias. A decisão de incluir a classificação no Carnê toma por base exemplos de outros países, como os Estados Unidos, e visa obter celeridade no despacho, proporcionar segurança ao desembaraço, bem como, facilitar o trâmite para obtenção de anuências; (ver V, art. 15) O Carnê ATA deverá vir traduzido para o português nos casos em que for emitido em língua diferente da inglesa, francesa ou espanhola (adotadas pela OMA). Esta obrigação tornou-se necessária em virtude da Lista Geral de mercadorias ser gerada na língua do país que emite o Carnê, o que pode gerar dificuldade na identificação da descrição dos bens. Além disso, esta exigência é adotada por diversos países, especialmente os que os que não têm a língua inglesa como nativa; (ver 2º, art. 15)
Pontos da IN a Destacar Os bens que entrarem no País amparados pelo Carnê ATA não poderão ser consumidos, à exceção das hipóteses dispostas no art. 31 (pequenas amostras, bens para demonstração de máquinas, produtos de valor reduzido, material publicitário e documentos), cujos bens terão o regime extinto automaticamente com o consumo, sem registro de DI e com isenção dos impostos e contribuições; (ver art. 6º, art. 31 e art. 41) As hipóteses de extinção do regime são as mesmas dispostas no Regulamento Aduaneiro, com destaque apenas para a reexportação que neste caso possui procedimento próprio; (ver art. 28)
Pontos da IN a Destacar Em caso de descumprimento do regime, cujas hipóteses são as mesmas do Regulamento Aduaneiro, a entidade garantidora será acionada para comprovar, no prazo de 6 (seis) meses, a reexportação do bem, ao fim do qual, se não houver comprovação, será obrigada a ressarcir à RFB os tributos devidos, acrescidos de juros de mora. Nos casos em que as hipóteses de descumprimento independem da reexportação, a entidade deverá realizar o ressarcimento imediatamente. O regime será extinto de ofício pela RFB. (ver art. 37) Este procedimento está, em sua maior parte, previsto na Convenção, a qual não prevê qualquer penalidade ao beneficiário do regime, uma vez que o prejuízo eventualmente causado à Aduana será sanado pela entidade garantidora. Ainda assim, é importante destacar que este procedimento não exclui a multa disposta na Lei 10.833, de 2003, de 10% sobre o valor aduaneiro para os casos de descumprimento do regime de admissão temporária.