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Transcrição:

Processo nº 0737382010-7 Acórdão 004/2013 Recurso HIE/CRF- nº 091/2011 Recorrente: GERÊNCIA DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. Recorrida: JOSELIA CORREIA DA SILVA NASCIMENTO ME Preparadora: COLETORIA ESTADUAL DE GUARABIRA Autuante: SILAS RIBEIRO TORRES Relator: CONS. JOSÉ DE ASSIS LIMA RECURSO HIERÁRQUICO PROVIDO. OMISSÃO DE VENDAS. OPERAÇÕES COM CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO. REFORMADA DECISÃO MONOCRÁTICA. AUTO DE INFRAÇÃO PROCEDENTE. Caracterizada nos autos presunção juris tantum de falta de recolhimento do ICMS, advindo da omissão de saídas de mercadorias tributáveis nas operações com cartões de crédito e débito, obtido pelo confronto entre às informações fornecidas pelas administradoras e valores de faturamento declarados pelo sujeito passivo. Reconhecimento da acusada de parte do crédito tributário lançado de ofício. etc... Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, à unanimidade, e, de acordo com o voto do relator pelo recebimento do RECURSO HIERÁRQUICO, por regular, e, quanto ao mérito, pelo seu PROVIMENTO, para reformar decisão de primeira instância, que julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº 93300008.09.00000205/2010-02, lavrado em 24 de maio de 2010, contra a empresa JOSELIA CORREIA DA SILVA NASCIMENTO, inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS-PB sob nº 16.103.114-5 e julgá-lo PROCEDENTE em todos os seus termos, condenando a empresa a recolher o valor de ICMS no valor de R$ R$ 11.296,90 (onze mil, duzentos e noventa e seis reais e noventa centavos), por infringência aos artigos 158, I, 160, I e 646, parágrafo único do RICMS/PB, e multa por infração no valor de R$ 22.593,80 (vinte e dois mil, quinhentos e noventa e três reais e oitenta centavos), com supedâneo no art. 82, V, a, da Lei nº 6.379/96, perfazendo o crédito tributário o importe de R$ 33.890,70 (trinta e três mil, oitocentos e noventa reais e setenta centavos). Cumpre ressaltar que o sujeito passivo adiantou recolhimentos, consoante fls.40 a 46 dos autos, com código de receita 1125 (ICMS OPERAÇÃO CARTÃO DE CRÉDITO), valores estes a serem deduzidos pela Coletoria de Guarabira. Ressalto ainda a necessidade de averbação, pela repartição preparadora, dos valores de ICMS pagos a título de parcelamento, consoante fls. 57 e 58, para o efeito de dedução do

Continuação do Acórdão nº 004/2013 2 total do crédito tributário a pagar, caso guardem relação com os valores lançados no auto de infração em tela. P.R.I. janeiro de 2013. Sala das Sessões Pres. Gildemar Pereira de Macedo, em 10 de JOSÉ DE ASSIS LIMA - CONS. RELATOR RELATÓRIO Analisa-se neste Colegiado RECURSO HIERÁRQUICO, interposto pelo órgão julgador, contra decisão singular que declarou improcedente o Auto de Infração de Estabelecimento nº 93300008.09.00000205/2010-02, datado de 24/05/2010, cientificada pessoalmente em 01/06/2010, fls. 03, no qual constam as seguintes denúncias: OMISSÃO DE VENDAS>>> Contrariando dispositivos legais, o contribuinte omitiu saídas de mercadorias tributáveis sem o pagamento do imposto devido por ter declarado o valor de suas vendas tributáveis em valores inferiores às informações fornecidas por instituições financeiras e administradoras de cartões de crédito e débito, Nota Explicativa: OPERAÇÃO CARTÃO DE CRÉDITO PERÍODO ENTRE 01/07/2007 ATÉ 31/12/2008., resultando na falta de recolhimento de ICMS, no valor total de R$ 11.296,90, por infração aos artigos 158, I, 160, I e 646, parágrafo único do RICMS/PB, com multa proposta de R$ 22.593,80, nos termos do art. 82, V, a, da Lei nº 6.379/96, no que tange ao período de outubro a novembro de 2007 e todo exercício de 2008. Tudo conforme demonstrativo em anexo, fls. 05. Anexo aos autos DASN Declaração Anual do Simples Nacional, fls. 10 a 25. Em 30/06/12, tempestivamente, a autuada apresentou peça defensual às fls. 27, alegando inicialmente que solicitou correções dos valores cobrados mediante a notificação de nº 00001308/2009, de R$ 2.691,60 para R$ 633,65, em 08/01/2010, não tendo sido atendida no seu pleito; informa ainda que a empresa tem por ramo comercial artigos de fotografia, além de revelação fotográfica; e solicita correções dos valores cobrados pela fiscalização, aduzindo que seu faturamento é composto principalmente de serviços prestados e declara ajuste no regime da empresa para Simples Nacional. Reconhecendo a diferença tributária a ser recolhida, questiona a alíquota adotada pela fiscalização de 17%, destacando que o Memorando Circular de nº 012/2010, determinante da alíquota

Continuação do Acórdão nº 004/2013 3 supracitada para contribuintes do Simples Nacional, obriga sua aplicação somente a partir de 18.06.2010. No entanto, afirma, a peça basilar em questão restou lavrada em 24.05.2010, antes mesmo do referido memorando circular. Assim, o autuante teria se utilizado da alíquota para contribuinte com regime Normal quando se trata de contribuinte Simples Nacional. Ainda em referência a data da lavratura da inicial, de 24.05.2010, alega que o informe fiscal, que trata do cancelamento da notificação em pauta, remonta a data de 07.07.2010, dentro do prazo da espontaneidade. Diante do exposto, solicita o cancelamento do auto de infração em fomento. Em sede de contestação, às fls.36, o autuante esclarece que lavrou a exordial comparando as vendas declaradas através da DASN Declaração Anual do Simples Nacional e o informado pelas operadoras de cartão de crédito a esta Secretaria, utilizando-se da alíquota de 17%. Salienta que o contribuinte rebate apenas o percentual da alíquota aplicada, reconhecendo a existência de omissão nas vendas do período fiscalizado. Ao final, destaca o Memorando Circular de nº 012/2010- GEF/SER de 18.06.2010 como forma de ratificar o procedimento fiscal adotado. Ao aportar os autos na instância singular julgadora, restou requerido Saneamento à repartição preparadora, às fls. 39, em face do não cumprimento do Ofício Circular nº 12/2008 GOFE, no sentido de se juntar ao processo os relatórios, em papel timbrado, enviados pelas Administradoras de Cartão de Crédito, considerados como elementos de prova indispensável a visualização do crédito tributário, diante das inconsistências de valores observadas na análise das informações processuais, orientando o autuante a reexaminar os trabalhos fiscais e lavrar o Termo de Infração Continuada. Em fase de diligência promoveu-se a juntada de cópias DAR-MOD 2, com seus respectivos comprovantes de pagamento: ICMS- OPERAÇÃO CARTÃO DE CRÉDITO, às fls. 40 a 46. Sem informações de antecedentes fiscais foram os autos conclusos e encaminhados à Gerência de Julgamento de Processos Fiscais GEJUP, sendo distribuídos a julgadora Ivônia de Lourdes Lucena Lins, que pronunciou-se pela procedência parcial da exordial, fls. 49 a 53, sendo os montantes levantados pelo confronto direto entre o Demonstrativo das Omissões de Vendas e ICMS a Recolher Operação Cartão de Crédito, fls. 05, e a DASN Declaração Anual do Simples Nacional do período sub judice, retirando dos valores originariamente obtido as receitas de prestação de serviços. Através da Notificação de nº 00001201/2011, fls. 56, a empresa autuada tomou ciência pessoal da decisão una, em 14 de fevereiro de 2011. Desta feita, o processo seguiu de ofício, tendo o contribuinte solicitado parcelamento às fls. 57, e já efetuado uma parte do pagamento parcelado em 28.02.2011, consoante fls. 58 dos autos, no valor principal de R$ 1.401,87. Nas contrarrazões ao recurso, fls. 60 e 61, a autoridade fazendária salienta o equívoco observado em fase de instância monocrática, quando expurga do período autuado os valores faturados com prestação de serviços. Ratifica os valores insertos na exordial, discriminando às fls. 62 planilha ilustrativa que destaca destes, a parte recolhida antecipadamente pela autuada, consoante fls. 40 a 46 do

Continuação do Acórdão nº 004/2013 4 processo. Ao final solicita revisão da decisão prima para que seja cobrado aos cofres da Fazenda Estadual o valor correto sonegado. Seguindo os trâmites regulamentares, os autos são encaminhados a este Colendo Conselho para sua devida apreciação. É O RELATÓRIO. VOTO O presente contencioso versa a respeito da acusação de omissão de vendas tributáveis, em razão da inconsistência observada entre as declarações de saídas de mercadorias prestadas pelas operadoras de cartão de crédito e financeiras, com os valores informados mensalmente pela empresa a esta Secretaria. É cediço que as vendas declaradas pelas operadoras de cartão de crédito devem corresponder exatamente às informações de faturamento fornecidas pelo contribuinte, sob pena de a diferença encontrada no cruzamento dessas informações autorizar o recolhimento do ICMS com multa, sob a acusação, juris tantum, de vendas de mercadorias sem documento fiscal. Nesse sentido, o art. 646 do RICMS/PB autoriza a presunção de vendas omissas de mercadorias tributáveis, conforme abaixo transcrito: Art. 646. O fato de a escrituração indicar insuficiência de caixa, suprimentos a caixa não comprovados ou a manutenção no passivo, de obrigações já pagas ou inexistentes, bem como a ocorrência de entrada de mercadorias não contabilizadas ou de declarações de vendas pelo contribuinte em valores inferiores às informações fornecidas por instituições financeiras e administradoras de cartões de crédito, autorizam a presunção de omissão de saídas de mercadorias tributáveis sem pagamento do imposto, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção. Reportando ao caso em análise, pode-se verificar que a fiscalização utilizou-se, para comprovação do fato típico tributário, das informações de vendas das operadoras de cartão de crédito e débito com as vendas declaradas através da DASN Declaração Anual do Simples Nacional, consoante fls. 05 do processo. Entretanto, equivocadamente, a instância singular abateu do montante inserto na inicial o valor das vendas de serviços, por considerá-las sujeitas a cobrança e fiscalização municipal (ISS), citando, inclusive, à Lei Complementar de nº 116/2003. A fim de melhor elucidar a matéria objeto da lide, o autuante, em sede de contrarrazoado, inseriu planilha ilustrativa: Planilha Operação Cartão de Crédito (Recurso de Ofício), fls. 62, na qual destacou que as vendas declaradas pela autuada através da DASN Declaração Anual do Simples Nacional, sendo estas com ou sem substituição, inclusive a de prestação de serviços (ISS),

Continuação do Acórdão nº 004/2013 5 foram expurgadas das vendas informadas pelas operadoras de cartão de crédito, com o intuito de se obter a diferença tributável, da qual, por fim, restou aplicada a alíquota de 17% para obtenção do tributo (ICMS) a recolher lançado de ofício na peça basilar. Não cabendo, assim, a metodologia apresentada em fase de julgamento monocrático. Outra questão discutida versa a respeito da aplicação da alíquota de 17%, na qual o reclamante cita o Memorando Circular de nº 012/2010 para questionar sua devida aplicação. Ocorre que entendimento esposado pelo GOFE e por ambas as Casas julgadoras, em reunião conjunta, e por unanimidade, tornou pacífico a equalização das alíquotas aplicadas pelos diferentes regimes adotados ao longo do período infracional. Instruindo, inclusive, a lavratura de Termo de Auto de Infração Continuada nos casos de necessidade de complementação do crédito tributário, em decorrência do aumento deste valor. Como a peça basilar em fomento, já em seu feitio utilizou-se da alíquota de 17%, não há o que ilidir. À vista do exposto e dos elementos constantes dos autos, não resta outra alternativa senão reformar a decisão pronunciada na instância singular de provimento parcial, ratificando procedimento fiscal inserto na exordial pela autoridade fazendária, julgando-o procedente em todos os seus termos. Quanto a irresignação da autuada em relação a data da notificação ter sido posterior a da lavratura do auto de infração, convém esclarecer que a notificação referente ao libelo acusatório monta de 16.12.2009, anterior, portanto, a inicial, cuja lavratura se deu em 24.05.2010. Necessário se faz observar que a empresa adiantou recolhimentos, consoante fls.40 a 46 dos autos, com código de receita 1125 (ICMS OPERAÇÃO CARTÃO DE CRÉDITO), valores estes que deverão ser abatidos em sede de cobrança final pela Coletoria de Guarabira. Destaco ainda a necessidade de averbação, pela repartição preparadora, dos valores de ICMS pagos a título de parcelamento, consoante fls.57 e 58, observando se tais valores guardam, ou não, correlação com os créditos tributários lançados no auto de infração em exame, para o efeito de dedução, se for o caso, do total a pagar. reproduzido: Neste mesmo sentido a jurisprudência deste Colegiado emitiu pronunciamento adiante RECURSO VOLUNTÁRIO DESPROVIDO. DECLARAÇÃO DE VENDAS EM VALORES INFERIORES AOS FORNECIDOS PELAS OPERADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO/DÉBITO. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE SAÍDAS TRIBUTÁVEIS. AUTO DE INFRAÇÃO PROCEDENTE. MANTIDA A DECISÃO RECORRIDA. Fica autorizada a presunção de omissão de saídas de mercadorias tributáveis, quando se constatar diferença a menor no valor das vendas declaradas pelo contribuinte em confronto com as informações fornecidas pelas administradoras de cartões de crédito/débito com as quais a declarante opera. Insuficiente às argumentações recursais resta mantida a acusação original.

Continuação do Acórdão nº 004/2013 6 Recurso VOL/CRF N.º 288/2011 CONS. JOÃO LINCOLN DINIZ BORGES Isso posto, VOTO - pelo recebimento do RECURSO HIERÁRQUICO, por regular, e, quanto ao mérito, pelo seu PROVIMENTO, para reformar decisão de primeira instância, que julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento nº 93300008.09.00000205/2010-02, lavrado em 24 de maio de 2010, contra a empresa JOSELIA CORREIA DA SILVA NASCIMENTO, inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS-PB sob nº 16.103.114-5 e julgá-lo PROCEDENTE em todos os seus termos, condenando a empresa a recolher o valor de ICMS no valor de R$ R$ 11.296,90 (onze mil, duzentos e noventa e seis reais e noventa centavos), por infringência aos artigos 158, I, 160, I e 646, parágrafo único do RICMS/PB, e multa por infração no valor de R$ 22.593,80 (vinte e dois mil, quinhentos e noventa e três reais e oitenta centavos), com supedâneo no art. 82, V, a, da Lei nº 6.379/96, perfazendo o crédito tributário o importe de R$ 33.890,70 (trinta e três mil, oitocentos e noventa reais e setenta centavos). Cumpre ressaltar que o sujeito passivo adiantou recolhimentos, consoante fls.40 a 46 dos autos, com código de receita 1125 (ICMS OPERAÇÃO CARTÃO DE CRÉDITO), valores estes a serem deduzidos pela Coletoria de Guarabira. Ressalto ainda a necessidade de averbação, pela repartição preparadora, dos valores de ICMS pagos a título de parcelamento, consoante fls. 57 e 58, para o efeito de dedução do total do crédito tributário a pagar, caso guardem relação com os valores lançados no auto de infração em tela. Sala das Sessões Pres. Gildemar Pereira de Macedo, em 10 de janeiro de 2013. JOSÉ DE ASSIS LIMA Conselheiro Relator