(DES)FAZENDO A CLINICA: sobre a invenção de um cuidado compartilhado e os caminhos da despatologização da transexualidade

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Transcrição:

(DES)FAZENDO A CLINICA: sobre a invenção de um cuidado compartilhado e os caminhos da despatologização da transexualidade

De onde falo?

Por que falar em saúde integral trans-específica demarcando que não estamos falando em atenção à saúde das travestis?

Quadro 1: Comparativo entre as Portarias em relação à Cirurgia de Tireoplastia Portaria MS/SAS nº 457, de 19 de agosto de 2008 Procedimento: 04.04.01.042-3 - Redesignação Sexual - 2º Tempo Portaria MS/SAS nº 859 de 30 de julho de 2013 Procedimento: 04.04.01.042-3 - Tireoplastia Portaria MS/GM nº 2.803, de 19 de novembro de 2013 Procedimento: 04.04.01.056-3 - Origem SIGTAP 04.04.01.042-3 Tireoplastia Sexo: Masculino Sexo: Masculino Sexo: Masculino Idade Min.: 21anos Idade Máx.: 75 anos Idade Mínima: 18 anos Idade Máxima: 75 anos Idade Mínima: 21 anos Idade Máxima: 75 anos CID: F64.0 CID: F64.0 CID: F64.0

Quadro 2: Comparativo entre as Portarias em relação ao Acompanhamento de usuário(a) no Processo Transexualizador Portaria MS/SAS nº 457, de 19 de agosto de 2008 Procedimento: 03.03.03.007-0 Administração Hormonal Descrição: Administração de hormônios no período que antecede a cirurgia de redesignação sexual no Processo Transexualizador (acetato de ciproterona e estrógenos) indicado para pacientes com excesso de pelos (hirsutismo). Portaria MS/SAS nº 859 de 30 de julho de 2013 Procedimento: 03.03.03.007-0 Terapia Hormonal no Processo Transexualizador Descrição: Consiste na terapia hormonal disponibilizada para ser iniciada após o diagnóstico no Processo Transexualizador (estrógeno ou testosterona). Portaria MS/GM nº 2.803, de 19 de novembro de 2013 Procedimento: 03.03.03.009-7- Origem SIGTAP 03.03.03.007-0 Tratamento Hormonal no Processo Transexualizador. Descrição: Consiste na utilização de terapia medicamentosa hormonal disponibilizada mensalmente para ser iniciada após o diagnóstico no Processo Transexualizador (estrógeno ou testosterona). Sexo: Masculino Sexo: Ambos Sexo: Ambos Idade Min.: 21anos Idade Máx.: 75 anos Idade Mínima: 16 anos Idade Máxima: 75 anos Idade Mínima: 18 anos Idade Máxima: 75 anos CID: F64.0 CID: F64.0, F64.9 e F66.0 CID: F64.0 e F64.9

Quadro 3: Comparativo entre as Portarias em relação ao tratamento hormonal preparatório para cirurgia de redesignação sexual no processo transexualizador Portaria MS/SAS nº 859 de 30 de julho de 2013 Portaria MS/GM nº 2.803, de 19 de novembro de 2013 Procedimento: 03.03.03.008-9 - Terapia Hormonal no Processo Procedimento: 03.03.03.008-9 - Tratamento hormonal preparatório para cirurgia de Transexualizador - Ciproterona. redesignação sexual no processo transexualizador. Descrição: Consiste na terapia hormonal a ser disponibilizada no Descrição: Consiste na terapia medicamentosa hormonal a ser disponibilizada mensalmente período de dois anos que antecede no período de dois anos que antecede a a cirurgia de redesignação sexual no Processo Transexualizador. cirurgia de redesignação sexual no Processo Transexualizador (Ciproterona). Sexo: Masculino Sexo: Masculino Idade Mínima: 16 anos Idade Máxima: 75 anos Idade Mínima: 18 anos Idade Máxima: 75 anos CID: F64.0, F64.9 e F66.0 CID: F64.0 e F64.9

Quadro 4: Comparativo entre as Portarias em relação a Plástica mamária reconstrutiva bilateral incluindo prótese mamária de silicone bilateral no processo transexualizador Portaria MS/GM nº 2.803, de 19 de novembro de 2013 Procedimento: 04.10.01.020-0- Plástica mamária reconstrutiva bilateral incluindo prótese mamária de silicone bilateral no processo transexualizador Descrição: Consiste em cirurgia Plástica mamária reconstrutiva bilateral complementar ao processo de redesignação sexual no sexo masculino no processo transexualizador, incluindo implante de prótese mamária de silicone bilateral. Sexo: Masculino Idade Mínima: 21 anos Idade Máxima: 75 anos CID F64.0

Quadro 5: Comparativo entre as Portarias em relação ao Acompanhamento de usuário/a no Processo Transexualizador exclusivamente para atendimento clínico Portaria MS/SAS nº 859 de 30 de julho de 2013 Procedimento: 03.01.13.003-5 - Acompanhamento de usuário/a no Processo Transexualizador exclusivamente para atendimento clínico. Descrição: Consiste no acompanhamento de usuário/a/as no Processo Transexualizador com atendimento mensal por equipe multiprofissional. Complexidade: MC - Média Complexidade Portaria MS/GM nº 2.803, de 19 de novembro de 2013 Procedimento: 03.01.13.003-5 - Acompanhamento de usuário(a) no Processo Transexualizador exclusivamente para atendimento clínico Descrição: Consiste no acompanhamento de usuário (a) no Processo Transexualizador com atendimento mensal por equipe multiprofissional, diferente do acompanhamento exclusivo das etapas no pré ou pós operatório no Processo Transexualizador Complexidade: MC - Média Complexidade CBO: 225133, 225155, 251510, 251605, 223810, CBO: 225133, 225155, 251510, 251605, 223810, Quantidade Máxima: 01 Quantidade Máxima: 01 Idade Mínima: 05 anos Idade Máxima: 110 anos Idade Mínima: 18 anos Idade Máxima: 110 anos CID: F64.0, F64.9, F64.2, F66.0 CID: F64.0, F64.9

O único espaço destinado às travestis (encarceradas no CID 64.9) e a todas as outras pessoas que não desejassem se submeter à cirurgia de redesignação sexual chama a atenção pela precariedade da oferta. Limitado a um atendimento mensal, a equipe precisaria definir qual o atendimento prioritário. No mês que o/a usuário/a fosse atendido/a na fonoaudiologia ele/ a não seria atendido/a na psicologia (cujo acompanhamento será, na melhor das hipóteses, mensal); se for ao clínico (que estranhamente não consta entre as especialidades relacionadas), não irá ao psiquiatra; e assim seguiria negociando direitos. Como o procedimento está deslocado da cirurgia, o acompanhamento parece apontar para uma não sistematização. Uma norma precária para uma vida precária, parafraseando Berenice Bento (2014).

Normas precárias para vidas precárias

Como organizamos nosso serviço? Acolhimento: sala de espera e demanda espontânea (genograma e outras ferramentas da atenção básica) Quem faz? Medico, enfermeira e psicóloga. Por que faz? Contrato (expectativas/rotinas) Usuária inserida na equipe.

Psicologia Terapia Compulsória? NÃO Contribuir para a construção de sentidos num espaço que falta elementos para dizer de si e da experiência da transição. Relatório: o sofrimento que o nome civil causa ao colocar o sujeito num espaço de deslegitimação. Diagnóstico: o/a usuário/a é capaz de dizer de si? Está em condições de consentir?

Clínica Anamnese: percurso terapêutico Exame Físico: Imunização Orientações em saúde (reprodução, cuidados na academia, dieta)

Endocrinologia Avaliação Acompanhamento: - Medida da distribuição da gordura - Medida da distribuição pilosa - Termo de Consentimento: Tempo de Reflexão - PROTOCOLOS

Acompanhamento Familiar A transição envolve as pessoas trans e seus relacionamentos. Espaço para que as famílias possam dizer de suas dúvidas, dificuldades, etc... Visita Domiciliar

Advogado Parceria com escritório jurídico da Universidade. Documentos independente da cirurgia.

Em construção Grupo com os/as usuários/as para reflexão sobre a experiência Grupo com as famílias: espaço de (re)conhecimento

Desafios da despatologização Diagnóstico: como lidar com a demanda das áreas específicas? F 64.0 Transexualismo Trata-se de um desejo de viver e ser aceito como um membro do sexo oposto, usualmente acompanhado por uma sensação de desconforto ou impropriedade de seu próprio sexo anatômico e um desejo de se submeter a tratamento hormonal e cirurgia para tornar seu corpo tão congruente quanto possível com o sexo preferido.

REGULAÇÃO TFD REFERENCIA/CONTRA REFERENCIA FUNIL PARA ENCAMINHAR AOS HOSPITAIS: FILA

DEPOIS DE QUASE UMA DÉCADA: (DES)ENCANTAMENTO Obrigada. flavia@famed.ufu.br 34 9963-6431