(47-68) CULTURA ORGANIZACIONAL: PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL NO PERÍODO DE

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1-2016 (47-68) CULTURA ORGANIZACIONAL: PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2005 2014 Mariane Lemos Lourenço * Evelyn Moissa ** Maria Eduarda Vendramin *** Vanusa Cristina Dario **** André Maurício Teixeira da Silva ***** Jully Fabíola Nunes Rogge ****** RESUMO Este artigo tem o objetivo geral de analisar a produção acadêmica relacionada ao tema cultura organizacional no âmbito das principais revistas em Administração do Brasil, partindo-se das notas entre A2 e B2 e dos principais eventos nacionais na área da Administração, entre os anos de 2005 a 2014. Os resultados mostraram uma predominância de publicações sobre o tema cultura organizacional nos eventos nacionais como: EnANPAD e EnEO. Essa predominância justifica-se por apresentarem a temática relacionada à cultura organizacional dentre os temas de interesse que compõem cada edição. Os resultados mostraram a predominância de publicações de pesquisas de cunho empírico 76% e pesquisas qualitativas 68%. A pesquisa revelou novos autores que têm se destacado no tema no cenário brasileiro, como Alexandre de Pádua Carrieri, ao lado de trabalhos já clássicos como os de Maria Ester de Freitas, Fernando Prestes Motta e Rafael Alcadipani. Assim como a prevalência de autores internacionais, mais clássicos, como Edgar Schein, Geert Hofstede, Joanne Martin, Linda Smircich, e Gareth Morgan. As considerações finais destacam que os temas clássicos ligados ao estudo das culturas nacionais apareceram com intensidade nos estudos de cultura organizacional da última década, o que expressa a força e o interesse para as pesquisas de autores como Hofstede e seus estudos transculturais e os trabalhos de Motta ligados ao estudo da * Professora Adjunta do Departamento de Administração Geral e Aplicada da Universidade Federal do Paraná. Doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo, tem graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná e mestrado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é pesquisadora na área de Análise das Organizações e estratégia. Já atuou como consultora empresarial na área de Análise das Organizações, Comportamento Organizacional, e como supervisora de estágio em Análise das Organizações, Psicologia Organizacional e do trabalho, supervisionando e realizando trabalhos principalmente nos seguintes temas: cultura, identidade, estrutura organizacional, poder e política nas organizações, sofrimento psíquico e stress no trabalho. ** Graduada em Administração pela Universidade Federal do Paraná. *** Mestranda em Administração no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná **** Mestranda em Administração no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná. ***** Mestrando em Administração no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná. ****** Mestranda em Administração no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná.

cultura brasileira. Esse olhar para as pesquisas sobre cultura organizacional, na última década, mostrou a emergência de novos temas e autores e simultaneamente a presença marcante de autores e temas já consagrados dentro deste campo de estudo. Palavras-chave: Cultura organizacional. Metodologia. Pesquisa bibliométrica. 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo geral analisar a produção acadêmica relacionada ao tema cultura organizacional no âmbito das principais revistas em Administração do Brasil: Organizações & Sociedade (O&S); Cadernos Ebape, Revista de Administração de Empresas (RAE), Revista de Administração de Empresas Eletrônica (RAE Eletrônica), Revista de Administração Contemporânea (RAC), Revista de Administração Contemporânea Eletrônica (RAC Eletrônica); Revista de Administração Pública (RAP), Revista de Administração da USP (RAUSP), Brazilian Business Review (BBR), Brazilian Administration Review (BAR) e Revista de Administração Mackenzie (RAM) e dos principais eventos na área da Administração (EnANPAD; ENEO; EnGPR e 3Es), por meio de pesquisa bibliométrica, entre os anos de 2005 a 2014. Esse período foi escolhido por representar a última década contemporânea de pesquisas sobre cultura organizacional e assim verificar o estado da arte deste tema nos estudos organizacionais brasileiros. De acordo com Carrieri, Cavedon e Silva (2008), os estudos dedicados à cultura organizacional são fundamentais, pois propiciariam maior clareza a respeito da vida organizacional, promovendo uma reflexão mais crítica sobre as ideias, normas, valores, em suma, sobre a realidade social e cultural das organizações. Nessa abordagem, estaria centrada a ideia de cultura como uma metáfora da organização, que seria estudada em termos ideológicos e simbólicos. Nesse sentido, os estudos de Morgan (2007) apontam para a metáfora da cultura como meio de criar e estruturar as atividades organizadas, por meio de ideologias, valores, crenças, linguagem, normas e outras práticas que determinam e orientam a ação organizada, sendo definida como uma metáfora de considerável relevância para nossa compreensão das organizações (MORGAN, 2007, p.137).

Desse modo, conforme já mencionado, destina-se a estudar o estado da arte do tema cultura organizacional na área dos estudos organizacionais brasileiros. Esse trabalho está organizado em quatro seções. A primeira apresenta uma breve revisão conceitual relacionada ao tema cultura organizacional. A segunda parte relaciona-se à metodologia empregada na pesquisa. A terceira traz os resultados alcançados. E, por fim, a conclusão. Espera-se que este estudo traga bases para a compreensão do estado da arte do tema cultura organizacional nos estudos organizacionais no Brasil, visto que dentre os temas desenvolvidos nas pesquisas que compõem a área de Comportamento Organizacional, a relação organização e indivíduo, mais especificamente sobre cultura organizacional, tem se destacado (SOBRAL; MANSUR, 2013). 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Como um campo dos estudos organizacionais, a cultura organizacional vem, no Brasil e no exterior, ao longo das últimas décadas, recebendo atenção por parte dos acadêmicos e dos profissionais da área de Administração (CAVEDON; FACHIN, 2008; GIORGI; LOCKWOOD; GLYNN, 2015). Na literatura sobre o tema, os conceitos de cultura fornecem diferentes formas de conhecer o fenômeno cultural. O tema cultura organizacional é recorrente nos estudos organizacionais e um grande número de autores tem se dedicado a escrever sobre suas origens, elementos e sobre sua importância dentro do contexto das organizações (SMIRCICH, 1983; GEERTZ, 1989; PETTIGREW, 2007; MARTIN, 1992; FLEURY; FISCHER, 2007; MOTTA; CALDAS, 1997; MORGAN, 2007; MACHADO-DA-SILVA; NOGUEIRA, 2000; MARTIN; FROST, 2001; FISCHER; MAC-ALLISTER, 2001; FREITAS, 1991, 1999, 2007; CARRIERI; CAVEDON; SILVA, 2008; FLEURY, 2009; GIORGI; LOCKWOOD; GLYNN, 2015). A diversidade destes estudos se relaciona com a própria indefinição conceitual de cultura em ciências mais voltadas ao tema, como a Antropologia e a Sociologia (AKTOUF, 1994; CARRIERI; LEITE-DA-SILVA, 2008). A transição do conceito de cultura para sua aplicação nos estudos organizacionais começa a acontecer em meados da década de 1960, de acordo com Fleury (2009), quando as empresas europeias e norte-americanas tornaram-se multinacionais, expandindo suas operações para outros continentes e levando consigo suas práticas de gestão. Morgan (2007) afirma que o interesse especial pela

cultura e suas ligações com a vida organizacional surge, com efeito, a partir dos anos 80 em decorrência da eficiência das empresas japonesas na década anterior sobre o modelo americano da produção em massa que havia prosperado hegemônico até então. Mesmo sem consenso entre os pesquisadores e práticos da administração até os dias atuais sobre todos os fatores que determinaram tal sucesso da indústria japonesa, a maioria concorda que a cultura e o modo de vida no Japão desempenharam um papel importante. Para Cuche (1999), a noção de uma cultura na empresa não nasceu naturalmente das ciências sociais, mas sim como uma ideia do mundo dos negócios que foi fundamentada nas fontes da sociologia e antropologia para responder a questões práticas das organizações. Smircich (1983) relacionou, em seu artigo, considerado hoje um clássico, cinco paradigmas representativos das pesquisas antropológicas que foram, segundo sua análise, a origem das cinco principais correntes de estudos da cultura nas organizações. Para a autora, o primeiro é o funcionalismo de Malinowski, no qual a cultura é um instrumento a serviço das necessidades biológicas e psicológicas humanas; este paradigma encontra sua referência nos estudiosos da Teoria Clássica em Organizações, em que se crê que estas sejam instrumentos sociais. O segundo paradigma antropológico é o funcionalismo-estrutural, de Radcliffe-Brow, no qual a cultura é um mecanismo adaptativo regulador; sua correlação nos estudos organizacionais é a Teoria Contingencial, sendo as organizações organismos adaptativos em troca com o ambiente. Estas duas abordagens tem em comum um olhar objetivista da organização e, por conseguinte, da cultura organizacional. A autora constatou ser esta a corrente predominante nos estudos científicos, principalmente, os norte-americanos e ingleses dos estudos de cultura organizacional (SMIRCICH, 1983). Os outros paradigmas, seguindo com a classificação de Smircich (1983), são constituídos na perspectiva subjetivista. O terceiro destes é a Etnociência, de Goodenough, em que a cultura é vista como um sistema de cognições compartilhadas. Sua correspondente em Estudos Organizacionais é a Teoria da Cognição, na qual as organizações são vistas como sistemas de conhecimentos, como rede de significados subjetivos. O quarto é Antropologia Simbólica, de Geertz (2008), em que a cultura é tida como sistema de símbolos compartilhados. Nessa visão, em Estudos Organizacionais, tem-se a Teoria do Simbolismo, na qual as organizações são modelos de discurso simbólico. E, em quinto, está o paradigma do

Estruturalismo de Lévi-Strauss, cuja cultura é uma projeção da infraestrutura universal da mente, são os processos inconscientes; a sua correspondente em Estudos Organizacionais é a Teoria da Transformação Organizacional, na qual formas e práticas organizacionais são manifestações de processos inconscientes (SMIRCICH, 1983). Juntamente com o interesse pela cultura como campo fértil nos estudos organizacionais nasceram também as discussões epistemológicas sobre o uso dos termos emprestados da antropologia. Portanto, normalmente utilizados de modo superficial ou fora de seu contexto de origem e consequentes críticas às limitações das diferentes abordagens (AKTOUF, 1994; CARRIERI; CAVEDON; SILVA, 2008). Por exemplo, ao se assumir a cultura organizacional como algo possível de ser controlado tem-se como efeito a atribuição de maior poder à alta administração (SCHEIN, 1992; PETTIGREW, 2007), motivo pelo qual é chamada de porta de emergência do gerente ocidental nos anos da crise da indústria americana (AKTOUF, 1994). Para Martin (1992), a questão da cultura nas organizações tem outras três possíveis perspectivas: a da Integração, da Diferenciação e da Fragmentação. Na perspectiva da Integração, temos a cultura organizacional na visão funcionalista, vista como uma variável administrável. Diferenciação, na qual existe além da cultura abrangente da organização coexistem também as subculturas dos grupos. Fragmentação o que temos são valores partilhados temporariamente pelos indivíduos na organização, num processo historicamente construído. Essa abordagem entende que culturas em organizações são processos contínuos, que necessitam ser analisados de forma interpretativa e mergulhada no contexto, na história social-cultural e na biografia dos trabalhadores (CARRIERI; CAVEDON; SILVA, 2008). O uso do termo no plural, com culturas nas organizações, denotando a existência de várias culturas ou subculturas coexistindo em uma mesma organização com a cultura organizacional, é fruto desta linha de estudos (MARTIN, FROST, 2001). Existe, contudo, certo consenso no fato de que a representação mais consistente de si que as organizações compõem é a própria cultura que se desenvolve entre seus membros (ENRIQUEZ, 2002). Para Morgan (2007), a metáfora da organização vista como cultura remete a repensar o funcionamento corporativo sob praticamente todos os aspectos, como a estratégia, a estrutura e a

natureza de líderes e da gestão. Isto leva ao pressuposto de que as organizações são realidades socialmente construídas. Se entendermos as empresas como construções sociais, sujeito e objeto da realidade da qual fazem parte, não é difícil identificar sua participação nas transformações do mundo nas últimas décadas, pois seja pelo poder econômico que possuem, seja pelo conjunto de competências técnicas de que dispõem, as organizações estão entre as instituições mais influentes nos rumos da sociedade nos dias atuais (VERGARA; BRANCO, 2001; MORGAN, 2007). Na perspectiva do antropólogo Dupuis (1994, p. 246), temos a seguinte definição para cultura em organizações: A cultura organizacional não é determinada pelo ambiente; ela se estrutura, sobretudo, pelo jogo dos atores que agem na organização e o fazem em um ambiente de múltiplas interações. Todo este processo não é unidirecional, determinista, pois, em um mesmo movimento de volta, as organizações e os atores participam da estruturação da sociedade, de suas instituições, de sua cultura, que lhes serve de quadro para a ação. A partir desta conceituação, tem-se um prisma ampliado de influência da cultura na organização em todas as suas dimensões, a medida que pressupõe a cultura como uma construção social da qual participam todos os membros organizacionais, ela traz a cultura como estruturante na constituição da própria institucionalização da organização. Não cabe a este estudo apontar caminhos ou abordagens sob quaisquer pontos de vista, mas antes apresentar as diferentes vertentes do estudo da cultura organizacional. Não podendo deixar de citar, desta forma, algumas das perspectivas críticas sobre o tema cultura organizacional que levaram a reflexões sobre os mais diversos temas relacionados à relação das organizações com os indivíduos. Como os efeitos gerados pelo poder (PAGÉS, 1987; CHANLAT, 1994; CLEGG, 1994; ENRIQUEZ, 2006; SEGNINI, 2007; FLEURY, FISHER, 2007), a sedução e o carisma das organizações (FREITAS, 1999), o feitiço do universo organizacional (SCHIRATO, 2000), ou a neurose profissional no contexto organizacional (AUBERT, 1994). Todas estas pesquisas abordam questões complexas dos aspectos culturais nas organizações e remetem às representações que as organizações retratam de si, uma vez que o conceito de cultura organizacional não pode ser materializado, mas adquire tangibilidade por meio da maneira de se fazer e pensar na organização.

Na produção científica brasileira da primeira década deste século, foram identificados como temas mais recorrentes associados com a cultura organizacional, em ordem decrescente de importância: a mudança organizacional, a identidade organizacional, o comprometimento no trabalho, a formação profissional, a aprendizagem organizacional, o ambiente organizacional, a cultura, a teoria das organizações e organizações públicas (PEREIRA; PASSOS; CARVALHO, 2010). Estudos indicaram, por exemplo, que a sustentação de uma organização inovadora passa por sua cultura, pois a capacidade de inovar está nas habilidades e atitudes das pessoas, que podem ser encorajadas por uma cultura organizacional que evoque a participação, propicie o trabalho em equipe ou estimule a criatividade e a inovação como condutas habituais (DOBNI, 2008; STEELE, MURRAY, 2004; KAASA, VADI, 2010; LAEGREID; RONESS; VERHOEST, 2011). Outra pesquisa identificou forte evidência da relação da cultura organizacional com a cultura de inovação, mostrando que a cultura de inovação é parte da cultura maior de uma organização (BRUNO-FARIA; FONSECA, 2014). A cultura organizacional também tem despertado interesse no campo dos estudos mercadológicos, ao ser reconhecida como a base da cultura de marca e influenciadora da criação desta (YANG, 2010). Em relação aos artigos relativos ao campo do Comportamento Organizacional, podem-se citar os seguintes estudos encontrados na referida pesquisa, que representam a corrente positivista e integracionista: como o desempenho organizacional e a atividade inovadora (LAEGREID et al, 2011); o efeito da autonomia no trabalho sobre a satisfação no trabalho e o comprometimento organizacional (NAQVI et al., 2013); a produção local de conhecimento e estrutura (FINE; HALLETT, 2014). Muitas ainda são as motivações para se estudar as questões que envolvem a cultura nas organizações, mesmo após tantas abordagens diversas. Esse campo de estudos organizacionais mostra-se ainda fértil para novas investigações que tragam luz aos processos de interação entre homem e organizações. Na seção seguinte, buscar-se-á descrever os aspectos metodológicos desta pesquisa e, em seguida, as análises e conclusões. A partir destes elementos conceituais, aqui apresentados, foi possível conduzir a pesquisa, segundo os procedimentos metodológicos detalhados a seguir.

3 METODOLOGIA Esta pesquisa tem por escopo analisar a produção acadêmica relacionada ao tema cultura organizacional no âmbito das principais Revistas em administração do Brasil e dos principais eventos na área da Administração, por meio de pesquisa bibliográfica entre os anos de 2005 a 2014. O objetivo é analisar como a produção nacional tem respondido aos desafios inerentes ao estudo da cultura organizacional, num período de inovações tecnológicas, de internacionalização dos mercados e de grandes mudanças ocasionadas por transformações institucionais, as quais geraram profundos impactos na sociedade e nas organizações. Trabalhos dessa natureza justificam-se pela oportunidade de compreender o estágio de desenvolvimento de um determinado campo por meio da análise de sua produção mais recente. Para isso, estabeleceu-se o intervalo dos dez últimos anos de pesquisa, entre 2005 e 2014. Considerando que a unidade de análise desta pesquisa são publicações, os dados desse trabalho constituíram-se de artigos publicados entre 2005 a 2014 nos principais periódicos de Administração brasileiros que estão classificados de acordo com os critérios da CAPES (Centro de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) partindo-se das notas entre A2 e B2. E nos eventos da Associação Nacional de Pós-graduação e pesquisa em Administração (ANPAD). Os periódicos e eventos selecionados precisariam ter em suas publicações o tema cultura organizacional para focar no tema cultura nas organizações, em sua terminologia mais clássica. No entanto, é necessário destacar que, entre os periódicos selecionados, alguns não figuraram na análise, pois apesar de possuírem a nota entre os critérios da CAPES, não tinham artigos quando selecionada a busca pela palavra-chave: cultura organizacional. Desse modo, obtiveram-se os seguintes periódicos: Organizações & Sociedade (O&S); Revista de Administração de Empresas (RAE), Revista de Administração de Empresas Eletrônica (RAE Eletrônica), Revista de Administração Contemporânea (RAC), Revista de Administração Contemporânea Eletrônica (RAC Eletrônica), Revista de Administração Pública (RAP), Revista de Administração da USP (RAUSP), Cadernos EBAPE.BR, Brazilian Business Review (BBR), Brazilian Administration Review (BAR) e Revista de Administração Mackenzie (RAM). Em relação aos eventos

nacionais, foram classificados com base na palavra-chave cultura organizacional e obtiveram-se os seguintes: EnANPAD; ENEO; EnGPR e 3Es. Posterior à seleção dos periódicos e dos eventos que comporiam este estudo, executou-se uma investigação nas suas bases de dados, empregando-se o termo cultura organizacional, obtendo-se 108 artigos. Após o procedimento de análise desses artigos, verificou-se que apesar de contemplarem a palavra cultura organizacional em seus títulos, resumos ou palavras-chave, não possuíam o escopo que esta pesquisa possui, de contemplar pesquisas na área de Estudos Organizacionais, estando mais ligados a outras áreas como marketing, por exemplo. Posterior à análise dos artigos encontrados, foram definidos os trabalhos que estavam dentro do objetivo da pesquisa, o que resultou em 94 artigos. A partir deste resultado, procedeu-se a um estudo de cada um destes trabalhos em termos da localidade em que o artigo foi publicado: evento ou periódico; do tipo de estudo: teórico ou empírico; da natureza do estudo: quantitativo, qualitativo ou misto; das estratégias de pesquisa: estudo de caso único, múltiplo, revisão teórica e etc.; e dos temas relacionados: temas que foram associados ao estudo da cultura organizacional como estratégia, poder, simbolismo e etc. O estudo detalhado dos artigos selecionados na pesquisa foi realizado por todos os pesquisadores envolvidos, que procederam à análise em separado, e depois os resultados foram confrontados pelo grupo de pesquisadores, que em conjunto procederam à análise de cada trabalho. Estes procedimentos serviram de base para o estudo dos 94 artigos publicados em periódicos e eventos no período de 2005 a 2014. A discussão e resultados serão a seguir apresentados. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nesta parte do trabalho, serão trazidas as informações e discussões alcançadas com base na análise dos 94 artigos selecionados sobre cultura organizacional, segundo a metodologia proposta para este estudo. Tabela 1 Relação Local de Publicação e Ano Local de publicação 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total

ENANPAD 2 4 10 5 3 3 5 3 2 4 41 EnEO - 2-4 - 3-2 - 3 14 3Es - - - - - - 1-1 - 2 EnGPR - - 2-2 - - - 1-5 EnEPQ - - - - - - - - - - 0 ERA - - - - 2 - - - - - 2 RAUSP - - 1 - - - - 1 1 1 4 RAM - - - - 1 1 - - - - 2 O&S - 1 - - - - 1 - - - 2 RAC - 2 - - 1 1 - - - 1 5 RAC Eletrônica - - 2 - - - - - - - 2 BAR - - - - 1 1 1 - - - 3 RAE eletrônica 1 - - - - - - - - - 1 BBR - - - - - 1 - - - 2 3 Cadernos EBAPE.BR - 1 - - - - 1 1-2 5 RAP - 1-1 - - 1 - - - 3 Total Geral 3 11 15 10 10 10 10 7 5 13 94 Fonte: Os autores. Os artigos foram analisados segundo a sua distribuição nos anos em que foram publicados e também quanto ao local de publicação, conforme mostra a tabela 1, que retrata que o maior índice de publicações em relação ao tema em eventos que aconteceram no ano de 2007, com 12 publicações, somando-se os trabalhos do EnANPAD e EnGPR. Já, com relação aos periódicos, o ano de 2014 apresentou o maior índice de publicações, 6 artigos, nos 10 anos em que a pesquisa foi realizada. Entre os locais de publicação, pode-se constatar uma predominância dos eventos nacionais como o EnANPAD e EnEO. Essa predominância pode se justificar devido à amplitude e destaque destes eventos no cenário nacional de estudos organizacionais, e por apresentarem a temática relacionada à cultura organizacional dentre os temas de interesse que o compõem cada edição. Nesses eventos, as discussões envolvendo o tema cultura organizacional pautam-se em: globalização e cultura de negócios; poder e simbolismo em organizações; identidade em organizações; espaço, tempo e territorialidade no trabalho (ENANPAD, 2015). Para uma verificação mais detalhada dos locais de publicação, uma vez separados em periódicos e eventos, destacam-se 62 artigos publicados em 4 diferentes eventos, este valor corresponde a 65,95% do total de publicações. Com

destaque para o evento EnANPAD que publicou no período de 2005 até 2014, 41 artigos, de modo que representa 43,62% do total de artigos que foram encontrados nos periódicos e eventos no período analisado. Com relação às publicações realizadas nos 11 periódicos que foram analisados, destacam-se dois periódicos que possuem o mesmo número de artigos publicados, a Revista de Administração Contemporânea (RAC) e o Cadernos Ebape, cada uma com 5 artigos, o que corresponde a 31,25% dos 32 artigos publicados em periódicos. Uma vez que existe uma diferença entre a quantidade de publicações em periódicos e eventos, a figura 1 representa a distribuição de publicações no decorrer do período analisado. Figura 1 Publicações Eventos e Periódicos 14 12 10 8 6 4 Eventos Periódicos 2 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: Os autores. Dentre o total de 94 artigos selecionados, foi analisado o tipo de estudo dentre as pesquisas empíricas e ensaios teóricos (Tabela 2) de modo que é possível destacar a predominância de publicações de pesquisas de cunho empírico (76%). Tabela 2 Tipo de Estudo Tipo de Estudo Frequência Absoluta Frequência Relativa Pesquisa Empírica 71 76% Ensaio Teórico 23 24% Total Geral 94 100% Fonte: Os autores.

Com relação à natureza do estudo dos artigos analisados, a classificação ocorreu de acordo com a esfera qualitativa, quantitativa ou mista. Grande parte dos artigos analisados utiliza-se de pesquisas qualitativas para delinear seus estudos (Tabela 3). Possivelmente, a escolha por pesquisas qualitativas deve-se não só porque as bases fundamentais iniciaram-se com essa natureza de estudo, mas por apresentar fundamentos que possibilitam analisar a complexidade do tema frente aos diferentes contextos sociais pelos quais a cultura se desenvolve. A abordagem qualitativa, de acordo com Creswell, é um processo de investigação baseada em distintas tradições metodológicas que exploram um problema social ou humano (2010, p. 15). Tabela 3 Natureza do Estudo Natureza do Estudo Frequência Absoluta Frequência Relativa Qualitativo 64 68% Quantitativo 29 31% Misto 1 1% Total Geral 94 100% Fonte: Os autores. Recentemente, os estudos sobre a cultura organizacional têm se dedicado a entender novas relações com o tema. Por exemplo, relacionando a cultura organizacional com a estratégia como o trabalho de Kich e Pereira (2011); com o poder, como o trabalho de Pereira, Santos e Brito (2006), Cavalcanti e Duarte (2012); Ferraz (2011); com a cultura de inovação como o trabalho de Bruno-Faria e Fonseca (2014); com as práticas culturais e competências como o trabalho de Fleury (2009); com a aprendizagem organizacional, como o trabalho de Queiroz, Lima e Ferraz (2012). Já o estudo de Barreto et al. (2013) mostrou existir uma inter-relação entre cultura e liderança, no que diz respeito aos mecanismos para o desenvolvimento cultural e o reforço de normas e comportamentos expressos dentro das fronteiras da cultura. Nesse estudo, foi possível destacar uma maior frequência de pesquisas que focam o tema cultura organizacional em relação com os seguintes temas: Simbolismo, Estudos Teóricos propondo a comparação entre autores no campo, Estratégia, Gestão de Pessoas, Cultura Comparativa, Práticas, Aprendizagem Organizacional, Identidade, Poder, entre outros temas, conforme mostra a Tabela 4 apresentada a seguir.

Tabela 4 Temas de Estudos Relacionados à Cultura Organizacional Tema relacionado Frequência Absoluta Frequência Relativa Simbolismo 17 18% Revisão Teórica 13 14% Estratégia 12 13% Gestão de Pessoas 10 11% Cultura comparativa 7 7% Comunidades de Prática 6 6% Aprendizagem organizacional 4 4% Identidade 4 4% Poder 4 4% Administração Pública 3 3% Inovação 3 3% Liderança 2 2% Mudança Organizacional 2 2% Marketing 2 2% Empreendedorismo 1 1% Outros 4 4% 94 100% Fonte: Os autores. A partir dos temas de estudo em cultura organizacional, foi possível verificar as estratégias de pesquisa utilizadas nesses estudos. Por sua vez, destaca-se uma predominância de pesquisas que utilizam estudo de caso. A escolha pelo estudo de caso pode revelar uma preocupação dos pesquisadores em analisar de maneira aprofundada a cultura organizacional, bem como os significados e características subjacentes apresentadas pelos entrevistados (CRESWEL, 2010; RICHARDSON, 2012). Embora a categorização da estratégia de pesquisa possa ser passível de se identificar de outras formas, destaca-se aqui a questão da necessidade de uma melhor especificação dos critérios metodológicos que são empregados pelos autores, principalmente nas pesquisas empíricas. Tabela 5 Estratégias de Pesquisa Estratégia de Estudo Frequência Absoluta Frequência Relativa Estudo de Caso Único 35 37% Estudo de Casos Múltiplos 26 28% Revisão Teórica 20 21%

Etnografia 7 7% Bibliométrico 5 5% Grounded Theory 1 1% Total Geral 94 100% Fonte: Os autores. As tabelas 6 e 7 ilustram os principais autores citados nos 94 artigos selecionados, divididos entre os autores brasileiros e internacionais. Destacam-se, em especial, os 3 mais mencionados: Edgar Schein com 85 menções (internacional), Fernando Prestes Motta com 64 citações (nacional) e Geert Hofstede com 52 menções (internacional). Tabela 6 Principais Autores Internacionais Autores Internacionais Número de Citações Edgar Schein 85 Geert Hofstede 52 Joanne Martin 29 Linda Smircich 22 Gareth Morgan 20 Joseph F. Hair Jr. 17 Henry Mintzberg 16 Andrew Pettigrew 15 Clifford Geertz 15 Omar Aktouf 12 Fonte: Os autores. Os autores internacionais mais citados configuram-se como autores de referência para o tema de cultura. É interessante notar o distanciamento entre o autor mais citado, Schein (85 menções) e Hofstede que assume a segunda colocação (com 52 menções). A média para os autores internacionais na tabela acima é de 28,3, bem como a de autores nacionais, também com 28,3, o que demonstra que a há grande equilíbrio em relação à escolha de referências nacionais e internacionais. Tabela 7 Principais Autores Nacionais

Autores Nacionais Instituição Número de Citações Fernando C. Prestes Motta FGV EASP 64 Maria Ester de Freitas FGV- EASP 49 Maria Tereza Leme Fleury USP-SP 38 Neusa Rolita Cavedon UFMG- MG 32 Roberto DaMatta PUC-RJ 24 Rafael Alcadipani FGV- EASP 21 Lívia Barbosa PUC-RJ 20 Alexandre de Pádua Carrieri UFMG- MG 12 Miguel Pinto Caldas FGV-EASP 12 Pedro Jaime de Coelho Júnior FEI-SP 11 Fonte: Os autores. A amplitude dos autores nacionais é menor do que a dos internacionais e, assim como nesses, a presença de brasileiros referenciada no tema de cultura é notória. A participação dos autores mais citados e sua importância para o estudo do tema cultura é de extrema importância, o que é destacado pelo fato de que, em 94 trabalhos analisados, 85 deles leva o nome de Edgar Schein, seguido por outras participações expressivas já citadas. Adicionalmente ao número de autores citados nacionalmente, elaborou-se a tabela 8, na qual se demonstra o vínculo institucional dos pesquisadores brasileiros. O intuito foi o de elencar onde estão os responsáveis pelo estudo de cultura organizacional mais referenciados nos últimos dez anos abrangidos pela pesquisa bibliométrica. Ressalta-se que o vínculo institucional do pesquisador é aquele obtido no período da realização dessa pesquisa e que não é aquele em que o pesquisador atuava no momento da publicação do artigo aqui analisado. Tabela 8 Vínculo Institucional Autores Nacionais Instituição Número de Citações FGV-EAESP 146 UFMG-MG 44 PUC- RJ 44 USP-SP 38 FEI-SP 11 Fonte: Os autores.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As pesquisas sobre o tema cultura organizacional têm-se mostrado prevalentes na última década, atraindo os pesquisadores para o assunto, revelando a importância do tema para os Estudos Organizacionais. Os dados revelaram a presença marcante do tema em eventos, como o EnANPAD e EnEO, e, em periódicos com destaque para o Cadernos Ebape e a Revista de Administração Contemporânea (RAC). Um aspecto relevante foi a prevalência de pesquisas qualitativas e novos temas de estudo, relacionados à Gestão de Pessoas, Simbolismo e Comunidades de Prática, além dos estudos mais clássicos relacionados à Cultura Comparativa. Os novos temas de estudo ligados, por exemplo, aos temas de Gestão de Pessoas, Simbolismo e Identidade, marcam autores que têm se dedicado ao tema no cenário brasileiro, como Alexandre de Pádua Carrieri, ao lado de trabalhos já clássicos como os de Maria Ester de Freitas, Fernando Prestes Motta e Rafael Alcadipani. Assim, como a prevalência de autores internacionais, clássicos, como Edgar Schein, Geert Hofstede, Joanne Martin, Linda Smircich, e Gareth Morgan, com trabalhos escritos entre os anos 1980 e 1990. Os temas clássicos ligados ao estudo das culturas nacionais aparecem com força nos estudos da última década, o que expressa a força e o interesse para as pesquisas de autores como Hofstede e seus estudos por meio das culturas, e os trabalhos de Motta ligados ao estudo da cultura brasileira. Esse olhar para as pesquisas sobre 'cultura organizacional na última década mostra a emergência de novos temas e autores e simultaneamente a presença marcante de autores e temas já consagrados dentro deste campo de estudo. Diante desse cenário, muitas ainda são as motivações para se estudar as questões que envolvem a cultura nas organizações. Mesmo após tantas abordagens diversas, esse campo de estudos organizacionais mostra-se ainda fértil para novas investigações que tragam luz aos processos de interação entre homem e organizações. Uma abordagem importante é o estudo crítico da cultura organizacional, como a contracultura. Para Freitas (1999), assumir a existência de uma contracultura implica aceitar que numa organização podem coexistir diversas culturas, questão

ainda muito polêmica. Porém, mais do que aceitar a existência de várias culturas, é ter que aceitar o antagonismo presente nessa relação. Assim, sugere-se que estudos futuros busquem aprofundar a análise da cultura organizacional e as relações que esta mantém com outros processos organizacionais. Recomenda-se ainda, estudos críticos da cultura organizacional, como a questão da contracultura, conforme sugerido por Freitas (1991). Organizational Culture: Academic Production in Brazil from 2005 to 2014 ABSTRACT This article has the general objective of analyzing the academic production related to the organizational culture topic under the main Business Admnistration's magazines in Brazil, starting from the notes between A2 and B2, and the main national events in the field of Business Administration between the years 2005 to 2014. The results showed a predominance of publications on the subject of organizational culture in national events such as EnANPAD and EnEO. This predominance can be justified by present the issue related to "organizational culture" among the topics of interest that make up each issue. The results showed a predominance of the empirical nature of research publications 76%, and 68% qualitative research. The research revealed new authors who have stood out on the subject in the Brazilian scenario, such as Alexandre de Pádua Carrieri, alongside the already classics works of Maria Esther de Freitas, Fernando Prestes Motta and Rafael Alcadipani. As well as the prevalence of most classcis international authors, such as Edgar Schein, Geert Hofstede, Joanne Martin, Linda Smirch, and Gareth Morgan. The conclusion shows that the classic themes linked to the study of national cultures appeared with intensity in organizational culture studies of the last decade, which expresses the strength and interest of the research authors like Hofstede and his cross-cultural studies, and the work of Motta linked to the study of Brazilian culture. This "look" for research on organizational culture in the last decade has shown the emergence of new themes and authors, and simultaneously the commanding presence of authors and themes already established within this field of study. Keywords: Organizational Culture. Methodology. Bibliometric Research.

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