Cancro da próstata resistente à castração

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Transcrição:

Informação para Doentes Português 36 Cancro da próstata resistente à castração Os termos sublinhados estão listados no glossário. O cancro da próstata resistente à castração é um tipo de cancro da próstata que se desenvolve geralmente durante o tratamento para a doença metastática. O cancro da próstata pode disseminar-se para outros órgãos ou para os gânglios linfáticos localizados fora da região pélvica. A isto chama-se cancro da próstata metastático. Os tumores noutros órgãos ou nos gânglios linfáticos denominam-se metástases. Para tratar a doença metastática, o seu médico poderá recomendar terapêutica hormonal. A terapêutica hormonal suspende a produção ou bloqueia a ação dos androgénios. Isto é conhecido como castração. Quando efetiva, a terapêutica hormonal para o crescimento do tumor. Este efeito não é permanente e leva ao desenvolvimento do cancro da próstata resistente à castração. isto acontece geralmente 2-3 anos após o início do tratamento hormonal e não o cancro da próstata resistente à castração não pode ser curado. Os tumores da próstata resistentes à castração necessitam de níveis muito baixos de androgénios para progredirem, o que significa que, mesmo quando o organismo quase não produz androgénios, o tumor e as metástases continuam a crescer. Estes cancros denominam-se resistentes à castração porque deixam de responder à castração hormonal. Neste tipo de cancro, o nível de antigénio específico da próstata (PSA) no sangue volta a subir. O médico irá diagnosticar cancro da próstata resistente à castração se 3 análises no período de 3 semanas demonstrarem um aumento do nível de PSA no seu sangue. Também poderá ser diagnosticado se tiver sintomas causados pelo crescimento do tumor ou das metástases. Está em curso investigação sobre o cancro da próstata resistente à castração e as opções terapêuticas alteram-se rapidamente. Esta secção descreve diferentes opções terapêuticas que deverá discutir com o seu médico. Esta secção oferece informações gerais, que não são específicas para as suas necessidades. Tenha em mente que as recomendações individuais podem depender do seu país e do respetivo sistema de cuidados de saúde. Página 1 / 8

Tratamento do cancro da próstata resistente à castração Se foi diagnosticado com cancro da próstata resistente à castração, o seu médico irá recomendar alguns cuidados para controlar os seus sintomas e para que lhe permita viver mais tempo. É importante lembrar-se que este cancro não pode ser curado. O cancro da próstata resistente à castração pode ser controlado das seguintes formas: Tratamento com estrogénios Os fármacos que contêm estrogénios podem atrasar o crescimento do tumor e diminuir os níveis de PSA do seu sangue, sem afetar os seus ossos. Este tratamento pode causar doença cardiovascular, incluindo coágulos sanguíneos e enfartes do miocárdio. Devido a estes riscos, atualmente os estrogénios são raramente recomendados. Terapêutica antiandrogénica Tratamento com estrogénios Agentes adrenolíticos Novos agentes hormonais Imunoterapia Quimioterapia Radioterapia Em virtude de o cancro da próstata resistente à castração ainda responder aos androgénios, o seu médico irá recomendar que continue o tratamento hormonal de modo a manter baixos os níveis de testosterona. Tratamento adicional com terapêutica antiandrogénica Quando já foi tratado com castração química ou cirúrgica, o seu médico poderá recomendar tratamento adicional com terapêutica antiandrogénica. O fármaco antiandrogénico mais comum para controlar o cancro da próstata resistente à castração é a bicalutamida e o tratamento com este medicamento tem como objetivo atrasar o crescimento do tumor. Poderá não aliviar os seus sintomas e os efeitos secundários incluem tumefação mamária e problemas hepáticos. Suspensão do tratamento antiandrogénico Se estiver a ser tratado com agonistas ou antagonistas LHRH em combinação com terapêutica antiandrogénica, o seu médico poderá recomendar que pare de tomar os fármacos antiandrogénicos. Esta abordagem pode diminuir o nível de PSA no seu sangue por alguns meses e o efeito será observado 4-6 semanas após a suspensão desta medicação. Agentes adrenolíticoss Após a castração, a glândula suprarrenal continua a produzir pequenas quantidades de androgénios. Os agentes adrenolíticos suspendem a produção de hormonas pela suprarrenal. Os efeitos secundários destes medicamentos incluem diarreia, prurido e erupção cutânea, fadiga, disfunção erétil e lesões hepáticas. Estes medicamentos não são usados com frequência. Terapêutica hormonal com acetato de abiraterona O organismo necessita de uma enzima designada CYP17 (17α-hidroxilase) para produzir testosterona, que se encontra nos testículos, nas glândulas suprarrenais e nas células do cancro da próstata. O novo agente hormonal acetato de abiraterona bloqueia a CYP17 para que não seja produzida nenhuma testosterona. O tratamento com acetato de abiraterona tem como objetivo atrasar o crescimento do tumor e das metástases, permitindo que possa viver mais tempo e com menos sintomas. Os efeitos secundários mais frequentes do acetato de abiraterona incluem fadiga, níveis baixos de potássio no sangue, hipertensão arterial, inchaço ou desconforto das articulações e ainda edema causado por retenção de fluidos. Enquanto estiver a tomar acetato de abiraterona, poderá sentir-se cansado e com dificuldade em respirar devido a níveis baixos de hemoglobina. Outras alterações no sangue podem causar um Página 2 / 8

batimento cardíaco rápido, forte ou irregular, aumento da sede e perda de apetite, náuseas ou vómitos, ou um rápido aumento de peso. ser injetados na corrente sanguínea para destruir as células em todo o organismo, podendo também ser aplicados diretamente no tumor. O acetato de abiraterona é tomado duas vezes por dia, em comprimidos, e deverá ser sempre usado em combinação com o fármaco esteroide prednisona. Discuta com o seu médico se o acetato de abiraterona é uma opção para o seu caso. Terapêutica hormonal com enzalutamida Os tumores da próstata necessitam de recetores de androgénios para crescer. A enzalutamida é um novo agente hormonal que bloqueia os recetores de androgénios e visa diminuir os níveis de PSA no sangue e retardar o crescimento do tumor. Ao contrário do acetato de abiraterona, não necessita de tomar esteroides adicionais enquanto estiver medicado com este fármaco. Os efeitos secundários mais frequentes da enzalutamida são a sensação de fraqueza, dores nas costas e fadiga. O seu médico pode recomendar quimioterapia com docetaxel para controlar o cancro da próstata resistente à castração. Esta medicação alivia a dor causada pelo tumor ou pelas metástases. Se for eficaz, permitirá que viva mais tempo e com menos sintomas e efeitos secundários. Docetaxel é administrado por via endovenosa em regime de ambulatório no hospital ou clínica. O tratamento demora 1 hora e é geralmente repetido 10 vezes, uma vez a cada 3 semanas. Durante este tempo, irá tomar o fármaco esteroide prednisona, sob a forma de comprimido, 2 vezes por dia durante 5-10 ciclos. Docetaxel poderá causar alguns efeitos secundários, muitos são leves e conseguem ser controlados em casa. Os efeitos secundários deste fármaco podem incluir: Imunoterapia Imunoterapia é um tipo de tratamento que utiliza o próprio sistema imunitário para combater as células tumorais. No cancro da próstata, é usado como imunoterapia o fármaco Sipuleucel-T. Como é o seu próprio sangue que é utilizado, necessita de retirar uma amostra sanguínea antes do procedimento. A imunoterapia é administrada por via endovenosa em regime de ambulatório no hospital ou clínica. Necessitará de ir ao hospital 3 vezes de 2 em 2 semanas para fazer o tratamento. Se for eficaz, a imunoterapia permitirá que viva mais tempo e abrandará o crescimento dos tumores. Não irá diminuir o nível de PSA no sangue e os efeitos secundários frequentes podem incluir febre, cansaço, náuseas e cefaleias. Quimioterapia com docetaxel A quimioterapia é um tipo de tratamento para o cancro que utiliza químicos para destruir as células cancerosas. Os fármacos de quimioterapia podem Diminuição dos níveis de glóbulos brancos Anemia Queda de cabelo Retenção de fluidos Vómitos Reações alérgicas Fadiga Diarreia Alterações das unhas Perda de apetite Tratamento após quimioterapia Após ter sido tratado com docetaxel, o seu médico poderá recomendar tratamento com terapêutica hormonal ou com outro agente de quimioterapia. Os principais tratamentos hormonais são o acetato de abiraterona e a enzalutamida. O cabazitaxel é o medicamento de quimioterapia mais frequentemente utilizado nestes casos. Também poderá receber uma segunda série de docetaxel. O seu médico irá discutir as diferentes opções de tratamento para encontrar o mais adequado para o seu caso. Página 3 / 8

Acetato de abiraterona Se o seu tratamento com docetaxel for ineficaz, o seu médico poderá recomendar tratamento hormonal com acetato de abiraterona. Se for eficaz, este fármaco pode aliviar a dor, diminuir os níveis de PSA no sangue, abrandar o crescimento do tumor e das metástases e permitirá que viva durante mais tempo. Os efeitos secundários do tratamento incluem fadiga, diminuição dos níveis de potássio no sangue, hipertensão arterial, inchaço ou desconforto das articulações e retenção de fluidos. O acetato de abiraterona é sempre administrado em combinação com o fármaco esteroide prednisona, para controlar os efeitos que este medicamento pode ter sobre a sua pressão arterial. Enzalutamida O seu médico poderá recomendar tratamento hormonal com enzalutamida. Se for eficaz, este fármaco diminuir os níveis de PSA no sangue, atrasar o crescimento do tumor e das metástases e permitir que viva durante mais tempo. Os efeitos secundários possíveis do tratamento são a sensação de fraqueza, dores nas costas, diarreia e fadiga. Cabazitaxel Se o docetaxel não for eficaz, o seu médico poderá recomendar tratamento com o medicamento de quimioterapia cabazitaxel. Se for eficaz, o cabazitaxel pode aliviar a dor, diminuir os níveis de PSA no sangue, abrandar o crescimento do tumor e das metástases, e permitir que viva durante mais tempo. Radioterapia O cancro da próstata resistente à castração pode ser controlado com radioterapia. A radiação danifica e destrói as células cancerosas. O tratamento irá ajudar a aliviar a dor e pode permitir que viva mais tempo. Efeitos secundários comuns são a sensação de queimadura quando urinar, frequência urinária e irritação anal. Tratamento das metástases ósseas Os ossos afetados por tumores podem sofrer fraturas mais facilmente. Se estiver em risco de fratura óssea, o seu médico pode aconselhar medicamentos para estabilizar os seus ossos. Os fármacos mais comuns são os bifosfonatos e o denosumab, que ajudam a adiar as complicações causadas pelas metástases ósseas. As metástases ósseas também poderão ser tratadas com radioterapia. Os bifosfonatos são administrados por via endovenosa cada 4 semanas. Aumentam a massa óssea e podem adiar as complicações causadas pelas metástases ósseas. O bifosfonato mais eficaz no cancro da próstata é o ácido zoledrónico, um medicamento que pode causar lesões renais. O denosumab é administrado por via subcutânea cada 4 semanas. Também aumenta a massa óssea, mas geralmente causa menos efeitos secundários do que os bifosfonatos. O denosumab pode causar níveis baixos de cálcio no sangue. O seu médico irá aconselhá-lo a consultar um dentista antes de iniciar o tratamento porque estes medicamentos podem danificar os maxilares. Os efeitos secundários do cabazitaxel incluem uma descida grave dos glóbulos brancos e diarreia. O seu médico irá aconselhar alguns medicamentos para controlar estes efeitos. Discuta com o seu médico qual o melhor tipo de tratamento após o docetaxel para a sua situação individual. Radioterapia para as metástases ósseas As metástases ósseas do cancro da próstata podem ser controladas com radioterapia. O tratamento irá ajudar a aliviar a dor e pode permitir que viva mais tempo. Página 4 / 8

Apoios Ao ser diagnosticado com cancro da próstata resistente à castração, pode sentir-se impotente. Isto poderá causar sentimentos de ansiedade, raiva, medo ou até mesmo depressão. É frequente que sinta fadiga. Isto significa que se sente mais cansado do que o habitual, não tem energia e tem dificuldade em concentrar-se, não melhorando com o sono. Para encontrar apoio, fale com o seu médico ou enfermeiro no hospital, ou pergunte ao seu médico de família. Eles saberão dar-lhe informação de contactos sobre organizações de doentes ou outras que poderão ajudá-lo com apoio psicológico ou com questões práticas, como aconselhamento financeiro ou legal. Apoio durante a terapêutica hormonal Os efeitos secundários mais frequentes da terapêutica hormonal são a ginecomastia e os afrontamentos. Para os controlar, o seu médico irá aconselhá-lo a monitorizar o seu peso e a evitar as bebidas alcoólicas. Se sentir afrontamentos, pode: Vestir-se por camadas Utilizar tecidos naturais, como o algodão ou linho, que permitem que o corpo respire Dormir debaixo de camadas de cobertores leves para poder retirar alguns se necessitar Evitar banhos quentes, saunas ou hidromassagem Evitar comida quente e picante Ingerir água em abundância e andar com uma garrafa de água durante o dia Lidar com os efeitos secundários da imunoterapia e da quimioterapia Se necessitar de tratamentos para o cancro, irá sentir efeitos secundários desagradáveis. Estes efeitos são comuns e o controlo dos mesmos inclui algumas terapias para os aliviar. É importante falar com o médico sobre os efeitos secundários que tenha. Escreva os seus sintomas todos os dias e tente descrevê-los da forma mais precisa possível. Anote a sua frequência e o grau de interferência na sua vida quotidiana. Nalguns casos pode ser considerada a interrupção temporária do tratamento, a modificação da dose, ou a suspensão do tratamento. Se sentir fadiga, os tópicos seguintes poderão ajudá-lo: Escrever as coisas que lhe dão energia e dar-lhes prioridade durante o dia ou semana Obter ajuda com tarefas domésticas como lavar, limpar ou jardinar Fazer sestas de curta duração várias vezes durante o dia Tentar ser o mais ativo possível. Uma curta caminhada diária é melhor do que um longo passeio por semana Quando planear atividades sociais como uma viagem ou visita, lembre-se que pode precisar de tempo para descansar durante o dia. Discuta este aspeto com a sua família, amigos ou cuidador de modo a planear estas atividades. É importante dizer-lhes quando se sentir cansado Discuta com o seu médico se está a planear viajar para fora do país. Este poderá aconselhá-lo sobre vacinação ou possíveis restrições sobre determinados medicamentos. Certifique-se que verifica o seu seguro de viagem Outros efeitos secundários comuns incluem náuseas, diarreia, hipertensão arterial e alterações do paladar. Abaixo estão mencionadas algumas dicas sobre o que pode fazer para lidar com eles. Durante o tratamento pode sentir náuseas causadas pela terapia, pelo crescimento tumoral ou pela ansiedade sobre o seu prognóstico. O médico pode prescrever medicamentos para as náuseas. Também pode ajudar: Comer pequenas refeições, mas mais frequentemente ao longo do dia para se certificar que ingere nutrição suficiente Comer refeições ligeiras Página 5 / 8

Beber pequenas quantidades mas mais frequentemente para se manter hidratado Tentar refeições frias se as refeições quentes o nausearem Pedir a alguém que cozinhe por si, se possível causar fadiga pelas viagens diárias ao hospital e pode afetar o seu trato urinário e intestinal. A sua pele pode ficar afetada pela radiação. Para cuidar dela, pode: Outro efeito secundário frequente do tratamento é a diarreia. Esta situação pode provocar desidratação e é importante que: Beba mais que o habitual Evite alimentos que possam piorar a diarreia Mantenha a área perianal limpa para prevenir irritação Utilize um creme hidratante se tiver irritação perianal Peça ao médico para prescrever medicamentos para prevenir a diarreia Evitar arranhar e esfregar a área afetada Perguntar ao seu médico ou enfermeiro que tipo de loção deve usar para lidar com a irritação cutânea Evitar exposição solar Usar um protetor solar com fator de proteção elevado Vestir roupa folgada de materiais naturais como o algodão e linho Tomar banho diário com sabão suave e água morna Secar suavemente a sua pele seca após o banho Evitar sauna Poderá sentir uma subida leve a moderada na sua pressão arterial, especialmente na fase inicial do seu tratamento. Esta situação é normal e pode ser controlada com medicação padrão. O médico irá dizer se precisa de monitorizar a sua pressão arterial, e com que frequência. Se sentir tonturas ou tiver dores de cabeça deverá contactar o seu médico o mais cedo possível. A quimioterapia também pode causar alterações no paladar. Poderá inclusivamente começar a deixar de gostar de certos alimentos de que antes gostava. A melhor forma de descobrir quais os alimentos que aprecia é experimentar coisas diferentes: Beba água antes de comer de modo a neutralizar o seu paladar Se a carne vermelha tiver um sabor estranho, tente carne branca ou peixe, ou vice-versa Se os alimentos quentes tiverem um sabor estranho, tente os frios, ou vice-versa Tente utilizar mais especiarias, ou tente usar menos Use garfo e faca de plástico se a comida souber a metal Apoio durante a radioterapia Geralmente poderá manter as suas atividades diárias durante a série de radioterapia. O tratamento pode Conselhos sobre o estilo de vida É importante manter um estilo de vida saudável durante o tratamento. Tente fazer exercício físico regularmente. Encontre uma atividade que goste de praticar. Se tiver dúvidas sobre o que poderá fazer, peça ao seu médico para o encaminhar para um fisioterapeuta. Tente alimentar-se com uma dieta equilibrada, contendo vegetais, frutas e lacticínios. Inclua também alimentos ricos em amidos, tais como pão e batatas, arroz ou massa e ainda alimentos ricos em proteína, como a carne, peixe, ovos ou legumes. Tente ingerir menos açúcar, sal e alimentos ricos em gordura. Se tiver alguma questão, peça ao seu médico para o encaminhar para um dietista. Apoio psicológico Durante o tratamento pode preocupar-se com o seu prognóstico e o impacto que o cancro possa ter na sua vida social e financeira, ou com outros assuntos. Se sentir necessidade de falar com alguém, pode pedir ao seu médico que o encaminhe para um psicólogo. Uma organização de doentes também poderá oferecer apoio nestas situações. Discuta com a equipa de cuidados de saúde as possíveis consequências financeiras do seu Página 6 / 8

tratamento. Poderão direcioná-lo para pessoas ou locais onde consiga obter aconselhamento sobre a sua situação económica ou mesmo ajuda financeira. Poderão também ajudar a encontrar aconselhamento legal sobre o seu testamento e assuntos relacionados. O tratamento pode afetar a sua sexualidade. Sentimentos de depressão e fadiga também poderão ter um efeito negativo na vida sexual, pelo que será importante falar com a sua companheira/o sobre os seus sentimentos. Existem muitas formas de intimidade. Se não quer ser sexualmente ativo, estejam perto um do outro, toquem-se, abracem-se ou, simplesmente, sentem-se ou deitem-se próximos um do outro. Um diagnóstico de cancro pode fazer com que encare a vida de um modo diferente e poderá aperceber-se que tem agora prioridades diferentes. Isto afetará o seu trabalho ou relações pessoais e poderá fazê-lo sentir-se desorientado e com incertezas. Converse com a sua família, amigos, ou conselheiro espiritual sobre os seus sentimentos e vontades. Se não se sentir confortável em abordar estes assuntos com os que lhe são próximos, poderá pedir à sua equipa de cuidados de saúde que o encaminhe para um psicólogo. Este profissional poderá ajudá-lo a lidar com estes sentimentos. Apoio para familiares e amigos Um diagnóstico de cancro afeta não só o doente, mas também as pessoas que o rodeiam. Como ente querido, poderá fornecer apoio de diferentes formas. Por vezes poderá ajudar com questões práticas como lavandaria, jardinagem ou compras. Também poderá ser útil irem juntos ao médico. Poderá oferecer boleia para a consulta ou ajudar a formular perguntas para fazer durante a mesma. Estar presente na consulta também pode ser bom. Poderá lembrar-se de perguntas diferentes ou focarse noutros aspetos que possam discutir mais tarde em conjunto. Também pode questionar o médico sobre qual o impacto que o tratamento terá nas vossas vidas em termos de prestação de cuidados e efeitos psicológicos. O diagnóstico e tratamento podem ser muito emotivos para todos os envolvidos. O tratamento do cancro é intenso e a sua vida poderá alterar-se subitamente. Surgem questões sobre o prognóstico, efeitos do tratamento e morte. Como amigo ou ente querido, poderá estar presente e ouvir, não precisa de ter as respostas. Se sentir que precisa de alguém com quem falar, peça ao seu médico de família ou equipa médica para conseguir apoio. As organizações de doentes também oferecem apoio a familiares ou amigos de pessoas a quem foi diagnosticado cancro. Apoio aos companheiros Um diagnóstico de cancro pode colocar pressão na sua relação. Frequentemente, torna-se difícil conversar um com o outro devido ao tempo e energia gastos no tratamento. Pode decidir discutir qualquer dificuldade com um terapeuta. Poderá sentir um grau de stress, angústia e depressão semelhante ao do seu parceiro. Poderá sentir-se exausta/o, tanto física como emocionalmente. Isto pode ser o resultado da responsabilidade de cuidar do seu parceiro e de ter tarefas adicionais em casa. Certifique-se que tem tempo para si e que pensa nas suas vontades e necessidades. O tratamento do cancro pode afetar a sua vida sexual. Tente conversar com o seu parceiro acerca dos seus sentimentos. Existem muitas formas de intimidade: estejam próximos um do outro, toquemse, abracem-se ou, simplesmente, sentem-se ou deitem-se próximos um do outro. É normal preocupar-se com o facto de poder ficar sozinha/o. Se sentir necessidade de conversar com alguém, aborde o seu médico de família ou conselheiro espiritual. As organizações de doentes também oferecem apoio às parceiras/os. Também podem ajudar a encontrar pessoas ou organizações que a/o orientem em questões práticas, tais como assuntos legais ou financeiros. Página 7 / 8

Como encontrar uma organização de doentes próxima de si As organizações de doentes podem ser muito úteis. Para encontrar uma próxima de si, pergunte ao seu médico de família, enfermeiro ou médico no hospital. Também poderá pesquisar grupos de doentes na Internet. Esta informação foi atualizada em janeiro de 2015. Este folheto é parte integrante da Informação da EAU para Doentes, sobre Cancro da Próstata. Contém informação geral sobre esta doença. Se tiver questões específicas sobre a situação médica individual deverá consultar o seu médico ou outro profissional de saúde. Nenhum folheto pode substituir uma conversa pessoal com o seu médico. Esta informação foi produzida pela Association of Urology (EAU) [Associação Europeia de Urologia] em colaboração com a EAU Section of Uro-Oncology (ESOU) [Secção de Uro-oncologia da EAU], os Young Academic Urologists (YAU) [Jovens Urologistas Académicos], a European Association of Urology Nurses (EAUN) [Associação Europeia de Enfermeiros de Urologia], e a Europa Uomo. O conteúdo deste folheto está em linha com as Guidelines da EAU. Pode obter estas e outras informações sobre doenças urológicas no nosso website: http://patients.uroweb.org Colaboradores: Dr. Roderick van den Bergh Prof. Dr. Zoran Culig Prof. Dr. Louis Denis Prof. Bob Djavan Mr. Enzo Federico Mr. Günter Feick Dr. Pirus Ghadjar Dr. Alexander Kretschmer Prof. Dr. Feliksas Jankevičius Prof. Dr. Nicolas Mottet Dr. Bernardo Rocco Ms. Maria Russo Tradutores: Dr. Frederico Furriel Dr. Pedro Eufrásio Utrecht, Holanda Innsbruck, Áustria Antuérpia, Bélgica Viena, Áustria Trieste, Itália Pohlheim, Alemanha Berlim, Alemanha Munique, Alemanha Vilnius, Lituânia Saint-Étienne, França Milão, Itália Orbassano, Itália Leiria, Portugal Leiria, Portugal Página 8 / 8